quarta-feira, 31 de março de 2021

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Encontro

Este teu olhar que desnuda a minha alma,
perco minha calma, mesmo que tardia,
em saber que finalmente chegou o dia
em que o terno se torna eterno.
Teu sorriso me acende um ser que repousa
sobre a sombra do esperar eterno.
O calor do teu corpo me traz para a vida
que parou um dia, e a felicidade brota em
meu peito feito grama em solo fértil....

Poema na Integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de quinta na Usina; D'Araújo:

 




Debruçar

Adoro tatear teu corpo nu na escuridão
das noites claras mas com a imensa
clareza dos meus desejos
E os ensejos de um prazer sem fim e
debruçar meus sonhos no calor do
teu corpo, no sabor dos teus beijos....

Poema na Integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Face

O sabor dos teus lábios que cresce em
meu ser aperta o meu peito e queima
minha alma feito lavareda.
A tua beleza em uma face oposta ao desejo....

Poema na Integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:

 



Três poemas que me roubaram

Lá pelas tantas menos um quarto eu suspirei num [poema:
"Vontade de escrever Sagesse de Verlaine...
Mas o que eu tenho vontade mesmo
é de haver escrito a Pedra no Meio do Caminho a Balada & Canha, 
a Estrela da Manhã, - ó Musa infiel, não te houvessem possuído antes Carlos, Augusto e Manuel!...

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:

 



Da fatalidade histórica

A bolinha que saiu na loteria
não saiu porque deveria sair precisamente ela mas sim porque 
uma delas teria de sair não podia deixar de sair!
Moral da História:
uma coisa - só por ter acontecido - não quer dizer que seja lá essas coisas...

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:



O velho poeta
Um dia o meu cavalo voltará sozinho E assumindo
Sem saber
A minha própria imagem e semelhança Ele virá ler
Como sempre Neste mesmo café
O nosso jornal de cada dia
inteiramente alheio ao murmurar das gentes...

Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:



127.

"Não me indigno, porque a indignação é para os fortes; não me resigno, porque a resignação é para os nobres; não me calo, porque o silêncio é para os grandes. E eu não sou forte, nem nobre, nem grande. Sofro e sonho. Queixo-me porque sou fraco e, porque sou artista, entretenho-me a tecer musicais as minhas queixas e a arranjar meus sonhos conforme me parece melhor a minha ideia de os achar belos.

Só lamento o não ser criança, para que pudesse crer nos meus sonhos."

"Eu não sou pessimista, sou triste."

Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:


133.

"Para mim, se considero, pestes, tormentas, guerras, 
são produtos da mesma força cega, operando uma vez 
através de micróbios inconscientes, outra vez através de raios 
e águas inconscientes, outra vez através de homens inconscientes."


Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:



138.

"Há uma erudição do conhecimento, que é propriamente o que se chama erudição, e há uma erudição do entendimento, que é o que se chama cultura. Mas há também uma erudição da sensibilidade."
"Condillac começa o seu livro célebre, «Por mais alto que subamos e mais baixo que desçamos, nunca saímos das nossas sensações». Nunca desembarcamos de nós. Nunca chegamos a outrem, senão outrando-nos pela imaginação sensível de nós mesmos. As verdadeiras paisagens são as que nós mesmos criamos, porque assim, sendo deuses delas, as vemos como elas verdadeiramente são, que é como foram criadas. Não é nenhuma das sete partidas do mundo aquela que me interessa e posso verdadeiramente ver; a oitava é a que percorro e é a minha."