Sexta na Usina: Poetas da Rede: Cláudio Pereira: Amo-te:

A vida é intensa

No vigor da liberdade

Nesta paixão imensa

Que o amor jura verdade

A plenitude do desejo

No fogo intimo doador

Laços unidos num beijo

Em carícias sem pudor

Na curva do teu sorriso

O sinuoso convite

Tudo o que eu preciso

Do encanto de Afrodite

Juntámos margens

Transbordámos amor

Imaginámos viagens

Férteis em fulgor

Deixar cair o céu

Que faz em nós ponte

Enlançados nesse véu

Da nascente até a fonte

O que vem do silêncio

São beijos camuflados

A vontade que resgata

Sentimentos saqueados

Deslizar na corrente

Que livre nos transforma

E brindar ao Sol nascente

Nessa imaginária forma

Tua presença e ternura

Sustentam todo o amor

Que em nós os dois perdura

Neste eterno tempo encantador

Cláudio Pereira

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Hamilton Ramos Afonso: Vida em festa:

Nos teus braços ,

renasço todos os dias

quando ao aproximar-se o crepúsculo

nos confundimos ,

no emaranhado de braços,

que acolhem ,

n os peitos que amparam ,

n as bocas que se unem ,

respirando-se em partilha…

Na ponta dos dedos escrevemos poemas ,

espalhando versos pelas nossas almas,

terminando o poema escrito a quatro mãos

em dois corpos que se aceitam,

em ninho único ,

onde ambos nos aceitamos,

confiando as almas em festa…

…e aquilo que não passa de meses , e dias

parece-nos uma vida

tão intensamente vivida

que se eu fosse uma ave

*

Arte :Pia Erlandsson - Swedish Watercolor painter - Tutt'Art@

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Óscar Dinis: Ledos anos...:

Oh, verde vento,

Luar de zíngaro,

Espinhaço virente,

De secretas veredas,

E ginetes esperançados,

Tanto te amámos,

Rio de céu,

Água sem nuvem,

Amor de um dia,

Em vida toda,

Profundo azul,

Que abandonámos,

Óscar Dinis

Sexta Na Usina: Poetas da Rede: JOSÉ BATISTA: INDEFINIDO:

Quero quebrar as algemas

Que me prendem à solidão,

Voar até alcançar teus gestos,

Cantar meu amor por ti,

Redescobrir o que me define,

Mas tudo começa e termina em ti,

É como parir sonhos nas madrugadas,

Abortar gestos de alegrias

Para ornamentar as ruas

Em que trafegas

Conduzindo tua beleza,

Espalhando teus encantos,

Ou como anunciar meu amor por ti,

Que de tão imenso

Desconhece seu próprio fim.

As manhãs surgem

Apenas para te anunciar ao mundo,

Enquanto as noites chegam

Para perpetuar-te em minhas saudades,

Como uma estrela cadente

Rasgando o cristalino de meus olhos

Até se aninhar no silêncio mais profundo

De minha solidão,

Prisão que em mim se encerra.

Quero rasgar as mordaças do silêncio

Para então poder gritar ao mundo

Que te amo,

E que minha vida começa

E termina em ti.

POETA JOSÉ BATISTA

CARPINA - PERNAMBUCO - BRASIL

Todos os Direitos reservados ao Autor

As belezas do meu Recife querido.

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Dueto de Miguel Guerreiro & Maria José Aguiar:

 

COITADA, É SÓ ASSÉDIO! / É SÓ PIROPOS, COITADA!

Quando a Esmeralda, varre e lava as escadas, lá no meu prédio... Coitada, é só assédio!

Miguel

Quando a Dalva lá no prédio, as escadas varre e lava… É só piropos, coitada!

Maria

Eles metem-se com ela, pois ela é jovem e bela. Não só bela e educada, como muito arrumada.

Miguel

Por ela ser tão bela, todos se metem com ela. Não só bela e airosa, como até muito vistosa.

Maria

Quando a Esmeralda, varre e lava as escadas, lá no meu prédio... Coitada, é só assédio!

Miguel

Quando a Dalva lá no prédio, as escadas varre e lava… É só piropos, coitada!

Maria

Eles metem-se com ela, pois jovem ela é e bela. Não só bela e educada, como muito prendada.

Miguel

Parece a Cinderela, por ela ser jovem e bela. Tão bela e educada, até mesmo perfumada.

Maria

(Prendada e arrumada / Perfumada e educada)

Miguel Guerreiro & Maria José Aguiar

Imagens de “free_images - pixabay”

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Jackson Costa:

 

Vai brotar as mais belas flores,

mesmo que entre pedras e espinhos,

se a gente plantar o amor

e regar com gotas de carinhos.

(Jackson Costa)

Sexta na Usina: Poetas da Rede: HAMILTON RAMOS AFONSO: O bálsamo da tua voz:

A tua voz

quando a ouço

transporta-me

pela mão

da serenidade

a um mar de

aguas tranquila

No timbre viaja

a ternura

a sensualidade

tom modulado

pelo volume

da firmeza e

da limpeza

com que

me transmite

tranquilidade...

A tua voz

quando a ouço

é um abraço

balsamo

de ternura

e sensualidade....

Sexta na Usina: Poetas da Rede: jaca t guto: Rotina a dois:

foram anos a par

olhando o nada da surdez

que apagamos no peito

que escutava a tímida  tez

saída da pele no  escuro

que se tornava vadia no pó

da luz que era fraca de enlaço

em lugar de silêncio a passo

onde íamos  tardes a fio no nó

através dos tempos de calor

em paz iluminada na mente

que nos deixava descansar a dor

nos dias agrestes do corpo

feito mudo na rotina a dois

que  mantenho bem viva

depois de teres partido

para o além tão perto

que agarra o saíres  de mim

no momento de choro sem lágrimas

em bancos lado a lado sentados

tão presente na minha alma

que se fecha ao mundo sentido

do silêncio que não  esqueço

na rotina que jamais quebro

no consolo do  amor por ti

que permanece em mim .

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jaca t guto

imagem :d.a