quarta-feira, 18 de maio de 2022

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:



Centeio

Profundo, raso, raso, profundo.
Profundamente raso é o centeio
da minha alma.

conteúdo do livro:



Poesia de quinta na Usina: D'Araújo:



Confortável

Em sua carcaça inerte o espírito repousa.
No conforto do assento do sofá da sala,
a TV rouba-lhe o tempo.
O computador acalenta seus ensejos.
A esperança é morta...

conteúdo do livro:



 

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:



Pétalas

Em palavras dispersas feito pétalas
Que sopram da minha alma
Vão semeando sentimentos
Ao meu querer, e sem saber....

conteúdo do livro:




Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:



XCII

Ria a criança; o velho contemplava
Aquela flor que às auras matutinas
O perfumoso cálix desbrochava
E entrava a abrir as pétalas divinas.
Triste sorriso o rosto lhe animava,
Como um raio de lua entre ruínas.
Alegria infantil, tristeza austera,
O inverno torvo, a alegre primavera!

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:



XCIII

Desce o poeta , desce, e preso, e fito
Nos belos olhos do gentil infante,
Treme, comprime o peito... e após um grito
Corre alegre, exaltado e delirante,
Ah! se jamais as vozes do infinito
Podem sair de um coração amante,
Teve-as aquele... Lágrimas sentidas
Lhe inundaram as faces ressequidas!

 

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:



XCIV

“Meu filho!” exclama, e súbito parando
Ante o grupo ajoelha o libertino;
Geme, soluça, em lágrimas beijando
As mãos do velho e as tranças do menino.
Ergue-se Antero, e frio e venerando,
Olhos no céu, exclama: “Que destino!
Murchar-lhe, viva, a rosa da ventura;
Morta, insultar-lhe a paz da sepultura!”

Poesia de Quinta na Usina: Paulo leminsk:



você me alice
eu todo me aliciasse asas
todas se alassem
sobre águas cor de alface ali
sim eu me aliviasse

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:



sexta-feira cinza
quantas vezes vais ser treze? 
quantas horas têm teus meses? 
quantas quintas vão ser trinta? 
quantas segundas
nem são nunca? quantas quartas infinitas?

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:



não possa tanta distância
deixar entre nós este sol
que se põe entre uma onda 
e outra onda
no oceano dos lençóis