quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede: Fátima Pereira::TOCA-ME…:


.
Sentes?

Minha mente é rodopio

Meu corpo fera com cio

Toca-me!

Solta o timbre adormecido em mim 
Assim, sente-me
Com tuas mãos de sul a norte
Um dedilhar ritmado e forte 
Rompe as cordas deste bandolim….



Toca

Um concerto inacabado e lento

Meu instrumento pela noite dentro
Façamos ritmo da euforia 
Tu és refrão 
Eu melodia
Compõe em mim com sofreguidão
E do meu corpo faz sinfonia.

Move-me
Quero combustão na cama
Teu pavio explodir em minha chama
Ao ritmo da música que a dois ouvimos 
Este prelúdio que em uníssono sentimos.

Percorre
Meus vales, labirintos e montes
Sacia a sede das minhas fontes 
E contigo, faz-me galgar lua e sois
Ir além dos horizontes 
Na promiscuidade de teus lençóis…

.
Pereira, Fáttima
“Poesia às Avessas”.(2014)
Obra Reg. I.G.A.C.

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede:Salomé Ortega:


A la fuente sonora,
le sombrea la higuera,
y el águila planea,

sobre el monte y la huerta.

en el ribazo crece la hierbabuena,

y en mi corazón la pena,
de que nada es eterno.


De mi libro "el silencio de la luz"

Do meu livro "O silêncio da luz"



A fonte sonora,

Lhe sombrea a higuera,
E a águia paira,
Sobre o monte e a huerta.
No ribazo cresce a hierbabuena,
E no meu coração a pena,
De que nada é eterno.

Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Ju Loren: SEU PERFUME:


O sentimento mais lindo

é aquele em que quando 

entro no meu jardim

percebo que você esteve aqui,
deixou sua essência em forma de carinho
e partiu deixando seu perfume
para acariciar minha alma.
Juloren.

Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Vólia Loureiro :AUTÓPSIA DE UM AMOR QUE MORREU:






Segredos guardados 
Em baús de incômodos silêncios.
Olhares que se desviam...
E palavras que morrem
Em lábios crispados 
Em falsos risos.

O frio vento,
Que leva as doces palavras 
Não ditas.
E as lágrimas reprimidas,
Guardadas nas fronhas,
Dos silenciosos prantos noturnos.

Os poemas escritos para ninguém,
De rimas solitárias,
De versos tão tristes,
Vestidos da falsa castidade
Dos santos.
E o fogo intérmino do desejo reprimido.

Viagens solitárias,
Distantes do real.
Mergulhos em mundos surreais,
E sonhos psicodélicos.
Estranhos poemas védicos.

Há sempre um lado obscuro,
Em algum sonho puro,
Quando o amor vai se perdendo,
Aos pouquinhos...

E no silêncio das mágoas pueris,
Vai morrendo em um choro sufocado,
De uma saudade que quer se consumir,
Como uma música que chegou ao fim.


Vólia Loureiro do Amaral Lima
27/12/2014

Pensamento Do Dia.