quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Poesia De Quinta Na Usina: Flor bela Espanca: MENTIRAS:


Ai quem me dera uma feliz mentira que fosse uma verdade para mim!
J. DANTAS

Tu julgas que eu não sei que tu me mentes Quando o teu doce olhar pousa no meu? Pois julgas que eu não sei o que tu sentes? Qual a imagem que alberga o peito meu? Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo O bom sonho da feroz realidade...
Não palpita d´amor, um coração
Que anda vogando em ondas de saudade! Embora mintas bem, não te acredito; Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito...

Mas finjo-me enganada, meu encanto, Que um engano feliz vale bem mais Que um desengano que nos custa tanto!

Poesia De quinta Na Usina: Paulo Leminski:




Amigo Inimigo
Nada tive com o mar Nem ele comigo

Fui homem de seco Hoje posto a secar Neste beco.

Poesia De Quinta Na Usina:Machado de Assis: Daqui Deste Âmbito Estreito:


Daqui, deste âmbito estreito,
Cheio de risos e galas,
Daqui, onde alegres falas
Soam na alegre amplidão,
Volvei os olhos, volvei-os
A regiões mais sombrias,
Vereis cruéis agonias,
Terror da humana razão.
Trêmulos braços alçando,
Entre os da morte e os da vida,
Solta a voz esmorecida,
Sem pão, sem água, sem luz,
Um povo de irmãos, um povo
Desta terra brasileira,
Filhos da mesma bandeira,
Remidos na mesma cruz.
A terra lhes foi avara,
A terra a tantos fecunda;
Veio a miséria profunda,
A fome, o verme voraz.
A fome? Sabeis acaso
O que é a fome, esse abutre
Que em nossas carnes se nutre
E a fria morte nos traz?
Ao céu, com trêmulos lábios,
Em seus tormentos atrozes
Ergueram súplices vozes,
Gritos de dor e aflição;
Depois as mãos estendendo,
Naquela triste orfandade,
Vêm implorar caridade,
Mais que à bolsa, ao coração.
O coração... sois vós todos,
Vós que as súplicas ouvistes;
Vós que às misérias tão tristes
Lançais tão espesso véu.
Choverão bênçãos divinas
Aos vencedores da luta:
De cada lágrima enxuta

Nasce uma graça do céu.

Poesias dispersas:
 Textos-fonte:
Obra Completa, Machado de Assis, vol. III,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Toda poesia de Machado de Assis. Org. de Cláudio Murilo Leal.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2008.









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Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa: As lentas nuvens fazem sono:


As lentas nuvens fazem sono,
O céu azul faz bom dormir.
Bóio, num íntimo abandono,
À tona de me não sentir.
E é suave, como um correr de água,
O sentir que não sou alguém,
Não sou capaz de peso ou mágoa.
Minha alma é aquilo que não tem.
Que bom, à margem do ribeiro
Saber que é ele que vai indo...
E só em sono eu vou primeiro.

E só em sonho eu vou seguindo.

Poesia de quinta Na Usina: D'Araujo:Poema:Confortável:

         
Em sua carcaça inerte o espírito repousa.
No conforto do assento do sofá da sala,
a TV rouba-lhe o tempo.
O computador acalenta seus ensejos.

A esperança é morta.
O sonho nem nasceu.

Mas a vida ainda pulsa,
ali, junto aquele corpo inerte,

que só espera a morte.

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Poesia De quinta Na Usina: D'Araújo: Nudez:



A nudez das noites quentes,
Refletida na intensa e sublime,

Luz do luar,

Nos faz escravos do desejo.



D'Araújo.