sábado, 15 de junho de 2013

Poema: Sonhos e loucuras de um mundo louco.




Louco como um louco.
A loucura de achar que achou a cura
Para os males do mundo.
Louco de achar que ainda é pouco,
Louco.

Ao ponto de lutar sozinho
Mesmo sem conhecer o caminho,
Louco em seguir esta estrada
Mesmo que ela vá dar no nada.
Louco, uma loucura desvairada.

E ainda assim ter a coragem de gritar sozinho 
Louco de não ficar calado,
E ainda apontar o culpado
Certamente um louco
A vagar num mundo com sonhos profundos
De recuperar as vidas perdidas
Que há nesse mundo, louco.

Louco por cultuar por justiça
Louco por pregar a paz.
Um louco mais consciente
E capaz de mudar o mundo
Nem que seja por alguns segundos.
         
 É uma loucura sadia
De uma vida vadia.
Feito criança que não perde a esperança.

E guarda na lembrança
De um louco sonhador
Que guarda em si toda a dor
A dor dos loucos do mundo.
         
E num suspiro imenso
Ver os postes pensos da vida.
Louco por excelência
Com sua crença, crença de louco.
Que vai sumindo aos poucos.

Louco de querer mudar seu sonho,
Tristonho
Num campo minado, e mesmo desarmado
Enfrenta os culpados,
Louco, como um louco que ama
Sem ser amado.
         
Um louco vendo o mundo de um plano superior,
Suportando toda dor
Da loucura de ser louco.
Consciente da sua loucura impaciente
Louco de ver tanta gente que devia ser louco.

 E assim talvez a loucura deste mundo insano
Alcançaria um plano
Quem sabe o ideal.

Então a loucura fosse exatamente
O estado normal
E o que se diz por normal,
Não seria a loucura total.
         
Ah! A loucura de um louco
Que vai entrando aos poucos
No sistema deste mundo louco.

Prefiro ser louco a ser sano.
Sem consciência ou complacência

Dos fatos deste louco mundo...   

D'Araujo.

Poema: Ladeira.




Uma estrada meio torta 
do lado da outra porta 
e com a alma quase morta 
e fora de qualquer lógica.

Com a vida dividida como 
uma velha partida que 
não tem mais jeito, encontro 
mil defeitos dentro do meu peito.

Com o coração partido todo estilhaçado 
já não existe razão para tanta solidão.

Buscando um novo sonho e um novo 
desejo então é que vejo que está 
tudo errado ao meu lado.

Porque fico calado, pois para o mundo 
sempre serei o mesmo, eu que desci a ladeira, 
mas de qualquer maneira vou continuar a nadar 
até conquistar aquele velho lugar que sempre sonhei, 
e que acabei deixando passar sem me preocupar.

Mais ainda dar tempo de lá chegar, com todo defeito 
sempre haverá um jeito de se conquistar.

D'Araujo.