domingo, 12 de abril de 2020

Domingo Na usina: Biografias: Urbano Duarte:

Urbano Duarte (Urbano Duarte de Oliveira), jornalista, cronista, humorista e teatrólogo, nasceu em Lençóis, BA, em 31 de dezembro de 1855, e faleceu no Rio de Janeiro em 10 de fevereiro de 1902. Convidado para a última sessão preparatória da Academia Brasileira de Letras, em 28 de janeiro de 1897, é o fundador da cadeira nº 12, que tem como patrono França Júnior.
Veio para o Rio de Janeiro, onde assentou praça em 21 de março de 1874. Completou o curso de artilharia na Escola Militar, chegando ao posto de major em 1893. Foi preparador do gabinete de química da Escola Superior de Guerra. Cultivou desde cedo as letras e a vida literária, participando do grupo boêmio de Olavo Bilac. Durante mais de vinte anos colaborou em órgãos da imprensa: Gazeta LiteráriaO PaísRevista Musical e de Belas Artes (semanário fluminense), Correio do Povo (com Alcindo Guanabara, Artur Azevedo e Alfredo Madureira), Gazetinha e Jornal do Comércio, onde mantinha a seção “Sem rumo”. Como fundador da cadeira nº 12, vinculou desde o início a Academia Brasileira de Letras ao Jornal do Comércio, que passou a noticiar os eventos importantes da instituição e a publicar todos os discursos proferidos em suas sessões solenes.
Urbano Duarte é o autor da célebre frase “Romancista ao Norte!”, título do artigo com que saudou o romance O mulato, de Aluísio Azevedo, frase cuja autoria foi depois atribuída a Alceu Amoroso Lima anunciando a publicação de A bagaceira, de José Américo de Almeida. Destacou-se como um dos maiores cronistas humorísticos na imprensa do Rio de Janeiro e também no teatro.
A maior parte de seus artigos publicados em revistas e jornais não foram reunidos em livros.
Fonte de origem:

Domigo Na Usina: Biografias: França Júnior:


França Júnior (Joaquim José da França Júnior), jornalista e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de março de 1838, e faleceu em Poços de Caldas, MG, em 27 de setembro de 1890. É o patrono da cadeira n. 12, por escolha do fundador Urbano Duarte.
Filho de Joaquim José da França e de Mariana Inácia Vitovi Garção da França. Bacharel em Letras pelo Colégio Pedro II e em Direito pela Faculdade de São Paulo (1862), começou a carreira de dramaturgo em 1861 com duas "comédias de costumes acadêmicos", A república modelo e Meia hora de cinismo, sobre as relações entre um calouro e um grupo de estudantes veteranos. Revelou-se um continuador de Martins Pena. Em 1862, estreou no Ginásio Dramático (RJ) Tipos da atualidade, comédia mais conhecida como O Barão de Cutia, graças à extrema popularidade do personagem do mesmo nome, um fazendeiro rico que uma viúva interesseira deseja ardentemente ter por genro. Dando à peça o título Tipos da atualidade, o comediógrafo faz da mediocridade e do interesse as molas-mestras das relações interpessoais na sociedade fluminense de então. Utilizando-se de enredos aparentemente anedóticos, França Júnior fez de suas comédias pequenas caricaturas de aspectos variados do cotidiano e da família fluminense. Outro alvo de suas comédias é o “estrangeiro”, sobretudo o “inglês”, e os privilégios que obtém do governo brasileiro, como em O tipo brasileiro e Caiu o ministério, comédias representadas em 1882. Importante como painel crítico do Rio de Janeiro no fim do século XIX, a obra de França Júnior reforça a tradição cômica do teatro brasileiro e se caracteriza pela agilidade das falas curtas, das peças em um ato, com linguagem coloquial, jogo cênico rápido, ambiguidades e grande noção de ritmo teatral.
Além de comediógrafo, França Júnior foi promotor público e curador da Vara de Órfãos no Rio de Janeiro, secretário do Governo da Província da Bahia e, como jornalista, autor de folhetins bastante populares à época, publicados em O PaísO Globo Ilustrado e Correio Mercantil (reunidos em Folhetins, em 1878, com prefácio e coordenação de Alfredo Mariano de Oliveira).
Fonte de origem:

Domingo Na Usina: Biografias: Angela Ruiz Robles:


Angela Ruiz Robles (28 de março de 1895 Villamanín , Leon - 27 de outubro de 1975, Ferrol , Corunha ) foi professora, escritora, pioneira e inventora do precursor mecânico do livro eletrônico . Em 1949, Ruiz recebeu a patente espanhola 190.698 pela "Enciclopédia Mecânica" (em espanhol: la Enciclopedia Mecánica).
 Ruiz Robles queria aliviar o peso dos livros carregados por seus alunos, então inventou um dispositivo que consistia em uma série de textos e ilustrações em bobinas, tudo embaixo de uma folha de lupa com luz para leitura no escuro, e deveria incorporar descrições faladas de cada tópico. Seu dispositivo nunca foi colocado em produção, mas um protótipo é mantido no Museu Nacional de Ciência e Tecnologia da Corunha.
Enciclopédia mecânica
A seguir está uma descrição traduzida do dispositivo: 'Quando aberto, consiste em duas partes. À esquerda, há uma série de alfabetos automáticos, em qualquer idioma: uma leve pressão em um botão exibe as letras necessárias, criando palavras, frases, uma lição ou um tópico e todo tipo de escrita. Na parte superior direita dos alfabetos, há uma bobina com todos os tipos de desenhos de linha e, à esquerda, outra bobina com desenhos ornamentais e de figuras. Na parte inferior dos alfabetos, há uma folha de plástico para escrever, editar ou desenhar. No interior, há uma caixa onde os objetos podem ser armazenados. Os assuntos são armazenados na parte direita, passando por baixo de uma folha transparente e inquebrável; estes podem ser ampliados e os livros podem ser iluminados para que ainda possam ser lidos se não houver luz. Os lados direito e esquerdo da seção pela qual os materiais passam contêm duas bobinas nas quais os livros que o usuário deseja ler em qualquer idioma são colocados; movê-los permite que todos os tópicos passem, parando como e quando o usuário desejar ou sejam coletados. As bobinas são automáticas e podem ser movidas da caixa e expandidas, para que todo o assunto permaneça visível. O dispositivo pode ser colocado sobre uma mesa (como um livro comum) ou perpendicular a ele, o que é útil para o usuário, pois elimina uma grande quantidade de esforço físico e mental. Todos os componentes são substituíveis. Quando fechado, é do mesmo tamanho de um livro comum e fácil de manusear. Para autores e editores, reduz significativamente os custos de produção, pois não requer cola nem encadernação, e pode ser impresso em uma única impressão.

Fonte de origem:
https://en.wikipedia.org/wiki/%C3%81ngela_Ruiz_Robles

Domingo Na Usina: Biografias: Álvares de Azevedo:




Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor e contista, da Segunda Geração Romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É conhecido como "o poeta da dúvida".
Faz parte dos poetas que deixaram em segundo plano, os temas nacionalistas e indianistas, usados na Primeira Geração Romântica, e mergulharam fundo em seu mundo interior. É Patrono da cadeira n.º 2, da Academia Brasileira de Letras. Infância e Juventude
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo no dia 12 de setembro de 1831. Filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e Dona Luísa Azevedo. Aos dois anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro.
Em 1836 morre seu irmão mais novo, fato que o deixou bastante abalado. Foi aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll, onde era constantemente elogiado. Em 1845 ingressou no Colégio Pedro II.
Em 1848, Álvares de Azevedo voltou para São Paulo e iniciou o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, onde passou a conviver com vários escritores românticos.
Nessa época fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano, traduziu a obra Parisina, de Byron e o quinto ato de Otelo, de Shakespeare, entre outros trabalhos.
Álvares de Azevedo vivia em meio aos livros da faculdade e se dedicava a escrever suas poesias. Toda sua obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade. O sentimento de solidão e tristeza, refletidos em seus poemas, era de fato a saudade da família, que ficara no Rio de Janeiro.
Morte
Em 1852, Álvares de Azevedo adoece e abandona a faculdade, um ano antes de completar o curso de Direito. Vitimado por uma tuberculose e sofrendo com um tumor, Álvares de Azevedo é operado, mas não resiste.
Álvares de Azevedo faleceu no dia 25 de abril de 1852, com apenas 20 anos de idade. Sua poesia Se Eu Morresse Amanhã!, escrita alguns dias antes de sua morte, foi lida, no dia de seu enterro, pelo escritor Joaquim Manuel de Macedo:
O Ultra Romantismo
Álvares de Azevedo é o nome mais importante do "Ultra Romantismo", também conhecido como a "Segunda Geração Romântica", quando os poetas deixaram em segundo plano os temas nacionalistas e indianistas e mergulharam no seu mundo interior.
Seus poemas falam constantemente do tédio da vida, das frustrações amorosas e do sentimento de morte. A figura da mulher aparece em seus versos, ora como um anjo, ora como um ser fatal, mas sempre inacessível.
Álvares de Azevedo deixa transparecer em seus textos, a marca de uma adolescência conflitante e dilacerada, representando a experiência mais dramática do Romantismo brasileiro.
Em alguns poemas, Álvares de Azevedo surpreende o leitor, pois além de poeta triste e sofredor, mostra-se irônico e com um grande senso de humor, que ri da própria poesia romântica. Álvaro de Azevedo não teve nenhuma obra publicada em vida. O livro Lira dos Vinte Anos foi a única obra preparada pelo poeta.

Livros de Álvares de Azevedo
Macário, obra dramática, (1850)
Lira dos Vinte Anos, poesia (1853)
A Noite na Taverna, prosa (1855)
O Conde Lopo, poesia (1866)
Poesias de Álvares de Azevedo
A Lagartixa
Adeus, Meus Sonhos
Ai, Jesus!
Amor
Anjinho
Anjos do Céu
Anjos do Mar
Canção da Sexta (LXI)
Cantiga
Canto Primeiro
Canto Segundo
Cismar
Desalento
Desânimo
Dinheiro
E Ela! E Ela! E Ela! E Ela!
Fragmentos de um Canto em Cordas de Bronze
Ideias Íntimas
Lágrimas da Vida
Lágrimas de Sangue
Luar de Verão
Malva Maçã
Meu Amigo
Meu Desejo
Meu Sonho
Na Minha Terra
No Mar
O Lenço Dela
O Poeta Maribundo
Oh! Páginas da Vida Que eu Amava
Pálida Inocência
Perdoa-me, Visão dos Meus Amores
Saudades
Se Eu Morresse Amanhã
Solidão
Sonhando
Tarde de Outono
Trindade
Último Soneto
Um Cadáver de Poeta
Vagabundo
Fonte de origem:
https://www.ebiografia.com/alvares_azevedo/

Domingo Na Usina:Biografia:Josefina Álvares de Azevedo:


Josefina Álvares de Azevedo (Recife, 5 de maio de 1851 — Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1913) foi uma jornalista, escritora e precursora do feminismo no Brasil.
O Dicionário Bibliográfico Brasileiro de Augusto Blake informa que Josefina teria nascido em Itaboraí, e que seria irmã por parte de pai de Álvares de Azevedo. Ela mesma, porém, dizia ser prima do escritor e natural do Recife, onde viveu até os vinte e seis anos de idade. Em 1877, mudou-se para São Paulo, onde fundou em 1888 o jornal A Família. No ano seguinte transferiu o jornal para o Rio de Janeiro, e manteve a sua publicação até 1897, quando teve que interrompê-lo, retomando-o logo em seguida, em 1898.
Defendia a educação da mulher como ferramenta essencial para a sua emancipação. Procurou estender a circulação do seu jornal por todo o país, viajando para isso às regiões Norte e Nordeste. Promoveu o sufrágio feminino, a partir do artigo O Direito ao Voto, de 1890. Escreveu no mesmo ano a comédia O Voto Feminino, encenada no Teatro Recreio Dramático.
Ainda em 1890, reuniu uma série de textos que havia publicado no jornal, inclusive poesias, e editou-os na coletânea Retalhos.
Família :Josefina Alvares de Azevedo foi irmã de Maria Amelia de Azevedo Costa e mãe de Alfredo Alvares de Azevedo e de Moacyr Alvares de Azevedo.
Jornal A Família : Josefina Alvares de Azevedo se mudou de Recife para São Paulo em 1877 e criou o jornal A Família. O periódico tinha como primeiro objetivo tratar sobre a educação para as mulheres, porém, com a transição política vivida pelo Brasil, o principal objetivo se tornou reivindicar os direitos das mulheres e fazer com que as mesmas tivessem suas vozes representadas nas questões políticas, podendo votar, por exemplo.[4] Depois de seis meses em São Paulo, o jornal começou a ser publicado no Rio de Janeiro, visto que Josefina se mudou para lá. De acordo com Karine da Rocha, Coordenadora do Núcleo de Pesquisa Mulher, Literatura e Sociedade (UFPE), essa mudança ocorreu com o intuito de uma maior aceitação do periódico pela proximidade com a Corte.
O jornal circula ininterruptamente até o ano de 1897, sempre querendo dar voz às mulheres em assuntos como educação e política. Depois de um ano, em 1898, volta a circular, o que pode se concluir pela nota de agradecimento da revista A Mensageira.
Na primeira edição de A Família, Josefina diz que a imprensa pode servir como uma válvula que pode despertar a consciência do indivíduo. Com isso, por meio do jornal, ela tinha a intenção de mostrar que não havia motivos para a diferenciação que existia na época entre o homem e a mulher, sendo o sexo feminino considerado inferior quando comparado ao masculino.
"A consciência universal dorme sobre uma grande iniqüidade secular - a escravidão da mulher. Até hoje tem os homens mantido o falso e funesto principio de nossa inferioridade. Mas nós não somos a elles inferiores porque somos suas semelhantes, embora de sexo diverso." (A Família, Nessa mesma edição, ainda é possível ver a insatisfação, tanto de Josefina quanto de outras jornalistas do periódico, com relação à divisão que existia na época. De acordo com ela, os dois princípios que existiam eram força e ordem, onde delega aos homens o primeiro e às mulheres o segundo. Dessa forma, o sexo feminino deveria ser também responsável pela coordenação da sociedade, já que elas, ao contrário dos homens, eram capacitadas a coordenar os lares. "Em tudo devemos competir com os homens – no governo da família, como na direção do estado. (...) As sociedades assentam suas bases sobre dois princípios cardeais: o princípio da força e o princípio da ordem. O princípio da força é o homem, o da ordem é a mulher. (...) O homem é a negação da ordem (...). E em abono desta opinião eu vos trarei um exemplo muito vulgar – o governo de uma casa. (...) ele não é capaz de governar uma casa, que se compõe de algumas pessoas. (A Família, ano I, nº1)
Com a proclamação da República, em novembro de 1889, o discurso a respeito do direito ao voto das mulheres se tornou ainda mais forte, visto que esperava-se uma igualdade maior nesse novo modelo político.[9] Entretanto, os direitos femininos, nesse aspecto, não mudaram, fazendo com que na edição 7 de dezembro de 1889 Josefina critique duramente esse fato, falando em injustiça e reiterando que o único aspecto a ser levado em conta deveria ser o de capacidade intelectual."
"O fundamento universal de todos os que opinam contra a nossa emancipação é esse — que a mulher não tem capacidade política. Porque? perguntamos nós, e a essa pergunta não nos dão resposta cabal. Em geral, os casos de incapacidade politica são estes — menoridade, demência, inhabilitações, restriccão de liberdade por pena cominada, etc. etc. A esses addusem os legisladores a «diferença de sexo». Mas em que essa diferença pode constituir razão de incapacidade eleitoral? A mulher educada, instruída, em perfeito uso de suas faculdades mentaes, exercendo com critério as suas funcções na sociedade, é uma personalidade equilibrada, apta para discernir e competente para escolher entre duas idéas aquella que melhor convém. Não pude por conseguinte estar em pé de igualdade com os dementes, com os menores, com os imbecis. Assim sendo, é absurdo o principio de sua incapacidade electiva." (A FAMÍLIA, 21/12/1889)
Em determinado momento, o jornal, que começou com o objetivo de tratar da educação para as mulheres visando sua emancipação, passou a focar muito na questão de política, estando muitos dos artigos sob o título O direito ao voto, explicando que, sem essa reivindicação do direito ao voto, a igualdade prometida pelo novo regime vigente no país seria apenas uma utopia.
O voto feminino
Em 1890, Josefina Alvares de Azevedo cria a peça teatral O voto feminino, que, antes de acontecer, foi divulgada em algumas edições do jornal A Família. A intenção da comédia, assim como a do periódico, era dar voz às mulheres no cenário político brasileiro, principalmente na questão do direito ao voto. A peça ficou em cartaz no Teatro Recreio Dramático, na época, um dos mais populares do Rio de Janeiro.
(...) através da qual se revela a intenção da autora de não apenas desmascarar o ridículo e a fragilidade da ideia de que “a mulher foi feita para os arranjos de casa e nada mais”, mas também e, principalmente, de reformar a sociedade, educando-a para os avanços de um novo tempo de liberdade e igualdade então inaugurado pelo regime republicano. (Cena 2, Cf. SOUTO-MAIOR, 2001:94) A peça se passava na casa de um casal que recebe a filho e o genro para um jantar. Além deles, há outro casal (a empregada e seu marido) e um homem solteiro. Eles esperam o "resultado de uma consulta submetida a determinado Ministro a respeito da decretação da lei do voto feminino.” [14] Abaixo, é possível ver um trecho do debate que ocorre em uma das cenas: DOUTOR: Mas senhores, sejamos todos cordatos. O direito de voto às mulheres é de toda justiça! ANASTACIO: Não é só o direito de voto que elas querem, é o direito de votar e serem votadas. É o reinado de saias. DOUTOR: Não há tal! Seria antes o reinado das competências. D’ ora em diante não veremos na sociedade a impostura de serem as mulheres que façam as cousas e sejam os homens que se recebam as honras... como por ai se dá [...] DOUTOR: Se uma mulher tem aptidões para adquirir títulos científicos, por que não há de ter para os cargos públicos? INÊS: Apoiado; e aqui está Esmeralda para prova. DOUTOR: Se pode exercer cargos públicos, por que não há de poder desempenhar o mandato? ANASTÁCIO: Mas nesse caso, teremos que ser governados por elas. RAFAEL: Virão ocupar os nossos lugares. DOUTOR: Quando provarem competência para eles, por que não? (A Família, 06/11/1890) Apesar de ser saudada pela imprensa antes mesmo de estrear, a peça foi encenada apenas uma vez no teatro. Depois disso, reapareceu outras duas vezes: nos rodapés do jornal A Família e também em forma de livro.[15] Valéria Souto-Maior afirma que Josefina:
(...) superestimou o poder do teatro como arma política e reformadora de efeitos imediatos: sua intenção de sensibilizar os congressistas que aprovaram a Constituição de 1891 – explicitada difusamente tanto no desfecho da peça, quanto nos artigos publicados em seu jornal, como também nas suas atitudes nitidamente panfletárias, como por exemplo, de publicar a peça em diferentes ocasiões estratégicas – foi nitidamente frustrada, pois como se sabe o sufrágio feminino só foi aprovado em nosso país quase meio século depois disso. (SOUTO-MAIOR, 2001:139-140) Além disso, Valéria afirma que a peça era uma mistura de comédia, escola realista francesa e teatro musicado.
Escreveu então uma espécie de comédia “ligeira”, na qual intercalou três pequenos números de canto – dois duetos e um ensemble final. Preferindo, entretanto, o rótulo mais abrangente de comédia para definir o gênero do seu texto teatral, Josefina de Azevedo, na verdade, escolheu como base do mesmo uma forma teatral que, além de ser mais adequada ao seu estilo agressivo de atuação, era uma das que mais se destacavam na preferência do público amante do referido gênero, também conhecido como ligeiro ou alegre. (SOUTOMAIOR: 2001, 91) Poesias
Em A Família, além dos discursos sobre a participação da mulher na política, também encontram-se algumas poesias e contos. Alguns poemas encontrados falam sobre feminismo e outros sobre fé e religião.
Fonte de origem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Josefina_%C3%81lvares_de_Azevedo