Ai
quem me dera uma feliz mentira que fosse uma verdade para mim!
J.
DANTAS
Tu
julgas que eu não sei que tu me mentes Quando o teu doce olhar pousa no meu?
Pois julgas que eu não sei o que tu sentes? Qual a imagem que alberga o peito
meu? Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo O bom sonho da feroz realidade...
Não
palpita d´amor, um coração
Que
anda vogando em ondas de saudade! Embora mintas bem, não te acredito; Perpassa
nos teus olhos desleais
O
gelo do teu peito de granito...
Mas
finjo-me enganada, meu encanto, Que um engano feliz vale bem mais Que um
desengano que nos custa tanto!
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