quarta-feira, 21 de julho de 2021

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:

 




objeto

do meu mais desesperado desejo não seja aquilo
por quem ardo e não vejo seja a estrela que me beija 
oriente que me reja
azul amor beleza faça qualquer coisa
mas pelo amor de deus ou de nós dois
seja

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Labirintos
Da janela do meu pensar, sob a densa neblina do entardecer, 
solto os meus pensamentos num voo rasante, 
rasgando as linhas dos labirintos da minha eterna e inquieta alma de sonhador.
Sem o consentimento dos doutores do saber.
Ou a benevolência dos nobres sábios....

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"


Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Neblina
Vendo os meus sonhos desaparecendo
por entre a intensa neblina,
das minhas desilusões......

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Amar muito além do querer
Quase nunca imaginamos que o amar pleno e sincero
possa nos levar a tomar atitudes tão absurdas vistas a olho nu.
Chegamos a abrir mão de vivermos este amor, 
quando percebemos que isso pode sucumbir 
os mais verdadeiros sonhos da pessoa amada.....

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"




Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:


 
não creio
que fosse maior a dor de dante que a dor
que este dente
de agora em diante sente
não creio que joyce
visse mais numa palavra mais do que fosse
que nesta pasárgada ora foi-se
tampouco creio que mallarmé visse mais
que esse olho nesse espelho agora
nunca me vê

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:


 



existe um planeta perdido
numa dobra do sistema solar 
aí é fácil confundir sorrir com chorar
difícil é distinguir esse planeta de sonhar

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:

 


 
ESPERA...

Não me digas adeus, ó sombra amiga, 
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga, 
Dos nossos bons e cândidos abraços! 
Sou dona de místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga 
Que um dia ficou presa nos teus braços

Poesia de quinta na Usina: Florbela Espanca:

 



CRUCIFICADA

Amiga... noiva... irmã... o que quiseres! Por ti, todos os céus terão estrelas,
Por teu amor, mendiga, hei de merecê-las, Ao beijar a esmola que me deres.
Podes amar até outras mulheres!
- Hei de compor, sonhar palavras belas, Lindos versos de dor só para elas,
Para em lânguidas noites lhes dizeres! Crucificada em mim, sobre os meus braços, 
Hei de pousar a boca nos teus passos
Pra não serem pisados por ninguém.
E depois... Ah, depois de dores tamanhas, Nascerás outra vez de outras entranhas, 
Nascerás outra vez de uma outra mãe!

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:

 




NOSTALGIA

Nesse país de lenda, que me encanta, Ficaram meus brocados, que despi, 
E as jóias que p´las aias reparti Como outras rosas de Rainha Santa!
Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta! Foi por lá que as semeei e que as perdi... 
Mostrem-me esse País onde eu nasci!
Mostrem-me o reino de que eu sou infanta! Ó meu país de sonho e de ansiedade,
Não sei se esta quimera que me assombra, É feita de mentira ou de verdade!
Quero voltar! Não sei por onde vim...
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra Por entre tanta sombra igual a mim!