domingo, 30 de junho de 2013

Poema: Mentira.




Não existe o indesejado, 
apenas o inoportuno.
Com a clareza do desconhecido,

Ilumino o tempo para o escuro claro, 
do viver a dor de um sentimento 
quase que casual, ao fato pleno.

Viver as suas verdades e sucumbir 
o desejo da mentira quase inevitável.

D'Araujo.

sábado, 29 de junho de 2013

Poema de Fernando Pessoa: A pálida luz da manhã de inverno:


A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razão.
Não dão mais Esperança, nem menos Esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu Esperar.
O que tem que não ser

Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

Poema: Não mais...




Estando eu vivo meus olhos veem,
Então paro, penso, reflito e sinto.

Ando, corro, canso, sento,
Vejo, paro,penso, reflito e sinto.

Deito, durmo sonho, acordo,
Vejo, paro,penso, reflito e sinto.

E com o tempo se esvaindo por entre os dedos da insensatez.
Envelheço, esmoreço morro,
Não mais vejo,
Não mais paro,
Não mais penso,
Não mais reflito,
Não mais sinto,

Não mais...

terça-feira, 25 de junho de 2013

Poema: Mente.




Assim como se lança a pedra 
no rio das incertezas.
Submergem-se a agonia do 
ser e lhe foge o saber.

Mas também carrega as certezas 
memoráveis do indiscutível universo 
da usurpação da mente lógica real e conflitante.

D'Araujo.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Poema: Lúcido.


                                                         Esperando o inesperado 
tudo é possível.
Nunca atravesse a rua 
sem ir alem do imaginário.

pois as surpresas da vida 
nada mais são do que o simples 
desejo de ir alem.

O amor renasce como uma chama
interminável que queima em silêncio, 
muito além do planejado,

o efêmero sabor de um sonho que nunca vem, 
se torna irracional e absoluto.

E viaja entre o lúcido ou irreal e está 
alem do querer quase que eterno.

D'Araujo.

domingo, 16 de junho de 2013

Poema: Fuga.

                                                 
                                                 


Podemos fugir, nos esconder e até negarmos
Nossos desejos.
Mas nunca conseguiremos nos esconder

Das nossas necessidades.

sábado, 15 de junho de 2013

Poema: Sonhos e loucuras de um mundo louco.




Louco como um louco.
A loucura de achar que achou a cura
Para os males do mundo.
Louco de achar que ainda é pouco,
Louco.

Ao ponto de lutar sozinho
Mesmo sem conhecer o caminho,
Louco em seguir esta estrada
Mesmo que ela vá dar no nada.
Louco, uma loucura desvairada.

E ainda assim ter a coragem de gritar sozinho 
Louco de não ficar calado,
E ainda apontar o culpado
Certamente um louco
A vagar num mundo com sonhos profundos
De recuperar as vidas perdidas
Que há nesse mundo, louco.

Louco por cultuar por justiça
Louco por pregar a paz.
Um louco mais consciente
E capaz de mudar o mundo
Nem que seja por alguns segundos.
         
 É uma loucura sadia
De uma vida vadia.
Feito criança que não perde a esperança.

E guarda na lembrança
De um louco sonhador
Que guarda em si toda a dor
A dor dos loucos do mundo.
         
E num suspiro imenso
Ver os postes pensos da vida.
Louco por excelência
Com sua crença, crença de louco.
Que vai sumindo aos poucos.

Louco de querer mudar seu sonho,
Tristonho
Num campo minado, e mesmo desarmado
Enfrenta os culpados,
Louco, como um louco que ama
Sem ser amado.
         
Um louco vendo o mundo de um plano superior,
Suportando toda dor
Da loucura de ser louco.
Consciente da sua loucura impaciente
Louco de ver tanta gente que devia ser louco.

 E assim talvez a loucura deste mundo insano
Alcançaria um plano
Quem sabe o ideal.

Então a loucura fosse exatamente
O estado normal
E o que se diz por normal,
Não seria a loucura total.
         
Ah! A loucura de um louco
Que vai entrando aos poucos
No sistema deste mundo louco.

Prefiro ser louco a ser sano.
Sem consciência ou complacência

Dos fatos deste louco mundo...   

D'Araujo.

Poema: Ladeira.




Uma estrada meio torta 
do lado da outra porta 
e com a alma quase morta 
e fora de qualquer lógica.

Com a vida dividida como 
uma velha partida que 
não tem mais jeito, encontro 
mil defeitos dentro do meu peito.

Com o coração partido todo estilhaçado 
já não existe razão para tanta solidão.

Buscando um novo sonho e um novo 
desejo então é que vejo que está 
tudo errado ao meu lado.

Porque fico calado, pois para o mundo 
sempre serei o mesmo, eu que desci a ladeira, 
mas de qualquer maneira vou continuar a nadar 
até conquistar aquele velho lugar que sempre sonhei, 
e que acabei deixando passar sem me preocupar.

Mais ainda dar tempo de lá chegar, com todo defeito 
sempre haverá um jeito de se conquistar.

D'Araujo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Poema: Harmônico.

Tenho dó daqueles que ré-encontro sem
que o tempo tenha me dado à chance de fá-zer 
tudo diferente.

Mais tem muita gente sol deixando o tempo passar 
sem se reciclar e lá vem tudo de novo e o nosso 
povo sempre a batalhar.

O seu pão de cada dia com toda harmonia que a vida dá.

Mais si deus quiser tudo vai dar pé.
Vou sempre com muita fé no meu 
criador prá apagar a dor deste meu cantar.

Às vezes eu acho que sai do cacho de cabeça 
pra baixo e sem a menor imunidade musical,

Pois a melodia me contamina como a menina a cantarolar.

D'Araujo.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Poema: Acorde.


 Porque você vai continuar aí sentado?
Acorde levante-se. Corra!
O mundo está esperando por você para ser salvo.
Pule, grite se faça ouvir.
Porque o mundo só muda se você mudar.

Outros povos não podem te ver.
Mas poderão te ouvir se você não desistir.
Não fale aos que te ouvem
Mas sim, para aqueles que fingem ser surdos.

Vamos, mostre as verdades do mundo.
Para aqueles que fingem ser cegos.

Acorde!
Hoje temos mais uma manhã de primavera
E continuamos a sua espera.
Vamos juntos salvar o mundo da hipocrisia
Da falta de alegria e gritar heresias.

Para enlouquecer aqueles que em seus
Palacetes de Mármore,
Tão frios quanto os seus sentimentos

Ignoram nossa existência.

Poema do Livro: O Grito da Alma poesias e pensamentos:

D'Araujo.