domingo, 15 de maio de 2022

Terça na Usina: Grupos de Literatura da Rede: Poesias, poemas e poetas:


 

Um cantinho aconchegante para compartilhar poesias e poemas. Solicitamos só postar trabalhos de sua autoria. Não publicar textos que exprimam p…

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Terça na Usina: Blogs de Literatura na Rede: Poesia pensamento:

As pessoas que tem diabetes utilizar o adoçante 

recomendado pelo seu Médico:Resolução 

SSMartinelli•5/06/2020

Talvez o momento não seja sobre o que fazemos 
e sim sobre o que pensamos. 
Nessa nova realidade, onde o corpo permanece 
confinado, são os pensamentos que geram movimentos

Terça na Usina: Grupos de Literatura da Rede: Mel Poesias:


 

Mel Poesias

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Terça na Usina: Grupos de Literatura da Rede: Poema, Prosa y Poesía:

 


Poema, Prosa y Poesía.

Site de sociedade e cultura....

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Dante Alighieri: A Divina Comédia:



Ou como o dano atalha, que lhe trazem 
Do Brenta as invasões de Pádua a gente,
9 Se em Quiarentana os gelos se desfazem,
Assim as bordas desse rio horrente, 
Posto altura e grossura lhes não desse
12 Iguais, quem quer que fosse artista ingente.
A selva já distante de nós era Tanto, que eu divisá-la não podia,
15 Quando os olhos por vê-la atrás volvera,
Eis encontramos multidão sombria, 
Que a margem costeava, nos olhando, 
18 Como sói caminhante, ao fim do dia,
Que vai, por lua nova, outro encarando: 
Para nos ver os cílios contraindo,
21 Qual a agulha o artesano aparelhando.
Assim, de mira à turba nós servindo, 
Conhecido fui de um que me travava
24 Da roupa — “Ó maravilha!” — repetindo.
Quando o seu braço para mim se alçava, 
Atentei-lhe no rosto requeimado;
27 Posto que demudado, não vedava
Que de mim fosse nas feições lembrado. 
À sua face inclinando a mão, lhe digo,
30 — “Messer Brunetto! vós aqui!” — torvado.
“Filho meu! complacente sê comigo! 
Vir Brunetto Latini ora consente,
33 Deixando a turba, um pouco assim contigo!” —
Tornei: — “muito vos rogo; e que me assente 
Convosco se quereis, prazendo ao guia 
36 Dos passos meus, assentirei contente”.

Crônicas de Segunda: Lima Barreto: Não se zanguem:



A cartomancia entrou decididamente na vida nacional  Os anúncios dos jornais todos os dias proclamam aos quatro ventos as virtudes miríficas das pitonisas. 
Não tenho absolutamente nenhuma ojeriza pelas adivinhas; acho até que são bastante úteis, pois mantêm e sustentam no nosso espírito essa coisa que é mais necessária à nossa vida que o próprio pão: a ilusão. 
Noto, porém, que no arraial dessa gente que lida com o destino, reina a discórdia, tal e qual no campo de Agramante. 
A política, que sempre foi a inspiradora de azedas polêmicas, deixou um instante de sê-lo e passou a vara à cartomancia. 
Duas senhoras, ambas ultravidentes, extralúcidas e não sei que mais, aborreceram-se e anda uma delas a dizer da outra cobras e lagartos. 
Como se pode compreender que duas sacerdotisas do invisível não se entendam e dêem ao público esse espetáculo de brigas tão pouco próprio a quem recebeu dos altos poderes celestiais virtudes excepcionais? 
A posse de tais virtudes devia dar-lhes uma mansuetude, uma tolerância, um abandono dos interesses terrestres, de forma a impedir que o azedume fosse logo abafado nas suas almas extraordinárias e não rebentasse em disputas quase sangrentas. 
Uma cisão, uma cisma nessa velha religião de adivinhar o futuro, é fato por demais grave e pode ter conseqüências desastrosas. 
Suponham que F. tenta saber da cartomante X se coisa essencial à sua vida vai dar-se e 
a cartomante, que e dissidente da ortodoxia, por pirraça diz que não. 
O pobre homem aborrece-se, vai para casa de mau humor e é capaz de suicidar-se. 
O melhor, para o interesse dessa nossa pobre humanidade, sempre necessitada de ilusões, venham de onde vier, é que as nossas cartomantes vivam em paz e se entendam para nos ditar bons horóscopos. 

Vida urbana, 26-12-1914

Crônicas de Segunda na Usina: Machado de Assis: CAPÍTULO X -A RESTAURAÇÃO:


 

Dentro de cinco dias, o alienista meteu na Casa Verde cerca de cinqüenta aclamadores do novo governo. O povo indignou-se. O governo, atarantado, não sabia reagir. João Pina, outro barbeiro, dizia abertamente nas ruas, que o Porfírio estava "vendido ao ouro de Simão Bacamarte", frase que congregou em torno de João Pina a gente mais resoluta da vila. Porfírio, vendo o antigo rival da navalha à testa da insurreição, compreendeu que a sua perda era irremediável, se não desse um grande golpe; expediu dois decretos, um abolindo a Casa Verde, outro desterrando o alienista. João Pina mostrou claramente, com grandes frases, que o ato de Porfírio era um simples aparato, um engodo, em que o povo não devia crer. Duas horas depois caía Porfírio! ignominiosamente e João Pina assumia a difícil tarefa do governo. Como achasse nas gavetas as minutas da proclamação, da exposição ao vice-rei e de outros atos inaugurais do governo anterior, deu-se pressa em os fazer copiar e expedir; acrescentam os cronistas, e aliás subentende-se, que ele lhes mudou os nomes, e onde o outro barbeiro falara de uma Câmara corrupta, falou este de "um intruso eivado das más doutrinas francesas e contrário aos sacrossantos interesses de Sua Majestade", etc. Nisto entrou na vila uma força mandada pelo vice-rei, e restabeleceu a ordem. O alienista exigiu desde logo a entrega do barbeiro Porfírio e bem assim a de uns cinqüenta e tantos indivíduos, que declarou mentecaptos; e não só lhe deram esses como afiançaram entregar-lhe mais dezenove sequazes do barbeiro, que convalesciam das feridas apanhadas na primeira rebelião. Este ponto da crise de Itaguaí marca também o grau máximo da influência de Simão Bacamarte. Tudo quanto quis, deu-se-lhe; e uma das mais vivas provas do poder do ilustre médico achamo-la na prontidão com que os vereadores, restituídos a seus lugares, consentiram em que Sebastião Freitas também fosse recolhido ao hospício. O alienista, sabendo da extraordinária inconsistência das opiniões desse vereador, entendeu que era um caso patológico, e pediu-o. A mesma coisa aconteceu ao boticário. O alienista, desde que lhe falaram da momentânea adesão de Crispim Soares à rebelião dos Canjicas, comparou-a à aprovação que sempre recebera dele, ainda na véspera, e mandou capturá -lo. Crispim Soares não negou o fato, mas explicou-o dizendo que cedera a um movimento de terror, ao ver a rebelião triunfante, e deu como prova a ausência de nenhum outro ato seu, acrescentando que voltara logo à cama, doente. Simão Bacamarte não o contrariou; disse, porém, aos circunstantes que o terror também é pai da loucura, e que o caso de Crispim Soares lhe parecia dos mais caracterizados. Mas a prova mais evidente da influência de Simão Bacamarte foi a docilidade com que a Câmara lhe entregou o próprio presidente. Este digno magistrado tinha declarado, em plena sessão, que não se contentava, para lavá-la da afronta dos Canjicas, com menos de trinta almudes de sangue; palavra que chegou aos ouvidos do alienista por boca do secretário da Câmara, entusiasmado de tamanha energia. Simão Bacamarte começou por meter o secretário na Casa Verde, e foi dali à Câmara, à qual declarou que o presidente estava padecendo da "demência dos touros", um gênero que ele pretendia estudar, com grande vantagem para os povos. A Câmara a princípio hesitou, mas acabou cedendo. Daí em diante foi uma coleta desenfreada. Um homem não podia dar nascença ou curso à mais simples mentira do mundo, ainda daquelas que aproveitam ao inventor ou divulgador, que não fosse logo metido na Casa Verde. Tudo era loucura. Os cultores de enigmas, os fabricantes de charadas, de anagramas, os maldizentes, os curiosos da vida alheia, os que põem todo o seu cuidado na tafularia, um ou outro almotacé enfunado, ninguém escapava aos emissários do alienista. Ele respeitava as namoradas e não poupava as namoradeiras, dizendo que as primeiras cediam a um impulso natural e as segundas a um vício. Se um homem era avaro ou pródigo, ia do mesmo modo para a Casa Verde; daí a alegação de que não havia regra para a completa sanidade mental. Alguns cronistas crêem que Simão Bacamarte nem sempre procedia com lisura, e citam em abono da afirmação (que não sei se pode ser aceita) o fato de ter alcançado da Câmara uma postura autorizando o uso de um anel de prata no dedo polegar da mão esquerda, a toda a pessoa que, sem outra prova documental ou tradicional, declarasse ter nas veias duas ou três onças de sangue godo. Dizem esses cronistas que o fim secreto da insinuação à Câmara foi enriquecer um ourives, amigo e compadre dele; mas, conquanto seja certo que o ourives viu prosperar o negócio depois da nova ordenação municipal, não o é menos que essa postura deu à Casa Verde uma multidão de inquilinos; pelo que, não se pode definir, sem temeridade, o verdadeiro fim do ilustre médico. Quanto à razão determinativa da captura e aposentação na Casa Verde de todos quantos usaram do anel, é um dos pontos mais obscuros da história de Itaguaí; a opinião mais verossímil é que eles foram recolhidos por andarem a gesticular, à toa, nas ruas, em casa, na igreja. Ninguém ignora que os doidos gesticulam muito. Em todo caso, é uma simples conjetura; de positivo, nada há.

 —Onde é que este homem vai parar? diziam os principais da terra. Ah! se nós tivéssemos apoiado os Canjicas...

Um dia de manhã—dia em que a Câmara devia dar um grande baile,—a vila inteira ficou abalada com a notícia de que a própria esposa do alienista fora metida na Casa Verde. Ninguém acreditou; devia ser invenção de algum gaiato. E não era: era a verdade pura. D. Evarista fora recolhida às duas horas da noite. O Padre Lopes correu ao alienista e interrogou-o discretamente acerca do fato.

 —Já há algum tempo que eu desconfiava, disse gravemente o marido. A modéstia com que ela vivera em ambos os matrimônios não podia conciliar-se com o furor das sedas, veludos, rendas e pedras preciosas que manifestou, logo que voltou do Rio de Janeiro. Desde então comecei a observá-la. Suas conversas eram todas sobre esses objetos; se eu lhe falava das antigas cortes, inquiria logo da forma dos vestidos das damas; se uma senhora a visitava na minha ausência, antes de me dizer o objeto da visita, descrevia-me o trajo, aprovando umas coisas e censurando outras. Um dia, creio que Vossa Reverendíssima há de lembrar-se, propôs-se a fazer anualmente um vestido para a imagem de Nossa Senhora da Matriz. Tudo isto eram sintomas graves; esta noite, porém, declarou-se a total demência. Tinha escolhido, preparado, enfeitado o vestuário que levaria ao baile da Câmara Municipal; só hesitava entre um colar de granada e outro de safira. Anteontem perguntou-me qual deles levaria; respondi-lhe que um ou outro lhe ficava bem. Ontem repetiu a pergunta ao almoço; pouco depois de jantar fui achá-la calada e pensativa.—Que tem? perguntei-lhe.—Queria levar o colar de granada, mas acho o de safira tão bonito!—Pois leve o de safira.— Ah! mas onde fica o de granada?—Enfim, passou a tarde sem novidade. Ceamos, e deitamo-nos. Alta noite, seria hora e meia, acordo e não a vejo; levanto -me, vou ao quarto de vestir, acho-a diante dos dois colares, ensaiando -os ao espelho, ora um, ora outro. Era evidente a demência; recolhi-a logo.

 O Padre Lopes não se satisfez com a resposta, mas não objetou nada. O alienista, porém, percebeu e explicou-lhe que o caso de D. Evarista era de "mania sumptuaria", não incurável, e em todo caso digno de estudo.

 

—Conto pô-la boa dentro de seis semanas, concluiu ele.

E a abnegação do ilustre médico deu-lhe grande realce. Conjeturas, invenções, desconfianças, tudo caiu por terra desde que ele não duvidou recolher à Casa Verde a própria mulher, a quem amava com todas as forças da alma. Ninguém mais tinha o direito de resistir-lhe—menos ainda o de atribuir-lhe intuitos alheios à ciência.

 Era um grande homem austero, Hipócrates forrado de Catão.


Crônicas de Segunda na Usina: Machado de Assis: CAPÍTULO VIII - AS ANGÚSTIAS DO BOTICÁRIO:


Vinte e quatro horas depois dos sucessos narrados no capítulo anterior, o barbeiro saiu do palácio do governo,—foi a denominação dada à casa da Câmara,—com dois ajudantes-de-ordens, e dirigiu-se à residência de Simão Bacamarte. Não ignorava ele que era mais decoroso ao governo mandá-lo chamar; o receio, porém, de que o alienista não obedecesse, obrigou-o a parecer tolerante e moderado. Não descrevo o terror do boticário ao ouvir dizer que o barbeiro ia à casa do alienista.—“Vai prendê-lo”, pensou ele. E redobraram-lhe as angústias. Com efeito, a tortura moral do boticário naqueles dias de revolução excede a toda a descrição possível. Nunca um homem se achou em mais apertado lance: —a privança do alienista chamava-o ao lado deste, a vitória do barbeiro atraía -o ao barbeiro. Já a simples notícia da sublevação tinha-lhe sacudido fortemente a alma, porque ele sabia a unanimidade do ódio ao alienista; mas a vitória final foi também o golpe final. A esposa, senhora máscula, amiga particular de D. Evarista, dizia que o lugar dele era ao lado de Simão Bacamarte; ao passo que o coração lhe bradava que não, que a causa do alienista estava perdida, e que ninguém, por ato próprio, se amarra a um cadáver. “ Fê-lo Catão , é verdade, sed victa Catoni,” pensava ele, relembrando algumas palestras habituais do Padre Lopes; mas Catão não se atou a uma causa vencida, ele era a própria causa vencida, a causa da república; o seu ato, portanto, foi de egoísta, de um miserável egoísta; minha situação é outra Insistindo, porém, a mulher, não achou Crispim Soares outra saída em tal crise senão adoecer; declarou-se doente e meteu-se na cama.

 —Lá vai o Porfírio à casa do Dr. Bacamarte, disse-lhe a mulher no dia seguinte à cabeceira da cama; vai acompanhado de gente.

 —“Vai prendê-lo”, pensou o boticário. Uma idéia traz outra; o boticário imaginou que, uma vez preso o alienista, viriam também buscá-lo a ele, na qualidade de cúmplice. Esta idéia foi o melhor dos vesicatórios. Crispim Soares ergueu-se, disse que estava bom, que ia sair; e apesar de todos os esforços e protestos da consorte vestiu-se e saiu. Os velhos cronistas são unânimes em dizer que a certeza de que o marido ia colocar-se nobremente ao lado do alienista consolou grandemente a esposa do boticário; e notam com muita perspicácia, o imenso poder moral de uma ilusão; porquanto, o boticário caminhou resolutamente ao palácio do governo, não à casa do alienista. Ali chegando, mostrou-se admirado de não ver o barbeiro, a quem ia apresentar os seus protestos de adesão, não o tendo feito desde a véspera por enfermo. E tossia com algum custo. Os altos funcionários que lhe ouviam esta declaração, sabedores da intimidade do boticário com o alienista, compreenderam toda a importância da adesão nova e trataram a Crispim Soares com apurado carinho; afirmaram-lhe que o barbeiro não tardava; Sua Senhoria tinha ido à Casa Verde, a negócio importante, mas não tardava. Deram-lhe cadeira, refrescos, elogios; disseram-lhe que a causa do ilustre Porfírio era a de todos os patriotas; ao que o boticário ia repetindo que sim, que nunca pensara outra coisa, que isso mesmo mandaria declarar a Sua Majestade.


Crônicas de Segunda na Usina: Lima Barreto: Grève inútil:


Os empregados dos bancos de Berlim declararam-se em grève

Está aí uma grève para muita gente bastante sem significação. Eu, por exemplo, nunca tive a mínima idéia da serventia de um banco. Para mim, tal instituição como muitas outras coisas, absolutamente coisas quiméricas. Por isso, fico sempre muito admirado que toda a gente peça bancos para o

desenvolvimento do país. Eu não sei por quê, nem para quê.

Não são só os bancos cuja existência acho inútil. Há coisas, entre as quais posso citar assim de pronto: jóias, as representações no Municipal, além dos navios transatlânticos que levam os homens felizes e os revolucionários estrangeiros para a Europa. Muito tem demais o mundo, para minha existência; mas nem por isso deixo de apreciar o supérfluo nos outros. O banco, porém, é que não vejo para mim, nem nos outros das minhas relações.

O único que conheci, foi o dos Funcionários Públicos, mas esse não me deixou boas recordações. Agora, porém, os de Berlim, por intermédio de seus empregados, por terem aderido ao socialismo, anarquismo ou coisa que valha, estão empregando também a malsinada greve. Não me compete censurá-los por isso, pois o uso da grève generaliza-se em todas as profissões; o que me parece, porém, é que essa grève só pode interessar os capitalistas e, certamente, esses não estarão dispostos a dar o seu apoio a essa arma com que os guerreiam os seus inimigos. Essa grève vai resultar inútil, daí pode ser que não e até concorra muito para a solução da questão social. Veremos.

 

Marginália, 22-5-1920


Domingo na Usina: Biografias: Walt Whitman:


Walt Whitman (Huntington, 31 de maio de 1819Camden, 26 de março de 1892) foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano, considerado por muitos como o "pai do verso livre". Paulo Leminski o considerava o grande poeta da Revolução americana, como Maiakovsky seria o grande poeta da Revolução russa[1]. Sua obra Folhas de Relva é considerada um marco na literatura universal, principalmente dentro do gênero poético.
Biografia:

Walt Whitman é descendente de ingleses e holandeses. Withman nasceu em Groselhis, no município de Huntington, no estado de Nova Iorque. Contudo, quando tinha apenas quatro anos, sua família mudou-se para Brooklyn, onde este frequentou até aos onze anos uma escola oficial, trabalhando depois como aprendiz numa tipografia.

Em 1835 trabalhou como impressor em Nova Iorque e no Verão do ano seguinte começou a ensinar em East Norwich, Long Island. Entre 1836-1838 deu aulas e de 1838 a 1839 editou o semanário Long Islander, em Huntington. Voltou ao ensino depois de participar como jornalista na campanha presidencial de Van Buren (1840-41).

Em Maio de 1841 regressou a New York, onde trabalhou novamente como impressor.

Entre 1842-1844 editou um jornal diário, Aurora, e o Evening Tatler. Regressou a Brooklyn em 1845, e durante um ano escreveu para o Long Island Star, tornando-se de seguida editor do Daily Eagle de Brooklyn, lugar que ocupou de 1846 a 1848.

Em Fevereiro desse ano partiu com o irmão Jeff para Nova Orleans, onde trabalhou no Crescent. Deixou Nova Orleães em Maio do mesmo ano, regressando a Brooklyn através do Mississippi e dos Grandes Lagos.

Editou o Freeman de Brooklyn entre 1848-1849 e no ano seguinte montou uma tipografia e uma papelaria.

No início de Julho de 1855 publicou a primeira edição de "Leaves of Grass", impressa na Rome Brothers de Brooklyn e cujos custos Whitman suportou. Os versos deste livro eram livres, longos e brancos, imitando os ritmos da fala.

A primeira edição da obra mais importante da sua carreira, não mencionava o nome do autor, e continha apenas 12 poemas e um prefácio.

A obra poética de Whitman centra-se na colectânea "Leaves of Grass", dado que ao longo da sua vida o escritor se dedicou a rever e completar aquele livro, que teve oito edições durante a vida do poeta.

No Verão seguinte foi publicada a segunda edição de "Leaves of Grass" (1856), ostentando na capa o nome do seu autor. O livro foi recebido com entusiasmo por alguns críticos, mas mal recebido pela maioria, o que, contudo, não impediu Whitman de continuar a trabalhar em novos poemas para aquela colectânea.

A segunda edição de "Leaves of Grass" era composta por 32 poemas, intitulados e numerados. Entre eles encontrava-se Poem of Walt Whitman, an American, o poema que haveria de se chamar "Song of Myself" (Canto de Mim Mesmo).

Entre a Primavera de 1857 e o Verão de 1859 Whitman editou o Times de Brooklyn, sendo publicada a 1860, em Boston, a terceira edição da sua obra. Contudo, a editora foi à falência em 1861 e a edição, que continha 154 poemas, foi pirateada.

Entre 1863-1864 trabalhou para o Exército em Washington, DC, servindo entretanto como voluntário em hospitais militares. Regressou a Brooklyn doente e com marcas de envelhecimento prematuro causadas pela experiência da guerra civil.

Trabalhou posteriormente como funcionário do Departamento do Interior (1865) e publicou em Maio desse ano o livro "Drum-Taps", que continha 53 poemas acerca da guerra civil e da experiência do autor nos hospitais militares. No mesmo ano foi despedido pelo Secretário James Harlan, por este ter considerado "Leaves of Grass" indecente.

Em 1867 foi publicada a quarta edição de "Leaves of Grass", com 8 novos poemas. No ano seguinte saiu em Londres uma selecção de poemas de Michael Rossetti, intitulada "Poems by Walt Whitman".

A quinta edição de "Leaves of Grass" (1870-1871) teve uma segunda tiragem que incluía "Passage to India" e mais 71 poemas, alguns dos quais inéditos.

Depois de publicar "Democratic Vistas", Whitman viajou para Hannover, New Hampshire. Corria o ano de (1872). Na Faculdade de Dartmouth leu "As a Song Bird on Pinions Free", posteriormente publicado com um prefácio. Em Janeiro de 1873, Whitman sofreu uma paralisia parcial. Pouco depois morreu a mãe e o escritor deixou Washington para se fixar em Camden, New Jersey, com o irmão George.

Em 1876 surgiu a sexta edição de "Leaves of Grass", publicada em dois volumes. Em Agosto de 1880, Whitman reviu as provas da sétima edição de "Leaves of Grass", que sob ameaças do Promotor Público teve de suspender a distribuição do livro.

A edição só foi retomada dois anos mais tarde por Rees Welsh e depois por David McKay. Incluía 20 poemas inéditos e os títulos definitivos e uma ordem dos poemas revista. Em 1882 foi ainda publicado o livro "Specimen Days and Collect".

Os últimos anos de vida de Whitman foram marcados pela pobreza, atenuada apenas pela ajuda de amigos e admiradores americanos e europeus.

Em 1884, Whitman adquiriu uma casa em Camden, New Jersey. Quatro anos depois, sofreu um novo ataque de paralisia e viu publicados 62 novos poemas sob o título "November Boughs" (1888). Ainda nesse ano foi publicado "Complete Poems and Prose of Walt Whitman".

A oitava edição de "Leaves of Grass" apareceu em 1889, e no ano seguinte o escritor começou a preparar a sua nona edição, publicada em 1892.

Whitman morreu no dia 26 de Março de 1892 e foi sepultado em Camden, New Jersey.[2]

Cinco anos depois foi publicada em Boston a décima edição de Leaves of Grass (1897), a que se juntaram os poemas póstumos "Maria Amélia".

Nos seus poemas, Walt Whitman elevou a condição do homem moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral em termos pouco convencionais. Na sua obra "Leaves of Grass", Whitman exprime em poemas visionários um certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o Eu representa. Profundamente identificado com os ideais democráticos da nação americana, Whitman não deixou de celebrar o futuro da América.

Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das citações inseridas no enredo do filme Sociedade dos Poetas Mortos.

Na série No Fim do Mundo, alguns poemas de Leaves of Grass são lidos na rádio local, originando uma disputa entre o locutor e o proprietário da rádio a propósito das supostas inclinações sexuais de Whitman e da conotação sexual da obra.

Fernando Pessoa escreveu um poema de nome "Saudação a Walt Whitman".

"Introduziu uma nova subjectividade na concepção poética e fez da sua poesia um hino à vida. A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais a ideia de totalidade se traduziu no verso livre, influenciou não apenas a literatura americana posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o poeta e ensaísta português Fernando Pessoa."

fonte de origem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Walt_Whitman

Domingo na Usina: Biografias: John Ernst Steinbeck, Jr.:




John Ernst Steinbeck, Jr. (/ˈstaɪnˌbək/; Salinas, 27 de fevereiro de 1902Nova Iorque, 20 de dezembro de 1968) foi um escritor estadunidense.

As suas obras principais são A Leste do Paraíso (PT) ou A Leste do Éden (BR) (East of Eden, 1952) e As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1939). Foi membro da Ordem DeMolay. Recebeu o Nobel de Literatura de 1962.
Biografia:

Ainda muito jovem, por influência dos pais, leu Dostoiévski, Milton, Flaubert e George Eliot. Terminou o curso secundário no Salinas High School, em 1919. No ano seguinte, ingressou na Universidade de Stanford, exercendo várias profissões para custear os estudos. Em 1925, empregou-se no jornal American de Nova Iorque, e vasculhou a cidade em busca de um editor para seus livros ainda não escritos. Estreou na literatura com A Taça de Ouro (1929), biografia romanceada do bucaneiro Henry Morgan, já marcada por seu característico estilo alegórico.

Publicou em seguida Pastagens do céu (1932) e A Um Deus Desconhecido (1933). Esses primeiros livros não lhe asseguraram a profissionalização como escritor. Em 1935 firmou-se como autor de prestígio com Boêmios Errantes, que recebeu a medalha de ouro do Commonwealth Club de São Francisco como melhor livro californiano do ano. Os três mais importantes romances de Steinbeck foram escritos entre 1936 e 1938: Luta Incerta (1936), descreve uma greve de trabalhadores agrícolas na Califórnia; Ratos e Homens (1937), que seria transportado para o cinema e para o teatro, analisa as complexas relações entre dois trabalhadores migrantes; As Vinhas da Ira (1939), considerado sua obra-prima, conta a exploração a que são submetidos os trabalhadores itinerantes e sazonais, através da história da família Joad, que migra para a Califórnia, atraída pela ilusória fartura da região. Essa trágica odisséia recebeu o Prémio Pulitzer de Ficção e foi levada à tela por John Ford em 1940.

A obra de Steinbeck inclui ainda Caravana de Destinos (1944), A Pérola (1945/47), O Destino Viaja de Ônibus (1947), Doce Quinta-feira (1954), O Inverno de Nossa Desesperança (1961), Viagens com Charley (1962).

Steinbeck teve 17 de suas obras adaptadas para filme por Hollywood. Alcançou também grande sucesso como escritor para filmes, tendo sido indicado em 1944 ao Óscar de melhor história* pelo filme Um Barco e Nove Destinos (Lifeboat) de Alfred Hitchcock.* - Categoria descontinuada em 1957, sendo substituída pela de melhor roteiro original.fonte de origem:https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Steinbeck#:~:text=John%20Ernst%20Steinbeck%2C%20Jr.,Foi%20membro%20da%20Ordem%20DeMolay.

Domingo na Usina: Biografias:Anna Akhmátova:



Anna Akhmátova (em russo e ucraniano: А́нна Ахма́това, Odessa, 23 de junho de 1889Leningrado, 5 de março de 1966) pseudônimo de Anna Andreevna Gorenko (russo: А́нна Андре́евна Горе́нко; ucraniano: А́нна Андрі́ївна Горе́нко), foi uma das mais importantes poetisas acmeístas russas.

Biografia:

Começou a escrever poesia aos onze anos de idade, mas o pai, um engenheiro naval, temia que Anna viesse a desonrar o nome da família, convencido de estar a adivinhar hábitos decadentes associados à vida artística. Assim, assinou os seus primeiros trabalhos com o primeiro nome da sua bisavó, Tatar.

Apesar do seu pai ter abandonado a família, quando Anna contava apenas dezesseis anos, conseguiu prosseguir os seus estudos. Portanto, não só estudou no liceu feminino de Tsarskoe Selo e no célebre Instituto Smolnyi de São Petersburgo, como também no Liceu Fundukleevskaia de Kiev e numa faculdade de Direito, em 1907.

A obra de Akhmatova compõem-se tanto de pequenos poemas líricos como de grandes poemas, como o Requiem, um grande poema acerca do terror estalinista. Os temas recorrentes são o passar do tempo, as recordações, o destino da mulher criadora e as dificuldades em viver em escrever à sombra do estalinismo.


1989

Os seus pais separaram-se em 1905. Ela casa-se com o poeta Nikolai Gumilev em 1910. O filho deles, nascido em 1912, é o historiador Lev Goumilev.

Akhmatova teve uma longa amizade com a poetisa Marina Tsvetaeva, sua compatriota. Estas duas amigas trocaram uma correspondência poética.

Nikolai Gumilev foi executado em 1921 por causa de actividades consideradas anti-soviétes; Akhmatova foi forçada ao silêncio, não podendo a sua poesia ser publicada de 1925 a 1952 (exceptuando de 1940 a 1946). Excluída da vida pública, vivendo de uma irrisória pensão e forçada a ir fazendo traduções de obras de escritores como Victor Hugo e Rabindranath Tagore, Akhmatova começou, após a morte de Stálin, em 1953, a ser reabilitada, tendo-lhe sido autorizada uma viagem a Itália para receber o prémio literário Taormina e a Oxford para receber um título.

fonte de origem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Anna_Akhm%C3%A1tova

Domingo na Usina: Biografias: Robert Louis Stevenson:



Robert Louis Stevenson (Edimburgo, Escócia, 13 de novembro de 1850Vailima, Ilhas Samoa, 3 de dezembro de 1894), tendo nascido Robert Lewis Balfour Stevenson, foi um influente novelista, poeta e escritor de roteiros de viagem britânico, nascido na Escócia. Escreveu clássicos como A Ilha do Tesouro, O Médico e o Monstro e As Aventuras de David Balfour.

Considerado um dos mais importantes escritores britânicos do século XIX, está entre os autores mais traduzidos em todo o mundo.[1] Foi, em vida, também um ativista político, crítico social e humanista.[2]
Biografia[editar | editar código-fonte]


Robert Louis Stevenson aos sete anos.

Robert Louis (originalmente Lewis) Balfour Stevenson nasceu em Edimburgo, capital da Escócia. Filho de um engenheiro civil, era pressionado pelo pai a seguir mesma carreira, mas a saúde debilitada e a fraca inclinação para a área fizeram com que decidisse por uma carreira alternativa. Em 1866 entrou para a faculdade de Direito de Edimburgo. Lá, escreveu durante 1871 e 1872 para o jornal universitário, o Edinburgh University Magazine (Revista Universidade Edimburgo), revelando seu gosto e talento para a arte e literatura.

No ano de 1873, após concluir a faculdade, Robert mudou-se para a cidade de Londres, Inglaterra, pois sentia-se deslocado no ambiente familiar, marcado por um clima coercitivo e pela inexorável moral e religiosidade puritanas. Em sua curta estadia na cidade, passa a frequentar os salões literários para, algum tempo depois, partir numa longa viagem pela Europa.

O ano de 1876 é importante na sua vida particular, pois, nesse ano, conhece uma mulher norte-americana dez anos mais velha, na França, chamada Fanny Van de Grift Osbourne, com a qual se casa em 1880, em São Francisco, Estados Unidos. Volta à Inglaterra e traz consigo esposa e um enteado, chamado Lloyd Osbourne. No ano seguinte é internado na cidade de Davos, Suíça, para tratar sua tuberculose, da qual sofria há anos. Publicou seu primeiro livro, que consistia em uma narrativa de viagem, em 1878.

Conhece a notoriedade artística ao escrever, em 1886, The Strange case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde (O Médico e o Monstro), um de seus maiores sucessos literários. Com a morte do pai, em 1887, Stevenson retorna aos Estados Unidos, onde volta a tratar de sua tuberculose. No ano seguinte aventura-se num veleiro em diversos arquipélagos do Pacífico-Sul, junto com a esposa e o enteado. Apaixonado pela paisagem paradisíaca, se estabelece definitivamente em Apia, nas Ilhas Samoa, em 1889.

Morreu prematuramente, em 3 de dezembro de 1894, aos 44 anos, enquanto escrevia sua obra-prima inacabada, Weir of Hermiston, vítima de uma hemorragia cerebral. Encontra-se sepultado em Stevenson Family Estate Grounds, Vailima, Tuamasaga em Samoa.[3]
Cronologia das obras mais importantes[editar | editar código-fonte]1878 - An Inland Voyage...
1879 - Travels with a Beraba in the Cévennes
1882 até 1883 - The New Arabian Nights, The Silverado Champz e Treasure Island (A Ilha do Tesouro)
1884 até 1887 - A child Garden of Verses, Kidnapped (Raptado)
1885 - O Jardim Poético da Infância - no original A Child's Garden of Verses
1886 - The Strange case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde (O Médico e o Monstro)
1887 - The Merry Men and Other Tales and Fables
1894 - No vazio da onda - Trio e Quarteto - no original The ebb-tide: a trio and quartette
1894 - Island Nights' Entertainments.
fonte de origem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Louis_Stevenson

fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: John Ronald Reuel Tolkien:




John Ronald Reuel Tolkien,[1] CBE,[2] FRSL, conhecido internacionalmente por J. R. R. Tolkien (Bloemfontein, 3 de janeiro de 1892Bournemouth, 2 de setembro de 1973),[3] foi um premiado escritor, professor universitário e filólogo britânico, nascido na África, que recebeu o título de doutor em Letras e Filologia pela Universidade de Liège e Dublin, em 1954,[4][5] e autor das obras como O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion.[6] Em 28 de março de 1972, Tolkien foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II.

Tolkien nasceu em Bloemfontein, na República do Estado Livre de Orange, na atual África do Sul, e, aos três anos de idade, com a sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pela linguística, fez a licenciatura na faculdade de Letras em Exeter. Participou ativamente da Primeira Guerra Mundial, e logo depois começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário", complexo e cheio de vida, denominado , palco das suas mundialmente famosas obras como O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão, postumamente publicada, que é considerada a sua principal obra, embora não a mais famosa.[7][8]

Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e considerado um dos maiores especialistas do assunto) na Universidade de Oxford de 1925 a 1945, e de inglês e literatura inglesa na mesma universidade de 1945 a 1959. Mesmo precedido de outros célebres escritores de fantasia e ficção, tais como Júlio Verne, Edgar Rice Burroughs, Robert E. Howard, E. R. Eddison e William Morris, devido à grande popularidade do seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o "pai da moderna literatura fantástica"[9] e é amplamente considerado como um dos maiores e sem dúvida o mais bem sucedido autor da literatura fantástica de todos os tempos. Tolkien foi indicado duas vezes ao prêmio Nobel da literatura, a primeira vez em 1961, pelo seu amigo C.S.Lewis, e a segunda em 1967, pelo sueco Gösta Holm[10] no qual não ganhou nenhuma das vezes[11]

As suas obras foram traduzidas para mais de cinquenta idiomas, vendendo mais de 200 milhões de cópias e influenciando continuadamente gerações e gerações.[12] Em 2008, The Times listou Tolkien como o sexto entre os maiores escritores Britânicos desde 1945.[13] Em 2009, a revista Forbes listou as 13 celebridades mortas que mais lucraram no respectivo ano. Tolkien alcançou a quinta posição, com ganhos estimados em 50 milhões de dólares.[14]
Biografia:
A família Tolkien:
Ver artigo principal: Árvore genealógica de Tolkien

Recuando no passado até onde se pode, a maioria dos parentes paternos de Tolkien eram artesãos. A família teve origem na Saxônia (Alemanha), mas viveu na Inglaterra desde o século XVII, tornando-se "rápida e intensamente inglesa (mas não britânica)".[15]

O sobrenome Tolkien é um anglicismo de Tollkiehn (em alemão, tollkühn, temerário, imprudente, que em uma tradução etimológica deveria ser dull-keen, algo como estúpido-sagaz, uma tradução literal de oxímoro; no conto The Notion Club Papers, Tolkien cria um personagem com o nome John Jethro Rashbold, fazendo piada com o seu próprio nome, já que Jethro e Reuel são nomes do mesmo personagem bíblico, o sogro de Moisés). Mesmo sendo um Tolkien, considerava-se mais um Suffield (a sua família materna) do que propriamente um Tolkien.

Aos três anos parte, com a sua mãe, Mabel Suffield, dona de casa, e com o seu irmão, Hilary Arthur Reuel Tolkien, para a Inglaterra, onde pretendiam passar apenas uma temporada, devido a questões de saúde de Mabel e dos seus filhos, mas, devido à morte de seu pai, eles ali permaneceram por toda a vida. O pai, Arthur Tolkien, um bancário que trabalhava para o Bank of Africa, contraiu febre reumática e morreu em 1896 no Estado Livre de Orange, antes de poder juntar-se à família, e foi enterrado na África. Em 1900 a situação financeira da família complicou-se. Mabel Suffield fazia parte da Igreja Anglicana, e quando decidiu tornar-se católica, a sua família cortou a ajuda financeira que lhe dava, e assim ela morreu, por diabetes, sem tratamento na época. Tolkien, que considerava esse fato um sacrifício da mãe em nome da fé,[16] converteu-se ao Catolicismo, religião na qual permaneceu até o fim da vida, tornando-se um católico fervoroso.

Tolkien e seu irmão foram entregues então aos cuidados do Padre jesuíta Francis Xavier Morgan, que Tolkien mais tarde descreveu como um segundo Pai, e aquele que lhe ensinara o significado da caridade e do perdão.

Conheceu Edith Bratt em 1908, quando ele e seu irmão Hilary foram alojados no mesmo local que a jovem, três anos mais velha, e os dois começam a namorar às escondidas. Entretanto, o seu tutor, o Padre Francis Morgan, descobriu a situação e, acreditando que este relacionamento fosse prejudicar a educação do rapaz, proibiu-o de vê-la até que completasse vinte e um anos, quando Tolkien alcançaria a maioridade. Na noite do seu vigésimo primeiro aniversário, Tolkien escreveu a Edith, e convenceu-a a casar-se com ele, apesar de ela já estar comprometida, e também a converteu ao catolicismo. Juntos eles tiveram quatro filhos: John Francis Reuel Tolkien (1917–2003), Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984), Christopher John Reuel Tolkien (1924-2020) e Priscilla Anne Reuel Tolkien (1929-).

Tolkien era um pai dedicado. Essa característica mostrava-se bastante clara nos livros, muitas vezes escritos para os seus filhos, como Roverandom, escrito quando um deles perdeu um cachorrinho de brinquedo na praia. Além disso, Tolkien mandava todos os anos cartas do Papai Noel quando os filhos eram mais jovens. Havia mais e mais personagens a cada ano, como o Urso Polar, o ajudante do Papai Noel, o Boneco de Neve, Ilbereth (um nome semelhante ao da rainha Elbereth, a Valië), sua secretária, e vários outros personagens menores. A maioria deles contava como estavam as coisas no Pólo Norte. Mestre Gil de Ham foi também uma história contada para entreter os filhos.
A vida na sua obra[editar | editar código-fonte]

A infância de Tolkien teve duas realidades distintas: a vida rural em Sarehole, ao sul de Birmingham, lugar que inspirou o famoso Shire (Condado), e o período urbano, na escura Birmingham, onde iniciou os seus estudos. Nesta frase, Tolkien fala sobre Sarehole: "a ancestral Sarehole há muito que se foi, engolida pelas estradas e por novas construções. Mas era muito bonita, na época em que vivi lá..."[17]

Ainda criança, mudou-se para King's Heat, numa casa próxima de uma linha de trem. Foi aí que ele começou a desenvolver uma imaginação linguística, motivada pelos estranhos nomes das estações do percurso, tais como Nantyglo, Perhiwceiber e Seghenydd. Sua infância foi muito marcada pelos contos de fadas, que estimularam sua imaginação para o Faërie, o Belo Reino, como ele se referia ao mundo dos seres fantásticos.[17]

Em 1900, a sua mãe abraçou a religião católica, fato que o influenciou profundamente, mesmo sem a menção direta de Deus na sua obra (Tolkien representa Deus por Eru, o qual cria todo o Universo e os seres que lá habitam). Tolkien disse que os mitos não-cristãos guardavam em si elementos do Grande Mito, o Evangelho, que refletiam o Mundo Primário, isto é, o mundo real, fato este que não vai contra a Igreja Católica.

A sua mãe Mabel mostrou-lhes, a ele e ao seu irmão, os contos de fadas em línguas como o latim e o grego. Desde a morte da mãe, quando os irmãos passaram aos cuidados de Francis Morgan, o rapaz dedicou-se aos estudos demonstrando grande talento linguístico. Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviu de base para criação do idioma élfico quenya e o galês, base para o outro idioma élfico, o Sindarin. Em 1905 os órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908 deu início à carreira acadêmica, ingressando no Exeter College, da Universidade de Oxford.

Em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, Tolkien ficou noivo de Edith Bratt. No ano seguinte, recebeu, com honras, o diploma de licenciatura em Literatura em Língua Inglesa. A graduação e os méritos não o libertaram da convocatória militar e, em 1916, depois de casar-se com Edith Bratt, foi chamado para a guerra. Tolkien sobreviveu à Batalha do Somme (província de Soma), uma mal-sucedida incursão na França e Bélgica, onde morreram mais de 500 mil combatentes. Em 1917, nasceu o seu primeiro filho, John Francis Reuel Tolkien (mais tarde o padre católico John Tolkien) e no ano seguinte, depois de contrair tifo, J. R. R. Tolkien foi enviado de volta a Inglaterra. Foi neste período que iniciou o Livro dos Contos Perdidos, que mais tarde se converteu em O Silmarillion, em 1919, quando ele retornou a Oxford.

Depois do fim da guerra, Tolkien dedicou-se ao trabalho acadêmico como professor, tornando-se um grande e respeitado filólogo. Nesta mesma época ingressou na equipe formada para preparar o New English Dictionary, o equivalente inglês do dicionário brasileiro Aurélio. O projeto já havia chegado à letra W, e o seu supervisor, impressionado com o trabalho de Tolkien, afirmou que "[o trabalho de Tolkien] dá provas de um domínio excepcional de anglo-saxão e dos fatos e princípios da gramática comparada das línguas germânicas. Na verdade, não hesito em dizer que nunca conheci um homem da sua idade que se igualasse a ele nesses aspectos."[18]

Mas foi só em 1925, depois do nascimento de seus filhos Michael Hilary Reuel Tolkien e Christopher John Reuel Tolkien, que Tolkien publicou seu primeiro livro, com E. V. Gordon: Sir Gawain & the Green Knight, baseado em lendas do folclore inglês. A sua filha mais nova, Priscilla Anne Reuel Tolkien, nasceria cinco anos mais tarde.
Tolkien e as sociedades[editar | editar código-fonte]


O pub The Eagle and Child

Tolkien foi muito ligado a sociedades. Nas que participou, a literatura era o tema fundamental, algo que o ajudou na criação de suas obras, pois nestas sociedades encontrou seu primeiro público e encorajadores.

Em sua juventude, a sua primeira sociedade foi a T.C.B.S. (Tea Club, Barrowian Society), formada por Tolkien e três amigos. Não era dedicada apenas a literatura, mas ela estava presente. A Primeira Guerra Mundial dissolveu o grupo, matando Rob Gilson, e algum tempo depois G. B. Smith. Os dois restantes, Christopher Wiseman (inspiração para o nome do terceiro filho de Tolkien) e Tolkien, foram amigos até o fim da vida de Wiseman.

G. B. Smith, pouco depois da morte de Rob Gilson, disse que "a morte pode nos tornar repugnantes e indefesos como indivíduos, mas não pode acabar com os quatro imortais!"[18]

Anos depois, fundada por Tolkien, The Coalbiters se dedicava à literatura nórdica, muito apreciada por Tolkien, que incluía Beowulf e o Kalevala, por exemplo. Chamavam-se de Kolbitars, ou, "homens que chegam tão perto do fogo no inverno que mordem carvão", o que originou no nome Coalbiters (mordedores de carvão). Entre seus membros estavam R. M. Dawkins, C. T. Onions, G. E. K. Braunholz, John Fraser, Nevill Coghill, John Bryson, George Gordon, Bruce McFarlane e C. S. Lewis, autor das As Crônicas de Nárnia.

Outro grupo de que participava era chamado The Inklings, também dedicado à literatura, que se reunia no pub The Eagle and Child (em português A Águia e a Criança) que os integrantes chamavam O Pássaro e o Bebê (The Bird and Baby em inglês). Os Inklings incluíam C. S. Lewis e seu irmão H. W. Lewis, Charles Williams, Owen Barfield e Hugo Dyson.
Relação com C. S. Lewis[editar | editar código-fonte]

Cristão convicto e católico apostolico romano, Tolkien foi amigo íntimo de C.S. Lewis, autor de “As Crônicas de Nárnia”, ambos membros do grupo de literatura The Inklings.[19] Juntos planejaram, na década de 1940, escrever um livro sobre a língua, que seria publicado na década seguinte. O livro, que se chamaria "Linguagem e Natureza Humana", no entanto, nunca chegou a ser publicado.[20]

Tolkien e Lewis foram grandes amigos durante décadas, até que a amizade se desgastou em razão de diversos motivos. Na época da morte de Lewis (em 1963) eles já não se falavam por quase dez anos. A amizade entre os dois escritores foi explorada no livro O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis.[21] A publicação de O Senhor dos Anéis foi muito incentivada por Lewis, que aliás foi um dos primeiros a ouvir a história, juntamente com Christopher Tolkien. Tolkien jamais deixou de admirar Lewis como amigo, embora não gostasse da maioria de seus livros, em especial As Crônicas de Nárnia, que entendia como sendo alegórico e infantil demais.[22][23]
"Numa toca no chão vivia um hobbit"[editar | editar código-fonte]

A ideia de seu primeiro grande sucesso, O Hobbit, surgiu em 1928, enquanto Tolkien examinava documentos de alunos que queriam ingressar na Universidade e Tolkien contou que "um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: Em um buraco no chão vivia um hobbit, não sabia e não sei por quê."[24]

Foi a partir desta frase que ele começou a escrever O Hobbit, somente dois anos depois, mas o abandonou a meio.


Casa de Tolkien, na Nothmoor Road 20, Oxford. Lugar onde escreveu O Hobbit e O Senhor dos Anéis.

Tolkien emprestou o manuscrito incompleto para a Reverenda Madre de Cherwell Edge na época, quando esta estava doente, e ele foi visto por Susan Dagnall, uma bacharel de Oxford , que trabalhava para Allen & Unwin (comprada em 1990 pela Editora Harper Collins) e analisado depois por Rayner Unwin (filho de Stanley Unwin, fundador da Allen & Unwin, na época com 10 anos de idade) que ficou maravilhado com a história. Dagnall ficou tão encantada com o material que encorajou Tolkien para que ele terminasse o livro, e em 1937 é publicada a primeira edição de O Hobbit.

A saga do hobbit Bilbo – um ser baixo, pacato, de pés peludos e grandes, que se aventura na Terra Média ao lado do mago Gandalf e mais treze anões – teve tanto sucesso que Tolkien foi sondado para novas aventuras. Tolkien oferece O Silmarillion, que ele considerava a sua principal obra, pese embora o fato de que, mesmo hoje, não seja a mais conhecida. Stanley Unwin preferiu não arriscar e não publicou a obra. Mesmo depois da recusa, Tolkien concordou em continuar a saga dos hobbits e começa a dar forma a uma nova obra, que lhe consumiu doze anos de trabalho desde os primeiros rascunhos até a sua conclusão, mas que o tornaria um dos mais conceituados escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.

O elo para a nova aventura surge no Anel que Bilbo rouba de Gollum em O Hobbit. Os primeiros rascunhos da obra datam de 1937, mas devido ao seu perfeccionismo, que o impelia a ter de fazer vários rascunhos para cada uma de suas obras, foi somente em 1949 que O Senhor dos Anéis foi para as mãos de sua editora. Durante este longo tempo, Tolkien também escreveu Leaf by Niggle em que o autor se manifesta de forma autobiográfica, projetando-se em Niggle, com suas dúvidas sobre o trabalho que estava escrevendo, "O Senhor dos Anéis", e sua relevância. Em princípio o texto foi recusado, pois a ideia de Tolkien era lançar dois volumes, sendo eles "O Silmarillion" e "O Senhor dos Anéis", já que ele os considerava interdependentes e indivisíveis. Entretanto o editor da Collins, uma outra editora, havia gostado da ideia e começou a encorajar Tolkien a publicar os livros pela editora Collins. Depois de grande atraso na publicação, Tolkien perde a paciência e desiste do acordo. Posteriormente, após algumas conversas com Rayner Unwin (já adulto e trabalhando na empresa do pai, Rayner foi um dos que recebiam os rascunhos de "O Senhor dos Anéis" de Tolkien ao longo de sua composição), a decisão da Allen & Unwin foi reconsiderada e, em 1954, foram publicados os dois primeiros volumes, A Sociedade do Anel e As Duas Torres. Em 1955, foi publicado o terceiro e último volume, O Retorno do Rei. A ideia original era lançar a obra toda num único volume, mas para baixar os custos de impressão, foi dividida em três volumes.

Esse livro consolidava então o que Tolkien chamava de "Mundo Secundário", com novas normas, novos povos, uma realidade à parte: Arda, o cenário de uma das maiores obras literárias de todos os tempos. "Arda" é a Terra, povoada por seres fantásticos, como os valar, os maiar, e os mais conhecidos, hobbits, elfos, anões, trolls, orcs e cercada de mistérios e magia.


[Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro dele, tudo o que ele relatar é "verdade": está de acordo com as leis daquele mundo. Portanto, acreditamos enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro.
Tolkien[17]

Apesar dos ataques da crítica, o livro teve grande sucesso dos dois lados do Atlântico, mas seus livros só alcançaram a classe de culto nos anos 60, devido ao fato de sua obra ter se tornado quase uma obsessão entre os universitários dos Estados Unidos, com a chegada de uma edição pirata norte-americana nesse país.

O nome de Tolkien ganhou notoriedade mundial, fato este que provocava mais transtornos que prazer ao autor, pois visitantes excêntricos afluíam ao seu encontro: fãs norte-americanos telefonavam-lhe durante a madrugada sem se lembrar do fuso horário por exemplo. Tais fatos tiveram grande peso em sua decisão de se mudar para Bournemouth.
Exímio linguista[editar | editar código-fonte]


Alfabeto rúnico criado por Tolkien, chamado Angerthas ou Cirth

Tolkien era um homem apaixonado por idiomas. Quando criança se encantava com nomes galeses que via nos caminhões de carvão. Com suas primas aprendeu rapidamente uma língua artificial e bem simples criadas pelas garotas, chamada Animálico, com base nos nomes de animais. Juntos criaram outra língua, uma mistura de vários outros idiomas. Chamava-se Nevbosh, traduzido como Novo Disparate. Mais tarde criou o Naffarin, mais complexa e baseada na língua de seu tutor padre Francis Morgan: o espanhol.

Tolkien, em dezembro de 1910, tornou-se aluno do curso de literatura clássica na Universidade de Oxford, onde obteve uma bolsa de estudos do Exeter College, mas desinteressou-se por este curso e começou a gastar mais tempo no estudos de filologia, sendo orientado por Joseph Wright, um dos grandes pesquisadores britânicos desta ciência e grande conhecedor do tronco linguístico indo-europeu. Pediu transferência para a Honour School of English Language and Literature, onde teve um notável melhoria de notas, devido ao seu interesse pela filologia germânica.


O primeiro artigo da Declaração dos Direitos Humanos escrita nos caracteres fëanorianos: as Tengwar

Desde criança já tinha conhecimentos de línguas clássicas como grego e o latim, e mais tarde com o espanhol. Sempre achou o italiano muito elegante e, é claro, o inglês e o anglo-saxão o fascinavam. O francês não o cativava tanto, apesar de ser (como ainda é) aclamada como uma belíssima língua. Quando se deparou com a língua finlandesa ele se encantou, e usou a sua gramática, juntamente com a galesa, como base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus livros, pois são línguas de gramática complexa e vasto vocabulário. Línguas que seriam estudadas a fundo por muitos de seus fãs: o quenya, cujo exemplo máximo é expressado pelo poema Namárië, e o Sindarin, este último baseado no galês, as Línguas Élficas, todas movidas pelo som bonito (eufonia) e pela estética, como o "Repicar dos sinos" dizia ele.

Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver o seu mundo. Para ele, primeiro vinha a palavra, depois a história. A composição para ele não era um passatempo (como foi 'acusado' na época), mas um trabalho filológico. Ele criou um mundo onde suas línguas pudessem ser faladas, e lendas para rodeá-las.

Tolkien, consciente da língua como um organismo mutável, totalmente relacionado com as histórias de um povo, afirmou certa vez que "o Volapuque, Esperanto, o Ido, o Novial, são línguas mortas, mais mortas do que antigas línguas sem uso, porque seus inventores jamais criaram lendas para acompanhá-las."[25] Mais tarde afirmou num artigo sobre filologia: "meu conselho a todos que dispõem de tempo ou inclinação a se ocuparem com o movimento por uma língua internacional, seria: "Apoiem lealmente o Esperanto".[26]

Criou várias outras línguas (como o Khûzdul e o Valarin), mas nenhuma tão elaborada quanto as duas élficas. Também desenvolveu alguns sistemas de escrita, as Angerthas (ou runas) e as Tengwar. Acreditava que uma língua bonita devia ter também um alfabeto elegante.

Além do inglês, Tolkien conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (à excepção dos criados por ele mesmo) que eram os seguintes: grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês e finlandês.

Quando O Hobbit foi traduzido para o islandês, Tolkien ficou encantado, porque, além de esta ser uma de suas línguas favoritas, ele achava que o livro combinaria muito com ela. Muitos nomes, como Gandalf, foram retirados do antigo islandês.[27] Na época, o próprio Tolkien se ofereceu para fazer a tradução, ou ao menos supervisioná-la, quando sua obra foi publicada na Islândia pela primeira vez na língua local.
Aversão à tecnologia[editar | editar código-fonte]


O Um Anel

Se por um lado Tolkien exerceu grande influência na era da informática, por outro, isso bate de frente com a visão nostálgica e radical do autor. Ele sempre foi avesso a trens, automóveis, televisão e comida congelada, à indústria em si. Tolkien acreditava que essa dominação e controle que a tecnologia moderna exerce sobre o Homem, mesmo que usadas para o bem, "trazem sofrimento à criação" (referindo-se ao seu Mundo Secundário). Este ponto de vista foi criado devido a sua experiência como veterano da Primeira Guerra Mundial e pai de rapazes que lutaram na Segunda Guerra Mundial, e ele não alimentava mais a ilusão do papel benéfico e salvador do desenvolvimento das tecnologias. Talvez, com esse pensamento, ele venha a colocar o problema da tecnologia no coração de O Senhor dos Anéis. O Um Anel é o instrumento máximo do poder. Poder esse que até Gandalf preferiu não arriscar, deixando o fardo para Frodo. E cabe ao pequeno hobbit o dilema da saga: ter o poder não é possuir o Um Anel, e sim destruí-lo. Frodo deve então renunciar ao poder porque ele corrompe. Só assim ele será capaz de destruir Sauron.
A relação contrária a adaptações de suas obras[editar | editar código-fonte]

Ao longo de toda a vida, especialmente a partir de 1957, em várias oportunidades, Tolkien foi abordado por empresários e produtores de filmes. Porém, o professor de Oxford sempre se manteve contrário a adaptações de suas obras, até que, por pressão do seu editor e pela necessidade de dinheiro na época, acabou vendendo os direitos autorais de O Hobbit e O Senhor dos Anéis em 1969 para a United Artists.[28]
"Aqui, no fim de todas as coisas..."[editar | editar código-fonte]


Túmulo de J. R. R. Tolkien e sua esposa no Cemitério de Wolvercote. Nele, as inscrições: Edith Mary Tolkien, Lúthien, 1889-1971. - John Ronald Reuel Tolkien, Beren, 1892-1973.

Além de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, foram publicados Sir Gawain and the Green Knight (1925), Mestre Gil de Ham (1949), As Aventuras de Tom Bombadil (1963), Smith of Wootton Major (1967) e Sobre Histórias de Fadas (1965). O escritor então se aposenta e junto de sua mulher se muda para Bournemouth. Com a morte de sua esposa em 19 de novembro de 1971, após 55 anos de casamento, Tolkien refugiou-se na solidão, em um apartamento na Universidade de Oxford. Numa carta ao seu filho Christopher, Tolkien escreveu sobre a sua esposa Edith Bratt, dizendo que "o cabelo dela era preto e sedoso, a pele clara, os olhos mais brilhantes do que os que vocês viram, e sabia cantar... e dançar. Mas a história estragou-se, e eu fiquei para trás, e não posso suplicar perante o inexorável Mandos."[29]

No texto, Tolkien decide que no epitáfio de Edith estaria escrito "Lúthien", nome de uma personagem de O Silmarillion inspirada na esposa de Tolkien, como afirma o trecho da mesma carta: "é breve e simples [o epitáfio], a não ser por Lúthien, que tem para mim mais significado do que uma imensidão de palavras, pois ela era (e sabia que era) a minha Lúthien [...] Nunca chamei Edith de Lúthien, mas foi ela a fonte da história que, a seu tempo, se tornou parte de O Silmarillion."[30]

Lúthien era elfa, imortal, mas se apaixona por um mortal, Beren. Ela então desiste da sua imortalidade. Ambos enfrentam muito para ficar juntos e, quando ele morre, Lúthien vai até os Palácios de Mandos, o guardião das Casas dos Mortos. Beren a aguardava nos Palácios, e ela canta diante de Mandos que, então, se comove, a única vez em toda sua existência, e permite que ambos voltem, como mortais. E assim foi. No túmulo, abaixo do nome Edith Tolkien está escrito Lúthien, que, nas histórias, é a mais bela das elfas, a mais bela dos Filhos de Ilúvatar. A história dos dois está contada na Balada de Leithian.

Em 1972, J. R. R. Tolkien recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Letras da Universidade de Oxford, e conseguiu o seu último e mais importante título: a Ordem do Império Britânico, dada pela rainha Elizabeth 2.ª, uma das maiores honras britânicas.

No dia 28 de agosto de 1973, Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do outro dia foi internado, com uma úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se que tinha uma infecção no peito. Aos 81 anos de idade, então, nas primeiras horas do domingo de 2 de setembro de 1973, J. R. R. Tolkien morre na Inglaterra. Enterrado junto com a esposa, no Cemitério de Wolvercote, no túmulo feito de granito da Cornualha, abaixo do seu nome há a inscrição Beren.

Domingo na usina: Biografias: Roald Dahl:



Roald Dahl (Llandaff, 13 de Setembro de 1916Oxford, 23 de Novembro de 1990) foi um escritor britânico nascido no País de Gales, filho de noruegueses. Atingiu notoriedade na década de 1940 por suas obras para adultos e crianças e tornou-se um dos escritores mais aclamados do mundo. É conhecido principalmente por seus livros infantis, entre os quais figuram A Fantástica Fábrica de Chocolate, Matilda, As Bruxas, O Bom Gigante Amigo e James e o Pêssego Gigante. Várias de suas obras foram adaptadas para o cinema.
Biografia:
Infância:

Roald Dahl nasceu em Llandaff, distrito da cidade de Cardiff, no País de Gales. Filho de pais Noruegueses, Harald Dahl e Sofie Magdalene Hesselberg de Dahl, nasceu em 13 de setembro de 1916. O seu nome, Roald, foi dado em homenagem ao explorador norueguês Roald Amundsen (líder da primeira expedição a chegar ao Polo Sul, considerado herói nacional na Noruega na época).

Em 1920, quando Roald tinha três anos, sua irmã de sete, Astri Dahl, morreu de apendicite. Poucas semanas mais tarde, seu pai Harald também morreu, vítima de uma pneumonia, aos cinquenta e sete anos. Em vez de retornar à Noruega para viver com seus parentes, sua mãe preferiu manter a família na Grã-Bretanha para realizar o desejo de seu marido de que os filhos estudassem em escolas inglesas. Roald cursou a Escola da Catedral de Llandaff.

Aos oito anos, Roald e quatro de seus amigos foram golpeados com um bastão pelo diretor após colocarem um rato morto que encontraram em sua aula no colégio em um pote de doces numa loja local, castigo que a mãe de Roald considerou desmedido, retirando-o assim da escola.

Aos nove anos, Roald Dahl foi enviado para Saint Peter's School, um colégio particular na cidade costeira de Weston-super-Mare, onde permaneceu de 1923 até 1929. A partir dos treze anos, foi educado na Repton School, em Derbyshire, onde foi ajudante de prefeito, se converteu no capitão da equipe escolar de fives e desenvolveu seu interesse na fotografia. Durante seus anos em Repton, a fábrica de chocolates Cadbury enviava ocasionalmente caixas dos seus novos produtos à escola para que fossem provados pelos alunos. Dahl costumava sonhar em inventar uma nova barra de chocolate que seria o assombro do senhor Cadbury, o que o serviu como inspiração para escrever seu segundo livro para crianças, Charlie e a Fábrica de Chocolate.

Ao longo de sua infância e adolescência, passou suas férias de verão na Noruega. Sua infância é o tema de seu livro autobiográfico Boy: Tales of Childhood.
Vida adulta[editar | editar código-fonte]

Depois de terminar o colégio, passou três semanas explorando Terra Nova com um grupo chamado Public Schools' Exploring Society. Em julho de 1934 passou a trabalhar na empresa petrolífera Royal Dutch Shell. Após dois anos de treinamento no Reino Unido, foi transferido para Dar-es-Salaam, Tanganica (atual Tanzânia). Junto com os outros dois únicos empregados da Shell em todo o território, viveu luxuosamente na Shell House, nos arredores de Dar-es-Salaam, com um cozinheiro e ajudantes pessoais. Subministrando combustível em Tanganica, enfrentou formigas e leões, entre outros perigos.

Em novembro de 1939 ingressou na Royal Air Force. Após uma viagem de automóvel de quase 1000 km de Dar-es-Salaam até Nairóbi, foi aceito para o treinamento de voo com outros dezesseis homens, treze dos quais morreriam em combate aéreo mais tarde. Com sete horas e quarenta minutos de experiência em seu De Havilland Tiger Moth, começou a voar sozinho e apreciou a vida silvestre do Quênia durante seus voos. Continuou com o treinamento avançado em Habbaniya (80 km a oeste de Bagdá), Iraque. Após seis meses voando Hawker Harts, foi nomeado oficial e designado ao esquadrão número 80 da RAF, voando obsoletos Gloster Gladiators. Dahl se surpreendeu ao descobrir que não seria treinado em combate aéreo nem em como voar os Gloster Gladiators.

No dia 19 de setembro de 1940, Dahl voaria seu Gladiator de Abu Suweir, Egito, até Amiriya para recarregar combustível, e logo até Fouka, Líbia, para uma segunda carga. Daí voaria até a pista do esquadrão 80, 50 km ao sul de Mersah Matruh. No trecho final, não pôde encontrar a pista e, com pouco combustível e com a noite caindo, viu-se forçado a tentar uma aterrizagem no deserto. Infelizmente, o trem de aterrizagem golpeou uma rocha e o avião caiu. Roald fraturou o crânio, rompeu o nariz e ficou cego. Conseguiu se afastar do avião em chamas e desmaiou. Mais tarde, escreveu sobre seu acidente em seu primeiro trabalho escrito publicado. Numa investigação da RAF sobre o incidente, foi descoberto que o local que lhe foi indicado para voar estava completamente errado; ele tinha sido enviado a uma zona entre as forças britânicas e italianas.

Dahl foi resgatado e levado a um posto de primeiros auxílios em Mersah Matruh, onde recuperou a consciência (embora não a vista), e foi movido por trem para o hospital da Royal Navy em Alexandria. Ali se apaixonou por uma enfermeira, Mary Welland, que foi a primeira pessoa que enxergou ao recuperar a vista, após oito semanas de cegueira. Os doutores disseram que não havia nenhuma possibilidade de que voltasse a voar, mas, em fevereiro de 1941, cinco meses depois de entrar no hospital, recebeu alta e passou para missões de voo. Naquele momento, o esquadrão número 80 se encontrava em Elêusis, perto de Atenas, Grécia, combatendo junto à Força Expedicionária Britânica contra as forças do Eixo, sem esperanças de derrotá-los. Agora em um Hawker Hurricane, em abril de 1941 Dahl atravessou o Mar Mediterrâneo para finalmente unir-se a seu esquadrão na Grécia, seis meses depois de tornar-se membro.

Ali conheceu um cabo cínico que se perguntava quanto tempo sobreviveria o novo avião, acompanhado somente por catorze Hurricanes e quatro Bristol Blenheims em toda a Grécia, contra milhares de aviões inimigos. O líder do esquadrão tão pouco se mostrava entusiasmado por ter só um novo piloto. De todo modo, Roald se tornou amigo de David Coke, que, se não tivesse morrido mais tarde em combate, teria se convertido em Earl de Leicester.

Dahl teve sua primeira ação sobre Chalcis, onde Junker Ju 88s estavam bombardeando barcos. Só com seu Hurricane contra seis bombardeiros, conseguiu derrubar um. Escreveu sobre todos esses incidentes em seu livro autobiográfico Going solo.

Mais tarde prestou serviço na Síria, e logo trabalhou em inteligência. Terminou a guerra como Wing Commander (rank de quarto grau).

Começou a escrever em 1942, quando foi transferido para Washington, DC como Adido Militar Aéreo. Seu primeiro trabalho publicado, que apareceu na edição do Saturday Evening Post do dia 1 de agosto de 1942, foi um conto chamado Shot Down Over Lybia ("abatido na Líbia"), descrevendo seu acidente com o Gloster Gladiator. O título original em inglês era A piece of cake, mas foi mudado para efeito dramático, apesar de o acidente não ter tido nada a ver com a ação inimiga.
Vida pós-guerra[editar | editar código-fonte]


Patricia Neal e Roald Dahl

Dahl se casou com a atriz americana Patricia Neal no dia 2 de julho de 1953 na Trinity Church, em Nova Iorque. Seu casamento durou 30 anos e tiveram cinco filhos: Olivia (que morreu de sarampo e encefalite em 1962, aos sete anos), Tessa, Theo, Ophelia, e Lucy. Ele dedicou The BFG a Olivia após a morte dela, e posteriormente se tornou um defensor da imunização.

Aos quatro meses de idade, Theo Dahl ficou gravemente ferido quando seu carrinho de bebê foi atingido por um táxi em Nova Iorque. Durante um tempo, teve hidrocefalia, e como resultado seu pai se envolveu no desenvolvimento do que ficou conhecido como válvula de "Wade-Dahl-Till" (ou WDT), um dispositivo para aliviar a condição.

Em 1965, Neal teve três aneurismas cerebrais quando grávida da quinta criança do casal, Lucy; Dahl se encarregou de sua reabilitação e ela eventualmente reaprendeu a andar e falar. Eles se divorciaram em 1983 após um casamento turbulento, e ele em seguida casou com Felicity ("Liccy") d'Abreu Crosland (nascida em 12 de dezembro de 1938), 22 anos mais nova.

Ophelia Dahl é diretora e cofundadora (juntamente com o doutor Paul Farmer) de Partners in Health, uma organização sem fins lucrativos. Lucy Dahl é roteirista em Los Angeles. A filha de Tessa, Sophie Dahl (que foi a inspiração para Sophie, a protagonista do livro do avô The BFG) é modelo e escritora.
Morte e legado[editar | editar código-fonte]


Túmulo de Dahl

Roald Dahl morreu em novembro de 1990, aos 74 anos, de uma doença sanguínea rara, Síndrome mielodisplásica, em sua casa, Gipsy House, em Great Missenden, Buckinghamshire, e foi enterrado no cemitério na igreja paroquial de São Pedro e Paulo. Em sua honra, a Roald Dahl Children's Gallery foi aberta num museu em Aylesbury.

Em 2002, uma praça de Cardiff foi rebatizada de "Roald Dahl Plass". "Plass" quer dizer "praça" em norueguês, em referência às raízes norueguesas do escritor. Também há pedidos populares de que se erga uma estátua permanente de Dahl na cidade.

As ações de caridade de Dahl nos campos da neurologia, hematologia e alfabetização foram continuadas pela viúva após a morte do autor, por meio da Roald Dahl Foundation. (Roald Dahl Foundation)

Em 2008, a organização de caridade do Reino Unido Booktrust e o autor premiado Michael Rosen inauguraram o The Roald Dahl Funny Prize, um prêmio anual para autores de ficção humorística infantil. (The Roald Dahl Funny Prize)
Escrita[editar | editar código-fonte]

A pedido de Cecil Scott Forester, Dahl escreveu seu primeiro trabalho publicado, Shot Down Over Lybia, que foi comprado pelo Saturday Evening Post por mil dólares e impulsionou sua carreira de escritor.

Seu primeiro livro para crianças, "Os Gremlins", que se tratava de pequenas criaturas malvadas que faziam parte do folclore da RAF, foi publicado em 1943. O livro foi comissionado por Walt Disney para a produção de um filme, que nunca se realizou. Dahl continuou criando algumas das histórias infantis mais amadas do século XX, tais como A Fantástica Fábrica de Chocolate, Matilda e o Pêssego Gigante.

Paralelamente, teve uma carreira de sucesso como escritor de contos macabros para adultos, que recorrentemente tinham humor negro e finais surpreendentes. Muitos dos contos foram originalmente escritos para revistas dos Estados Unidos, como Ladies Home Journal, Harper's, Playboy e The New Yorker, e o autor em seguida os reuniu em antologias, recebendo aclamação mundial. Dahl escreveu mais de sessenta contos, que apareceram em numerosas coleções, algumas publicadas em forma de livro somente após sua morte.

Um dos seus contos para adultos mais famosos, The Smoker (também conhecido como "Man from the South"), foi filmado como um episódio de Alfred Hitchcock Presents, e também adaptado para o segmento de Quentin Tarantino do filme de 1995 Grande Hotel (Quatro Quartos em Portugal). Sua coleção de contos Tales of the Unexpected foi adaptada para uma série de TV homônima de sucesso.

Por um breve período nos anos 1960, Dahl escreveu roteiros, com relativamente pouco sucesso. Dois deles, o filme de James Bond "Só Se Vive Duas Vezes" (You Only Live Twice) e Chitty Chitty Bang Bang, foram adaptações de romances de Ian Fleming. Dahl também escreveu um esboço de adaptação para seu livro A Fantástica Fábrica de Chocolate, que foi reescrito por David Seltzer e usado no filme de 1971. Dahl mais tarde renegou o filme. O autor mais tarde recebeu crédito póstumo pelas letras das músicas na trilha sonora da versão de Tim Burton em 2005, já que várias das canções que Dahl escrevera para o livro foram usadas com a música de Danny Elfman.
Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em 1983 Dahl escreveu uma resenha de God Cried, de Tony Clifton's, um livro de fotos sobre a invasão israelita do Líbano em 1982 que retratava israelitas matando milhares de habitantes de Beirute, bombeando alvos civis. A resenha de Dahl dizia que aquela invasão foi quando "nós todos começamos a odiar Israel", e que o livro tornaria os leitores "violentamente anti-israelenses", mas subsequentemente insistiu: "Eu não sou antissemita. Sou anti-Israel." Dahl disse a uma repórter em 1983: "Há um traço no caráter judaico que de fato provoca animosidade… Quer dizer, tem sempre uma razão para anti-qualquer coisa aflorar em qualquer lugar; até um fedido como Hitler não implicava com eles simplesmente sem motivo." No entanto Dahl mantinha relações com alguns judeus.

Em anos posteriores, Dahl incluiu um episódio simpático sobre refugiados judeus alemães em seu livro Going Solo, e se declarou oponente da injustiça, não de judeus.
Obras[editar | editar código-fonte]
Literatura infantil[editar | editar código-fonte]The Gremlins (1943)
James e o pêssego gigante - no original James and the Giant Peach (1961) – Filme: James and the Giant Peach (live-action/animated) (1996)
Charlie a fábrica de chocolates - no original Charlie and the Chocolate Factory (1964)[a] – Filmes: Willy Wonka & the Chocolate Factory (1971) e Charlie and the Chocolate Factory (2005)
O dedo mágico - no original The Magic Finger (1 Junho de 1966) - Filme: The Magic Finger (animação)
O fantástico Sr. Raposo - no original Fantastic Mr Fox (9 de Dezembro de 1970) – Filme: Fantastic Mr. Fox (animação) (2009)
Charlie e o grande elevador de vidro - no original Charlie and the Great Glass Elevator (9 de Janeiro de 1972) – Sequela do Charlie and the Chocolate Factory[a]
Danny, o campeão do mundo - no original Danny, the Champion of the World (30 de Outubro de 1975) – Filme: Danny the Champion of the World (filme de TV) (1989)
O enorme crocodilo - no original The Enormous Crocodile (24 Agosto de 1978) - Filme: The Enormous Crocodile (animação)
Os Idiotas - no original The Twits (17 Dezembro de 1980)
O maravilhoso remédio do Jorge - no original George's Marvellous Medicine (21 Maio 1981)
Grande gigante gentil - no original The BFG (14 Outubro de 1982) – Filmes: The BFG (animação) (1989), The BFG (2016)[1]
As bruxas - no original The Witches (27 Outubro 1983) – Filme: The Witches (1990)
A girafa, o pelicano e eu - no original The Giraffe and the Pelly and Me (26 Setembro 1985)
Matilda - no original Mathilda (21 Abril 1988) – Filme: Matilda a espalha brasas (1996)
Agura Trat - no original Esio Trot (19 de Abril de 1989) – Filme: Roald Dahl's Esio Trot (2014)
The Vicar of Nibbleswicke (9 Maio 1990)
The Minpins (8 Agosto 1991)
Poesia infantil[editar | editar código-fonte]Histórias em verso para meninos perversos - no original Revolting Rhymes (10 de Junho de 1982)
Dirty Beasts (25 October 1984)
Rhyme Stew (21 September 1989)
Contos[editar | editar código-fonte]

Mrs.Bixby and The Colonel´s coatOver To You: Ten Stories of Flyers and Flying (1946)
Someone Like You (1953)
Lamb to the Slaughter (1953)
Kiss Kiss (1960)
Twenty-Nine Kisses from Roald Dahl (1969)
A grande artimanha - no original Switch Bitch (1974)
The Wonderful Story of Henry Sugar and Six More (1977)
The Best of Roald Dahl (1978)
Contos do imprevisto - no original Tales of the Unexpected (1979)
More Tales of the Unexpected (1980)
Roald Dahl's Book of Ghost Stories (1983). Edited with an introduction by Dahl.
The Roald Dahl Omnibus (Dorset Press, 1986)
Two Fables (1986). "Princess and the Poacher" and "Princess Mammalia".
Ah, Sweet Mystery of Life: The Country Stories of Roald Dahl (1989)
The Collected Short Stories of Dahl (1991)
The Roald Dahl Treasury (1997)
The Great Automatic Grammatizator (1997). (Known in the US as The Umbrella Man and Other Stories).
Skin And Other Stories (2000)
Roald Dahl: Collected Stories (2006).
fonte de origem:
https://www.blogger.com/blog/post/edit/4546681773764041991/1456962514667644069