sábado, 9 de janeiro de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Oscar Dias Corrêa:

 


Quinto ocupante da Cadeira 28, eleito em 23 de março de 2006 na sucessão do Acadêmico Oscar Dias Corrêa e recebido em 28 de julho de 2006 pelo Acadêmico Evanildo Bechara. Foi eleito Presidente da ABL para os exercícios de 2016 e 2017.

Cadeira:

28

Posição:

Atual

Antecedido por:

Oscar Dias Corrêa

Data de nascimento:

25 de janeiro de 1936

Naturalidade:

Rio de Janeiro - RJ

Brasil

Data de eleição:

23 de março de 2006

Data de posse:

28 de julho de 2006

Acadêmico que o recebeu:

Evanildo Bechara

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fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/domicio-proenca-filho

Domingo na Usina: Biografias: Oscar Dias Corrêa:


 
Quarto ocupante da Cadeira nº 28, eleito em 6 de abril de 1989, na sucessão de Menotti del Picchia e recebido em 20 de julho de 1989 pelo Acadêmico Afonso Arinos de Melo Franco.
Oscar Dias Corrêa nasceu em Itaúna, MG, em 1º de fevereiro de 1921, filho de Manoel Dias Correia e D. Maria da Fonseca Correia, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30 de novembro de 2005.
Foi casado com Diva Gordilho Correia e teve dois filhos: Oscar Júnior e Ângela.
Fez o curso primário no G. E. Augusto Gonçalves, na sua cidade natal, e o ginasial no Ginásio Mineiro (hoje Colégio Estadual) de Belo Horizonte, onde se iniciou nas atividades literárias, ganhando, em 1935, concurso de oratória com discurso sobre “A Paz no Chaco”, publicado no Minas Gerais de 29-8-1935.
Fez o curso pré-jurídico e o curso de Bacharelado na Faculdade de Direito da UMG (hoje UFMG), exercendo, então, intensa atividade cultural, e culminando com a vitória no Concurso Nacional de Monografias e no Concurso Nacional de Oratória, promovidos, em 1943, pelo Instituto dos Advogados Brasileiros.
Iniciando-se na advocacia e na vida pública, em 1946 foi nomeado oficial de gabinete do Secretário de Finanças do Estado de Minas Gerais, Prof. João Franzen de Lima.
Em 1947, assumiu o mandato de deputado à Assembleia Legislativa do Estado, reelegendo-se para a legislatura seguinte (1951-1955). Nessa condição participou, como relator da Subcomissão de Municípios e Discriminação de Rendas, da Comissão Constitucional (1947), e foi membro de várias outras comissões e vice-líder da UDN.
Em 1955, foi eleito deputado federal, sendo reeleito para as legislaturas seguintes (1959-1963 e 1963-1967), participando ativamente das atividades parlamentares como membro de várias comissões (Constituição e Justiça, Economia, Orçamento, Legislação Social, Vale do São Francisco) e como vice-líder e líder da bancada da UDN. Representando a Câmara dos Deputados, integrou as delegações parlamentares às Conferências Interparlamentares do Peru (1959), Lausanne (1962), Lucerna (1964), Genebra (1965), Teerã (1966) e a delegação especial ao Japão (1958) e Estados Unidos (1960). Também foi representante da Câmara na Comissão da Rádio do Congresso Nacional.
Em 1961, foi nomeado secretário da Educação do Governo de Minas Gerais, no governo Magalhães Pinto.
Em 19 de janeiro de 1989, foi nomeado Ministro do Estado da Justiça, cargo que exerceu até 8 de agosto de 1989.
No magistério exerceu os seguintes cargos: Professor catedrático de Economia (concurso de títulos e provas) da Faculdade de Direito da UMG (hoje UFMG), em 1951. Professor de Direito do Trabalho da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais (1947-1954). Professor de Noções de Direito da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais (1947). Professor catedrático de Economia (concurso de títulos e provas) da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Brasil (hoje Faculdade de Economia e Administração da UFRJ), 1957. Professor de Economia do Curso de Doutorado da UEG (hoje UERJ), em 1957. Professor titular de Economia da Universidade de Brasília (1966). Professor titular (interino) de Ciência das Finanças da Faculdade de Direito da UERJ (1967-1968). Professor titular de Economia da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de janeiro, interino desde 1968 e efetivo em 1971 (concurso de títulos). Professor de Direito do Comércio Exterior no Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da UFRJ. Professor titular de Introdução à Economia das Faculdades Integradas Bennet (1971). Professor Emérito da UFRJ. Conferencista da Escola Superior de Guerra.
Exerceu igualmente as seguintes atividades no magistério superior: diretor da Faculdade de Economia e Administração da UFRJ (1968); decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (1971-1980); membro dos Conselhos Superiores de Ensino de Graduação e de Coordenação Executiva e do Conselho Universitário da UFRJ. Vice-diretor (1971-1976) e diretor (1976-1080) da Faculdade de Direito da UERJ, além de chefe de Departamentos e membro do Conselho Universitário, diretor da Faculdade de Economia, diretor da Faculdade de Direito e superintendente da área de Ciências Humanas nas Faculdades Integradas Bennet.
Participou de inúmeras bancas examinadoras de concursos para o magistério: na Universidade de São Paulo, na Universidade do Estado da Guanabara (hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro), na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Universidade Federal de Goiás e na Universidade Rural de Viçosa.
Integrou o júri do Prêmio Moinho Santista de Economia (1962) e de Direito (1972). Foi conferencista da EMERJ (Escola da Magistratura do Rio de Janeiro) e conferencista da ECEMAR (Escola de Comando do Estado Maior da Aeronáutica).
Em 1982, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal. Nessa qualidade, foi membro do Conselho nacional da Magistratura, de 27 de agosto de 1984 a 24 de setembro de 1996; eleito membro substituto do Tribunal Superior Eleitoral em 9 de dezembro de 1982, efetivado em 28 de fevereiro de 1985; eleito vice-presidente do TSE em 1º de outubro de 1985 e depois presidente, sendo empossado em 31 de março de 1987, cargo que ocupou até 16 de janeiro de 1989, quando, nomeado ministro de Estado da Justiça. À época, havia sido eleito vice-presidente do STF.
Foi membro da Ordem dos Advogados Brasileiros, Instituto dos Advogados de Minas Gerais, Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, Associação Brasileira de Direito Constitucional, Academia Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado, Academia Brasileira de Ciências Econômicas e Administrativas, Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, PEN Clube do Brasil, Academia Mineira de Letras, Academia Carioca de Letras, Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, Academia Mineira de Direito, Academia Brasileira de Letras Jurídicas e Academia Brasiliense de Letras, e membro honorário da Força Aérea Brasileira.

Atualizado em 20/09/2016.

Domingo na Usina: Biografias: Paulo Menotti del Picchia:


 

Terceiro ocupante da Cadeira 28, eleito em 1º de abril de 1943, na sucessão de Xavier Marques e recebido pelo Acadêmico Cassiano Ricardo em 20 de dezembro de 1943. Recebeu o Acadêmico Luís Viana Filho.
(Paulo Menotti del Picchia), poeta, jornalista, político, romancista, contista, cronista e ensaísta, nasceu em São Paulo, SP, em 20 de março de 1892, e faleceu na mesma cidade em 23 de agosto de 1988.
Foram seus pais Luís del Picchia e Corina del Corso del Picchia. Fez os estudos ginasiais em Campinas, SP, e diplomou-se em Ciências e Letras em Pouso Alegre, MG. Cursou depois a Faculdade de Direito de São Paulo, publicando durante o curso seu primeiro livro de poesias, Poemas do vício e da virtude, em 1913. Foi agricultor e advogado em Itapira, onde dirigiu o jornal Cidade de Itapira e fundou o jornal político O Grito. Lá escreveu os poemas Moisés e Juca Mulato, ambos publicados em 1917. Passou a residir em São Paulo, onde foi redator em diversos jornais, entre os quais A Gazeta e o Correio Paulistano. Fundou o jornal A Noite e dirigiu, com Cassiano Ricardo, os mensários São Paulo e Brasil Novo. Colaborou assiduamente no Diário da Noite, onde por muitos anos manteve uma seção diária sob o pseudônimo de Hélios, seção que ele criara, em 1922, no Correio Paulistano, através da qual divulgou as notícias do movimento modernista.
Com Graça Aranha, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e outros, foi um dos arautos do movimento, participando da Semana de Arte Moderna de 11 a 18 de fevereiro de 1922. Com Cassiano Ricardo, Plínio Salgado e outros, realizou o movimento Verdamarelo; depois, com Cassiano Ricardo e Mota Filho, chefiou o Movimento Cultural da Bandeira.
Além de jornalista militante exerceu inúmeros cargos públicos. Foi o primeiro diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado de São Paulo; deputado estadual em duas legislaturas, membro da Constituinte do Estado e deputado federal pelo Estado de São Paulo em três legislaturas. Presidiu a Associação dos Escritores Brasileiros, seção de São Paulo.
Embora tenha incursionado por vários gêneros literários, é a sua poesia que destaca o sentido nacionalista do modernismo, do qual foi considerado precursor o seu poema Juca Mulato. A sua origem estética, no entanto, ainda se prende ao Parnasianismo, o que se percebe em sua poesia pela grandiloquência e floreios verbais. Em 1982, foi proclamado Príncipe dos Poetas Brasileiros, o quarto e último deste título que pertenceu anteriormente a Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano. Em 1984, recebeu o Prêmio Moinho Santista na categoria poesia.

Atualizado em 31/03/2016.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/menotti-del-picchia/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Xavier Marques:





Temas e variações, 1884.

Simples histórias, 1886.

Uma família baiana, 1888.

Insulares, 1896.

Boto e companhia, 1897.

Jana e Joel, 1899.

Pindorama, 1900.

Holocausto, 1900.

Praieiros, 1902.

O Sargento Pedro, 1910.

Vida de Castro Alves, 1911.

A arte de escrever, 1913.

A boa madrasta, 1919.

A cidade encantada, 1919.

O feiticeiro, 1922.

Ensaio histórico sobre a Independência, 1924.

As voltas da estrada, 1930.

Letras acadêmicas, 1933.

Cultura da língua nacional, 1933.

Terras mortas, 1936.

Ensaios, 2 vols., 1944.

Evolução da crítica literária no Brasil e outros estudos, 1944.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/xavier-marques/bibliografia

Domingo na Usina: biografias: Inglês de Sousa:



Inglês de Sousa (Herculano Marcos Inglês de Sousa), advogado, professor, jornalista, contista e romancista, nasceu em Óbidos, PA, em 28 de dezembro de 1853, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de setembro de 1918. Compareceu às sessões preparatórias da criação da Academia Brasileira de Letras, onde fundou a cadeira nº 28, que tem como patrono Manuel Antônio de Almeida. Na sessão de 28 de janeiro de 1897 foi nomeado tesoureiro da recém-criada Academia de Letras.
Fez os primeiros estudos no Pará e no Maranhão. Diplomou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, em 1876. Nesse ano publicou dois romances, O cacaulista e História de um pescador, aos quais seguiram-se mais dois, todos publicados sob o pseudônimo Luís Dolzani. Com Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e Silva publicou, em 1877, a Revista Nacional, de ciências, artes e letras. Foi presidente das províncias de Sergipe e Espírito Santo. Fixou-se no Rio de Janeiro, como advogado, banqueiro, jornalista e professor de Direito Comercial e Marítimo na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais. Foi presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros.
Foi o introdutor do Naturalismo no Brasil, mas seus primeiros romances não tiveram repercussão. Tornou-se conhecido com O missionário (1891), que, como toda sua obra, revela influência de Zola. Nesse romance, descreve com fidelidade a vida numa pequena cidade do Pará, revelando agudo espírito de observação, amor à natureza, fidelidade a cenas regionais.
Escreveu diversas obras jurídicas e colaborou na imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/ingles-de-sousa/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Manuel Antônio de Almeida:



Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista, crítico literário, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de novembro de 1830, e faleceu no mar, diante de Macaé, RJ, em 28 de novembro de 1861. É o patrono da cadeira n. 28, por escolha do fundador Inglês de Sousa.
Era filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida. Órfão de pai aos 11 anos, pouco se sabe dos seus estudos elementares e preparatórios; aprovado em 1848 nas matérias necessárias ao ingresso na Faculdade de Medicina, cursou o 1º ano em 49 e só concluiu o curso em 1855. As dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e às letras. De junho de 1852 a julho de 1853 publicou, anonimamente e aos poucos, os folhetins que compõem as Memórias de um sargento de milícias, reunidas em livro em 1854 (1º volume) e 1855 (2º volume) com o pseudônimo de “Um Brasileiro”. O seu nome apareceu apenas na 3ª edição, já póstuma, em 1863. Da mesma época data ainda a peça Dois amores e a composição de versos esparsos.
Em 1858 foi nomeado Administrador da Tipografia Nacional, quando encontrou Machado de Assis, que lá trabalhava como aprendiz de tipógrafo. Em 1859, foi nomeado 2º oficial da Secretaria da Fazenda e, em 1861, desejou candidatar-se à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro. Dirigia-se a Campos, para iniciar as consultas eleitorais, quando morreu no naufrágio do navio Hermes, próximo a Macaé.
Além do romance, publicou a tese de doutoramento em Medicina e um libreto de ópera. O seu livro teve grande êxito de público, embora a crítica só mais tarde viesse a compreendê-lo devidamente, reservando-lhe um lugar de relevo na literatura, como o primeiro romance urbano brasileiro. Escrito em 1852, em plena voga do Romantismo, retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX, época da presença da Corte portuguesa no Brasil, entre 1808 e 1821. É um romance de cunho realista, sem os artifícios com que a técnica romântica fantasiava, deformava, embelezava ou idealizava a realidade. A crítica mais recente aponta como influência mais positiva em sua elaboração e no seu personagem protagonista o romance picaresco e costumbrista espanhol.

fonte de origem: 

https://www.academia.org.br/academicos/manuel-antonio-de-almeida/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Eduardo Portella:


 
Eduardo Portella nasceu em Salvador (BA), em 8 de outubro de 1932. Filho de Enrique Portella e de Maria Diva Mattos Portella. Fez os primeiros estudos em Feira de Santana e os secundários no Recife. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, em 1955.
No primeiro ano do curso de Direito iniciou-se na crítica literária no Jornal Universitário, colaboração única, mas que positivou o início de uma vocação. Começou sua colaboração regular de crítico no Diário de Pernambuco, pela mão de Mauro Mota. Entrou no convívio de Gilberto Freire, Aníbal Fernandes, Lucilo Varejão, Moacir de Albuquerque. Fez parte do grupo de jovens intelectuais que fundou a Editorial Sagitário. É considerado o introdutor, no Brasil, na crítica militante, da “nova crítica de base estilística” (registro de Afrânio Coutinho) e, no ensino universitário de Letras, da “compreensão ontológico-hermenêutica” (conforme Emmanuel Carneiro Leão).
De 1952 a 1954, concomitante — como permitia a lei educacional vigente naquele período — ao curso de Direito, fez estudos em instituições europeias de ensino superior. Em Madri, estudou Filologia, Romanística, Crítica Literária e Estilística com Dámaso Alonso e Carlos Bousoño, e Filosofia com Xavier Zubiri e Julián Marías. Em Paris, frequentou as aulas de Bataillon, no Collège de France, e aulas na Sorbonne. Em Roma, na Faculdade de Letras, assistiu a aulas de Giuseppe Ungaretti, sobre Literatura Italiana.
Estreou em livro, em 1953, com Aspectos de la poesía brasileña contemporanea, tese apresentada nas I Jornadas de Lengua y Literatura Hispanoamericana, em Salamanca.
Desde 1953 fez opção pela docência universitária: inicialmente em Madri, na Faculdade de Letras da Universidade Central de Madri; seguida em Recife, na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Federal de Pernambuco; prosseguindo no Rio de Janeiro, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde permaneceu conquistando todas as titulações, por concursos públicos de provas e títulos, até receber o título de Professor Emérito.
Simultaneamente ao exercício acadêmico, ocupou inúmeros e diferentes cargos públicos em seu país, desde 1956, quando foi nomeado Técnico de Educação do Ministério da Educação e Cultura, até 1979 quando exerceu a maior função desse mesmo ministério, Ministro de Estado da Educação, Cultura e Desportos.
Sua trajetória administrativa, e funções exercidas no campo da educação e da cultura se fizeram marcar também no exterior, a partir de 1988, quando foi nomeado Diretor-geral Adjunto da UNESCO, cargo que ocupou por cinco anos consecutivos. Foi eleito, para o período de 1997-1999, pelo colegiado superior, Presidente da Conferência Geral da UNESCO. Coordena, desde 1998, o Comitê Chemins de la Pensée d´aujoud´hui (UNESCO-Paris). E foi eleito em 2000, e reeleito em 2003, Presidente do Fond International pour la promotion de la Culture (UNESCO-Paris). Destas funções se desligou em 2009, para se dedicar à edição de suas obras reunidas, publicadas e por publicar.
Deixou registrada nos anais da história a frase: “Não sou ministro, estou ministro”, demonstrando a transitoriedade do cargo público. Ao deixar o Ministério por defender a valorização dos professores, pleito da greve dos docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, recebeu o apoio de intelectuais como o do Alceu Amoroso Lima, registrado em artigo no Jornal do Brasil, intitulado: “Caiu para cima”.
A obra de Eduardo Portella tem um pensamento notadamente avançado: a) concebe a realidade numa recusa da tripartição linear do tempo (presente, passado, futuro), propondo a compreensão simultânea do tempo; b) definia literatura e arte como dimensões constitutivas do homem; e c) assinala a Liberdade como destino do Ser.
Exerceu importante atividade editorial a frente da editora Tempo Brasileiro, e foi membro de numerosas instituições culturas e científicas no Brasil e no Exterior. Além da obra em livros, deixou importante e vasto conjunto de artigos, nos mais diversos órgãos e em obras coletivas.
Sexto ocupante da cadeira nº 27, foi eleito em 19 de março de 1981, na sucessão de Otávio de Faria, e recebido em 18 de agosto de 1981 pelo acadêmico Afrânio Coutinho. Recebeu as Acadêmicas Lygia Fagundes Telles e Zélia Gattai, Rosiska Darcy de Oliveira e os Acadêmicos Carlos Nejar, Celso Furtado, Candido Mendes de Almeida, João Ubaldo Ribeiro, Ivan Junqueira, Alfredo Bosi, Geraldo Holanda Cavalcanti e Evaldo Cabral de Mello. Faleceu no dia 3 de maio de 2017, no Rio de Janeiro, aos 84 anos.
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Domingo na Usina: Biografias: Otávio de Faria:



Quinto ocupante da Cadeira 27, eleito em 13 de janeiro de 1972, na sucessão de Levi Carneiro e recebido pelo Acadêmico Adonias Filho em 6 de junho de 1972.
Otávio de Faria, crítico, ensaísta, romancista e tradutor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15 de outubro de 1908, e faleceu na mesma cidade em 17 de outubro de 1980.
Era filho de Alberto de Faria e de Maria Teresa de Almeida Faria. O pai também foi membro da Academia Brasileira de Letras, autor de Mauá, biografia de Irineu Evangelista de Sousa, e a mãe era filha de Tomás Coelho de Almeida, por duas vezes ministro do Império e fundador do Colégio Militar. Era cunhado de Afrânio Peixoto e Alceu Amoroso Lima.
Passou a infância entre o Rio e Petrópolis, onde a família costumava veranear, em casa hoje tombada pelo Patrimônio Histórico, e que pertenceu ao Barão de Mauá, antes de ser adquirida pelo pai de Otávio e hoje pertencente a Lucília de Faria Proença, irmã do romancista. Fez os estudos primários e secundários no Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria - onde foi condiscípulo do futuro cineasta Mário Peixoto - da ordem dos padres barnabitas, de 1922 a 1926, e os estudos superiores na Escola Nacional de Direito, de 1927 a 1931.
Apesar de sua personalidade introspectiva, Otávio de Faria se impôs como líder desde o tempo de estudante, quando participou do Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (Caju), dos estudantes da Faculdade Nacional de Direito, no qual ingressou mediante apresentação da tese Desordem do Mundo Moderno, e em cujos trabalhos culturais e jurídicos tomou parte, ao lado de San Tiago Dantas, Antonio Galloti, Gilson Amado, Vicente Constantino Chermont de Miranda, Américo Jacobina Lacombe, Hélio Viana, Thiers Martins Moreira, Plínio Doyle, Antonio Balbino, Vinícius de Morais e outros.
Em 1927 iniciou sua colaboração em A Ordem, órgão do Centro Dom Vital, e em Literatura, revista dirigida por Augusto Frederico Schmidt, onde fez crítica literária e de cinema. Bacharel em Direito, nunca exerceu a advocacia, preferindo consagrar-se à literatura.
Entre suas primeiras atividades literárias, podemos citar ainda colaborações em diversas revistas literárias e políticas, como Boletim de Ariel, Pelo Brasil, Hierarquia, Revista de Estudos Sociais, A Época, Letras e Artes, Leitura, Revista Acadêmica e Panorama, além de colaborações regulares em jornais como O Correio da Manhã, Jornal do Comércio, Jornal dos Esportes. Participou da fundação do Chaplin Clube, juntamente com Plínio Sussekind Rocha, Almir de Castro e Cláudio Melo, organização destinada ao estudo dos problemas do cinema, e colaborou no seu órgão oficial, O Fã.
Estreou em 1931, com o ensaio Maquiavel e o Brasil, seguido de mais outros dois: Destino do socialismo (1933) e Dois poetas (1935), sobre Schmidt e Vinicius de Morais. Logo, porém, o ensaísta, nascido para a análise das ideias e dos acontecimentos sociais, daria lugar ao romancista, com a transferência dos problemas e da pluralidade temática para a ficção. Seu primeiro romance, Mundos mortos, publicado em 1937, era o início de uma obra cíclica planejada para vinte volumes, um dos projetos literários mais audaciosos já tentados no país, a que ele deu o título de A tragédia burguesa, da qual alcançou publicar treze volumes em vida. Aos treze volumes iniciais, a edição completa da Tragédia burguesa (1984-1985) acrescentou mais dois inéditos: A atração e A montanheta, na ordem em que o autor os programou (como, respectivamente, 8º e 10º volumes da série), os quais, na época, não foram publicados em decorrência de decisão estritamente pessoal do romancista.
Na Tragédia burguesa Otávio de Faria apresenta um amplo painel da vida carioca, articulando os problemas sociais do processo da burguesia, em espaço brasileiro, com os grandes problemas do homem. O ponto de partida, base de compreensão para o ciclo, é o romance Mundos mortos. Seus personagens adolescentes retornam em todos os romances do ciclo, como componentes ou testemunhas. O painel, embora com personagens e cenários comuns, conformar-se-á em quadros autônomos. O Rio de Janeiro, em toda a dimensão social, será o fundo que articula os quadros dos vários romances. É uma obra sem similar na literatura brasileira, pela continuidade, exploração psicológica dos tipos e entrosamento familiar, só comparável à Comédia humana de Balzac, ao ciclo Em busca do tempo perdido, de Proust, aos romances encadeados de William Faulkner e à obra de Dostoiévski. Conclui o ciclo em 1977, com o volume O pássaro oculto, encerrando a sua grande obra antes de completar 70 anos.
Otávio de Faria fez traduções de Jacob Wassermann, Thomas Hardy, Jean Lartéguy e Joseph Kessel. Ocupou vários cargos públicos: diretor da Escola de Filosofia e Letras da Universidade do Distrito Federal, em 1936; membro do Conselho Federal de Cultura. Pertenceu à Câmara de Artes, no período de 1969-1974, na qual permaneceu até sua morte, em 1980. Pertenceu igualmente ao Fluminense Futebol Clube, do qual foi sócio benemérito e perseverante torcedor.
Recebeu os seguintes prêmios literários: Felipe d’Oliveira pelo romance O lodo das ruas (1942); Prêmio Luiza Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil, pelo romance A sombra de Deus (1967); Golfinho de Ouro, do Museu da Imagem e do Som (1968); Prêmio do Instituto Nacional do Livro (ficção), pelo livro Novelas da masmorra (1968); Prêmio Machado de Assis, para conjunto de obra, da Academia Brasileira de Letras (1970); Prêmio Fernando Chinaglia, pelo romance O cavaleiro da Virgem (1972).
Atualizado em 10/07/2017.
fonte de origem: 

Domingo na Usina: Biografias: Levi Carneiro:

 


Quarto ocupante da Cadeira 27, eleito em 23 de julho de 1936 na sucessão de Gregório Fonseca e recebido pelo Acadêmico Alcântara Machado em 7 de agosto de 1937. Recebeu os Acadêmicos Afrânio Coutinho e Elmano Cardim. 
Levi Carneiro (Levi Fernandes Carneiro), jurista e ensaísta, nasceu em Niterói, RJ, em 8 de agosto de 1882, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de setembro de 1971. 
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, dedicou-se desde cedo à advocacia que foi sua atividade principal. Ocupou vários cargos na classe; foi secretário da delegação brasileira à Conferência Internacional de Jurisconsultos, em 1912; fundador e primeiro presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (1932); consultor-geral da República, de 1930 a 1932. Como representante das classes liberais, participou da Constituinte de 1934, mas perdeu o mandato em 1937. Foi membro da Comissão Permanente de Codificação do Direito Internacional Público; delegado do Brasil à VIII Conferência Pan-americana de Lima em 1938 e à Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança do Continente em Quitandinha (1947) e a várias outras conferências e congressos internacionais; consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores; membro da Comissão de Codificação do Direito Internacional Público; membro brasileiro da Corte Permanente de Arbitragem de Haia; juiz da Corte Internacional de Justiça em Haia, de 1951 a 1954, sucedendo a Filadelfo Azevedo. Foi responsável pela Revista Brasileira de 1941 a 1944 e foi presidente da Academia Brasileira de Letras em 1941. 
O Livro de um advogado (1943) retrata sua atuação como fundador e 1º Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e do Instituto dos Advogados Brasileiros. No livro Na Academia estão reunidos trabalhos e pronunciamentos referentes às atividades na Academia Brasileira de Letras. 
Era membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, membro benemérito do Instituto dos Advogados Brasileiros, da Associação Brasileira de Educação; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; da Sociedade Brasileira de Direito Internacional; e membro de várias academias internacionais e estaduais. 
Recebeu a Medalha Teixeira de Freitas em 1928, conferida anualmente pelo Instituto dos Advogados Brasileiros a figuras exponenciais da advocacia. 
Atualizado em 20/09/2016.
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