quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Poesia De Quinta Na Usina: Luís de Camões: Soneto: 042:


Amor, que o gesto humano n'alma escreve,
vivas faíscas me mostrou um dia,
donde um puro cristal se derretia

por entre vivas rosas e alva neve.

Poesia De Quinta Na Usina: Luís de Camões: Soneto:005:



Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade,

se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Poesia De quinta Na Usina: D'Araújo: Lançamento do Livro: "A Lua sobre Nós" Poema: Que seja Rosa:



Que seja Rosa, o ano do teu cuidar.
Que seja Rosa, o mês do teu viver.
Que seja Rosa, Outubro, Novembro, Dezembro....
Que seja Rosa, a semana do teu pensar.
Que sejam Rosa, os dias do teu querer.
Que seja Rosa, as horas do teu pensar.
Que seja Rosa, os minutos do teu fazer.
Que seja simplesmente, Rosa, Maria, Joaquina, Josefa, Sophia..
Que seja Rosa, branca, preta, mulata, mestiça, parda amarela ou índia.
Mais que seja sempre Rosa, a paz que em ti habita, 
e que possa espalhar por entre todas as outas Rosas, em cada segundo do teu bem viver.
Que seja Rosa, com perfume de todas as Rosas, você mulher.

A mais bela Rosa, seja qual for o perfume ou a cor
.http://literaturaperiferica.com.br/ind…/a-lua-sobre-nos.html


Poesia de Quinta Na Usina:D'Araújo: Flores para Cegos:


Jaime, D'Araújo, Almério, e Marcos.




Como é doloroso um Jardim de belas flores,
Que os olhos externos que fingem ser cegos,
Para não ver a beleza que há, em cada olhar.
Nestas almas em prantos a sonhar,
com o tempo que vem,
na esperança de esquecer o tempo que foi,
e assim poder novamente exalar todo seu perfume,

que há nas novas primaveras do novo tempo que virá.


D'Araújo: Poema dedicado as belas flores(Mulheres) do Presídio Feminino do BUTANTAN.

Poesia De quinta Na Usina:Fernando Pessoa: A morte chega cedo:



A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte

Que Deus deixou aberto.

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa:A minha vida é um barco abandonado:


 A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado ?
Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.
Morto corpo da ação sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.
Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.