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https://www.academia.org.br/academicos/gregorio-de-matos/biografia
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https://www.academia.org.br/academicos/marco-lucchesi/biografia
Araripe Júnior (Tristão de Alencar Araripe Júnior) crítico literário, nasceu em Fortaleza, CE, em 27 de junho de 1848, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de outubro de 1911. Compareceu às sessões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras e fundou a cadeira 16, que tem como patrono Gregório de Matos.
Era filho do conselheiro Tristão de Alencar Araripe e de Argentina de Alencar Lima. Acompanhando o pai, que exercia o cargo de chefe de polícia, residiu sucessivamente em Bragança, no Pará, em Vitória do Espírito Santo e em Pernambuco, onde foi matriculado no curso de humanidades do Colégio Bom Conselho, dirigido pelo Dr. Barbosa Lima. A seguir, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Teve como colegas de turma, entre outros, Tobias Barreto e Luís Guimarães Júnior.
Concluído o curso, foi nomeado secretário do governo de Santa Catarina, cargo que deixou em 1871. Transferiu-se então para Maranguape, no Ceará, onde foi juiz de 1872 a 1875. Em dois biênios, foi deputado provincial no Ceará. Mudando-se para o Rio, em 1880, exerceu a advocacia até 1886. A partir de 1882, teve, ao lado de José do Patrocínio, destacada atuação em favor da campanha abolicionista. Nomeado oficial de secretaria do Ministério dos Negócios do Império; proclamada a República e extinto aquele Ministério, passou para o da Justiça e Negócios Interiores. Em 1895, foi diretor geral da Instrução Pública. Em 1903, foi promovido ao cargo de Consultor Geral da República, que ele exerceu até o fim da vida, tenso proferido pareceres importantes.
Estava no 4º. ano de Direito, em 1868, quando publicou o seu livro de estreia, Contos brasileiros, com o pseudônimo de Oscar Jagoanhara. Na passagem pelo Ceará, tomou parte do movimento literário que ali se processava. A primeira e profunda influência que sentiu e durou muitos anos foi a dos livros de José de Alencar. A preocupação do nacionalismo formou o seu estilo e orientou suas aspirações literárias. Até 1878, foi o romance o seu gênero preferido. Mas o convívio com Capistrano de Abreu, Rocha Lima e outros críticos cearenses, dirigiu-lhe a atenção para o estudo da filosofia e da crítica, nos autores que constituíam a ciência nova. Buckle, Taine e Spencer eram os teóricos daquele grupo. Em 1909, voltou para a ficção, publicando Miss Kate, curioso romance psicológico, assinando-se Cosme Velho, com prefácio de Afrânio Peixoto.
Não é o ficcionista, mas o crítico literário que constitui a importância de Araripe Júnior na literatura brasileira. Dotado de grande sensibilidade para o fato estético e de grande acuidade para a análise; dono de vasta cultura geral e literária, aplicou-se a estudar a literatura brasileira na obra de seus autores representativos: José de Alencar, Gregório de Matos, Tomás Antônio Gonzaga, Raul Pompeia, Aluísio Azevedo, e outros. Assim, deixou vasta obra crítica, formando com Sílvio Romero e José Veríssimo a trindade crítica da época positivista e naturalista. Sua obra crítica, dispersa pelos periódicos, desde os tempos do Ceará, só em parte foi publicada em livro, durante sua vida. No último livro, Ibsen e o espírito da tragédia (1911), sem abandonar a preocupação nacionalista, alçou-se a um plano de universalidade, buscando a razão de ser da tragédia humana, através da obra dos grandes trágicos, da Grécia ao século XIX. Como crítico, era um conselheiro amável e cheio de compreensão, sobretudo pelos estreantes.
Araripe Júnior era sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Histórico do Ceará.
Recebeu o acadêmico Afrânio Peixoto.
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Félix Pacheco (José FélixAlves Pacheco), jornalista, político, poeta e tradutor, nasceu em Teresina, PI, em 2 de agosto de 1879, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de dezembro de 1935.
Era filho do magistrado Gabriel Luiz Ferreira e de D. Maria Benedita Cândida da Conceição Pacheco. Fez os estudos primários no Colégio Karnec na sua cidade natal. Em 1890 trouxe-o para o Rio seu tio e protetor, o senador Teodoro Alves Pacheco, cujo nome adotou em reconhecimento pelo tratamento que sempre lhe dispensou. Aos doze anos matriculou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde fez humanidades, e depois cursou a Faculdade de Direito. Em 1897, ingressou no jornalismo, como repórter de O Debate. Dois anos depois, pela extinção daquele periódico, fez carreira no Jornal do Comércio, do qual se tornou diretor-proprietário. Em 1908, casou-se com Sra. Dora Rodrigues, a exemplar companheira de uma vida de lutas e de trabalho.
Foi o fundador e primeiro diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal, hoje Instituto Félix Pacheco. Foi o introdutor, no Brasil, do sistema datiloscópico. Representou, por muitos anos, o Estado do Piauí, primeiro na Câmara e depois no Senado da República. No governo de Artur Bernardes, foi ministro das Relações Exteriores.
Ainda que o jornalismo tenha sido a escola em que se disciplinou na experiência e que o projetou no cenário nacional, Félix Pacheco distinguiu-se também nas letras, como poeta ligado à segunda geração dos poetas simbolistas brasileiros. Com Saturnino de Meireles, Gonçalo Jácome, Maurício Jubim e Castro Meneses, muito trabalhou pelo movimento, colaborando ativamente na revista Rosa-Cruz, de Saturnino de Meireles.
Os primeiros versos que publicou saíram com o título de Chicotadas e o subtítulo de “poesias revolucionárias”. Proclamava neles guerra à Espanha e convidava os povos latinos a baterem-se contra os Estados Unidos. Ao enumerar, porém, mais tarde, a sua produção poética, Félix Pacheco nunca mais fez referência a essas composições da mocidade. Por isso pode-se considerar Via Crucis, de 1900, a sua verdadeira estreia poética.
Traduziu a obra de Baudelaire, e comentou e estudou o poeta francês do ponto de vista biobibliográfico, crítico e literário. Essa atividade literária foi coroada com o discurso que o tradutor pronunciou em 24 de novembro de 1932, intitulado “Baudelaire e os milagres do poder da imaginação”, publicado no ano seguinte, quando também publicou os volumes O mar através de Baudelaire e Valéry, Paul Valéry e o monumento a Baudelaire em Paris e Baudelaire e os gatos.
Segundo ocupante da Cadeira 16, foi eleito em 11 de maio de 1912, na sucessão de Araripe Júnior, e recebido pelo acadêmico Sousa Bandeira em 14 de agosto de 1913. Recebeu o acadêmico Constâncio Alves.
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Terceiro ocupante da Cadeira 16, eleito em 16 de abril de 1936, na sucessão de Félix Pacheco e recebido pelo Acadêmico Gustavo Barroso em 10 de outubro de 1936. Recebeu o Acadêmico Rodrigo Octavio Filho.
Pedro Calmon (P. C. Moniz de Bittencourt), professor, político, historiador biógrafo, ensaísta e orador, nasceu em Amargosa, BA, em 23 de dezembro de 1902, e faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de junho de 1985.
Foram seus pais Pedro Calmon Freire de Bittencourt e Maria Romana Moniz de Aragão Calmon de Bittencourt. Fez os cursos primário e secundário no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio da Bahia, de 1914 a 1919. Em 1920 ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, onde cursou por dois anos. Em 1922, chamado pelo padrinho Miguel Calmon, transferiu-se para o Rio de Janeiro, a fim de secretariar a Comissão Promotora dos Congressos do Centenário da Independência. Continuou os estudos na Universidade do Rio de Janeiro, diplomando-se em dezembro de 1924.
Desde os bancos acadêmicos mostrou especial tendência para os estudos históricos. Esteve sempre ligado ao ensino superior, ocupando ao mesmo tempo cargos administrativos e públicos. Como secretário particular do ministro da Agricultura no governo Bernardes, habilitou-se, em 1925, em concurso de provas para conservador do Museu Histórico Nacional. Além de realizar ali ampla reforma administrativa, criou a cadeira de História da Civilização Brasileira, para a qual escreveu um livro com o mesmo título. Estreou na tribuna do Instituto Histórico, em 1926, como orador na comemoração do 3o centenário da emancipação da Bahia do domínio holandês, sendo eleito sócio efetivo do Instituto em 1931. Foi seu orador oficial de 1938 a 1968 e seu presidente desde 1968, tornando-se sócio grande-benemérito do Instituto.
Ingressou na política, como deputado estadual da Bahia, ao tempo dos governos baianos Góis Calmon e Vital Soares (1927 a 1930). Eleito deputado federal em 1935 (da minoria parlamentar de então), ligou o seu nome à primeira lei protetora, na Bahia, do patrimônio cultural. Voltou em 1950 à atividade política, como ministro da Educação e Saúde (1950-1951) no governo do presidente Dutra.
Data de 1926 o seu primeiro trabalho jurídico, Direito de propriedade, inicialmente destinado a tese de doutoramento. Em 1933 publicou os livros sobre D. Pedro I, Gomes Carneiro e Marques de Abrantes; em 1935 publicou o primeiro tomo da História social do Brasil, obras que o habilitaram a candidatar-se para a Academia Brasileira de Letras. Em 1929 fora premiado pela Academia o seu romance histórico O tesouro de belchior.
Em 1934 tornou-se, por concurso, livre-docente de Direito Público Constitucional na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil e, em 1939, catedrático da mesma Faculdade de que foi diretor durante dez anos (1938-1948). Vice-Reitor em 1948, ascendeu à Reitoria da Universidade, a cuja frente esteve até 1966, ou seja, durante 18 anos. Em 1935 regeu a cadeira de História da Civilização Brasileira na Universidade do Distrito Federal; foi professor da Pontifícia Universidade Católica, desde que foi fundada, e da Faculdade de Filosofia Santa Úrsula do Rio de Janeiro. Conquistou, em 1955, a cátedra de História do Brasil do Colégio Pedro II. A sua tese de concurso foi a análise da documentação inédita acerca das minas de prata.
Pela atividade no magistério superior, recebeu o título de Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Doutor honoris causa das Universidades de Coimbra, Quito, Nova York, de San Marcos e da Universidade Nacional do México; e professor honorário da Universidade da Bahia.
Foi orador oficial do Instituto dos Advogados do Brasil, em dois períodos; representante do Equador na Conferência Pan-Americana de Geografia e História, realizada no Rio de Janeiro, em dezembro de 1932; delegado do Brasil à conferência Interamericana do México, em 1945, e à Conferência Interacadêmica para o Acordo Ortográfico, em Lisboa, em 1945.
Pedro Calmon era membro da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro e dos Institutos Históricos de vários Estados brasileiros; membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História; sócio honorário da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Real Academia Espanhola e da Real Academia de História da Espanha, e sócio correspondente de sociedades culturais e históricas de vários países da América Latina. Era membro do Conselho Federal da Cultura, do Conselho Editorial da Biblioteca do Exército e diretor do Instituto de Estudos Portugueses Afrânio Peixoto, no Liceu Literário Português, desde 1947.
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https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Fsid=193/biografia
Hipólito da Costa (Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça), jornalista nasceu na Colônia do Sacramento, atual República do Uruguai, em 13 de agosto de 1774, e faleceu em Londres, Inglaterra, em 11 de setembro de 1823. É o patrono da cadeira n. 17, por escolha do fundador Sílvio Romero.
Era filho de um fazendeiro da Capitania do Rio de Janeiro, lá destacado como Alferes de Ordenanças, Félix da Costa Furtado de Mendonça, e de Ana Josefa Pereira, natural daquela Colônia. Fez os preparatórios em Porto Alegre e formou-se em Direito e Filosofia na Universidade de Coimbra, em 1798. No mesmo ano foi encarregado pelo ministro português, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, de estudar questões econômicas nos Estados Unidos, onde ficou até 1800, daí resultando o Diário de minha viagem para Filadélfia, só publicado em 1955. Nomeado para a Imprensa Real em 1801, fez nova viagem oficial, à Inglaterra e à França, sendo preso na volta, em 1802, passando então cerca de três anos nos cárceres da Inquisição, acusado de disseminação da Maçonaria em Portugal. Fugiu em 1805, disfarçado em criado de serviços, tomando o rumo de Espanha, Gibraltar e finalmente Londres, onde se estabeleceu definitivamente. Ali, pondo-se sob a proteção do Duque de Sussex, filho do rei e maçon ele próprio, funda o Correio Brasiliense em 1808, o mesmo ano da criação da imprensa no Brasil. Tem-se dito que é o primeiro jornal brasileiro, antecedendo mesmo ao primeiro jornal que se imprimiu em território nacional, a Gazeta do Rio de Janeiro (10 de setembro de 1808). Foi a mais completa tribuna de análise e crítica da situação portuguesa e brasileira, formando uma estante do 29 grossos tomos, os quais se estendem desde 1802 a 1822, ano em que, verificando que o seu apostolado em favor da independência do Brasil estava transformado numa radiosa vitória, o jornalista julgou cumprido o seu dever, e encerrou a publicação do jornal. Faleceu pouco depois, em 1823, sem chegar a saber que fora nomeado cônsul do Império do Brasil em Londres. É o patrono da imprensa e dos estudiosos da realidade brasileira.
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