quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Poesia De quinta Na Usina: Poetas Da Rede: Ricardo Reis: Poema: Vida:


Viver a dor da vida
Descobertas e mentiras
Vida para se viver

Vida para sonhar e aprender

O sabor de viver a vida

Da alma o pó, do pó a lembrança de uma vida.

Ricardo Reis

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa: Poema: Abat-Jour:



A lâmpada acesa
(Outrem a acendeu)
Baixa uma beleza
Sobre o chão que é meu.
No quarto deserto
Salvo o meu sonhar,
Faz no chão incerto
Um círculo a ondear.
E entre a sombra e a luz
Que oscila no chão
Meu sonho conduz
Minha inatenção.
Bem sei ... Era dia
E longe de aqui...
Quanto me sorria
O que nunca vi!
E no quarto silente
Com a luz a ondear
Deixei vagamente

Até de sonhar...
Canc

Canioneiro:
Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/cancioneiro.htm

Poesia De quinta Na Usina:Machado de Assis:I:


Moça cristã das solidões antigas,
Em que áurea folha reviveu teu nome?
Nem o eco das matas seculares,
Nem a voz das sonoras cachoeiras,
O transmitiu aos séculos futuros.
Assim da tarde estiva às auras frouxas
Tênue fumo do colmo no ar se perde;
Nem de outra sorte em moribundos lábios
A humana voz expira. O horror e o sangue
Da miseranda cena em que, de envolta
Coos longos, magoadíssimos suspiros,
Cristã Lucrécia, abriu tua alma o vôo
Para subir às regiões celestes,
Mal deixada memória aos homens lembra.
Isso apenas; não mais; teu nome obscuro,

Nem tua campa o brasileiro os sabe.

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa:Abismo:


 Olho o Tejo, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando —
O que é sério, e correr?
O que é está-lo eu a ver?
Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco —
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo — eu e o mundo em redor —
Fica mais que exterior.
Perde tudo o ser, ficar,
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus...

E súbito encontro Deus.









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Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo: Templos, Igrejas e Mesquitas:



Os grandiosos, Templos, Igrejas e Mesquitas,
com suas fachadas contornadas com muito 
Ouro e Diamantes, só servem para expor
as grandes heresias que a raça humana
pratica em nome de Deus.

D'Araújo.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araujo: Meu Tom:


O que regula o meu tom,
é sempre, o volume dos argumentos,
eu falo, falo, falo, só então eu grito.
Apenas para lhe avisar que você nunca mais,
vai me ouvir...