quarta-feira, 29 de julho de 2020

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo: Nada encantador:


O meu cérebro tem azia.

Minha alma tem refluxo.

E meu viver alegrias.

Ai eu transformo dores em poesia.


Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo: Inferno:


Inferno não é viver na companhia da tirania

Da dor da solidão.

Inferno é viver com a silenciosa e fulminante

Insatisfação de uma companhia indesejada.


Poesia de quinta na Usina: William Shakespeare:SONETO LXX:


Se te censuram, não é teu defeito,

Porque a injúria os mais belos pretende;

Da graça o ornamento é vão, suspeito,

Corvo a sujar o céu que mais esplende.

Enquanto fores bom, a injúria prova

Que tens valor, que o tempo te venera,

Pois o Verme na flor gozo renova,

E em ti irrompe a mais pura primavera.

Da infância os maus tempos pular soubeste,

Vencendo o assalto ou do assalto distante;

Mas não penses achar vantagem neste

Fado, que a inveja alarga, é incessante.

Se a ti nada demanda de suspeita,

És reino a que o coração se sujeita.

William Shakespeare


Poesia de Quinta Na Usina:William Shakespeare: Soneto 30:


Quando à corte silente do pensar Eu...

A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.

A saudade serve para me dar

a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...

 

E nesse momento de saudade,

quando penso em você,

quando tudo está machucando o meu coração

e acho que não tenho mais forças para continuar;

eis que surge tua doce presença,

com o esplendor de um anjo;

e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...


Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: Soneto 003:


 

Busque Amor novas artes, novo engenho, para matar me, e novas esquivanças; que não pode tirar me as esperanças, que mal me tirará o que eu não tenho.

 

Olhai de que esperanças me mantenho!

                                        Vede que perigosas seguranças!

Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho.

 

Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê.

 

Que dias há que n'alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.


Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: Soneto 096:

 

Bem sei, Amor, que é certo o que receio; mas tu, porque com isso mais te apuras, de manhoso mo negas, e mo juras

                                         no teu dourado arco; e eu to creio.

 

A mão tenho metida no teu seio,  e não vejo meus danos às escuras; e tu contudo tanto me asseguras,

que me digo que minto, e que me enleio.

 

Não somente consinto neste engano, mas inda to agradeço, e a mim me nego tudo o que vejo e sinto de meu dano.

 

Oh! poderoso mal a que me entrego! Que, no meio do justo desengano, me possa inda cegar um Moço cego!


Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Andrėa Tabatini: Meus Desejos & Tentações:

Ele faz meus olhos brilharem...

Meu coração disparar...

Minha pele arrepiar...

Minha boca desejar...

Meu corpo tremer...

Me desmonta inteira...

Me prende em seus braços...

Me perco en seus abraços...

Dono dos meus desejos...

Senhor das minhas vontades...

Paixào que não tem fim..

Amor para vida inteita...

Andrėa Tabatini

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