quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Poesia de Quinta na Usina: sonetos: Luís de Camões:

 



061

Seguia aquele fogo, que o guiava, Leandro, 
contra o mar e contra o vento; as forças lhe faltavam 
já e o alento, Amor lhas refazia e renovava.
Despois que viu que a alma lhe faltava, não esmorece; 
mas, no pensamento, (que a língua já não pode) seu intento
ao mar que lho cumprisse, encomendava.
Ó mar (dezia o moço só consigo), já te não peço a vida; só queria
que a de Hero me salves; não me veja...
Este meu corpo morto, lá o desvia daquela torre. Sê me nisto amigo,
pois no meu maior bem me houveste enveja!







Nenhum comentário:

Postar um comentário