quarta-feira, 30 de junho de 2021

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Fervor

Com ar de controle e tranquilidade
escondemos no fundo do peito,
aqueles nossos desejos que nos
devoram feito fogo em nossos corpos e almas.

E nos deixamos levar em doces palavras
soltas aos ventos que nos conforta.
E assim evitamos pensar nas possibilidades....

Poema na Integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Promessas

Vento de verão que invade o meu coração feito 
à canção que corta a minha alma.
E porque eu perco a calma ao pensar no que seja você,
O querer sem razão?

Um sentimento que não cessa e eu com minha 
pouca pressa faço promessas de amor em vão.....

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 



Mar à dentro

Como pude sonhar em terminar os meus dias,
Ouvindo tua voz, vendo seu sorriso,
Sentindo o teu cheiro,
Lendo os teus olhos.

Beijando tua boca,
Acariciando teu corpo
E me aquecendo no teu calor.

Simplesmente por um segundo me fugiu....

Poema na integra no Livro:
"INSONIAS"

Poesia de Quinta na Usina: Trovas Burlescas:

 


15

As duas mimosas producçoens que seguem-se

sam doExm. Snr. Dr. José Bonifácio de Andrada e Silva,

que dignou-se de offertal-as ao autor d'este folheto.

O TROPEIRO.

O ARREEIRO.

Olha a madrinha da tropa,

João;

O lote não vai seguido,

Deitou-se o burro—Perdido-

No chão!

Sentido no alevantar,

Cuidado!

E' arisca a besta baia,

Anda, vè que ella não caia,

Pasmado!

Poesia de Quinta na Usina: Trovas Burlescas:

 


— 116 —

Toca a—Fidalga—da beira

Da serra;

Si escorregar, vai-se embora

Pelo barranco de fora

Na terra.

Diabo, que fazes tu,

Não vès?

Sacode o relho, o chicote,

Só andam cinco no lote,

São seis.

Tinhoso, vira essa cara

No andar;

Estou vendo a cabeçada

Da besta mais carregada

No ar.

Olha o cavallo tordilho

Parado;

Sentido que o lote espalha,

Já traz pendida a cangalha

Do lado.

Poesia de Quinta na Usina: Trovas Burlescas:

 


— 117 —

Deita, deita o lapa-olhos,

Não pares;

Aperta mais o arrocho,

Vai o ligai meio frouxo

Nos ares.

A ferradura ali está

Da mão;

Anda, suspende o embornal,

Não vès o saco de sal

No chão?

Ché que esperança! lá vou,

Rapaz;

Vou só beber a caninha

Ali n'aquella vendinha

—-Detraz.

Vamos depressa, galopa,

Machinho;

Em dous minutos lá estou,

Tenho as chilenas—lá vou,

E volto logo ao caminho.

Poesia de Quinta na Usina: Cruz Souza:

 



XV

Enquanto a mim, na arena
Da heroicidade humana que consola, 
Oh, faz-me bem a vibração da pena, 
Pelo amor, pelo afago, pela esmola, 
Como um radiante e fúlgido estilhaço 
De sol febril no mármore do Espaço!

Poesia de Quinta na Usina: Cruz Sousa:

 


 


XIV

E para isso, ó rainhas
Da juventude — tendes as quermesses 
Que dão bons frutos assim como as vinhas; 
As matinées de cânticos e preces,
Os cintilantes, pródigos bazares 
Onde a luz salta extravasando em mares.

Poesia de Quinta na Usina: Cruz Sousa:

 




XIII

Portanto, a mocidade Vossa, terá de ser de hoje em diante, 
Enquanto a esmagadora atrocidade
Da peste — nos vorar d’instante a instante, 
Quem se há de encarregar desta manobra 
Do galeão da vida que sossobra.