quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:




— poema — 
estava te matando mesmo assim
te disse sabendo
que assim fazendo você estava durando foi duro
mesmo assim te trouxe mesmo assim te fiz
mesmo sabendo que ias fugaz
ser infeliz sempre infeliz mesmo assim te quis
mesmo sabendo
que ia te querer ficar querendo e pedir bis

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:



entre a dívida externa 
e a dúvida interna 
meu coração comercial
alterna.

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:



pompa há tanto conquista cautela tão 
mal calculada pausa na pauta
quem sabe em pio pousada me passa 
este meio-dia atravessa este meio-fio aplaca em luz
a causa desta madrugada atiça-me a calma
em cólera e guerra floresça toda esta falta 
minha alma tanta valsa chama saudade tanto 
A tanto B tanto Z tanto mim me pareça você

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:



Data e dedicatória

Teus poemas, não os dates nunca... Um poema Não pertence ao Tempo... 
Em seu país estranho, Se existe hora, é sempre a hora extrema
Quando o Anjo Azrael nos estende ao sedento Lábio o cálice inextinguível... 
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema Que fizeste em menino,
É o mesmo que, Depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente, A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez nem tenha ainda nascido, Dedica, pois, teus poemas.
Não os dates, porém:
As almas não entendem disso...

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:



Meu bonde passa pelo Mercado
Mas o que há de bom mesmo não está à venda 
O que há de bom não custa nada.
Este momento de euforia é a flor da eternidade.
E essa minha alegria inclui também minha tristeza
- a nossa tristeza...
Tu não sabias, meu companheiro de viagem? 
Todos os bondes vão para o infinito!

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:



O peregrino
Eu já, eu já andei por Babilônia,
Onde, como sabeis, vivem os demônios de chifres [doirados,
De belos lábios vermelhos,
Cujas palavras embriagam como o vinho... 
Depois segui, indiferente, o meu caminho, 
Pensando em como o Diabo subestima a gente!
Meu Deus, como são fúteis as promessas do Diabo! 
Para mim que, de todas as minhas andanças,
[nada aqui vos trago,
É muito mais honroso o silêncio de Deus.

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:




Socialismo

Socialismo não é tirar de um para servir
a outro.
Socialismo é o direito de acesso à todos ao
mesmo grau de intelectualidade e bens de
consumo.

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Poesia de Quinta na Usina; D'Araújo:



Inútil

Nada além dos fatos ao meu redor, para que
eu possa constatar, a fútil e inútil burrice
humana.


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Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:


Amanhecer Nordestino
 
Com as eternas cicatrizes do ontem,
e as incertezas do amanhã, 
vamos construindo trilhas de sonhos de um hoje.
A ferro e fogo.

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