Nestes
tempos tão sofridos
Em que
buscamos a paz
Ver os
campos tão floridos
Escutar
ao longe os balidos
Só o
Alentejo nos traz
Os
silêncios permanentes
Os céus
de azul vestidos
Os
fascinantes poentes
Noites
de estrelas cadentes
Deixam-nos
embevecidos
As
serenas madrugadas
Envoltas
em esparsas névoas
Mil
fragrâncias espalhadas
São
sensações desfrutadas
Ao
longo de muitas léguas
A
pacatez dessa gente
Que bem
sabe receber
Seu modo
de ser diferente
Nem o
desprezo frequente
Foi
capaz de reverter
Seus
campos violentados
As
gentes abandonadas
Terrenos
férteis aramados
Por
agrários abastados
Transformados
em coutadas
Esse
povo abençoado
A
ninguém virou a cara
Nesse
chão tão maltratado
Mas por
ora tão louvado
Pela
placidez tão rara
São
alvo suas valências
Da gula
d’alguns senhores
Que
esqueceram as pendências
Ao
manter as influências
A troco
d’alguns favores´
O povo
Alentejano
Já se
não deixa enredar
Por um
qualquer leviano
Que
engendra ‘detrás do pano’
A forma
de o enganar!
‘’Alentejano
e Poeta’’
Augusto
Molarinho de Andrade
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21 de
Junho de 2020