quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:

 




UN VIEUX PAYSv

...juntamente choro e rio.
Camões, soneto
Il est un vieux pays, plein d’ombre et de lumière,
On l’on rêve le jour, où l’on pleure le soir;
Un pays de blasphème, autant que de prière,
Nè pour le doute e pour l’espoir.
On n’y voit point de fleurs sans un ver qui les ronge
Point de mer sans tempête, ou de soleil sans nuit;
Le bonheur y parait quelquefois dans un songe
Entre le bras du sombre ennui.
L’amour y va souvent, mais c’est tout un délire,
Un désespoir sans fin, une énigme sans mot;
Parfois il rit gaîment, mais de cet affreux rire
Qui n’est peut-être qu’un sanglot.
On va dans ce pays de misère et d’ivresse,
Mais on le voit à peine, on en sort, on a peur;
Je l’habite pourtant, j’y passe ma jeunesse...
Hélas! ce pays, c’est mon coeur.

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:


 


uma carta uma brasa através por dentro do texto
nuvem cheia da minha chuva cruza o deserto por mim
a montanha caminha o mar entre os dois uma sílaba 
um soluço um sim um não um ai
sinais dizendo nós quando não estamos mais

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:




quatro dias sem te ver e não mudaste nada
falta açúcar na limonada
me perdi da minha namorada nadei nadei e não dei em nada 
sempre o mesmo poeta de bosta perdendo tempo com a humanidade

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:


 



minha amiga
indecisa lida com coisas
semifusas quando confusas 
mesmo as exatas medusas
se transmudam em musas

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:


 


IV

A uma mulher
(Tchê-Tsi)
Cantigas modulei ao som da flauta,
Da minha flauta d’ébano;
Nelas minha alma segredava à tua
Fundas, sentidas mágoas.
Cerraste-me os ouvidos. Namorados
Versos compus de júbilo,
Por celebrar teu nome, as graças tuas,
Levar teu nome aos séculos.
Olhaste ,e meneando a airosa frente*,
Com tuas mãos puríssimas,
Folhas em que escrevi meus pobres versos
Lançaste às ondas trêmulas.
Busquei então por encantar tua alma
Uma safira esplêndida,
Fui depô-la a teus pés...tu descerraste
Da tua boca as pérolas.

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:


 



VI

O leque
(De-Tan-Jo-Lu)
Na perfumada alcova a esposa estava,
Noiva ainda na véspera. Fazia
Calor intenso; a pobre moça ardia
Com fino leque as faces refrescava.
Ora, no leque em boa letra feito
Havia este conceito:
“Quando, imóvel o vento e o ar pesado,
Arder o intenso estio,
Serei por mão amiga ambicionado;
Mas volte o tempo frio,
Ver-me-eis a um canto abandonado”.
Lê a esposa este aviso, e o pensamento
Volve ao jovem marido.
“Arde-lhe o coração neste momento (Diz-ela) 
e vem buscar enternecido Brandas auras de amor. 
Quando mais tarde Tornar-se em cinza fria
O fogo que hoje lhe arde,
Talvez me esqueça e me desdenhe um dia.”

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:


 


Galope

Este é meu velho caminho de incertezas
Com as luzes que me guia deixo a agonia dos dias vindos, 
em um passado distante.
Sem qualquer ausência e sempre firme na minha crença.
Que este amor que lateja em meu peito raso.....

Poema na integra no livro:




Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:


 

Paixão: Inicio, meio, e fim

Um inicio provocador, avassalador, profundo, inevitável.

Um meio; Intenso, radiante, acalentador, gratificante, o êxtase do prazer a dois....

Poema na integra no livro:




Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:


 

Subtrair

Que nenhum outro acariciar,
subtraia as marcas das minhas caricias,
quando deslizo há sede do meu desejo,
em teu sublime corpo.
Por entre o teu belo caminhar,
e as belas curvas...

Poema na integra no livro: