quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Tua alma

Em cada beijo,
Em cada toque,
Em cada suspirar do teu existir,
é que eu encontro a eterna razão do meu ser.
Na leveza da tua alma, que encontro a minha calma....

poema na integra no livro:
"Entre Lírios e Promessas"


Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Tudo

Você é meu inicio o meio e o fim do caminho,
Você é o mais valioso pergaminho,
onde imprimo os meus mais belos poemas.
Sois o meu respirar mais profundo,
O melhor do meu mundo.
Tu és a água, o vinho o alimento perfeito....

Poema na integra no livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Deserto

 

Com o meu árduo suor

Vou tecendo os meus labirintos

Com muralhas de pedras que protege

O deserto.....

Poema na integra no livro:

"Entre Lírios e Promessas"



Poesia de quinta na Usina: Flor Bela Espanca:

 



A VOZ DA TÍLIA

Diz-me a tília a cantar: "Eu sou sincera, Eu sou isto que vês: o sonho, a graça,
Deu ao meu corpo, o vento, quando passa, Este ar escultural de bayadera...
E de manhã o sol é uma cratera,
Uma serpente de ouro que me enlaça...
Trago nas mãos as mãos da primavera... 
E é para mim que em noites de desgraça Toca o vento Mozart, 
triste e solene,
E à minha alma vibrante, posta a nu, Diz a chuva sonetos de Verlaine..."
E, ao ver-me triste, a tília murmurou: "Já fui um dia poeta como tu...
Ainda hás de ser tília como eu sou..."

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:

 


 

 VOLÚPIA


No divino impudor da mocidade, Nesse êxtase pagão que vence a sorte, 
Num frêmito vibrante de ansiedade, Dou-te meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade... A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte: Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço... São os dedos do sol quando te abraço, 
Cravados no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:

 




INTERROGAÇÃO

Neste tormento inútil, neste empenho
De tornar em silêncio o que em mim canta, 
Sobem-me roucos brados à garganta
Num clamor de loucura que contenho.
Ó alma da charneca sacrossanta, 
Irmã da alma rútila que eu tenho,
Dize para onde eu vou, donde é que venho 
Nesta dor que me exalta e me alevanta!
Visões de mundos novos, de infinitos, 
Cadências de soluços e de gritos, 
Fogueira a esbrasear que me consome!
Dize que mão é esta que me arrasta? 
Nódoa de sangue que palpita e alastra... 
Dize de que é que eu tenho sede e fome?!

Poesia de Quinta na Usina: sonetos: Luís de Camões:

 



061

Seguia aquele fogo, que o guiava, Leandro, 
contra o mar e contra o vento; as forças lhe faltavam 
já e o alento, Amor lhas refazia e renovava.
Despois que viu que a alma lhe faltava, não esmorece; 
mas, no pensamento, (que a língua já não pode) seu intento
ao mar que lho cumprisse, encomendava.
Ó mar (dezia o moço só consigo), já te não peço a vida; só queria
que a de Hero me salves; não me veja...
Este meu corpo morto, lá o desvia daquela torre. Sê me nisto amigo,
pois no meu maior bem me houveste enveja!







Poesia de Quinta na Usina: Sonetos: Luís de Camões:

 



055

Sempre a Razão vencida foi de Amor; mas, porque assi o pedia o coração, 
quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!
Novo modo de morte, e nova dor! 
Estranheza de grande admiração, que perde suas forças a afeição, 
porque não perca a pena o seu rigor.
Pois nunca houve fraqueza no querer, mas antes muito mais se esforça 
assim um contrário com outro por vencer.
Mas a Razão, que a luta vence, enfim, não creio que é razão; 
mas há de ser inclinação que eu tenho contra mim.



Poesia de Quinta na Usina: Sonetos: Luís de Camões:

 



143

Sempre, cruel Senhora, receei, medindo vossa grã desconfiança,
que desse em desamor vossa tardança, e que me perdesse eu, pois vos amei.
Perca-se, enfim, já tudo o que esperei, pois noutro amor já tendes esperança. 
Tão patente será vossa mudança,
quanto eu encobri sempre o que vos dei.
Dei-vos a alma, a vida e o sentido; de tudo o que em mim 
há vos fiz senhora. Prometeis e negais o mesmo Amor.
Agora tal estou que, de perdido, não sei por onde vou, 
mas algü'hora vos dará tal lembrança grande dor.