(Evaristo Ferreira da Veiga e Barros), poeta, jornalista, político e
livreiro, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de outubro de 1799, e faleceu na
mesma cidade, em 12 de maio de 1837. É o patrono da cadeira n. 10, por escolha
do fundador Rui Barbosa.
Era
filho do professor primário português, depois livreiro, Francisco Luís
Saturnino da Veiga, e de sua mulher Francisca Xavier de Barros, brasileira. Fez
estudos com o pai e, a partir de 1811, cursou as diversas aulas régias da
Capital, até 1818, trabalhando a seguir como caixeiro do pai. Em 1823
estabeleceu livraria própria, e dela viveu confortavelmente até a morte.
A
grande vocação política absorveu-o a partir de 1827, desde o seu ingresso no
recém-fundado jornal Aurora Fluminense, de que logo se tornou proprietário,
escrevendo quase todos os artigos. Fundador da Sociedade Defensora da Liberdade
e Independência Nacional, empenhado na defesa das liberdades constitucionais
como condição de existência da jovem pátria, criou um estilo e uma conduta de
moderação combativa, conciliando o apego à ordem e ao decoro com as
reivindicações liberais. Em 1830 foi eleito deputado por Minas, e sempre
reeleito até morrer. Protagonista destacado do Sete de Abril, tornou-se um dos
pilares da situação durante as Regências, conduzindo a opinião liberal,
orientando-a entre os extremos, contribuindo decisivamente para a defesa das
instituições públicas, além de trabalhar para o desenvolvimento intelectual e
artístico, aplaudindo e animando os jovens escritores. Saudou com entusiasmo os
rapazes que realizaram a revista Niterói, custeando em parte os estudos de dois
deles na Europa: Araújo Porto-Alegre e Torres Homem. Em 1832 deu o apoio do seu
jornal às Poesias de Gonçalves Magalhães.
Deputado
por Minas Gerais na legislatura de 1830-37, foi o artífice máximo da eleição de
Feijó em 1835; separou-se logo, porém, dele e de outros companheiros de luta
liberal. Desgostoso com a orientação autoritária do Regente, com a inclinação
direitista de velhos correligionários como Bernardo Pereira de Vasconcelos e
Honório Hermeto, fechou o jornal naquele ano e partiu para uma longa estada em
Minas.
Foi
membro do Instituto Histórico de França e da Arcádia de Roma. É o autor da
letra do hino da Independência, musicado por D. Pedro I.
Nos
números da Aurora Fluminense a sua produção é de artigos e notas, ligados a
acontecimentos da época, que comenta e frequentemente analisa à luz dos seus
princípios. No n. 32, por exemplo, ataca os falsos constitucionais, que aceitam
teoricamente os princípios liberais, mas acham meios de combatê-los na prática,
alegando inoportunidade e perigo das inovações, por falta de madureza do povo.
E num artigo do n. 42 completa o quadro, mostrando que a boa organização
política marcha lentamente, e só poderá realizar-se se os cidadãos se
compenetrarem de que não há uma casta investida da atividade política; mas que
esta se deve processar pela participação de todos, através do “poder invisível
da opinião”, capaz de estabelecer o verdadeiro regime constitucional no Brasil.
Traduziu grande parte da História do Brasil de Armitage. As suas poesias,
versos de circunstância, sem maior valor literário, só foram publicadas em
1915, nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. XXXII.
fonte de origem: