O MOMENTO SUBLIME
Nada nos interrompa neste ensejo…
Sejam sombras que a lâmpada projeta,
o cortinado em suave rumorejo,
a página do livro, irrequieta…
Nada nos interrompa… É o teu desejo,
é a vontade sublime de um poeta...
Como se tudo um célere lampejo
fosse… Depois mais nada… Poeira quieta.
Nada nos interrompa neste rito
tão sagrado, tão suave e tão bonito,
que o próprio chão é quase que celeste…
Nada nos interrompa… Nem a sorte,
nem desígnios da vida nem da morte...
Nem os botões cerrados da tua veste…
(Paulo Maurício G Silva)