quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:



Data e dedicatória

Teus poemas, não os dates nunca... Um poema Não pertence ao Tempo... 
Em seu país estranho, Se existe hora, é sempre a hora extrema
Quando o Anjo Azrael nos estende ao sedento Lábio o cálice inextinguível... 
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema Que fizeste em menino,
É o mesmo que, Depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente, A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez nem tenha ainda nascido, Dedica, pois, teus poemas.
Não os dates, porém:
As almas não entendem disso...

Nenhum comentário:

Postar um comentário