domingo, 31 de julho de 2022

Crônicas de Segunda na Usina: Lima Barreto: Os percalços do budismo:



Há tempos, por uma bela tarde de verão, resolvi dar um passeio pela chamada avenida Beira-mar que, como todas as coisas nossas, é a mais bela do mundo, assim como o Corcovado é o mais alto monte da Terra. 
Queria ver o mar mais livre, sem aquelas peias de cais que lhe causam de quando em quando, revoltas demolidoras de que todos se lembram; mas não tinha dinheiro para ir à Angra dos Reis. Bem. 
Pouco acima do Passeio Público, encontrei-me com o meu antigo colega Epimênides da Rocha, a quem de lá muito não via. 
- Onde tens andado? 
- No hospício. 
- Como? Não tens ar de louco absolutamente -como foi então? 
- A polícia. Não sabes que a nossa polícia é paternal e ortodoxa em matéria de religião. 
- Que tem uma coisa com a outra? 
- Eu te conto. Logo depois de me aposentar, eu me retirei com os meus livros e papéis, para um subúrbio longínquo. Aluguei uma casa, em cujo quintal tinha uma horta e galinheiro tratados por mim e pelo meu fiel Manuel Joaquim, um velho português que não ficou rico. Nos lazeres das minhas leituras, trabalhava nos canteiros e curava a bouba dos meus pintos. Fui ficando afeiçoado na redondeza e conversava com todos que se chegavam a mim. Aos poucos, fui pregando, da forma que lhes fosse mais acessível, aos meus vizinhos as minhas teorias mais ou menos niilistas e budistas. 
"O mundo não existe, é uma grande ilusão. Para matar em nós a dor, é preciso varrer da nossa vontade todo e qualquer desejo e ambição que são fontes de sofrimento. É necessário eliminar em nós, sobretudo, o amor, onde decorre toda a nossa angústia. Citava em português aquelas palavras de Bossuet, e as explicava terra à terra: "Passez l'amour, vous faites naítre toutes les passions; ôtez l'amour, vous les supprimez toutes". 
"Aos poucos, as minhas idéias, pregadas com os exemplos e comparações mais corriqueiras, se espalharam e eu me vi obrigado a fazer conferências. Um padre que andava por lá, a catar níqueis, para construir a milionésima igreja do Rio de Janeiro, acusou-me de feitiçaria, candomblâncias, macumbas e outras coisas feias. Fui convidado a comparecer à delegacia e o delegado, com grandes berros e gestos furiosos, intimou-me a acabar com as minhas prédicas. Disse-lhe que não lhe podia obedecer, pois, segundo as leis, eu tinha a mais ampla liberdade de pensamento literário, político, artístico, religioso, etc. Mais furioso ficou e eu mais indignado fiquei. Mas vim para a casa e continuei. 
"Um belo dia, veio um soldado buscar-me e levou-me para a chefatura de policia, onde me levaram a um doutor. 
"Percebi que me acusavam (?) de maluco. 
"Disse-lhe que não era louco e, mesmo que o fosse, segundo a legislação em vigor, não sendo eu indigente, competia a meus pais, pois os tinha, internar-me em hospital adequado. Não quis saber de leis, e outras malandragens e remeteu-me para a Praia da Saudade, como sofrendo de mania religiosa. O que me aconteceu aí, onde, em geral, me dei bem, contarei num próximo livro. Contudo, não posso deixar de te referir agora o risinho de mofa que um doutor fez, quando lhe disse que tinha alguns livros publicados e cursara uma escola superior. No Brasil, meu caro, doutor ou nada. 
"Ia-me acostumando, tanto mais que o meu médico era o doutor Gotuzzo, excelente pessoa, quando, certo dia, ele me chamou: 
"- Epimênides! "- Que é, doutor. 
"- Você vai ter alta. "- Como? 
"- Não quer? 
"- A bem dizer, não. Gosto dos homens, das suas lutas, das suas disputas, mas não gosto de lhes entender o pensamento. 
"Os gestos, os ademanes, tudo que lhes é exterior aprecio; mas, a alma não. Não entendo a que móveis os meus companheiros de manicômio obedecem, quando fazem gatimonhas e deliram; vivia, portanto, aqui num paraíso, tanto mais que não fazia nada, porque a finalidade da minha doutrina religiosa é realizar na vida o maximum de preguiça. Não direi todos, mas um dos males da nossa época é essa pregação do trabalho intenso, que tira o ócio do espírito e nos afasta a todo o momento da nossa alma imortal e não nos deixa ouvi-la a todo o momento. 
"- A isto, disse-me o doutor: 
"- Não posso, apesar do que você diz, conservar você aqui. Você tem que se ir mesmo; mas, estou bem certo de que a humanidade lá de fora, em grande parte, não deixa de ter algum parentesco com a fração dela que está aqui dentro. 
"- Tem, meu caro doutor; mas, é uma fração da fração a que o senhor alude. 
"- Qual é? 
"- São os idiotas. 
"No dia seguinte, continuou ele, estava na rua e, graças aos cuidados do Manuel Joaquim, encontrei meus livros intactos." 
Então eu perguntei ao camarada Epimênides: 
- Que vais fazer agora? 
- Escrever uma obra vultuosa e volumosa. 
- Como se intitula? 
- Todos devem obedecer à Lei, menos o Governo. 
Desde esse dia, não mais o encontrei; mas soube por alguém, que ele estava tratando de arranjar um mandato de manutenção, para erigir um convento budista da mais pura doutrina, a qual seria ensinada por um bonzo siamês que viera como taifeiro de veleiro de Rangum e ele conhecera morrendo de fome no cais do porto. 

Marginalia, s.d.

Crônicas de Segunda na Usina: Machado de Assis: 1º. DE ABRIL DE 1863:


Um livro de versos nestes tempos, se não é coisa inteiramente disparatada, não deixa de fazer certo contraste com as labutações diárias e as gerais aspirações. E note-se que eu já não me refiro à censura banal feita às vistas burguesamente estreitas da sociedade, por meia dúzia de poetas, que no meio de tantas transações políticas, religiosas e morais, recusam transigir com a realidade da vida, e dar a César o que é de César, tomando para Deus o que é de Deus. 
Eles dizem que essa mutualidade por transação do real e do ideal, em tais condições, abate a porção divina que os anima e os faz indignos da coroa de fogo da imortalidade. 
Têm razão. Mas as aspirações a que me refiro, qualquer que seja o seu caráter prático, não dispensam a intervenção do espírito, e então, não transigir com ela, é abrir um combate absurdo. Há quem diga com desdém que este século é do vapor e da eletricidade, como se essas duas conquistas do espírito não viessem ao mundo como dois grandes agentes da civilização e da grandeza humana, e não merecessem por isso a veneração e a admiração universal. 
O que é certo, porém, é que em nosso país e neste tempo é coisa rara e para admirar um livro de versos, e, sobretudo um livro de bons versos, porque maus, sempre há quem os escreva, e se encarregue, em nome de outras nove musas, que não moram no Parnaso, mas algures, de aborrecer a gente séria e civilizada. Veja, pois, o leitor com que prazer e açodamento venho hoje falar-lhe de uma coleção de versos e bons versos! 
O Sr. Augusto Emilio Zaluar, autor das Revelações, o volume a que me refiro, é já conhecido de todos para que eu me dispense de acrescentar duas palavras à opinião geral. 
As Revelações contêm muitas poesias já publicadas em diversos, jornais, mas conhecidas umas por uns, outras por outros, de modo que, reunidas agora, se oferecem, passe a expressão, ao estudo de uma assentada. 
Não intento, nem me cabe fazer juízo crítico da obra do poeta. Entendo que o exame de uma obra literária exige da parte do crítico mil qualidades e predicados que poucas vezes se reúnem em um mesmo indivíduo, havendo por isso muita gente que escreva críticas, mas poucos que mereçam o nome de críticos. 
Dizer quais as impressões recebidas, como um simples leitor, não tão simples como o bufarinheiro, tenho a vaidade de supô-lo, eis aí a que me proponho e o que devo fazer sempre que por obrigação tenha de falar de algum livro. 
Este que tenho à vista tem direito a uma honrosa menção. Se há nele poesias a que se poderia fazer mais de uma censura, se em algumas delas a inspiração cede à palavra, há outras, a maior parte, tão completas que bastariam para coroar poeta a quem não tivesse já essa classificação entre homens. 
Na Harpa Brasileira encontramos uma parte destas. A Casinha de sapê é um fragmento poético dos mais completos do livro. A inspiração desliza entre a expressão franca e ingênua como o objeto da poesia. O espírito acompanha o poeta por entre os bosques sombrios onde 
Uma casinha se vê Toda feita de sapê. 
O contraste da solidão com o ruído remoto do mar e do vento é descrito em poucos e lindos versos; a lembrança do passado, a descrição da casa abandonada e a melancolia do sítio, cantada em versos igualmente melancólicos, tudo faz dessa composição uma peça acabada. 
O Ouro, que se segue, é composição das mais conceituosas. O Filho das florestas dá em resultado uma conquista de verdadeiro poeta. 
Se o fundo não é inteiramente novo, a forma substitui pela concisão, pela propriedade e até pela novidade, uma dessas moralidades poéticas, próprias dos poetas pensadores que se distinguem dos poetas individuais em nos não cantarem eternamente as mesmas mágoas. 
A família, A minha irmã, Confissão, etc.; são outras poesias que se destacam do livro por um mérito superior. De resto, tenho uma censura a fazer ao poeta, ou antes, são os seus admiradores que lhe fazem; e vem a ser, a de ter dado entrada no livro a muita poesia alheia. Se esse fato nos traz ao conhecimento pedaços de boa poesia, não é menos verdade que toma o lugar que poderia ser ocupado com igual vantagem pelo autor. 
O livro do Sr. Zaluar merece ser lido por todos quantos apreciam poetas. Marca grande progresso sobre o seu primeiro volume Dores e Flores e revela bem que o poeta chegou à maturidade do seu talento. 
Cifra-se nisto toda a bagagem literária da quinzena. Canta-se ou pensa-se a largos intervalos no nosso país. Anúncio tenho eu de boas novas. As folhas do Maranhão dão como a imprimir-se uma tradução da Guerra Gaulesa feita pelo erudito e elegante escritor maranhense Dr. Sotero dos Reis. 
É excesso acrescentar uma palavra a esta notícia; o nome do tradutor é uma garantia da obra, como é uma das honras da terra de Gonçalves Dias, Lisboa e Odorico. 
Para não impedir o leitor de ir assistir aos ofícios da semana santa, devo concluir despedindo-me até depois da Páscoa. 
Avisam-me agora que o não faça sem inserir nestas páginas o seguinte bilhete. É de um amigo meu: 
“Boa nova! O Garnier abriu assinaturas para a publicação de um poema do padre Souza Caldas, obra encontrada nas mãos de um herdeiro de seus numerosos escritos, e inteiramente inéditos.” 
Satisfeito o pedido, convido o leitor a verificar por seus próprios olhos a notícia do meu oficioso correspondente.

Crônicas de Segunda na Usina: AURIDAN DANTAS E MARIA DUMARESQ:

 



PRÉ NATAL – II 
O casal bem jovem, menores de 20 anos, chega para iniciar o pré-natal. Cheios de dúvidas, os dois me crivaram de perguntas, o que é muito natural para mim, pois a maioria de primeiro filho tem muitos questionamentos. 
Pré-natal correndo normalmente, com queixas corri- queiras, exames atualizados e ultrassonografia obstétrica dentro da normalidade, com o feto já com apresentação cefálica (de cabeça para baixo, no ventre). 
Aí, ele me sai com essa pergunta: podemos continuar a ter relações sexuais? Eu respondo: sim, sem problemas. Ao que ele me retruca, inocentemente: e se bater na cabeça da criança e se ele nascer com problemas devido ao sacolejo na cabeça dele? Não se preocupe que não chega nem perto, po- dem ficar tranquilos!!!! 
Se pudessem ler a minha mente: é uma britadeira? Pode??? 

Crônicas de Segunda na Usina: Lima Barreto: Quase doutor:

A nossa instrução pública cada vez que é reformada, reserva para o observador surpresas admiráveis. Não há oito dias, fui apresentado a um moço, aí dos seus vinte e poucos anos, bem posto em roupas, anéis, gravatas, bengalas, etc. O meu amigo Seráfico Falcote, estudante, disse-me o amigo comum que nos pôs em relações mútuas. 

O Senhor Falcote logo nos convidou a tomar qualquer coisa e fomos os três a uma confeitaria. Ao sentar-se, assim falou o anfitrião: 
- Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê. 
Pensei de mim para mim: esse moço foi criado na roça, por isso adquiriu esse modo feio de falar. Vieram as bebidas e ele disse ao nosso amigo: 
- Não sabe Cunugunde: o véio tá i. O nosso amigo comum respondeu: 
- Deves então andar bem de dinheiros. 
- Quá ele tá i nós não arranja nada. Quando escrevo é aquela certeza. De boca, não se cava... O véio óia, óia e dá o fora. 
Continuamos a beber e a comer alguns camarões e empadas. A conversa veio a cair sobre a guerra européia. O estudante era alemão dos quatro costados. 
- Alamão, disse ele, vai vencer por uma força. Tão aqui, tão em Londres. 
-Qual! 
- Pois óie: eles toma Paris, atravessa o Sena e é um dia inguelês. 
Fiquei surpreendido com tão furioso tipo de estudante. Ele olhou a garrafa de vermouth e observou: 
- Francês tem muita parte..-. Escreve de um jeito e fala de outro. 
- Como? 
- Óie aqui: não está vermouth, como é que se diz "vermute"? Pra que tanta parte? Continuei estuporado e o meu amigo, ou antes, o nosso amigo parecia não ter qualquer surpresa com tão famigerado estudante. 
- Sabe, disse este, quase fui com o dotô Lauro. 
- Por que não foi? perguntei. 
- Não posso andá por terra. 
- Tem medo? 
- Não. Mas óie que ele vai por Mato Grosso e não gosto de andá pelo mato. 
Esse estudante era a coisa mais preciosa que tinha encontrado na minha vida. Como era ilustrado! Como falava bem! Que magnífico deputado não iria dar? Um figurão para o partido da Rapadura. 
O nosso amigo indagou dele em certo momento: 
- Quando te formas? 
- No ano que vem. 
Caí das nuvens. Este homem já tinha passado tantos exames e falava daquela forma e tinha tão firmes conhecimentos! 
O nosso amigo indagou ainda: 
- Tens tido boas notas? 
- Tudo. Espero tirá a medáia. 
Careta, 8-5-1915

Crônicas de Segunda na Usina:1º DE MARÇO DE 1863:



Entre os poucos fatos desta quinzena um houve altamente importante: foi a supressão da procissão de Cinzas. Em 1862, logo ao começar a quinzena, publicou uma das folhas diárias desta Corte um artigo pequeno, mas substancial, no qual uma voz generosa pedia mais uma vez a supressão das procissões, como nocivas ao verdadeiro culto e filhas genuínas dos cultos pagãos. Nem o autor, nem o mais crédulo dos seus leitores, acreditaram que essa usança fosse suprimida; e a mesma grosseria, o mesmo fausto, o mesmo vão e ridículo aparato passou aos olhos do povo sob pretexto de celebrar os sucessos gloriosos da Igreja. 
Em um jornal político, publicado então, e cujo 2.º número acertou de sair na sexta-feira da Paixão, veio incerta uma carta ao nosso prelado, menos eloqüente e erudita, mas tão indignada como o artigo a que me referi. Assinavam essa carta umas três estrelas, ocultando o verdadeiro nome do autor, que era eu. O desgosto que me comunicara o primeiro articulista, aumentando o que eu já tinha, deu nascimento a essas linhas, em que eu fazia notar como prejudiciais ao espírito religioso essas grosserias práticas, mais que próprias para produzir o materialismo e a tibieza da fé. Era simplesmente um protesto, sem pretensão de sucedimento. 
Para acreditar possível uma reforma completa que faça do culto uma coisa séria, tirando-lhe o aparato e as empoeiradas usanças, era preciso admitir no clero certa elevação de vistas que infelizmente não lhe coube na partilha da humanidade. Sem exageração, o nosso clero é tacanho e mesquinho; nada enxerga para fora das paredes da sacristia, metade por ignorância, metade por sistema. Notem bem que eu não digo fanatismo ou excesso de fé. Neste desânimo, foi uma verdadeira e agradável surpresa a resolução tomada pela respectiva ordem, de suprimir a procissão de Cinzas, principalmente pelas razões em que se fundou a resolução e que concluem do mesmo modo que as censuras dos verdadeiros católicos. 
Esta novidade, tanto mais admirou quanto a Cruz, jornal religioso desta Corte, órgão do clero, dando a notícia, se aliou um tanto às idéias que tinham determinado a resolução. 
Não há louvor bastante para essa resolução; as procissões, não as aturam um ânimo religioso e civilizado; não fazem vir, desgostam a verdadeira fé, e, em troca disso, é positivo que não dão proveito algum. 
Vinha a propósito refletir sobre a educação religiosa do nosso povo; apreciar a maneira por que se lhe incute a fé, fazendo o espetáculo e o fausto profano àquilo que é serviço do ensino e da palavra cristã. Não há melhor caminho para o materialismo, para a indiferença e para a morte da fé. 
Deve instalar-se brevemente uma utilíssima associação de homens de letras. É coisa nova no país, mas de tal importância que me parece não encontrar o menor obstáculo. Trata-se de instituir leituras públicas de obras originais; para isso convidam-se os homens de letras residentes nesta Corte; talvez a esta hora a instalação seja coisa feita. 
A iniciativa pertence a um distinto e erudito escritor que afaga a idéia de há muito e que uma vez por todas se lembrou de praticá-la ou abandoná-la, se não tivesse aceitação. 
Não creio que tão nobre esforço seja sem efeito. 
Naturalmente na próxima crônica estarei habilitado a falar dessa associação e das bases que houver adotado até lá, fico pedindo ao Deus dos escritores, se há um especial para eles, que ampare e dê vida a tão proveitosa idéia. Afazer o povo leituras sãs, educá-lo no culto do belo, ir-lhe encaminhando o espírito para a reflexão e concentração, trocando as diversões fáceis pela aplicação proveitosa, eis aí em resumo os grandes resultados desta idéia. 
A direção do Ateneu Dramático fez há tempos uma excelente aquisição. Para dar começo ao ensino prático, que faz base do seu programa, convidou o Sr. Emilio Doux, que vai ensinar aos artistas ali contratados os preceitos da arte, acompanhando esse ensino as diferentes peças que se forem representando. 
É claro que nas circunstâncias em que nos achamos relativamente a teatro, este ato pode ser fecundo de resultados, e é digno de menção. Ele prova que a direção do Ateneu Dramático aceita o cargo que se impôs, com uma missão de progresso, e que procura por todos os meios a seu alcance chegar a resultados definitivos. 
Não são, portanto, auxiliares que faltam ao governo, se ele quiser tomar a peito a criação de um teatro normal; a insistência da iniciativa individual, que dá tão acertadas providências, esta indicando que o pensamento do governo pode encontrar hábeis mãos executoras. 
O Ateneu Dramático, se perecer no meio dos esforços, ficará como um grande exemplo de coragem, de trabalho, de amor ao progresso, e o que é mais, um exemplo de verdadeiro progresso. 
É força terminar; termino, não sem convidar o leitor a ir ouvir a Risette do Alcazar. Houve gente de mau gosto que procurou fazer crer que esta não é a verdadeira Risette. 
Eh ! non, non, non, 
Vous n’êtes pas Risette... 
Não sei; não lhe vi a certidão de nascimento; mas se não é a tal Risette, é uma grande Risette, com certeza. 
Tenho a honra...

Crônicas de Segunda Na Usina: D'Araújo: Das Coisas que nunca fomos:


Coisas que quanto mais eu tento, mais difícil fica de entender:

 Na Política:

Aqui no Face mundo, só temos pessoas politizadas que conhece os seus direitos, que não votam em corruptos, que exige daqueles em quem votaram, coerência e responsabilidade social; Mais onde é que estes políticos trabalham, seria em Marte? Pois eles não povoam nossas assembleias e gabinetes dos executivos por aqui.

 No aumento dos preços: Temos uma lamuria só contra o preço dos combustíveis, mas nas ruas, se você sair de carro, na área urbana a média de velocidade é de 30 km por hora, por causa do excesso de veículos. Claro que na maioria dos transportes alternativos você vai ter que fazer algum esforço físico para se locomover; Então está fora de cogitação. Pois já vi muitas pessoas entrar em desespero porque o controle remoto quebrou, e ela vai ter que se levantar do conforto do sofá para apertar o botão da televisão, imagine se por acaso tiver que pegar transporte publico.

 Na Sustentabilidade: Somos sufocados o ano todo com postagem de pessoas pregando a economia de energia; Ai você vai visitar os amigos e 90% do que ele usa é elétrico, mais esperai não é para economizar energia, a entendi desde que não seja pra tirar o meu conforto. Ai chega o Natal e a cidade fica coberta de luzes coloridas ai se formam verdadeiras procissões para apreciação. Mas aquelas luzes não são alimentadas com a mesma eletricidade? Mais já pensou Jesus ia ficar muito triste se não gastassem tudo que economizou durante o ano festejando o seu aniversário. Mas até onde minha doce ignorância pode alcançar, onde e quando ele nasceu nem tinha lâmpadas elétricas.

 Na falta de água: Todos os meios de comunicação estão engajados na batalha da economia;             lhe informando milhares de formas de armazenar água; agora espera os reservatórios começarem a encher, ai vocês vão ver uma enxurrada de reportagem que você nem sabe de onde vem. Alertando para o perigo de se armazenar água. Bem não podemos esquecer que a SABESP; sobrevive de vender água. E digas de passagem bem vendida. Bem comigo é diferente, pois nasci no nordeste e na época que eu nasci por la economizar água era questão de sobrevivência, talvez por isso sempre teve consciência da necessidade de não desperdiçar absolutamente nada. Nem mesmo saliva com aqueles que fingem ser surdos para não fazerem o que é necessário.

 No humanismo: Por aqui você não passa um segundo sem receber uma postagem sobre esses desumanos que maltratam animais, e se formam imensas corretes de solidariedade, para salvar o pobre bichinho das garras deste perverso. “A titulo de esclarecimento; Eu moro do Outro lado da Balsa em São Bernardo do Campo, SP.” Mais conhecido como comunidades, pois Balsa, No Riacho Grande, para aqueles que não sabem, aqui é local de desova daqueles que já foram seus melhores amigos, mas, com o tempo se tornou um estorvo; Ou por causa da velhice, ou doença incurável, ou mesmo porque encontrou um brinquedo mais interessante. E por mais que eu procure não encontro estes humanistas doando um seus valiosos finais de semanas para trazer comida, e atenção para estes pobres coitados rejeitados pela sua condição atual. Desculpe é que quem tem que fazer isso é o próximo não você, pois é ai que denegrimos todos os nossos valores sociais, delegando nossas próprias obrigações sempre ao próximo, assim dormimos com nossa consciência tranquila se é que temos alguma consciência do que nos tornamos todos com o passar do tempos e as nossas valiosas prioridades...

Até quando vamos nos vestir com o manto da santa hipocrisia, e achar que está tudo normal?

FIM


sábado, 30 de julho de 2022

Domingo na Usina: Biografias: Sevilla Pedro Gomez:


Sevilla Pedro Gomez ( Arcos de la Frontera , Cadiz , 1959) é um poeta e romancista espanhol .
Nasceu em Arcos de la Frontera ( Cádiz ) em 1959 e estudou no Colegio de La Salle, Fundación Moreno-Bachiller. 
Em sua localidade fundou, junto com os poetas Josefa Caro , José Luis Morante , María Jesús Ortega e Juan Luis Vega , entre outros, e sob a orientação de Cristóbal Romero , o grupo "Calima", com acervo e revista próprios, 1 que Também será denominado "grupo de Arcos". 
Em 1989, Francisco Bejarano , na sua colecção de cadernos A Poesia Jovem , publicou pela primeira vez os seus poemas e, no ano seguinte, apareceu o seu primeiro livro, E era a chuva, amor , desta vez na colecção Sevillian Barro . 
É também de 1990 Diez de Julio. Antologia e estudo da obra de Julio Mariscal Montes , 2 em torno da figura de um poeta por quem frequentemente declarou sua admiração e reconheceu sua influência. 3 
Seu próprio trabalho então começa a aparecer regularmente. Em 1992, Setembro Negro no Renascimento ; em 1994, Sendero Luminoso em "Cuadernos de la Moderna", coleção dirigida por José Mateos ; 4 e em 1995, A luz com o tempo dentro , que obteve um segundo prêmio no Prêmio Internacional de Poesia Rafael Alberti 5 e foi publicado novamente no ano seguinte pela Renacimiento , agora sua "editora líder". 6 
Em 2000, e como confessa, após a morte do irmão, escreveu o seu primeiro romance 7 intitulado Extension 114 , no qual aborda o tema da AIDS . E logo depois, em 2002, o segundo, 1977 , que narra a transição política espanhola vivida por um adolescente, ambos no Quorum . 6 
Também em 2002 voltou à poesia com o seu novo livro Tierra leve . 7 
Em 2003, concorreu a prefeito de Arcos nas listas da Izquierda Unida e, embora não tenha sido eleito, foi nomeado delegado de Cultura da Câmara Municipal, cargo que deixou em um ano. 8 
Segue-se um longo silêncio editorial que só rompe, em 2009, a publicação de Todo es para siempre , cuidadosa antologia de sua poesia cuja seleção e prólogo são tratados pelo poeta Enrique García-Máiquez , e que inclui obras do Setembro Negro , La luz com o tempo dentro e luz da Terra , além de dez itens inéditos agrupados sob o título Ainda há sol nas cercas . 9 
Em 2012 apresenta A fonte e a morte (Memórias) , 10 autobiografia confesa novelada que tanto é história das últimas cinco décadas em Arcos de la Frontera, que aparece na coleção Livros de Remembrance Renaissance. Realizado sob orientação de José Mateos, poeta e ensaísta jerezano que se considera discípulo, a sua escrita leva vários anos. 6 de novembro 
Em 2014 surge o seu terceiro romance Los relógios nublados , no qual volta a rever a história da Espanha desde a morte de Franco , desta vez através das memórias de um alcoólatra. 
Ele é colunista de jornal e colabora regularmente com o suplemento da Citas do Diario de Jerez , o semanário local Arcos Información e outros meios de comunicação. 12 Parte de sua obra foi traduzida para o português e aparece em diferentes antologias. 
Trabalho

Poesia

E foi a chuva, amor (Barro, 1990)

Setembro Negro (Renascença, 1992)

Caminho luminoso («Cuadernos de la Moderna», 1994)

A luz com o tempo dentro (Renaissance, 1996)

Mild Earth (Renaissance, 2003)

Tudo é para sempre , antologia (Renacimiento, 2009)

Romance

Extension 114 (Quorum Books, 2000)

1977 (Quorum Books, 2002)

Os relógios nublados (Espuela de Plata, 2014)

fonte de origem:

https://es.wikipedia.org/wiki/Pedro_Sevilla

Domingo na Usina: Biografias: José María Micó Juan:


José María Micó Juan ( Barcelona , 1961 ) é poeta , filólogo , tradutor e músico espanhol , com especialização nos clássicos da Idade de Ouro e do Renascimento italiano. Ele é Professor de Literatura na Universidade Pompeu Fabra .
Micó foi agraciado em 2006 com o Prêmio Nacional de melhor tradução para sua versão em verso de Orlando furioso de Ludovico Ariosto ( 1474 - 1533 ), que na Itália também ganhou um dos Premi Nazionali per la Traduzione 2007.
Em novembro de 2018, surgiu uma nova tradução da Divina Comédia para a Editorial Acantilado , em versão legível, próxima e fiel. 1 2
Poesia

A espera . Madrid: Hiperión, 1992. Prêmio Hiperión de Poesia.

Recinto murado . Barcelona: Edições do Autor, 1995.

Letras para cantar . Pamplona: Pamiela, 1997.

Estrada redonda . Barcelona: Tusquets, 1998.

Verdades e milongas . Barcelona: DVD, 2002.

José María Micó [Antologia]. Lleida: University of Lleida, 2003.

O sangue dos fósseis . Barcelona: Tusquets, 2005.

Caleidoscópio . Madrid: Visor, 2014.

Ensaio e edições filológicas

Guzmán de Alfarache , de Mateo Alemán . Madrid: Presidente, 1987.

Canções e outros poemas em grande arte , de Luis de Góngora . Madrid: Espasa-Calpe, 1990.

A forja da solidão: ensaios sobre Góngora . Barcelona: Sirmio, 1990.

De Góngora . Madrid: Nova Biblioteca, 2001.

"Polifemo" de Luis de Góngora: um ensaio sobre história e crítica literária . Barcelona: Península, 2001.

Dom Quixote em Barcelona , de Miguel de Cervantes . Barcelona: Península, 2004.

Poesia essencial , de Francisco de Quevedo . Barcelona: Grupo Hermes, 2004.

As razões do poeta. Forma poética e história literária, de Dante a Borges . Madrid: Gredos, 2008.

Os clássicos viveram . Barcelona: Cliff, 2013.

Para entender Góngora . Barcelona: Cliff, 2015.

Traduções

A medida do homem: remédios contra a boa e a má sorte , de Francesco Petrarca . Barcelona: Peninsula, 1999.

Sátiras: edição bilíngue , de Ludovico Ariosto . Barcelona: Peninsula, 1999.

Páginas do Songbook , de Ausiàs March . Valencia: Pré-textos, 2004. Orlando furioso , de Ludovico Ariosto . Madrid: Espasa Calpe, 2005.
fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: Vicente Gallego:



Vicente Gallego ( Valencia , 1963 ) é um poeta espanhol considerado um dos principais representantes da poesia da experiência , da lírica romântica em torno da beleza do quotidiano que dominou a poesia espanhola nos anos 80 e 90 do século XX . 1 Numerosos críticos também incluíram neste grupo a obra de autores como Luis García Montero , Felipe Benítez Reyes e Carlos Marzal. Ele abandonou os estudos literários para trabalhar como porteiro e dançarino de discoteca, podador de pinheiros, entregador de pacotes ou balança no lixão urbano de Dos Aguas.
Prêmio da crítica literária valenciana

Prêmio Loewe de Poesia (2001)

Publicações

Poesia

Santuário de Valência: Universidade de Valência, 1986.
A luz, de outra forma (Prêmio Rey Juan Carlos 1987 ; Madrid: Visor, 1988 ); 2ª edição corrigida: Granada, Yellow Jersey, 1998.

The Stranger's Eyes (1990 Young Loewe Award, Visor, 1990 )

A prata dos dias (Prêmio Ciudad de Melilla, Visor, 1996 )

A luz, de outra maneira (reedição substancialmente corrigida, Yellow Jersey, 1988 )

Santa deriva (XIV Prêmio de Poesia da Fundação Loewe e Prêmio Nacional da Crítica); Madrid: Visor, 2002 )

Sing of the blind (Visor, 2005 )

O sonho verdadeiro (Poesia 1988-2002) , Madrid: Visor, 2003.

Se você tinha medo de morrer, Tusquets, 2008.

Mundo dentro da clareira, Tusquets, 2012.

Caderno de surto, pré-textos, 2014

Saber de crillos, (Prêmio Emilio Alarcos) Visor, 2015.

Ser el canto, Visor, (Prêmio Generación del 27) Visor, 2016.

Cantou um pássaro (Antologia Essencial), Fondo de Cultura Económica, Madrid 2016

Para pássaros e migas, Visor, Madrid, 2019.

Narrativa

Contos de um escritor malsucedido (Valência: Pré-Textos, 1994 ) Prêmio Juan de Narrativa Tiger . O espírito vazio (Valencia, Pré-Textos, 2004).
fonte de origem:
https://es.wikipedia.org/wiki/Vicente_Gallego_(poeta)

Domingo na Usina: Biografias: José Manuel Benítez Ariza:



José Manuel Benítez Ariza (n. 1963 em Cádiz , Espanha ) é um escritor e poeta espanhol . Autor de romances e livros de contos, traduziu obras de Rudyard Kipling , Joseph Conrad , Herman Melville e Henry James , entre outros. Colaborou em jornais como Diario de Cádiz , El Independiente de Cádiz, etc. e faz crítica literária para o suplemento El Cultural do jornal El Mundo . 1
Romances

A linha de giz (Pre-Textos, Valencia, 1996)

As ilhas pensativas (idem, 2000)

Férias de inverno (parênteses, 2009)

Nova vida (parênteses, 2010)

Rodada de Madrid (parênteses, 2011)

Trilogia de transição (Dalya, 2018)

Livros de histórias

O sorriso do diabo (Renaissance, Seville, 1998)

O homem da mesa de cabeceira (“Calembé”, Câmara Municipal de Cádiz, 1999)

Chuva ácida (Algaida, Sevilha, 2004)

Sexteto de Madrid e outras histórias (Hipálage, Sevilla, 2007).

Poesia

Express e outros poemas (Prefeitura de Rota, 1988)

Os amigos (Qüásyeditorial, Sevilha, 1991)

Conto de inverno (Diputación de Granada, 1992)

Pensamentos ruins (Renaissance, Seville, 1994)

Os estranhos (Pré-textos, Valência, 1998)

Caderno de Zahara (Pré-textos, Valência, 2002)

Quatro noites (Pré-Textos, Valência, 2004),

Casa em construção -antologia- (Renacimiento, Sevilla, 2007).

Diário de Benaocaz (Pré-textos, Valência, 2010)

Panorama e perfil (Livros Canto y Cuento, Jerez de la Frontera, 2014)

Nós desde então. Poesia amorosa 1984-2015 (La Isla de Siltolá, Sevilha, 2015)

Arabesco (Pré-textos, Valência, 2018)
fonte de origem: 

Domingo na Usina: Biografias: Diego Doncel Manzano:


 
Diego Doncel Manzano (Malpartida de Cáceres, Cáceres, 1964) é um poeta , romancista e crítico espanhol . 
Biografia 
Em 1990, Diego Doncel ganhou o Prêmio Adonais com sua coleção de poemas El only threshold . Desde então não parou de escrever, sendo autor de três romances e mais quatro livros de poesia. Em 2012 recebeu o Prêmio Café Gijón de Romance para Amantes na Época da Infâmia 
É cofundador da revista hispano-portuguesa Espaço / Espacio Escrito e é colaborador regular da imprensa escrita. Foi também diretor da coleção "Los solitarios y sus amigos" da editora Calambur. Dirigiu cursos para diversas instituições culturais como o Círculo de Lectores, Círculo de Bellas Artes (Madrid) e ministrou palestras e leituras na Espanha, Europa e Estados Unidos. 
Obra poética 

O único limite . Espanha: Rialp (Premio Adonais), 1990. ISBN 978-84-321-2728-1 .

Uma sombra passageira . Espanha: Tusquets (New Sacred Texts), 1998. ISBN 978-84-7223-965-4 .

Em nenhum paraíso . Espanha: Visor, 2005. ISBN 978-84-7522-782-5 .

Ficção pornográfica . Espanha: DVD, 2011.

Territórios sob vigilância. Poesia coletada . Visor, 2015

O fim do mundo na televisão (Prêmio Tiflos), 2015.

Obra narrativa

O ângulo dos segredos femininos . Espanha: Mondadori, 2003. ISBN 978-84-397-1015-8 .

Mulheres acenando adeus . Espanha: DVD, 2010. Amantes na época da infâmia . Espanha: Siruela, 2013.
fonte de origem:

Domingo na Usina: biografias: Benjamin William Bova:


 
Benjamin William Bova, mais conecido por Ben Bova (n. 8 de Novembro de 1932, Filadélfia, PA), é um jornalista, editor e romancista estado-unidense de ficção científica. 
Biografia 
Ben Bova nasceu e cresceu em Filadélfia. Obteve o grau de Bacharel em Ciências da universidade da cidade em 1954, mestrado em Comunicação na Universidade de Nova Iorque em 1987 e doutoramento em Educação da Universidade da Califórnia em 1996. 
Iniciou a sua carreira profissional como jornalista do The New York Times e do Wall Street Journal, antes de se juntar ao Projeto Vanguard da NASA, o primeiro programa americano desatélites artificiais, onde trabalho no domínio dos lasers. Nos anos 70 e na sequência da morte de John W. Campbell, torna-se editor da revista Analog, e depois da revista Omni no início dos anos 80. Vence o Prémio Hugo na categoria de Editor Profissional nos anos 1973 a 1977 e em 1979. 
As suas nomerosas obras, seja de ficção como de não-ficção, sobre ciência, tecnologia e o futuro, e a sua bagaem científica, fazem com que Ben Bova seja reconhecido como um visionário da FC. Bova previu assim a corrida para a lua da década de 60, os satélites artificiais, a realidade virtual, a clonagem de humanos, a descoberta de vida no planeta Marte, o programa Guerra das Estrelas de defesa dos EUA, e os livros electrónicos. 
Entre os seus domínios favoritos, citam-se o impacto das ciências sobre a política (e vice-versa), a pesquisa de vida extraterrestre e o desenvolvimento da exploração espacial. 
Presidente honorário da National Space Society, foi igualmente presidente da Science Fiction and Fantasy Writers of America entre 1990 e 1992. Em 2001 foi eleito membro da American Association for the Advancement of Science. 
Obra 
Ben Bova é autor de 33 ensaios, 64 romances e 12 antologias. 
Antologias 

Forward in Time (1973) 

Maxwell's Demons (1979) 

E (1984) 

The Astral Mirror (1985) 

Prometheans (1986) 

Battle Station (1987) 

Future Crime (1990) 

Challenges (1994) 

The Future Quartet - Earth in the Year 2042 (1995) 

Twice Seven (1998) 

Série Exiles 

Exiled from Earth (1971) 

Flight of Exiles (1972) 

End of Exile (1975) 

Série Grand Tour 

Mars (1992) 

Empire Builders (1993) 

Return to Mars (1999) 

Venus (2000) 

Jupiter (2001) 

Saturn (2002) 

Tales of the Grand Tour (2004) 

Mercury (2005) 

Powersat (2005) 

Titan (2006) 

An Upcoming 3rd Mars Book (200?) 

Moonrise (Part of the Grand Tour) 

Moonrise (1996) 

Moonwar (1998) 

Asteroid Wars (Parte do Grand Tour) 

The Precipice (2001) 

The Rock Rats (2002) 

The Silent War (2004) 

The Aftermath (2007) 

Sam Gunn (Parte do Grand Tour) 

Sam Gunn, Unlimited (1993) 

Sam Gunn Forever (1998) 

Sam Gunn Ominbus (2007) 

Novelas individuais 

The Weathermakers (1967) 

Out of the Sun (1968) 

Escape! (1969) 

THX 1138 (com George Lucas) (1971) baseado no filme THX 1138 

As on a Darkling Plain (1972) 

The Winds of Altair (1983) 

Privateers (1985) 

When the Sky Burned (1972) 

Gremlins, Go Home! (com Gordon Dickson) (1974) 

The Starcrossed (1975) 

City of Darkness (1976) 

Millennium (1976) 

The Multiple Man (1967) 

Colony (1978) 

Kinsman (1979) 

Test of Fire (1982) 

The Kinsman Saga (1987) Combina Millennium (1976) e Kinsman (1979). Com uma introdução e narrativa onde Bova explica a reescrita destas duas obras. 

Peacekeepers (1988) 

Cyberbooks (1989) 

The Trikon Deception (com Bill Pogue) (1992) 
Triumph (1993) Obra de história alternativa situada no final da II Guerra Mundial, onde Churchill planeia o assassinato de Estaline, e na qual Roosevelt sobrevive após 1945. 

Death Dream (1994) 

Brothers (1996) 

The Green Trap (2006).
fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: Dale Peck:

 


Dale Peck (nascido em 1967) é um romancista , crítico literário e colunista americano . Seu romance de 2009, Sprout , ganhou o Lambda Literary Award de literatura LGBT infantil / jovem adulto, [1] e foi finalista do Stonewall Book Award na categoria de literatura infantil e juvenil . [2] 
Peck nasceu em Long Island, Nova York . Ele foi criado no Kansas e frequentou a Drew University em New Jersey , graduando-se em 1989. Ele recebeu uma bolsa Guggenheim em 1994. 
Carreira 
O primeiro romance de Peck, Martin and John , foi publicado em 1993. Seu trabalho subsequente, que continuou a explorar questões de identidade e sexualidade, recebeu críticas mais mistas. Salon.com descreveu Now It's Time to Say Goodbye como um "hyperpotboiler" com um enredo "sensacional e absurdo." [3] A New York Review of Books chamou Martin e John de "surpreendentemente sofisticado", mas disse que Now It's Time to Say Goodbye "desabou sob o peso de suas estruturas alegóricas sobrecarregadas" e diagnosticou a ficção de Peck como uma "gangorra entre um lirismo tenso '... e clichê. " [4] 
Peck também chamou a atenção como crítico. Suas resenhas para The New Republic , enquanto o estabeleciam como um dos comentaristas mais influentes de livros, também geraram o opróbrio do estabelecimento literário por seu tratamento negativo de alguns dos escritores mais conceituados da época, mas também por seu questionamento subjacente de qual seria o projeto maior de cartas americanas da virada do século. Sua frase mais notória, " Rick Moody é o pior escritor de sua geração", deu o tom para uma coleção de ensaios publicada sob o título Hatchet Jobs . 
Em 1996, Peck revisou o romance best-seller de David Foster Wallace , Infinite Jest , escrevendo que "o que torna o sucesso do livro ainda mais notável é que ele é, em uma palavra, terrível. Outras palavras que eu poderia usar incluem inchado, enfadonho , gratuito e - talvez especialmente - descontrolado. Eu, de fato, chegaria ao ponto de dizer que Infinite Jest é um dos poucos romances para os quais a frase "não vale o papel em que está escrito" tem verdadeiro significado em pelo menos um senso ecológico . " Peck, no mesmo artigo, também atacou os escritores americanos Jonathan Franzen , Don DeLillo e Thomas Pynchon, caracterizando este último como "um cara muito inteligente" e sua prosa como "tentacular - quase diria ... amorfa". [5] 
As resenhas de Peck, por sua vez, foram recebidas com críticas, com os editores da revista n + 1 sediada em Brooklyn , embora afirmando, em 2004, que 
quando The New Republic derrubou um escritor - como notoriamente fez com Toni Morrison , Judith Butler , Frank Bidart , Don DeLillo, Elaine Scarry , Colson Whitehead , Kurt Andersen , Sharon Olds , Thomas Pynchon, Zadie Smith , Jonathan Franzen, Barbara Kingsolver . .. [foi] a melhor seção literária do país [6] 
também escrevendo: 
Com o surgimento do ridículo Dale Peck, o método do salão literário de Wieseltier atingiu sua reductio ad absurdum . Peck manchou as paredes com merda e levou à falência sua autoridade para sempre. Muitas formas de extremismo se transformam em seu oposto no estágio terminal. Assim , o suposto relatório de The New Republic para um valor literário seco, austero e elevado - manifestando-se por anos em uma fúria perplexa contra tudo que é novo ou confuso - levou à umidade autoterapêutica de Peck (já que a autopiedade é o refúgio dos valentões) e ódio ao modernismo clássico (que, para os filisteus , será sempre novo e confuso). [6] 
Em maio de 2011, a crítica de Peck à literatura judaica americana, na qual ele afirmava "se eu tiver que ler outro livro sobre o Holocausto , eu mesmo matarei um judeu" provocou um clamor público. Seus editores posteriormente removeram a declaração de seu artigo. [7] 
Em 2016, Peck foi nomeado editor-chefe da revivida Evergreen Review online . "Quero que a revista seja algo entre uma comunidade e um lugar onde lobos solitários se encontram", disse Peck no lançamento do site em março de 2017. "Tenho uma preferência pela literatura experimental, mas pela literatura genuinamente experimental em oposição à literatura que diz que é experimental, mas na verdade é apenas repetir o experimento de outra pessoa de 70 anos atrás. Toda boa literatura é experimental, pelo menos no sentido de que inventa seus próprios termos. " [8] 
Em 2019, Peck escreveu um artigo publicado pela The New Republic intitulado "My Mayor Pete Problem", [9] referindo-se ao candidato presidencial democrata Pete Buttigieg , que, embora suas opiniões fossem apoiadas em uma coluna Spectator , [10] foi posteriormente criticado como homofóbico . [11] [12] The New Republic colocou o artigo online após o expediente. O editor Chris Lehmann afirmou: " The New Republic reconhece que esta postagem ultrapassou os limites e, embora tenha sido em grande parte destinada a ser uma sátira, foi inadequada e invasiva." [11] [12] 
Peck ensina redação criativa na The New School em Nova York . Ele também é colunista do Out.
fonte de origem:

Domingo na Usina: Edgar Rice Burroughs:


 
Edgar Rice Burroughs (Chicago, 1 de setembro de 1875 — Encino, 19 de março de 1950) foi um escritor norte-americano, conhecido pela criação dos personagem Tarzan e John Carter.[1][2] 
Biografia 
Edgar Rice Burroughs nasceu no ano de 1875 em Chicago, nos EUA. Foi o criador de Tarzan e de John Carter, herói da Guerra Civil americana que foi abduzido por marcianos verdes, salvou uma princesa inimiga e se meteu na Guerra Civil marciana.[3][4][5] A série de ficção cientifica foi escrita inicialmente como contos, iniciados em 1912, e depois se transformaria numa coleção de 11 livros. Ele também foi jornalista antes de se tornar escritor. Ao morrer, em 1950, Burroughs foi enterrado numa pequena cidade do estado da Califórnia chamada Tarzana.[6] 
Bibliografia 
Capa de The Chessmen of Mars, McClurg, 1922, arte de J. Allen St John 
Bookplate de Edgar Rice Burroughs mostrando Tarzan segurando o Planeta Marte, cercado por outros personagens símbolos e personagens do autor 
Capa de the Earth's Core (1922), arte de J. Allen St John 

Série Barsoom 

Ver artigo principal: Barsoom 

A Princess of Mars (1912) 

The Gods of Mars (1914) 

The Warlord of Mars (1918) 

Thuvia, Maid of Mars (1920) 

The Chessmen of Mars (1922) 

The Master Mind of Mars (1928) 

A Fighting Man of Mars (1931) 

Swords of Mars (1936) 

Synthetic Men of Mars (1940) 

Llana of Gathol (1948) 

John Carter of Mars (1964) 

"John Carter and the Giant of Mars" (1940) escrito pelo filho John Coleman Burroughs. 

"Skeleton Men of Jupiter" (1942) 

Série Tarzan 

Ver artigo principal: Tarzan 

Tarzan of the Apes (1912) 

The Return of Tarzan (1913) 

The Beasts of Tarzan (1914) 

The Son of Tarzan (1914) 

Tarzan and the Jewels of Opar (1916) 

Jungle Tales of Tarzan, 1917 [1916]. 

Tarzan the Untamed, 1921 [1919]. 

Tarzan the Terrible (1921) 

Tarzan and the Golden Lion, 1923 [1922]. 

Tarzan and the Ant Men (1924) 

Tarzan, Lord of the Jungle, 1928 [1927]. 

Tarzan and the Lost Empire (1928) 

Tarzan at the Earth's Core (1929) 

Tarzan the Invincible (1930–31). 

Tarzan Triumphant (1931) 

Tarzan and the City of Gold (1932) 

Tarzan and the Lion Man, 1934 [1933]. 

Tarzan and the Leopard Men (1935) 

Tarzan's Quest, 1936 [1935]. 

Tarzan the Magnificent, 1937 [1936]. 

Tarzan and the Forbidden City (1938) 

Tarzan and the Foreign Legion (1947) 

Tarzan and the Tarzan Twins (1963, para crianças e adolescentes) 

Tarzan and the Madman (1964) 

Tarzan and the Castaways (1965) 

Série Pellucidar 

Ver artigo principal: Pellucidar 

At the Earth's Core (1914) 

Pellucidar (1923) 

Tanar of Pellucidar (1928) 

Tarzan at the Earth's Core (1929) 

Back to the Stone Age (1937) 

Land of Terror (1944) 

Savage Pellucidar (1963) 

Série Vênus 

Pirates of Venus (1934) 

Lost on Venus (1935) 

Carson of Venus (1939) 

Escape on Venus (1946) 

The Wizard of Venus (1970) 

Série Caspak 

The Land That Time Forgot (1918) 

The People That Time Forgot (1918) 

Out of Time’s Abyss (1918) 

Série Lua 

The Moon Maid (1926) (aka The Moon Men) 

Part I: The Moon Maid 

Part II: The Moon Men 

Part III: The Red Hawk

fonte de origem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Rice_Burroughs#:~:text=Edgar%20Rice%20Burroughs%20nasceu%20no,meteu%20na%20Guerra%20Civil%20marciana.

Domingo na Usina: Biografias: Ben Sherwood:

 


Ben Sherwood (Los Angeles, 12 de fevereiro de 1964) é um escritor, jornalista e produtor estadunidense. Ele foi presidente do Disney-ABC Television Group e co-presidente da Disney Media Networks.[1] Sherwood foi ex-presidente da ABC News.[2]
Ele é autor do livro A Morte e Vida de Charlie St. Cloud que segue a jornada de um jovem que sobrevive a um terrível acidente de carro, em que o seu irmão mais novo morre. Em 2010 foi adaptado ao cinema e transformado em um filme estrelado por Zac Efron, e dirigido por Burr Steers.
fonte de origem:

CENSURA POÉTICA:



 "A natureza sempre será uma fonte infinita para nossas inspirações e neste Horto Poético, cultivaremos as mais belas poesias.


Torne-se um só com a natureza e deixe que floresça uma ideia em seu coração.

Vamos plantar essa semente e colher juntos a essência da paixão pelo vida, pela natureza e pela poesia.

Nesta primeira antologia o Censura Poética planta sua história, e os frutos que virão adoçarão nossa trajetória."


Serão aceitos poemas, poesias, cordéis, trovas e haikais de temas relacionados com a ideia da Antologia. 

Venha fazer parte da nossa primeira antologia!

Acesse nosso edital:

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Revista Internacional e Interativa The Bard :


 

Participe da 13ª edição da Revista Internacional e Interativa The Bard – MAIO & JUNHO 2022

 Se você gosta de poesia, arte e música, este espaço é seu para expressar e divulgar a sua arte.

A Revista será em 3 modalidades: Revista em 3D, Revista Eletrônica e em PDF interativo com botões (links) direcionáveis para seu site, sua fanpage, perfil, blog e etc…

https://revistathebard.com/?fbclid=IwAR2AEmDLXBoG-5PV7xxvXLue0EEmrYTycJg7UUyd1BhuQ-la1YpjebfuhPo

Contos do Sábado na Usina: Carlos Sussekind: O anti-Natal de 1951:





No documento emitido pelo Juizado de Menores lê-se o seguinte: "Requisito-vos" (ao agente da Estação D. Pedro II, no Rio de Janeiro) "duas passagens de ida e volta em 1ª classe dessa estação até a Estação Presidente Franklin Roosevelt, em São Paulo, para o Dr. Lourenço Laurentis, 
Curador de Menores do Distrito Federal, e um menor, que viajam a serviço deste Juízo". 
Muito atencioso, o agente-ajudante que me atende na Central. Não me faz esperar. Mas, depois de carimbar a requisição, objeta-me que só amanhã poderá dar as passagens, pois o regulamento ferroviário exige antecedência de três dias, não de quatro. Adiantei-me, pois. Evito discutir, para que não surjam obstáculos futuros. A idéia de fazer essa viagem na companhia unicamente de meu filho, tendo eu me comprometido a não desviá-lo de suas leituras nem durante o percurso nem durante o dia inteiro (25 de dezembro) que passaremos em São Paulo, corresponde satisfatoriamente à nossa concepção (minha e dele) do anti-Natal. Atravessaremos a véspera natalina dentro do trem, sem desejar mal nem bem a quem quer que seja, ele lendo, eu nos meus devaneios. Dia 26 estaremos de volta. Não daremos nem receberemos presentes. O único presente tolerado é essa viagem de graça, que, a bem dizer, não é um presente, é um direito que me dá o cargo de Curador de menores. Doutor Lourenço e o filósofo Lourencinho estarão na deles, numa boa. 
Verifico que, se fosse de noturno, com leito de luxo, no "Santa Cruz", em cabine individual de dois passageiros, a viagem de ida e volta custaria ao Estado o triplo do preço desse trajeto feito em poltrona comum. Sairíamos do Rio às 22:30 do dia 24 e chegaríamos a São Paulo às 9 da manhã de 25. Magnífico, sem dúvida. Mas repugna à minha consciência abusar da requisição, proporcionando-nos esse luxo nababesco que ficaria documentado 
para sempre. Basta a fraude de dizer que eu e o Lourencinho vamos "a serviço do Juizo Tentarei, em todo caso, combinar ida em noturno e volta em diurno, numa última homenagem ao meu escrúpulo. O abuso já não será tanto, nem deixarei de proporcionar a meu filho uma viagem repousada. Se tiver de ir e vir de diurno - o que seria a hipótese mais econômica -, a consciência ficará mais leve, mas não sei como se comportariam o fígado dele e os meus rins. Enfim, veremos. 
Precipitado no meu otimismo, faço, depois do jantar, uma descrição para a família toda reunida de como é o trem encantado em que viajaremos os dois. Vagões de aço inoxidável. As poltronas forradas de camurça. 
Giratórias. Ninguém em pé, todos acomodados, de fisionomias risonhas. A composição move-se deslizando, sem nenhuma trepidação, nenhum ruído, não entra pó, o ar que circula é como o do cinema Metro, trem de cinema, primeiro você pensa que é por causa do dia chuvoso, mas deixe chegar uma estação, abrir-se a porta e verá que é como se se abrisse uma fornalha. É a temperatura que faz lá fora. Dentro do carro, no entanto, a mesma inalterável 
e suavíssima ambiência! Moças e rapazes falam-se aos beijos. Quando não se beijam, cantam. Um sonho! 
Diante da minha expansão, Lourencinho tem o comentário desalentador de que só vai a São Paulo para me acompanhar, e que não sabe, afinal, se isso de anti-Natal funcionará mesmo. Se nem o anti-Natal o seduz, meu Deus, que se pode esperar desse rapaz? Deve ser a perspectiva da viagem fatigante. Mas não é só isso, não. Quando lhe falo no que faremos para conhecer a cidade, onde não piso desde 1920 - há mais de 30 anos, portanto -, adverte logo: - Desista disso de querer mostrar parques e avenidas e monumentos e pessoas! Iremos cada qual para seu lado. 
Vou buscar as passagens na estação. Outro subagente. Atencioso, como o de ontem. Entretanto, fez-me esperar 25 minutos para verificar se a assinatura era mesmo do juiz de menores, um desaforo. Conclui dizendo, amabilíssimo, que só amanhã, 22, poderá me dar os bilhetes, pois o regulamento fala em "três dias antes da viagem": sendo esta no dia 24, os três dias contam-se 22, 23 e 24. Considera 24 como sendo ao mesmo tempo o dia da viagem e a véspera! Evito discutir etc. 
Risadas do homenzinho quando lhe falo em "noturno" e "Santa Cruz A requisição menciona apenas "passagem de 1ª". Sem especificar "noturno só se pode subentender "diurno". A fim de não dificultar a interpretação favorável em São Paulo, para a volta, escreve "tarifa noturna", o que permitirá que eu cogite de noturno de lá para cá. Mas, noturno em "trem de madeira", sem leito de qualquer espécie. Nem, sequer, poltrona. A poltrona, mesmo para o diurno, tem de ser paga à parte. São 60 para a ida e outros 60 para a volta. Quer dizer que a requisição do Juízo de Menores só me deu o direito de andar dentro do trem até São Paulo e de São Paulo aqui. Custará isso ao Estado 568 cruzeiros redondos. Acho infinita graça, agora, na minha ingenuidade de falar em "escrúpulo" de pleitear coisa melhor... O Governo sabe com quem lida. As bandalheiras não se fazem assim, com recibo. Elas se aninham noutras dobras. 
Volto no dia seguinte, o guichê das passagens está se abrindo, sou o primeiro passageiro atendido. Entretanto, não posso ter os assentos que peço, na sombra. "Nós aqui desconhecemos os lugares que são no sol e os que ficam na sombra. As ordens são para destacá-los automaticamente, sem intervenção de quem quer que seja." Conformo-me. Ele lê a requisição. O outro funcionário, ao datá-la, pôs certo 21.12.1951; mas, quando se referiu ao dia da viagem, escreveu, sabe-se lá por que, 24.12.1952, equívoco palpável, evidente. Mas S. Exa. o bilheteiro do guichê nº 1 acha que deve ser retificado. Atendo-o, ainda nisto. No guichê nº 5 já está outro funcionário, diverso do "amabilíssimo" com quem falei ontem. Objeta-me que a retificação não é da sua competência, e que o funcionário que poderia fazê-la só começará a trabalhar às 4 da tarde. Não posso tolerar semelhante absurdo. Volto então ao agente substituto. Ouve-me em silêncio. Manda chamar o bilheteiro. Fala-lhe. E se volta para mim, austeramente: - O funcionário tem razão. Ele não pode retificar um erro que não cometeu. Mas o senhor, também, não vai pagar pelo que se fez sem sua culpa. Atenda-o, portanto, Sr. Freitas. Se o algarismo puder ser modificado, modifique-o. Se não puder, extraia outro passe. 
E dá-me as costas. O algarismo não pôde ser modificado. Depois de ajustar pachorrentamente os carbonos e de "experimentar" noutro papel, de rascunho, Freitas pega solenemente o lápis, calca-o, descobre o carbono e diz: 
- Não deu certo. - Espero, pois, 15 minutos para que ele extraia novo passe. 
Seria justo que minha odisséia terminasse aí. Mas não terminou. Vou 
para o bilheteiro do guichê nº 1. Examina os novos passes, pede-me a carteira funcional e me diz secamente: 60 cruzeiros pelas duas poltronas. Dou-lhe o dinheiro, mas pergunto: 
- Que é que essas poltronas têm de mais? Ele não demora na resposta: 
- Nada. 
- Então por que se paga à parte? Se eu não pagasse, iria em pé? 
O homem ajusta os óculos ao nariz, fita-me serenamente, reflete no que vai dizer. Responde-me: 
- Iria. 
Quer dizer: um funcionário, viajando a serviço do Estado, tendo sua passagem requisitada pelo Juízo de Menores, em nome do Ministro da Justiça, não tem direito sequer a viajar sentado nas 11 horas do percurso. Mas ainda há mais. Pergunto, delicadamente, ao ditador que tenho pela frente, se as poltronas 37 e 38 do carro "B" ficam, ou não, na sombra. Com uma irritação mal disfarçada em calma "superior", responde-me: 
- Meu caro senhor, quer um conselho? Peça a Deus que sejam na sombra, porque só Ele pode decidir. 
Ali a justiça divina já está feita de antemão. Qualquer dos lugares é igual nos benefícios e nas desvantagens. Em 11 horas de viagem, de 7:25 às 18:25, quem tiver sol pela manhã não o terá mais à tarde, e quem, pela manhã, gozar da sombra, escaldará com o sol de depois do meio-dia. 
Rimo-nos, ambos, para descarregar os nervos, evidentemente tensos, tensíssimos. Desejo-lhe Feliz Natal com toda a sinceridade. Posso respirar, enfim. As providências que tinha de tomar para garantir nosso anti-Natal, meu e do meu filho, já estão tomadas.