quinta-feira, 13 de junho de 2019

Poesia De quinta Na Usina: Fernando Pessoa: Minha dor é inútil:


Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palácios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Por isso, não te importes com o que eu penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,

E lírios também..



             Poemas de Álvaro de Campos
 Fernando Pessoa
Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/facam.html

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa: A Esperança, como um fósforo inda aceso:


 A 'sperança, como um fósforo inda aceso,
Deixei no chão, e entardeceu no chão ileso.
A falha social do meu destino
Reconheci, como um mendigo preso.
Cada dia me traz com que 'sperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa de Esperança ...
Mas viver é sperar e se cansar.
O prometido nunca será dado
Porque no prometer cumpriu-se o fado.
O que se espera, se a esperança e gosto,
Gastou-se no esperá-lo, e está acabado.
Quanta ache vingança contra o fado
Nem deu o verso que a dissesse, e o dado
Rolou da mesa abaixo, oculta a conta.
Nem o buscou o jogador cansado.








Link para adquirir o Livro: "Enquanto Deus Dormia."



Poesia De Quinta Na usina: Machado de Assis: SONETO:


[No Álbum da Rainha D. Amélia]

Senhora, se algum dia aqui vierdes,
A estas terras novas e alongadas,
Encontrareis as vozes que perderdes
De outras gentes por vós há muito amadas.
E as saudades que então cá padecerdes,
Das terras vossas, velhas e deixadas,
Nestas cidades, nestes campos verdes,
Serão do mesmo nome acalentadas.
Mas nem só isto. Um só falar não basta.
A história o deu, um só falar dileto,
Da mesma compostura, antiga e casta.
Achareis mais outro falar discreto,
Sem palavras, que a vossa glória arrasta,

A mesma admiração e o mesmo afeto.







Poesias dispersas

Textos-source:
Obra Completa, Machado de Assis, vol. III,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Toda poesia de Machado de Assis. Org. de Cláudio Murilo Leal.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2008.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araujo: Arco - íris.


E o meu sonho de liberdade que se esconde 
                                  por entre as nuvens da paixão em sentir teu
                                  coração que arde em meu corpo feito o sol do meio dia.

                                      O teu sorriso que me faz voar neste céu azul de 
                                      estrelas com o arco-íris dos teus olhos deixando 
                     a chuva cair sobre nósneste sonho interminável,
                                        entre a brisa do teu corpo e a chama que me invade
                                           ao sentir você junto a mim.

D'Araujo.

Poesia de Quinta na Usina: Dia da Mulher:Mulher às vezes...






Toda mulher além de sua beleza e alma bela, sempre
traz nela um provocador valor agregado.
O olhar.
A boca.
O cabelo.
O cheiro.
O sabor.
A fala.
O caminhar.
O fervor que do seu corpo exala.
O simples fato de ser ou estar.
E o mais perverso para os pobres homens, é quando tudo
isso está no mesmo ser, nos tornando reféns do eterno
desejo insano.
Do ter, possuir e poder agregar a tudo isso o seu próprio ser.