quarta-feira, 29 de julho de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: Soneto 003:


 

Busque Amor novas artes, novo engenho, para matar me, e novas esquivanças; que não pode tirar me as esperanças, que mal me tirará o que eu não tenho.

 

Olhai de que esperanças me mantenho!

                                        Vede que perigosas seguranças!

Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho.

 

Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê.

 

Que dias há que n'alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.


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