quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Poesia De quinta Na Usina: Machado de Assis: AS SELVAS:




Um silêncio de morte entrou no seio às selvas.
Já não pisa Diana este sagrado chão;
Nem já vem repousar no leito destas relvas
Aguardando saudosa o amor e Endimião.
Da grande caçadora a um solicito aceno
Já não vem, não acode o grupo jovial;
Nem o eco repete a flauta de Sileno,
Após o grande ruído a mudez sepulcral.
Mas Diana aparece. A floresta palpita,
Uma seiva melhor circula mais veloz;
É vida que renasce, é vida que se agita;
À luz do teu olhar, ao som da tua voz!






Crisálidas
Texto-fonte:
Obra Completa, Machado de Assis, vol. II,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Publicado originalmente no Rio de Janeiro, por B.-L. Garnier, em 1864.

Poesia De Quinta Na Usina: Machado de Assis:ELEGIA:


A bondade choremos inocente
Cortada em flor que, pela mão da morte,
Nos foi arrebatada dentre a gente.
CAMÕES — Elegias
Se, como outrora, nas florestas virgens,
Nos fosse dado — o esquife que te encerra
Erguer a um galho de árvore frondosa
Certo não tinhas um melhor jazigo
Do que ali, ao ar livre, entre os perfumes
Da florente estação, imagem viva
De teus cortados dias, e mais perto
Do clarão das estrelas.
Sobre teus pobres e adorados restos,
Piedosa, a noite ali derramaria
De seus negros cabelos puro orvalho
À beira do teu último jazigo
Os alados cantores da floresta
Iriam sempre modular seus cantos;
Nem letra, nem lavor de emblema humano,
Relembraria a mocidade morta;
Bastava só que ao coração materno,
Ao do esposo, ao dos teus, ao dos amigos,
Um aperto, uma dor, um pranto oculto,
Dissesse: — Dorme aqui, perto dos anjos,
A cinza de quem foi gentil transunto
De virtudes e graças.
Mal havia transposto da existência
Os dourados umbrais; a vida agora
Sorria-lhe toucada dessas flores
Que o amor, que o talento e a mocidade
À uma repartiam.
Tudo lhe era presságio alegre e doce;
Uma nuvem sequer não sombreava,
Em sua fronte, o íris da esperança;
Era, enfim, entre os seus a cópia viva
Dessa ventura que os mortais almejam,
E que raro a fortuna, avessa ao homem.
Deixa gozar na terra.
Mas eis que o anjo pálido da morte
A pressentiu feliz e bela e pura,
E, abandonando a região do olvido,
Desceu à terra, e sob a asa negra
A fronte lhe escondeu; o frágil corpo
Não pôde resistir; a noite eterna
Veio fechar seus olhos;
Enquanto a alma, abrindo
As asas rutilantes pelo espaço.
Foi engolfar-se em luz, perpetuamente,
Tal a assustada pomba, que na árvore
O ninho fabricou, — se a mão do homem
Ou a impulsão do vento um dia abate
No seio do infinito;
O recatado asilo, — abrindo o vôo,
Deixa os inúteis restos
E, atravessando airosa os leves ares,
Vai buscar noutra parte outra guarida.
Hoje, do que era inda lembrança resta,
E que lembrança! Os olhos fatigados
Parecem ver passar a sombra dela;
O atento ouvido inda lhe escuta os passos;
E as teclas do piano, em que seus dedos
Tanta harmonia despertavam antes,
Como que soltam essas doces notas
Que outrora ao seu contato respondiam.
Ah! pesava-lhe este ar da terra impura,
Faltava-lhe esse alento de outra esfera,
Onde, noiva dos anjos, a esperavam
As palmas da virtude.
Mas, quando assim a flor da mocidade
Toda se esfolha sobre o chão da morte,
Senhor, em que firmar a segurança
Das venturas da terra? Tudo morre;
À sentença fatal nada se esquiva,
O que é fruto e o que é flor. O homem cego
Cuida haver levantado em chão de bronze
Um edifício resistente aos tempos,
Mas lá vem dia, em que, a um leve sopro,
O castelo se abate,
Onde, doce ilusão, fechado havias
Tudo o que de melhor a alma do homem
Encerra de esperanças.
Dorme, dorme tranqüila
Em teu último asilo; e se eu não pude
Ir espargir também algumas flores
Sobre a lájea da tua sepultura;
Se não pude, — eu que há pouco te saudava
Em teu erguer, estrela, — os tristes olhos
Banhar nos melancólicos fulgores,
Na triste luz do teu recente ocaso,
Deixo-te ao menos nesses pobres versos
Um penhor de saudade, e lá na esfera
Aonde aprouve ao Senhor chamar-te cedo,
Possas tu ler nas pálidas estrofes
A tristeza do amigo.

1861.

Crisálidas
Texto-fonte:
Obra Completa, Machado de Assis, vol. II,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Publicado originalmente no Rio de Janeiro, por B.-L. Garnier, em 1864.

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa: 95:


"Somos quem não somos e a vida é pronta e triste."
"Quantos somos! Quantos nos enganamos! Que mares soam em nós, na noite de sermos, pelas
praias que nos sentimos nos alagamentos da emoção! Aquilo que se perdeu, aquilo que se
deveria ter querido, aquilo que se obteve e satisfez por erro, o que amamos e perdemos e,
depois de perder, vimos, amando por tê-lo perdido, que o não havíamos amado; o que
julgávamos que pensávamos quando sentíamos; o que era uma memória e críamos que era
uma emoção; e o mar todo, vindo lá, rumoroso e fresco, do grande fundo de toda a noite, a
estuar fino na praia, no decurso nocturno do meu passeio à beira-mar ...

Quem sabe sequer o que pensa ou o que deseja? Quem sabe o que é para si-mesmo?"


Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares
Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)
Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa: A tua voz fala amorosa...:



Qual é a tarde por achar
Em que teremos todos razão
E respiraremos o bom ar
Da alameda sendo verão,
Ou, sendo inverno, baste 'star
Ao pé do sossego ou do fogão?
Qual é a tarde por voltar?
Essa tarde houve, e agora não.
Qual é a mão cariciosa
Que há de ser enfermeira minha —
Sem doenças minha vida ousa —
Oh, essa mão é morta e osso ...
Só a lembrança me acarinha

O coração com que não posso.








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"O Grito da Alma" poesias e pensamentos
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Poesia De Quinta Na Usina:D'Araújo:Inevitável:


Como é dolorosa esta terrível sensação 
de que no momento exato do nosso nascimento, 
na verdade já temos os exatos nove meses 
a menos nesta nossa breve existência.

Qual não são o desafio de sermos felizes, 
quando sabemos que a cada dia que passa 
não é um dia a mais na sua vida, e sim, um a menos.


Por que então tanta pressa com o tempo, 
se ele nos leva ao inevitável fim.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo:



"A música que ecoa nos ouvidos dos insanos,

é a mesma que embala e acalenta a alma dos nobres"



D'Araújo; No Sarau do Forum. SBC.

Conteúdo do livro: Entre Lírios e Promessas:




27ª Antlogia "LOGOS" MINHAS SINCERAS DESCULPAS: D'Araújo





Se for para me desculpar, então que seja...
Pelo sorriso que não retribui.
Pelo abraço que não dei.
Pelo beijo que não roubei.
Pelo amor que não compreendi.
Pelos desejos que não senti.
Pelas noites que adormeci.
Pelos sonhos que não vivi.
Pelos dias que não te vi.
Pelos prazeres que não me dei.
Pelos orgasmos que não te proporcionei.
E pelo tempo que por descuido, eu nem vi passar...

 D'Araújo

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Pensamento do Dia:

"Onde a inspiração se perde, eu me encontro e me deleito.”


Esta e mais de 90 outras estão nesta obra.
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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Domingo Na Usina: Biografias: César Dávila Andrade:


 (Cuenca, 05 de outubro de 1918 - Caracas, 02 de maio de 1967), escritor e poeta, descendente distante do general Jose Maria Cordova; herói da independência, era um dos escritores equatoriano mais representativos do país, apontada como o maior representante da história curta equatoriana. Sua obra é classificada em corrente literária neo-romântico e surreal.

Vindo de uma família pobre, ele não conseguiu terminar em seu Equador nativas seus estudos regulamentados. Depois de um curto período de tempo em Guayaquil, ele se mudou para Quito em 1951 e lá ele testou várias ocupações, até que finalmente emigrou para a Venezuela com sua esposa Isabel Cordova, fixando-se em Caracas, cidade onde ele trabalhou como jornalista até sua suicídio em papel higiênico.

A vida boêmia e fã consumo de álcool, também era conhecido como The Fakir, portanto, sua aparência como para os seus interesses em questões místicos.

Na obra do autor que inclui seus poemas, embora ele também escreveu novelas curtas, histórias e inúmeros artigos de jornais.
Início da vida
O poeta era o filho de um funcionário público e uma dona de casa que costurava para ajudar a sustentar a família financeiramente. Não venho de uma família de artistas, mas tanto um tio como um primo do autor eram escritores.

Ele frequentou a escola primária na Christian Brothers. Em seguida, ele se matriculou na Normal "Manuel J. Calle", onde ele passou para a segunda série. Ele também estudou um ano na Academia de Belas Artes.

Durante este período, ele começou a escrever poesia como um mero passatempo. Seu tio César Davila Cordoba era poeta e crítico e um primo Alberto Andrade Arízaga era famoso no jornalismo Azuay seu mestre escrita que assinou com o pseudônimo de Brummel. Este primo em 1934 dedicou seu primeiro poema conhecido "A vida é Vapor", onde o uso precoce de termos nota surreal.

Para ajudar a manter a casa que ele entrou de amanuense em 1936 para o Tribunal Superior, com um salário muito baixo, que traiu sua mãe dizendo que "agora eu estou feliz, porque eu não tenho meios em seu bolso", mas, em seguida, ele pediu empréstimos para comprar cigarros embrulho.

Interesse em esoterismo
Uma vez que eles tinham sempre atraído pelo ocultismo e em alguns desses estudos, particularmente na Sociedade Rosa-Cruz, ele foi levado pelo coronel José Gomez Jurado, marido de sua prima Raquel Muñoz Davila. Também praticou hipnotismo com seu irmão mais novo Olmedo, que uma noite não poderia fazê-lo novamente se. Apesar de não ser utilizado para o exercício físico, ele tinha o peito musculoso e era muito forte, que ele atribuiu a certas formas de respiração e concentração mental.

Facilmente ele superou seus companheiros que jogam o braço, média pouco mais de 1,60 m. Ele tinha uma excelente voz de tenor recitando sua tez era magro, ombros largos e cabelos negros lisos penteados para trás sem uma despedida e tango elegante; seus olhos escuros e profundos e grandes, a boca fina, nariz adunco e como era a média árabe, quando você vive Quito começou a dizer "O Fakir". Apelido que passou para a história porque seus amigos tinham tanto beber comi tão pouco como um faquir. À noite, depois do trabalho e, andando na jarda da família com um gato dormindo em seu ombro. Em outras vezes eu leio com gato seus "livros raros", como ele chamou de Ciência Ocultas.FUE A Vergante

Works, resultados e executória
A partir de 45 ele começou a publicar contos, ensaios e vários artigos na revista "Letras do Equador" do CCE. Quarenta e seis veio a tomar até 1956 parou a publicação. Trabalho atestando a seus dotes elevados e gênio.

Quase imediatamente, ele deu a sua "Ode ao arquiteto", poema diferente por suas conotações panteístas, reiterações letánicas acorde com o tema religioso da composição e os refrões, que a colocam como o maior poema Daviliano este tempo, que foi o primeiro romântico e cheia de musicalidade, com desfasamentos modernistas e realista.

No final do ano, ele publicou seu primeiro livreto de poemas com o seu famoso "Espaço eu venci."

Em 1955 ele foi selecionado melhores novas histórias e Casa da Cultura publicado sob o título "Treze Stories" em 182 páginas. Trabalho que finalmente consolidou seu prestígio maior poeta e contador de histórias geração ", com histórias fortes, adensándose para se tornar carbonizado, asfixiante atmosferas, pesando em seus anti-heróis, exasperándolos e afundando-se mal"; no entanto, a preocupação com a doença ea morte, já foi sugerido no primeiro livro "terra abandonada", agora se torna uma obsessão.

Em 1959, ele leu o Segredo News of America e The Mitas Prof. Aquiles Perez e apasionándose pelo índio e sua tragédia, ele escreveu "Boletim de Mitas e Elegy". Naquele ano, ele publicou seu livro de poesia "Momentos Bow", no qual ele incluiu; Boletim foi posteriormente traduzido em quichua por Manuel M. Muñoz Cave e tornou-se uma antologia de poesia telúrica, American em termos de austeridade épico e lírico, verbal. "Forte e grande poesia, ritmo do tambor indiano e canto ritual. Quadro desolador, recarregada até ao paroxismo, farelo esteticamente pelo clima geral de tintas grandeza trágicas." O resto dos poemas, ou seja, o "Arc de Moments" É um salto no tempo e, como tal, a metafísica.

Boletim e Elegy de Mitas
A mais famosa obra do poeta, publicado em 1959 e em comparação com "Alturas de Macchu Picchu", de Pablo Neruda, foi um divisor de águas na poesia americana e equatoriana. "Boletim de Mitas e Elegy" tem opinou Rodrigo Peso Rhodes, é uma fundição poema onde a história épica e lírica e monólogo coro de uma vez volta-se para gritar a maior profanação do século torna-se: a morte e sacrifício de uma raça de deuses adormecidos no mito e de repente despertado pela ambição de conquista.

Grupo literário precoce
O grupo literário Amanhecer foi fundada por Davila Andrade ao lado do publicitário Galo Rene Perez em Quito, em 1944. Na revista do grupo que ele usou para publicar seus poemas, além de críticos e escritos políticos.

Trabalhar
- Poemas === ===

Oda Architect (1946).
Eu conquistei espaço (1947).
Catedral Selvagem (1951).
Boletim informativo e mitas elegia (1956).
Segundos de arco (1959).
Em um local não revelado (1963).
Conexões de aterramento (1964).
Córtex Assombrada (1966).
Histórias
Entre suas histórias eles estão na terra abandonada (1952), Treze Histórias (O homem que limpava sua arma) (1955) e Cabeza de gallo (1966).

Edição de suas obras completas [editar]
A edição das Obras Completas do autor foi realizada pelo Banco Central do Equador e da Pontifícia Universidade Católica do Equador em 1984, em uma edição de dois volumes.

Crítica

Em sua obra há coleta de diferentes opiniões e críticas. Leon Felipe descreveu-o como "o maior valor de novos e jovens poetas da América do Sul."

Fonte de origem:

Domingo Na Usina: Biografias: Katherine Mansfield:



 Pseudônimo de Kathleen Mansfield Beauchamp (Wellington, Nova Zelândia; 14 de outubro de 1888 - Fontainebleau, França, 9 de janeiro de 1923) foi uma proeminente escritora neozelandesa de histórias curtas.
 “         O prazer de ler é dobrado quando se vive com alguém com quem se compartilha os mesmos livros. — Katherine Mansfield  ”
Mansfield nasceu Kathleen Mansfield Beauchamp em uma família socialmente proeminente em Wellington, Nova Zelândia. Filha de um banqueiro e nascida em família colonial de classe média, também era prima da autora Condessa Elizabeth von Arnim. Mansfield teve uma infância solitária e alienada. Suas primeiras histórias publicadas apareceram no High School Reporter e na revista do Colégio para garotas de Wellington, em 1898 e 1899. Mudou-se para Londres em 1902, onde freqüentou o Queen's College. Violoncelista de talento, inicialmente não se sentiu atraída pela literatura e, após concluir sua educação na Inglaterra, voltou para a Nova Zelândia em 1906. Foi somente depois desse retorno que Kathleen Beauchamp começou a escrever contos. Cansada do estilo de vida provinciano da Nova Zelândia da época, Beauchamp retornou a Londres dois anos mais tarde, em 1908.
Ao retornar para Londres em 1908, logo se entregou à vida boêmia/bissexual comum a muitos artistas e escritores da época[1] . Com pouco dinheiro, conheceu, casou-se e separou-se de seu primeiro marido, George Bowden, tudo em período de três semanas. Por volta dessa época, Mansfield ficou grávida de um amigo da família da Nova Zelândia, Garnet Trowell, um violonista profissional, e sua mãe a mandou para a Baviera[1] .
Katherine perdeu seu bebê em 1909, provavelmente por ter levantado um baú de cima de seu guarda-roupa. No retorno à Inglaterra, seu trabalho chamou a atenção de várias editoras e Beauchamp adotou o nome artístico de Katherine Mansfield quando da publicação de sua primeira coleção de contos, "In a German Pension" (numa pensão alemã), em 1911. Contraiu gonorreia por volta desta época, um evento que a faria sofrer com dores de artrite pelo resto de sua curta vida, bem como enxergar-se como uma mulher "suja".
John Murry, morte do irmão, depressão
Desencorajada pela falta de sucesso do livro, Mansfield mandou uma história leve para uma revista avant-garde nova chamada Rhythm (Ritmo). A história foi rejeitada pelo editor John Middleton Murry, que pediu algo mais sombrio. Mansfield respondeu com "The Woman at the Store" (a mulher na loja), uma história de assassinato e doença mental que Murry chamou de "de longe a melhor história mandada à Rhythm." Em 1912 Murry visitou Mansfield no seu apartamento onde ela lhe serviu chá em tigelas porque não possuía xícaras. Visitantes frequentemente a encontravam vestida num quimono. Mansfield, atraída por ele, o convidou a se mudar para o quarto de hóspedes logo após sua publicação, e logo em seguida eles começaram seu relacionamento conturbado que incluiu casamento em 1918. Eles se mudaram diversas vezes e frequentemente viveram separados. Aparentemente ambos não acreditavam em uniões estáveis, e Mansfield pode ter se arrependido de seu estilo de casamento. Sua amiga próxima, Ida Baker, frequentemente cuidava dela quando estavam separados.
Casa onde nasceu Mansfield, na Nova Zelândia.
Sua vida e trabalho seriam modificados para sempre com a morte de seu irmão, um soldado, durante a Primeira Guerra Mundial. Ela ficou chocada e traumatizada pela experiência, tanto que seu trabalho começou a se refugiar nas lembranças nostálgicas de sua infância na Nova Zelândia.[1] Durante esses anos ela também teve amizades profissionais com escritores como D. H. Lawrence e Virginia Woolf, que posteriormente disse que a escrita dela era 'A única escrita que eu invejei'.
Embora continuasse escrevendo entre sua primeira e segunda coleções ("Prelude", 1918), raramente publicou seus trabalhos, e entrou em depressão clínica. Sua saúde ficou muito debilitada após um ataque quase fatal de pleurisia quando contraiu tuberculose em 1917. Foi enquanto combatia essa doença em spas pela Europa afora, sofrendo uma hemorragia séria em 1918, que Mansfield começou a escrever os trabalhos pelos quais ela seria melhor conhecida.
"Miss Brill", uma história sobre uma mulher frágil vivendo uma vida efêmera de observação e prazeres simples em Paris, estabeleceu Mansfield como um dos escritores modernistas preeminentes, quando da sua publicação em 1920 na coleção "Bliss". A história título dessa coleção "Bliss" (felicidade), que envolvia uma personagem semelhante enfrentando a infidelidade de seu marido, também recebeu crítica favorável. Ela seguiu com a coleção igualmente louvada, The Garden Party, publicada em 1922.

Anos finais
Mansfield passou seus últimos anos buscando curas cada vez mais não ortodoxas para sua tuberculose. Em fevereiro de 1922, ela consultou o médico russo Ivan Manoukhin. Seu tratamento "revolucionário", que consistia em bombardear seu baço com raios-X, fez com que Mansfield desenvolvesse calores e insensibilidade nas pernas.

Nos últimos anos de sua vida ela passou a sentir que sua atitude perante a vida havia sido exageradamente rebelde e procurou renovar sua vida espiritual. Em outubro de 1922, Mansfield mudou-se para o Instituto para o Desenvolvimento Harmonioso do Homem de Georges Gurdjieff em Fontainebleau, França, onde esteve sob os cuidados de Olgivanna Lazovitch Hinzenburg (posteriormente, Sra. Frank Lloyd Wright). Mansfield sofreu uma hemorragia pulmonar fatal em janeiro de 1923, após subir uma escada correndo para mostrar a Murry quão bem estava.[2] Foi enterrada em um cemitério no distrito de Fontainebleau District na cidade de Avon.[3]
 Mansfield provou ser uma escritora prolífica nos últimos anos de sua vida, e uma boa parte de sua prosa e poesia não foram publicadas até depois de sua morte. Murry se predispôs a editar e publicar seus trabalhos.
 Seus esforços resultaram em dois volumes adicionais de contos em 1923 (The Dove's Nest) e em 1924 (Something Childish), bem como seus Poems, The Aloe, uma coleção de escritos críticos (Novels and Novelists) e um número de edições de trabalhos previamente não publicados de suas cartas e diários.
 Cinema e TV
Em 1973, a BBC produziu uma minissérie, “A Picture of Katherine Mansfield”, estrelada por Vanessa Redgrave. Dividida em 6 partes, a série inclui adaptações da vida de Mansfield e seus contos[4] .
Trabalhos[editar | editar código-fonte]
Coleções[editar | editar código-fonte]
In a German Pension (1911), ISBN 1-86941-014-9
The Garden Party: and Other Stories (1922), ISBN 1-86941-016-5
The Doves' Nest: and Other Stories (1923), ISBN 1-86941-017-3
Bliss: and Other Stories (1923)
Poems (1923), ISBN 0-19-558199-7
Something Childish (1924), ISBN 1-86941-018-1, first published in the U.S. as The Little Girl
The Journal of Katherine Mansfield (1927, 1954), ISBN 0-88001-023-1
The Letters of Katherine Mansfield (2 vols., 1928-29)
The Aloe (1930), ISBN 0-86068-520-9
Novels and Novelists (1930), ISBN 0-403-02290-8
The Short Stories of Katherine Mansfield (1937)
The Scrapbook of Katherine Mansfield (1939)
The Collected Stories of Katherine Mansfield (1945, 1974), ISBN 0-14-118368-3
Letters to John Middleton Murry, 1913-1922 (1951), ISBN 0-86068-945-X
The Urewera Notebook (1978), ISBN 0-19-558034-6
The Critical Writings of Katherine Mansfield (1987), ISBN 0-312-17514-0
The Collected Letters of Katherine Mansfield (4 vols., 1984-96)
Vol. 1, 1903-17, ISBN 0-19-812613-1
Vol. 2, 1918-19, ISBN 0-19-812614-X
Vol. 3, 1919-20, ISBN 0-19-812615-8
Vol. 4, 1920-21, ISBN 0-19-818532-4
The Katherine Mansfield Notebooks (2 vols., 1997), ISBN 0-8166-4236-2
Contos[editar | editar código-fonte]
"The Woman At The Store" (1912)
"How Pearl Button Was Kidnapped" (1912)
"Millie" (1913)
"Something Childish But Very Natural" (1914)
"The Little Governess" (1915)
"Pictures" (1917)
"Feuille d'Album" (1917)
"A Dill Pickle" (1917)
"Je ne parle pas français" (1917)
"Prelude" (1918)
"An Indiscreet Journey" (1920)
"Bliss" (1920)
"Miss Brill" (1920)
"Psychology" (1920)
"Sun and Moon" (1920)
"The Wind Blows" (1920)
"Mr Reginald Peacock's Day" (1920)
"Marriage à la Mode" (1921)
"The Voyage" (1921)
"Her First Ball" (1921)
"Mr and Mrs Dove" (1921)
"Life of Ma Parker" (1921)
"The Daughters of the Late Colonel" (1921)
"The Stranger" (1921)
"The Man Without a Temperament" (1921)
"At The Bay" (1922)
"The Fly" (1922)
"The Garden Party" (1922)
"A Cup of Tea" (1922)
"The Doll's House" (1922)
"A Married Man's Story" (1923)
"The Canary"" (1923)
Traduções para o português
Poucas foram as traduções de sua obra no Brasil. A partir de 1992, a editora Revan começou a traduzi-las. Hoje, temos em português os principais dos 88 contos de Mansfield, incluindo Prelude (Prelúdio), At the bay (Na praia ) e The doll’s house (A casa de bonecas). Estes três contos fazem parte de uma novela inacabada. Demonstram a transição da obra de Katherine Mansfield para o romance. Os personagens, baseados na sua vida na terra natal, pedem mais que uma novela. Várias são as tramas e a saída só poderia ser encontrada na estrutura de um belo romance cuja semelhança poderíamos enxergar na obra de Virginia Woolf, no livro To the lighthouse (Passeio ao farol). O inverso também poderia ser dito, To the lighthouse possui a atmosfera de alguns contos de Mansfield. Elementos da natureza, a vida íntima de um casal e suas crianças são influências recíprocas entre autoras que tiveram contato intenso. No entanto, Katherine Mansfield nunca escreveu um romance.

Principais traduções e publicações na língua portuguesa[editar | editar código-fonte]
Felicidade (Bliss), Livraria do Globo, 1940, tradução de Érico Veríssimo [5] [6] .
Felicidade (Bliss), Editora Nova Fronteira, 1969, tradução de Érico Veríssimo [5] .
Felicidade (Bliss), Editora Livros do Brasil (Portugal), Coleção Miniatura.
Felicidade (Bliss) e Outros Contos, Editora Revan, 1991, tradução de Julieta Cupertino[5] .
Êxtase (Bliss), Editora Ática e IMS (São Paulo), 1999, tradução de Ana Cristina César[5] .
Felicidade (Bliss) e O Estranho, Coleção Aventuras Grandiosas, Editora Rideel, 2007, 2009, adaptação Ana Carolina Vieira Rodrigues.
Psicologia (Psychology), 1939, tradução de Érico Veríssimo para a Revista do Globo[6] .
O meu primeiro baile (Her First Ball), 1940, tradução de Érico Veríssimo para a Revista do Globo[6] .
As Filhas do Falecido Coronel e Outras Histórias, 1997, Ediouro, com os contos Felicidade (Bliss), A festa ao ar livre (The Garden Party), As filhas do falecido coronel e O estranho.
As Filhas do Falecido Coronel, Coleção Aventuras Grandiosas, Editora Rideel, 2006, adaptação Ana Carolina Vieira Rodrigues.
A Festa ao Ar Livre (The Garden Party), Coleção Aventuras Grandiosas, Editora Rideel, 2007, 2009, adaptação Ana Carolina Vieira Rodrigues.
A Festa ao Ar Livre (The Garden Party) e Outras Histórias, Ediouro, 1993.
Sol e Lua (Sun and Moon)/ A Viagem (The Voyage), Coleção Aventuras Grandiosas, Editora Rideel, 2011, adaptação de Ana Carolina Vieira Rodrigues.
Aula de Canto, Editora Global, 1984, tradução de Edla Van Steen e Eduardo Brandão, Coleção Histórias Inesquecíveis.
Aula de Canto e Outros Contos, Editora Revan, 1999.
Je Ne Parle Pas Français e Outros Contos, Editora Revan, 1994, tradução de Julieta Cupertino.
Numa Pensão Alemã (In a German Pension), Editora Revan (Rio de Janeiro), 1998, tradução de Julieta Cupertino.
Numa Pensão Alemã (In a German Pension), Editora Coisas de Ler, 2002.
Contos Escolhidos, 1976, Editora Três.
Contos Ingleses Modernos, Editora Gleba, s.d..
Cinco Contos, Editora Paz e Terra, Coleção Leitura, 1996, com os contos Senhorita Brill (Miss Brill), Tomada de Hábito, A Vida de Mãe Parker (Life of Ma Parker), A Fuga, Je ne parle pas français[7] .
Contos, Editora Cosac Naify, 2005, Coleção Mulheres Modernistas.
K. Mansfield, Editora Cosac Naify, 2005, com 12 contos de Mansfield.
Cartas de Katherine Mansfield, Editora Portugália, s.d., tradução de Manuela Porto.
Diário, Editora Tavares Martins (Porto), 1944, tradução de Fernanda de Castro, Coleção dirigida por António Ferro: Contemporâneos.

Diário e Cartas, Editora Revan, 1996.

fonte de origem: