domingo, 14 de abril de 2019

Domingo Na Usina: Biografias:Oswaldo Cruz:



(1872-1917) foi médico sanitarista, bacteriologista e epidemiologista brasileiro. Com 19 anos, publicou dois trabalhos sobre microbiologia. Depois de formado trabalhou no Laboratório de bacteriologia da Cadeira de Higiene da Faculdade de Medicina. Foi para Paris e ingressou no Instituto Pasteur. Depois de três anos volta ao Brasil e é encarregado de combater o surto de peste bubônica que assolava o porto de Santos. Foi indicado para Diretor Técnico e depois Diretor geral do Instituto que recebeu o nome de Instituto Oswaldo Cruz. Debelou a peste bubônica, a varíola e a febre amarela que assolavam o país.

Oswaldo Cruz (1872-1917) nasceu em São Luiz de Paraitinga, em São Paulo, no dia 5 de agosto. Filho de Bento Gonçalves Cruz, médico carioca e de Amélia Bulhões da Cruz. Em 1877 mudam-se para o Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Estudou com a mãe e aos cinco anos já lia e escrevia. Ingressou no Externato Dom Pedro II onde fez o preparatório para Medicina. Iniciou a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, mostrou logo grande interesse pelo laboratório e pelo microscópio. Em 1891 publicou dois trabalhos sobre microbiologia. Em 1892 concluiu o curso.

Começou a trabalhar no Laboratório de bacteriologia na Cadeira de Higiene da Faculdade de Medicina. Em 24 de dezembro de 1892 defendeu sua tese de doutorado com o tema "Veiculação Microbiana pelas águas do Rio de Janeiro". Em 1893 casa-se com Emília da Fonseca. O casal teve seis filhos. Vai para Paris, em 1896, trabalhar com Olhier e Vilbert, especialistas em medicina legal. Seu interesse por microbiologia o fez ingressar no Instituto Pasteur sob a direção de Émile Roux, descobridor do soro antidiftérico.

Voltou ao Brasil em 1899, logo foi encarregado de debelar o surto de peste bubônica que assolava o porto de Santos. A Fazenda Manguinhos, no Rio de Janeiro, foi escolhida para instalação do Instituto Soroterápico Nacional. Oswaldo Cruz foi indicado para Diretor Técnico. Em 1900 o Instituto foi inaugurado. Em condições precárias e com uma equipe improvisada o soro logo fica pronto e é enviado para Santos. Em 1902 Oswaldo Cruz assume a direção geral do Instituto.

Nessa época o carioca era vitimado pela peste bubônica, a varíola e a febre amarela. Oswaldo Cruz é indicado para Diretor da Saúde Pública, tomando posse em 26 de março de 1903. Exterminar a febre amarela que rondava os portos e as cidades do litoral, há sessenta anos, foi a primeira medida de Oswaldo Cruz. Era preciso acabar com as águas paradas, local de reprodução do mosquito transmissor da febre. Um contingente de 85 homens foram a campo, mesmo com o descrédito da população, a febre amarela foi debelada em três anos.

A varíola, ao contrário da febre amarela, entrava no país com os imigrantes vindos do exterior. A vacina já era obrigatória em vários países europeus. E maio de 1904, Oswaldo Cruz determinou que os agentes sanitários começassem a vacinar a população. Uma campanha popular contra a vacinação fez surgir vários conflitos com prisões, feridos e mortes. Em 1906 a doença foi considerada extinta, sob a forma epidêmica.

Em 1907 representou o Brasil no Congresso Internacional de Higiene de Berlim. No mesmo ano ingressou na Academia de Medicina do Brasil. Em 1908 o Instituto soroterápico recebe o nome de Instituto Osvaldo Cruz. Em 1909, com a saúde abalada, deixa a direção da Saúde Pública, dedicando-se ao Instituto. Em 1911 em Dresden, na Alemanha, a Exposição Internacional de Higiene confere um diploma de honra ao Instituto Oswaldo Cruz. Em 1912, após participar de um congresso no México, Oswaldo Cruz foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, com a cadeira nº5.


Oswaldo Gonçalves Cruz morre de insuficiência renal, no dia 11 de fevereiro de 1917, em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro.

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Domingo Na Usina: Biografias: Raimundo Correia:



(Raimundo da Mota de Azevedo Correia), magistrado, professor, diplomata e poeta, nasceu em 13 de maio de 1859, a bordo do navio brasileiro São Luís, ancorado na Baía de Mogúncia, MA, e faleceu em Paris, França, em 13 de setembro de 1911.

Foram seus pais o Desembargador José Mota de Azevedo Correia, descendente dos duques de Caminha, e Maria Clara Vieira da Silva. Vindo a família para a Corte, o pequeno Raimundo foi matriculado no Internato do Colégio Nacional, hoje Pedro II, onde concluiu os estudos preparatórios em 1876. No ano seguinte, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali encontrou um grupo de rapazes entre os quais estavam Raul Pompeia, Teófilo Dias, Eduardo Prado, Afonso Celso, Augusto de Lima, Valentim Magalhães, Fontoura Xavier e Silva Jardim, todos destinados a ser grandes figuras das letras, do jornalismo e da política.

Em São Paulo, no tempo de estudante, colaborou em jornais e revistas. Estreou na literatura em 1879, com o volume de poesias Primeiros sonhos. Em 1883, publicou as Sinfonias, onde se encontra um dos mais conhecidos sonetos da língua portuguesa, “As pombas”. Este poema valeu a Raimundo Correia o epíteto de “o Poeta das pombas”, que ele, em vida, tanto detestou. Recém-formado, veio para o Rio de Janeiro, sendo logo nomeado promotor de justiça de São João da Barra e, em fins de 1884, era juiz municipal e de órfãos e ausentes em Vassouras. Em 21 de dezembro daquele ano casou-se com Mariana Sodré, de ilustre família fluminense. Em Vassouras, começou a publicar poesias e páginas de prosa no jornal O Vassourense, do poeta, humanista e músico Lucindo Filho, no qual colaboravam nomes ilustres: Olavo Bilac, Coelho Neto, Alberto de Oliveira, Lúcio de Mendonça, Valentim Magalhães, Luís Murat, e outros. Em começos de 1889, foi nomeado secretário da presidência da Província do Rio de Janeiro, no governo do conselheiro Carlos Afonso de Assis Figueiredo. Após a proclamação da República, foi preso. Sendo notórias as suas convicções republicanas, foi solto, logo a seguir, e nomeado juiz de direito em São Gonçalo de Sapucaí, no sul de Minas.

Em 22 de fevereiro de 1892, foi nomeado diretor da Secretaria de Finanças de Ouro Preto. Na então capital mineira, foi também professor da Faculdade de Direito. No primeiro número da Revista que ali se publicava, apareceu seu trabalho “As antiguidades romanas”. Em 1897, no governo de Prudente de Morais, foi nomeado segundo secretário da Legação do Brasil em Portugal. Ali edita suas Poesias, em quatro edições sucessivas e aumentadas, com prefácio do escritor português D. João da Câmara. Por decreto do governo, suprimiu-se o cargo de segundo-secretário, e o poeta voltou a ser juiz de direito. Em 1899, residindo em Niterói, era diretor e professor no Ginásio Fluminense de Petrópolis.

Em 1900, voltou para o Rio de Janeiro, como juiz de vara cível, cargo em que permaneceu até 1911. Tuberculoso, por motivos de saúde partiu para Paris em busca de tratamento. Ali veio a falecer. Seus restos mortais ficaram em Paris até 1920. Naquele ano, juntamente com os do poeta Guimarães Passos, também falecido na capital francesa, para onde fora igualmente  à procura de saúde, foram transladados para o Brasil, por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, e depositados, em 28 de dezembro de 1920, no cemitério de São Francisco Xavier.


Raimundo Correia ocupa um dos mais altos postos na poesia brasileira. Seu livro de estreia, Primeiros sonhos (1879) insere-se ainda no Romantismo. Já em Sinfonias (1883) nota-se o feitio novo que seria definitivo em sua obra o Parnasianismo. Segundo os cânones dessa escola, que estabelecem uma estética de rigor formal, ele foi um dos mais perfeitos poetas da língua portuguesa, formando com Alberto de Oliveira e Olavo Bilac a famosa Trindade Parnasiana. Além de poesia, deixou obras de crítica, ensaio e crônicas.

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Domingo Na Usina: Biografias: Bernardo Guimarães:



 (1825-1884) foi um romancista e poeta brasileiro. "A Escrava Isaura" foi o seu romance mais popular. Estudou Direito em São Paulo. Foi juiz municipal na cidade de Catalão em Goiás. Foi jornalista, professor de latim, francês, retórica e poética. Estreou como poeta com "Cantos da Solidão", mas foi como romancista que seu nome ganhou destaque. Foi considerado o criador do romance sertanejo e regional, ambientado em Minas Gerais e Goiás. De todos os seus romances "O Seminarista" é considerado sua melhor obra. É patrono da cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras.

Bernardo Guimarães (1825-1884) nasceu no dia 15 de agosto, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Filho de João Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira Guimarães. Estudou no seminário e aos 22 anos ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Foi amigo de Álvares de Azevedo e de Aureliano Lessa. Formou-se em 1852.

Seu primeiro livro publicado foi "Cantos da Solidão", obra poética identificada com sua fama de boêmio e satírico, ainda na faculdade. Logo depois de formado foi para Catalão, em Goiás, onde exerceu o cargo de juiz municipal e lá permaneceu de 1832 até 1854.

Bernardo Guimarães foi morar no Rio de Janeiro em 1858, onde trabalhou como jornalista e crítico literário, no Jornal Atualidades. Em 1861 volta para Catalão, onde reassume o cargo de juiz municipal. Em 1866 é nomeado professor de retórica e poética no Liceu Mineiro de Ouro Preto.

Bernardo Guimarães publica em 1872, seu romance "O Seminarista", onde expõe sua crítica ao celibato religioso. É considerada sua melhor obra. Em 1873 leciona latim e francês na cidade de Queluz em Minas Gerais. É Patrono da cadeira nº5 da Academia Brasileira de Letras e Patrono da cadeira nº15 da Academia Mineira de Letras.

Seu romance mais popular foi "A Escrava Isaura", publicado em 1875, foi reproduzido para a televisão, com grande sucesso e levado para mais de 150 países. O romance conta o amor de Isaura, uma escrava branca, e Álvaro um jovem abolicionista e republicano.

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães faleceu no dia 10 de março de 1884, em Ouro Preto, Minas gerais.

Obras de Bernardo Guimarães
Cantos da Solidão, poesia, 1852
Inspirações da Tarde, poema, 1858
O Ermitão do Muquém, romance, 1858
A Voz do Pajé, drama, 1860
Evocação, poesia, 1865
Poesias Diversas, 1865
A Bais de Botafogo, poesia, 1865
Lendas e Romances, contos, 1871
A Dança dos Ossos, conto, 1871
O Garimpeiro, romance, 1872
O Seminarista, romance, 1872
O Índio Afonso, romance, 1872
A Escrava Isaura, romance, 1875
Novas Poesias, 1876
A Ilha Maldita, romance, 1879
O Pão de Ouro, conto, 1879
Folhas de Outono, poesias, 1883
Rosaura, a Enjeitada, romance, 1883

O Bandido do Rio das Mortes, romance,1905.

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Domingo Na Usina:Biografias: Lima Barreto:

Escritor e Jornalista

Lima Barreto (1881-1922) foi escritor e jornalista brasileiro. Filho de pais pobres e mestiços sofreu esse preconceito em toda sua vida. Logo cedo ficou órfão de mãe. Estudou no Colégio Pedro II e ingressou na Escola Politécnica, no curso de Engenharia. Seu pai enlouquece e é internado, obrigando Lima Barreto a abandonar o curso de Engenharia. Para sustentar a família, empregou-se na Secretaria de Guerra e ao mesmo tempo, escrevia para vários jornais do Rio de Janeiro. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do gosto vigente, recebe severas críticas dos letrados tradicionais. Explora em suas obras, as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadas da República. Com seu espírito inquieto e rebelde, Lima Barreto entrega-se ao álcool.
Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de maio. Filho de Joaquim Henriques de Lima Barreto e Amália Augusta, ambos mestiços e pobres. Sofreu preconceito a vida toda. Seu pai era tipógrafo e sua mãe professora primária. Logo cedo ficou órfão de mãe.
Lima Barreto estudou no Liceu Popular Niteroiense e concluiu o curso secundário no Colégio Pedro II, local onde estudava a elite litrária da época. Sempre com a ajuda de seu padrinho, o Visconde de Ouro Preto, ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde iniciou o curso de Engenharia. Em 1904 foi obrigado a abandonar o curso, pois, seu pai havia enlouquecido e o sustento dos três irmão agora era responsabilidade dele.
Em 1904 consegue emprego de escrevente copista na Secretaria de Guerra, ao mesmo tempo que colabora com quase todos os jornais do Rio de Janeiro. Ainda estudante já colaborava para a Revista da Época e para a Quinzena Alegre. Em 1905 passa a escrever no Correio da Manhã, jornal de grande prestígio.
Em 1909 Lima Barreto publica o romance "Recordações do Escrivão Isaías Caminha". O texto acompanha a trajetória de um jovem mulato, que vindo do interior sofre sérios preconceitos raciais. Em 1915 escreve "Triste Fim de Policarpo Quaresma", e em 1919 escreve "Vida e Morte de M.J.Gonzaga de Sá". Esses três romances apresentam nítidos traços autobiográficos.
Com uma linguagem descuidada, suas obras são impregnadas da justa preocupação com os fatos históricos e com os costumes sociais. Lima Barreto torna-se uma espécie de cronista e um caricaturista se vingando da hostilidade dos escritores e do público burguês. Poucos aceitam aqueles contos e romances que revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização.
A obra prima de Lima Barreto, não perturbada pela caricatura, foi "Triste Fim de Policarpo Quaresma". Nela o autor conta o drama de um velho aposentado, O Policarpo, em sua luta pela salvação do Brasil.
Afonso Henriques Lima Barreto com seu espírito inquieto e rebelde, seu inconformismo com a mediocridade reinante, se entrega ao álcool. Suas constantes depressões o levam duas vezes para o hospital. Em 01 de novembro de 1922 morre de um ataque cardíaco.
Obras de Lima Barreto

Recordações do Escrivão Isaías Caminha, romance, 1909
Aventuras do Dr. Bogoloff, humor, 1912
Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance, 1915
Numa e Ninfa, romance, 1915
Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, romance, 1919
Os Bruzundangas, sátira política e literária, 1923
Clara dos Anjos, romance, 1948
Coisas do Reino do Jambon, sátira política e literária, 1956
Feiras e Mafuás, crônica, 1956
Bagatelas, crônica, 1956
Marginália, crônica sobre folclore urbano, 1956
Vida Urbana, crônica sobre folclore urbano, 1956

Domingo Na Usina:Biografias:Fernando Pessoa:



Fernando Pessoa:

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”
Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal. 
Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa. 
Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterônimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. 
Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico hoje é dia é contestado por diversos médicos.
Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: 
 Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos heterônimos.
Buscava o objetivismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura. 
Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apoia-se na mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil. 
Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica.