sábado, 2 de julho de 2022

Domingo na Usina: Biografias: Octávio Mangabeira:



Quarto ocupante da Cadeira 23, eleito em 25 de setembro de 1930, na sucessão de Alfredo Pujol e recebido pelo Acadêmico Afonso Celso em 1º de setembro de 1934.
Octávio Mangabeira (Octávio Cavalcanti Mangabeira), engenheiro civil, jornalista, professor, político, diplomata, orador e ensaísta, nasceu em Salvador, BA, em 27 de agosto de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de novembro de 1960.
Era filho do farmacêutico Francisco Cavalcanti Mangabeira e de Augusta Mangabeira. Fez os estudos primários e secundários na cidade natal e formou-se em Engenharia pela Escola Politécnica, hoje Universidade da Bahia. A sua ação desdobrou-se em múltiplos cargos: engenheiro encarregado da inspeção dos trabalhos do porto da Bahia e professor de Astronomia da Escola Politécnica da Bahia (1907-1911); membro do Conselho Municipal de Salvador (1908-1912); eleito deputado federal em inúmeras legislaturas, de 1912 a 1926. Vice-presidente da Câmara dos Deputados em 1926, foi convidado pelo presidente Washington Luís para gerir a pasta das Relações Exteriores. Nela se manteve até o triunfo da Revolução de 1930. Sua passagem pelo Itamarati foi marcada por um trabalho fecundo para a diplomacia brasileira. Em relação à definição de fronteiras com todas as repúblicas hispano-americanas e as Guianas, empenhou-se em resolver várias questões complementares da obra do Barão do Rio Branco, concluindo diversos tratados e acordos com esse objetivo. Em 1927 reuniu-se no Rio de Janeiro a 13ª Conferência Parlamentar Internacional de Comércio, na qual estiveram representadas quase todas as nações do mundo. Para a Conferência Pan-Americana de Havana expediu Octávio Mangabeira instruções que permitiram à delegação brasileira, chefiada pelo embaixador Raul Fernandes, uma ação decisiva em favor da aproximação dos pontos de vista dos Estados Unidos e da América espanhola. Uma medida importante tomada pelo Ministro Mangabeira foi a expedição da Circular 231 de 1928, recomendando aos corpos diplomático e consular a defesa e divulgação da língua portuguesa. O volume Pelos foros do idioma (1930) contém discursos e artigos publicados naquela ocasião.
Com a vitória da Revolução desencadeada no país em 1930, Octávio Mangabeira foi exilado, passando a residir nos Estados Unidos, onde muito trabalhou para manter-se. Anistiado, regressou ao Brasil em 1945, passando a pertencer a um novo partido que surgia: União Democrática Nacional. Pela legenda desse partido, foi de novo eleito para a Câmara Federal, em 1946, pelo Estado da Bahia.
Considerado um dos grandes vultos da Assembleia Constituinte que se reuniu naquele ano, foi eleito por seus pares para a primeira vice-presidência da mesma. Após a promulgação da Constituição de 18 de setembro de 1946, foi candidato à vice-presidência da República, em eleição indireta, conforme previa o artigo primeiro do Ato das Disposições Transitórias. Em 1947, foi eleito governador do Estado da Bahia, tendo realizado um dos períodos governamentais mais calmos daquele Estado, efetivando ampla série de obras na capital e no interior. Permaneceu no Palácio da Aclamação até o fim do seu quatriênio, por isso ficou sem mandato popular de 1950 a 1954.
Eleito senador em 1958, já aos 72 anos, Octávio Mangabeira continuou, na Câmara alta, o mesmo tribuno que a Câmara Federal se acostumara a ouvir em silêncio e com as galerias superlotadas. Oposicionista, sempre pautou suas críticas pelo espírito de honestidade e justiça. Em todas as circunstâncias, no Governo ou na Oposição, deu sempre o mesmo exemplo de coragem, de firmeza de posição, como leal servidor das causas a que se entregou na vida pública.

fonte de origem: 

https://www.academia.org.br/academicos/octavio-mangabeira/biografia

Atualizado em 29/07/2016.

Domingo na Usina: Biografias: Luiz Paulo Horta:



Sétimo ocupante da cadeira 23, eleito em 21 de agosto de 2008, na sucessão de Zélia Gattai, e recebido em 28 de novembro do mesmo ano pelo acadêmico Tarcísio Padilha. Luiz Paulo Horta nasceu no Rio de Janeiro em 14 de agosto de 1943. Faleceu no dia 3 de agosto de 2013, no Rio de Janeiro, aos 69 anos.

Cadeira: 
23
Posição: 
7
Antecedido por:
Sucedido por:
Data de nascimento: 
14 de agosto de 1943
Naturalidade: 
Rio de Janeiro - RJ
Brasil
Data de eleição: 
21 de agosto de 2008
Data de posse: 
28 de novembro de 2008
Acadêmico que o recebeu: 
Data de falecimento: 

Domingo na Usina: Biografias: Luís Guimarães Filho:



Luís Guimarães Filho, diplomata, poeta, cronista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30 de outubro de 1878, e faleceu em Petrópolis, RJ, em 19 de abril de 1940.
Filho de Luís Guimarães, o poeta lírico que também foi diplomata e ministro do Brasil em Lisboa, e fundador da cadeira n. 31, e de D. Cecília Canongia Guimarães. Havendo sua mãe falecido com apenas 28 anos de idade, menino Luís foi entregue, juntamente com suas duas irmãs e o irmão Horácio, aos cuidados da avó materna, que residia em Portugal, enquanto o pai continuava a vida diplomática. Estudou na Universidade de Coimbra, onde recebeu o grau de bacharel em Filosofia em 1895.
Seguindo o exemplo do pai, Luís Guimarães, ingressou na carreira diplomática. Em setembro de 1901 foi nomeado secretário do Congresso Pan-Americano do México. Em 1902 foi nomeado, por concurso, segundo secretário de legação em Buenos Aires. Também foi segundo secretário de legação em Montevidéu, Tóquio e Pequim; conselheiro de legação em Havana e Berna; encarregado de negócios em Tóquio, Pequim, Havana e Berna; ministro plenipotenciário em Caracas, São Petersburgo, Montevidéu e Haia; promovido a embaixador, ocupou o posto em Madri e na Cidade do Vaticano.
Colaborou na imprensa, sobretudo na Gazeta de Notícias e no Correio da Manhã. Desde o primeiro livro de poesias, Versos íntimos, publicado em 1894, revelou-se um lírico, de expressão parnasiana, e essa feição confirmou-se nas obras subsequentes, até chegar a Pedras preciosas (1906), sem dúvida alguma a sua obra capital como poeta, traduzida para o italiano em 1923, com o título Pietre preziose. Seu livro de crônicas Samurais e mandarins, publicado em 1912, logrou grande êxito literário.
Sua última obra foi o ensaio biográfico Fra Angelico, em que reconstituiu a vida do grande artista da Renascença e a sua época histórica. Marcado sempre por forte religiosidade, esta se manifesta em muitas poesias e, sobretudo, no estudo sobre Santa Teresinha, escrito para o Correio da Manhã e depois incluído no livro Holanda, impressões e viagens.
Era membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Real Academia Espanhola e de várias associações culturais brasileiras e portuguesas. Recebeu as mais altas condecorações nos países em que viveu.
Segundo ocupante da cadeira 24, foi eleito em 17 de maio de 1917, na sucessão de Garcia Redondo, e recebido pelo Acadêmico Paulo Barreto (João do Rio) em 19 de julho de 1917.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/luis-guimaraes-filho/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Cyro dos Anjos:



Quarto ocupante da Cadeira 24, eleito em 1º de abril de 1969, na sucessão de de Manoel Bandeira e recebido pelo Acadêmico Aurélio Buarque de Holanda em 21 de outubro de 1969.
Cyro dos Anjos (Ciro Versiani dos Anjos), jornalista, professor, cronista, romancista, ensaísta e memorialista, nasceu em Montes Claros, MG, em 5 de outubro de 1906, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4 de agosto de 1994.
Foi o 13º dos quatorze filhos do casal Antônio dos Anjos e Carlota Versiani dos Anjos. Fez o curso primário em Montes Claros e começou seus estudos secundários, aos 13 anos, na Escola Normal da mesma cidade. Em fins de 1923, foi para Belo Horizonte, a fim de estudar Humanidades e fazer o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, pela qual se formou em 1932. Durante os anos de faculdade, trabalhou como funcionário público e jornalista. Trabalhou no Diário da Tarde (1927); no Diário do Comércio (1928); no Diário da Manhã (1920); no Diário de Minas (1929-1931); em A Tribuna (1933) e no Estado de Minas (1934-1935).
Depois de formado, tentou a advocacia na sua cidade natal. Desistindo da profissão, voltou à imprensa e ao serviço público. Em Minas, exerceu os seguintes cargos: oficial de gabinete do secretário das Finanças (1931-1935); oficial de gabinete do governador (1935-1938); diretor da Imprensa Oficial (1938-1940); membro do Conselho Administrativo do Estado (1940-1942); presidente do mesmo Conselho (1942-1945). Foi professor de Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia de Minas Gerais (1940-1946), na qualidade de fundador.
Em 1933, como redator de A Tribuna, publicou uma série de crônicas que seriam o germe do seu mais famoso romance, O amanuense Belmiro (1937), de análise psicológica, escrito na linha machadiana, explorando a vida de um funcionário público da capital mineira.
Em 1946, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde ocupou, durante o governo Dutra, as funções de assessor do ministro da Justiça, diretor do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado, IPASE (1946-1951), e presidente do mesmo Instituto, em 1947. Colaborou também em diversos órgãos da imprensa carioca.
Convidado, em 1952, pelo Itamarati, a reger a cadeira de Estudos Brasileiros, junto à Universidade do México, residiu nesse país até 1954, quando foi transferido para igual posto na Universidade de Lisboa. Em Portugal publicou o ensaio A criação literária (1954).
Em fins de 1955 regressou ao Brasil, e, em 1957, foi nomeado subchefe do gabinete civil da Presidência da República. Com o governo Kubitschek, transferiu-se para Brasília, onde exerceu, depois, as funções de conselheiro do Tribunal de Contas e de professor da Universidade. Participou da Comissão designada pelo Governo Federal, em 1960, para planejar a Universidade Nacional do Brasília, vindo a ocupar a função de coordenador do Instituto de Letras da mesma Universidade. Ali regeu, na qualidade de professor titular extraordinário, em 1962, o curso “Oficina Literária’. Aposentado em 1976, voltou a residir no Rio. Não se desligou das atividades do ensino, continuando a ministrar, na Faculdade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o curso “Oficina Literária’.
Recebeu os seguintes prêmios literários: da Academia Brasileira de Letras, pelo romance Abdias (1945); do PEN Clube do Brasil e da Câmara Brasileira do Livro, pelos livros Explorações no tempo (1963) e A menina do sobrado (1979).

Atualizado em 29/07/2016.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/cyro-dos-anjos/biografia

Contos do Sábado na Usina: Artur Azevedo:

 




A “RÉCLAME’ 
A Assis Pacheco I 

Era um domingo. O comendador Viana acabou de almoçar, sentou-se numa cadeira de balanço, cruzou as mãos sobre o ventre, atirou o olhar pela janela escancarada que enchia de ar e luz a sala de jantar, e viu, no jardim vizinho, um homem a escrever, sentado à sombra de um caramanchão. 
— Ó menina. dá cá o binóculo. 
Laura, a esposa do comendador Viana, trouxe-lhe o binóculo, que ele assestou contra o homem do caramanchão. 
— Não me enganava: é ele... é o tal Passos Nogueira!... 
— Que Passos Nogueira? perguntou Laura. 
O comendador não respondeu; voltou-se para a criada, que levantava a mesa, e interpelou-a: 
— Aquele sujeito mora ali há muito tempo? Você deve saber... 
— Que sujeito? 
— Aquele que está escrevendo acolá, no jardim da casa de pensão, - não vê? 
— Ah! o poeta? 
— Quem lhe disse a você que ele é poeta? 
— É como o ouço tratar na vizinhança. Já ali morava quando viemos para esta casa. 
— Entretanto, observou Laura, estamos aqui há oito meses e é a primeira vez que o vejo. 
— Deveras? perguntou dentre dentes o comendador, com um olhar de desconfiança. 
— Ora esta! murmurou Laura, muito admirada da inflexão e do olhar do marido. 
— Parece impossível que minha ama não tenha reparado, acudiu a criada, porque o poeta vai todas as manhãs e todas as tardes escrever naquele lugar. 
— Todas as manhãs? indagou o dono da casa levantando-se. 
— E todas as tardes, repetiu ingenuamente a criada. E foi par a cozinha. 
— Viana, obtemperou Laura, aproveitando a ausência da criada, você faz uma coisas esquisitas! Esta mulher vai ficar convencida de que meu marido tem ciúmes de um homem que nem sequer conheço! 
— Aquilo é um bandido! regougou o comendador. 
— Pois deixe-o ser! Que temos nós com isso? Ele está na sua casa e nós na nossa. 
— Se eu soubesse que aquele patife morava ali, não tínhamos vindo para cá! 
— Mas que importa que ele more ali? 
— Importa muito! Aquilo é sujeitinho capaz de manchar a reputação de uma senhora com um simples cumprimento. Ele algum dia já te cumprimentou? 
— Pois eu já lhe disse que nunca reparei nesse homem? 
— Ali onde o vês tem causado a desgraça de umas poucas de senhoras! Por causa dele a mulher de um negociante deixou o marido, a filha de um despachante da Alfândega saiu da casa do pai, e a viúva de um coronel tentou suicidar-se! 
— Com efeito! exclamou Laura, agarrando rapidamente no binóculo, - deve ser um homem excepcional!... 
— Não! é melhor que não o vejas! ponderou o marido, tomando-lhe o binóculo das mãos. Que interesse tens tu... ? 
— Apenas o interesse que você mesmo me despertou, contando-me as conquistas deste Napoleão do 
amor. 
— Mulheres doentias e malucas... pobrezinhas que se deixaram levar por cantigas, ora aí tens!... Aquele 
peralta faz versos, e os jornais levam a dizer todos os dias que ele tem muito talento... e que é muito inspirado... 
— Lembra-me agora que já tenho lido esse nome de Passos Nogueira. 
— Oh, menina, vê lá se também tu... 
— Descanse: Já não estou em idade de me deixar levar por poesias. 
— Pois sim. peço-te que não te debruces nesta janela quando o tal poetaço estiver no seu caramanchão. 
— Por que? receias que eu caia? Ora deixe-se de ciúmes! 
— Não são ciúmes, são zelos. Não receio pelo que possas fazer... mas tenho medo que a vizinhança murmure.

Domingo na Usina: Biografias: Franklin Dória:



Franklin Dória (Franklin Américo de Meneses Dória, Barão de Loreto), político e poeta, nasceu na ilha dos Frades, Itaparica, BA, em 12 de julho de 1836, dois outros acadêmicos nasceram na ilha de Itaparica: Xavier Marques e João Ubaldo Ribeiro e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de outubro de 1906. Eleito pelos trinta membros que compareceram à sessão de instalação, em 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de acadêmicos, Franklin Dória é o fundador da cadeira nº. 25, que tem como patrono o poeta Junqueira Freire, seu amigo de juventude.
Era filho de José Inácio de Meneses Dória e de Águeda Clementina de Meneses Dória. Formou-se em Direito na Faculdade de Recife em 1859, tendo como colegas, entre outros Aristides Lobo, Gusmão Lobo e Joaquim Medeiros e Albuquerque, pai de Medeiros e Albuquerque. No mesmo ano de sua formatura, aos 23 anos, publicou Enlevos, seu único volume de poesia, impregnado de lirismo nas descrições do cenário das belezas naturais da “ilha encantada” do poeta. Cedo abandonou o verso. E desde o aparecimento do seu primeiro livro só publicou, em poesia, a tradução de Evangelina, de Longfellow, lida na presença do Imperador. Longfellow elogiou a tradução.
Dedicou-se à advocacia e à política. Como advogado, fez a defesa de causas importantes, como, por exemplo, a do desembargador Pontes Visgueiro, autor de famoso crime no Maranhão. Exerceu as funções de promotor, delegado e juiz. Em 1863, foi eleito deputado provincial na Bahia. Em 1864, nomeado presidente da Província do Piauí; em 1866, governador do Maranhão, e em 1880, governador de Pernambuco. Em 1872, foi eleito para a Câmara Federal, sendo reeleito, em mandatos alternados, até 1885. Algumas de suas campanhas no Parlamento do Império a campanha pela instrução pública e a campanha pela eleição direta revelaram-no um grande parlamentar, e ocupou a presidência da Câmara em 1888.
Foi Ministro da Guerra no gabinete Saraiva (1881), quando, entre outras iniciativas, fundou a Biblioteca do Exército, e Ministro do Império no último gabinete da Monarquia, do Visconde de Ouro Preto (1889). Conselheiro do Império, recebeu o título de Barão de Loreto em 1888. Era ligado à Família Imperial, acompanhando-a no exílio. De volta ao Brasil, dedicou-se à advocacia e à literatura. Foi professor de literatura por concurso no Colégio Pedro II, com a tese Da Poesia, caracteres essenciais; diferença da prosa; qualidade de poeta. Demitido com a República, foi reintegrado por sentença judicial. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/franklin-doria-barao-de-loreto/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Artur Orlando:



Artur Orlando (Artur Orlando da Silva), jurista e ensaísta, nasceu no Recife, PE, em 22 de junho de 1858, e faleceu na mesma cidade, em 27 de março de 1916.
Era filho de José Caetano da Silva e de D. Belarmina Augusta Morais Mesquita Pimenta da Silva. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Recife, em 1881. Desde logo se destacou nos meios literários, escrevendo sobre temas filosóficos. Seus primeiros livros, Filocrítica (1886) e Ensaios de crítica (1904) refletem as ideias que se formaram em torno da Escola de Recife, tendo como modelo Tobias Barreto.
Em sua biografia é sempre citada a dedicatória que o mestre do Recife pôs em um exemplar da 2ª edição de seus Ensaios e estudos de Filosofia e Crítica (1889): “A Artur Orlando, o amigo incomparável, o companheiro de batalhas, do qual bem se poderá dizer o que disse Hugo de Lamartine, que somos uma espécie de par homérico, sendo ele quem traz a lança e eu quem dirige os corcéis.”
Dedicou-se à advocacia e, em 1885, prestou concurso para a cadeira de Retórica e Poética do Curso Anexo da Escola do Recife. Conseguiu o primeiro lugar, mas desistiu ao verificar que a Congregação se indispusera contra ele. Em 1889, tornou-se diretor geral da Instrução Pública do Recife, e dois anos depois Secretário do Estado dos Negócios da Indústria Pública e Particular, Assistência Pública e Estatística, mas por motivos políticos não chegou a tomar posse. De 1893 a 1895, foi Deputado Estadual, e em 1901, Senador pelo seu Estado, renunciando dois anos depois para tomar lugar na Câmara Federal, até 1914. Participou da revisão do Código Penal.
Colaborou em vários jornais: 24 de Fevereiro, A Esmola, Homens e Letras, Concentração, Folha do Norte, Jornal do Recife, Província. Colaborou também na Revista Brasileira, na Revista Americana, na Revista da Academia Brasileira de Letras e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Foi redator-chefe do Diário de Pernambuco, de 1901 a 1911. Foi um dos primeiros, no Brasil, a insistir na tese do pan-americanismo. Como integrante da Escola do Recife, pregou o evolucionismo filosófico.
Era membro da Academia Pernambucana de Letras, da Americana de Ciência Política e Social, de Filadélfia, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Sociedade de Geografia de Lisboa, e de outras associações culturais.
Segundo ocupante da cadeira 25, foi eleito em 27 de junho de 1907, na sucessão de Franklin Dória, e recebido pelo acadêmico Oliveira Lima em 28 de dezembro de 1907.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/artur-orlando/biografia

Domingo na Usina: Biografias: José Lins do Rego:



Quarto ocupante da Cadeira 25, eleito em 15 de setembro de 1955, na sucessão de Ataulfo de Paiva e recebido pelo Acadêmico Austregésilo de Athayde em 15 de dezembro de 1956.
José Lins do Rego (José Lins do Rego Cavalcanti) foi romancista e jornalista. Nasceu no Engenho Corredor, Pilar, PB, em 3 de junho de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1957.
Filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti, fez os primeiros estudos no Colégio de Itabaiana, PB, no Instituto N. S. do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X de João Pessoa. Depois estudou no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz, no Recife. Desde então revelaram-se seus pendores literários. É de 1916, o primeiro contato com O Ateneu, de Raul Pompéia. Em 1918, aos 17 anos, José Lins travou conhecimento com Machado de Assis, através do Dom Casmurro. Desde a infância, já trazia consigo outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por pessoas ligadas ao mundo rural do Nordeste açucareiro.
Passou a colaborar no Jornal do Recife. Em 1922 fundou o semanário Dom Casmurro. Formou-se em 1923 na Faculdade de Direito do Recife. Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literário pernambucano, tornando-se amigo de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado e Aníbal Fernandes. Sua amizade com Gilberto Freire, na volta em 1923 de uma temporada de estudos universitários nos Estados Unidos, marcou novas influências no espírito de José Lins, através das ideias novas sobre a formação social brasileira.
Foi nomeado em 1925 promotor em Manhuçu, MG, lá não se demorando. Casado em 1924 com D. Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos até 1930 e fiscal de consumo de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco e Carlos Paurílio. Ali publicou o primeiro livro, Menino de engenho (1932), obra que se revelou de importância fundamental na história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933, publicou Doidinho, o segundo livro do “Ciclo da cana-de-açúcar”.
Em 1935, já nomeado fiscal do imposto de consumo, José Lins do Rego transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir. Integrando-se plenamente no ambiente carioca, continuou a fazer jornalismo, colaborando em vários periódicos com crônicas diárias. Revelou-se, então, por essa época, a faceta esportiva de sua personalidade. Sofrendo e vivendo as paixões desencadeadas pelo futebol, o esporte de sua predileção, foi grande torcedor do Flamengo. Exerceu o cargo de secretário-geral da Confederação Brasileira de Desportos de 1942 a 1954.
Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra baseia-se em memórias e reminiscências. Seus romances levantam todo um sistema econômico de origem patriarcal, com o trabalho semiescravo do eito, ao lado de outro aspecto importante da vida nordestina, ou seja, o cangaço e o misticismo. O autor desejaria que a sua obra romanesca fosse dividida: “Ciclo da cana-de-açúcar”: Menino de engenho, Doidinho, Banguê, Fogo morto e Usina; “Ciclo do cangaço, misticismo e seca”: Pedra Bonita e Cangaceiros; “Obras independentes”: a) com ligações nos dois ciclos: O moleque Ricardo, Pureza e Riacho Doce; b) desligadas dos ciclos: Água-mãe e Eurídice.
Recebeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha, pelo romance Menino de engenho (1932); o Prêmio Felipe d’Oliveira, pelo romance Água-mãe (1941), e o Prêmio Fábio Prado, pelo romance Eurídice (1947).

Atualizado em 20/09/2016.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/jose-lins-do-rego/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Juan Carlos Mestre:


 Juan Carlos Mestre ( Villafranca do Bierzo , León , Espanha , 15 de abril de 1957 ), poeta , escritor e ensaísta espanhol . Prêmio Castilla y León de Literatura em 2018 por toda a sua obra, 1 2 também recebeu importantes prêmios, incluindo o National Poetry (2009) por sua obra The Red House . 3 
Biografia 
Mestre recitando em Sta. Cruz de La Palma 
Juan Carlos Mestre nasceu em Villafranca del Bierzo, em 1957. 
Sua primeira coleção de poemas foi Sete poemas escritos com a chuva . Isso foi seguido pela visita de Safo . Com sua terceira coleção de poemas, Antífona del outono no vale do Bierzo , publicada em 1986 , ganhou o Prêmio Adonáis . 
Em 1987 , durante sua estada de vários anos no Chile , publicou páginas do incêndio e, mais tarde, de volta à Espanha , Poesia desonrou , pelo qual foi concedido em 1992 o Prêmio Jaime Gil de Biedma . 
Com o túmulo de Keats , escrito e editado durante a sua estadia em Itália como um Fellow da Academia de Espanha em Roma , ele foi agraciado com o Prêmio Poesia Jaén 1999 . 
Como gravador obteve a Menção Honrosa de 1999 no Prémio Nacional de Gravura da Calcografia Nacional ( 1999 ) e na VII Bienal Internacional de Gravura de Orense ( 2002 ). Já expôs sua obra gráfica e pictórica na Espanha , Europa e América , publicou livros de artista e gravou com músicos como Amancio Prada , Luis Delgado , José Zárate e Pedro Sarmiento . Em seus recitais poéticos, costuma ser acompanhado musicalmente por um acordeão ou qualquer outro instrumento que considere adequado. 
Mestre pintando uma de suas dedicatórias típicas. 

Prêmios

Prêmio Adonáis de Poesia (1985)

Prêmio Jaime Gil de Biedma (1992)

Prêmio de Poesia Jaén (1999)

Menção Honrosa no Prêmio Nacional de Gravura da Calcografia Nacional (1999)

Menção Honrosa VII Bienal Internacional de Gravura de Orense (2002)

Botillo de Oro , premiado em reconhecimento ao trabalho de representação de sua terra natal, El Bierzo

Prêmio Nacional de Poesia (2009), pela coleção de poemas La casa roja . 4

Prêmio da Crítica de Poesia Castelhana (2012), pelo livro de poesia La bicicleta del panadero .

Poética

"A poesia é uma forma de resistência ao mal ." 5

 

Poemas

Sete poemas escritos junto à chuva , Coleção Amarilis, Barcelona , 1982 .

A visita de Safo . Coleção Província, Leão , 1983 .

Antífona de outono no Valle del Bierzo , Coleção Adonais . Edições Rialp, Madrid , 1986 . Prêmio Adonais , 1985 . Reeditado em 2003 pela Calambur Editorial, Madrid .

As páginas de fogo , Cadernos de Mobilização Literária. New Letter Editions, Concepción, Chile , 1987 .

Antologia Geral de Adonais (1969-1989). Luis Jiménez Martos. Rialp, Madrid, 1989.

A Arca dos Presentes , Imprenta Sur, Edição de Rafael Pérez Estrada . Málaga, 1992 .

Los Cuerpos del Paraíso , Llibres del Phalarthao, edição de Alain Moreau com gravuras de Víctor Ramírez, Barcelona , 1992 .

A poesia caiu em desuso , Collection Visor de Poesía. Madrid , 1992 . ( Prêmio Jaime Gil de Biedma , 1992 )

Poemas do claustro , Câmara Municipal de León , 1992 .

Meio século de Adonais. José Luis Cano. Edições Rialp, Madrid, 1993 .

Hispanística: revista indiana de espanhol e latim , Volume 2, Número 2, 1994 .

A mulher abstrata , Edições de Poesia El Gato Gris. Valladolid , 1996 .

Antologia da poesia espanhola: (1975-1995). José Enrique Martínez. Castalia, Madrid, 1997 .

O túmulo de Keats , Hyperion . Madrid , 1999 . (Prêmio Jaén de Poesia, 1999). Reeditado pela Lunwerg, SL em 2004 e em 2007 pela Hiperión. Existe uma versão gráfica do próprio autor intitulada Cuaderno de Roma. Câmara Municipal de Málaga, 2005 .

A voz, as vozes . Prefeitura de Montilla , 2000 .

O adepto , Luis Burgos Arte do século XX, 2005 . Obra gráfica de Bruno Ceccobelli .

As estrelas para quem as trabalha . Lucerna, Coleção Cadernos de La Borrachería, Zamora , 2001 . Relançado em 2007 pela Ediciones Leonesas, SA. Leon 2007 .

O universo está à noite . Editorial Casariego. Madrid , 2006 .

Contra todas as lendas . Escola de Arte de Mérida , 2007 . Desenhos de Rafael Pérez Estrada .

Cartão de visita . (Liminar de Javier Pérez Walias ). Universidade do Trabalho, Cáceres, 2007.

A casa vermelha . Editorial Calambur (poesia, nº 85), Madrid, 2008.

Elogio da palavra (Antologia) . Casa da Poesia / EUCR, San José, Costa Rica, 2009.

A visita de Safo e outros poemas para dizer adeus a Lennon . Editorial Calambur, 2012.

A bicicleta do padeiro . Editorial Calambur, 2012.

Um poema não é uma missa cantada , editado por Carlos Ordóñez, Lustra Editores, Lima, Peru, 2013.

fonte de origem:

https://es.wikipedia.org/wiki/Juan_Carlos_Mestre

Domingo na Usina: Biografias: Alberto Venancio Filho:



Sexto ocupante da Cadeira nº 25, eleito em 25 de julho de 1991, na sucessão de Afonso Arinos de Melo Franco, e recebido em 14 de abril de 1992 pelo acadêmico Américo Jacobina Lacombe. Recebeu os acadêmicos Padre Fernando Bastos de Ávila e Celso Lafer.
Cadeira: 
25
Posição: 
Atual
Antecedido por:
Data de nascimento: 
23 de janeiro de 1934
Naturalidade: 
Rio de Janeiro - RJ
Brasil
Data de eleição: 
25 de julho de 1991
Data de posse: 
14 de abril de 1992
Acadêmico que o recebeu: Américo Jacobina Lacombe

Domingo na Usina: Biografias: Afonso Banhos Leite:




Afonso Banhos Leite

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Afonso Banhos Leite (Lavras da Mangabeira, Ceará, 27 de maio de 1907 – Fortaleza, 21 de maio de 1977) foi um filósofo, advogado e escritor brasileiro.
Biografia
Afonso Banhos
Filho de Edeltrudes Banhos Leite e de Afonso Leite de Oliveira, estudou as primeiras letras em sua terra natal. Transferindo-se para Fortaleza, realizou o seu aprendizado humanístico como aluno do Colégio Cearense Sagrada Família.
Em dezembro de 1949, bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Ceará, sendo eleito, pelos seus colegas, orador oficial da turma, pois na época já era conhecido pela sua grande cultura filosófica.
Advogado e professor de vários estabelecimentos de ensino de Fortaleza, destacou-se como filósofo de profunda imaginação.



“Aí por volta de 1936 – assinala Florival Seraine –, já possuía gosto literário apurado. Era leitor assíduo da Nouvelle Revue Française, o famoso órgão em que colaboravam Paul Valéry, André Gide e outros expoentes do orbe intelectual”.



Com José Waldo Ribeiro Ramos, Joaquim Alves, Henriqueta Galeno e outros escritores, fundou a Sociedade Cearense de Geografia e História, juntamente com seu órgão publicitário, em cujas páginas deixou importante artigo sobre Filosofia da História, em torno do pensamento de Vico e Oswald Spengler.
Com Florival Seraine, dirigiu a revista Estudos, disseminando a sua produção de pensador em jornais e revistas do Ceará e no Boletim de Ariel, do Rio de Janeiro, com participação restrita, este último, a uma elite de intelectuais.[1][2][3][4][5][6][7]
Entre as suas obras filosóficas, releva-se Fundamentos Lógicos do Conhecimento, publicado em 1949. Também de sua autoria é a plaqueta: Discurso Pronunciado na Instalação da Sociedade Cearense de Geografia e História (Fortaleza: Ramos e Pouchain, 1936).
Com Paulo Bonavides e Moacir Teixeira de Aguiar, fundou, em 1960, a Revista Filosófica do Nordeste, da qual foi secretário e membro do conselho de redação. “A Reconstrução da Filosofia” é o título do ensaio de sua autoria estampado no primeiro número desse periódico.
A base da sua filosofia lógica e gnosiológica ficou registrada em dois expressivos volumes, intitulados: Dialética e Imanência e Introdução à Filosofia, isto sem contar os seus ensaios de crítica literária.
Foi um importante filósofo, que se distinguiu como poeta e jornalista. Suas preocupações filosóficas concentraram-se no domínio da Lógica Simbólica, tendo destacando-se pela sua condição de pensador, conforme Abdias Lima, no seu Falam Os Intelectuais do Ceará (Fortaleza: Imprensa Oficial do Ceará, 1946).[8][9][10][11][12][13]
Afonso Banhos é patrono da cadeira nº 20 da Academia Lavrense de Letras, e sobre a sua obra existe um importante livro do poeta e ensaísta cearense Dimas Macedo, intitulado: Afonso Banhos: Ensaios de Filosofia (Fortaleza: LCR, 2013).

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