terça-feira, 26 de maio de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: William Shakespeare: SONETO CV:


Não chame o meu amor de Idolatria

Nem de Ídolo realce a quem eu amo,

Pois todo o meu cantar a um só se alia,

E de uma só maneira eu o proclamo.

É hoje e sempre o meu amor galante,

Inalterável, em grande excelência;

Por isso a minha rima é tão constante

A uma só coisa e exclui a diferença.

'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;

'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;

E em tal mudança está tudo o que primo,

Em um, três temas, de amplo movimento.

'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;

Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare


Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Maria Alice Monteiro:


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Quarta na Usina: Poetisas Da Rede: Sônia Fernandes:


Agarro-me à almofada

Na esperança
Que estes dias intermináveis acabem,
Que libertem este corpo
Deste castigo de estar sozinho,
Sem o teu abraço,
Sem o teu calor.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
A todos os santos e anjinhos
Que oiçam as minhas preces
Para que este inimigo invisível
Desapareça desta terra
Deixando-nos livres para sermos felizes

Agarro-me à almofada na esperança
De que brevemente irei ouvir no noticiário
Que podemos abraçar nossos entes queridos,
Que poderemos sair de casa
E encontrar nossos amigos,
E que poderei finalmente
Atirar-me em teus braços
Perder-me no teu abraço apertado
E no beijo INdecente
Que tantas saudades tenho.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
Que tudo isto passe,
Para voltar a sentir a brisa do mar no rosto,
E estar sentada em cima das pedras
A ouvir música e escrever poesia

Agarro-me à almofada na esperança
De que o tempo passe a correr
Para que o lado direito da minha cama
Esteja ocupado contigo
E que durante a noite consiga adormecer abraçada e tranquila
Porque és TU que estás aqui comigo.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
Que tudo isto acabe depressa
E todos nós possamos juntar-nos num café
A partilhar acontecimentos
E a brindar a recuperação desta luta que tem sido inglória.

Agarro-me à almofada na esperança
De ouvir a campainha tocar
Correr para abrir a porta
E atirar-me para os teus braços
Como se já não te visse à séculos
E fechar-te cá em casa
E não mais deixar-te sair.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
Para que as pessoas entendam
Que temos todos de cumprir com o nosso dever cívico
Para que mais ninguém caia enfermo
E que tantos outros se recuperem.

Agarro-me à almofada na esperança
De tão depressa quanto possível
Poder oferecer-te o meu carinho,
Os meus beijos,
Os meus abraços,
Deixar-te adormecer em cima do meu peito
Para zelar pelo teu sono tranquilo.

Agarro-me à almofada na esperança
De que tudo volte ao normal.
Não será igual a antes,
Mas será com certeza melhor
E faremos sempre melhor
Porque esta distância forçada
Mostrou-nos o quanto nos queremos um ao outro.

Agarro-me à almofada,
Porque não te tenho do meu lado,
Para confortar-te
E de ti receber o tanto que me dás.

Agarro-me à almofada,
Mas prefiro de longe
Que sejas tu ao meu lado.

© Sónia Fernandes
13Abr2020

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Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Marilene De Azevedo: TRANSPOR!:

Transpor o intransponível
as vezes causa arrepios
Está entre a carne e a pele
Nas labaredas do cio
Que raros sabem expor
O que o cerne produz
talvez seja pelo gozo
ou a força que lhe conduz

Transcorre lenta e ligeira
se mostra e se dissipa
Parece quer..Se deixa
no transparecer aflita
Entre o suor que escorre
No ventre se faz bonita

Volúpia desconhecida
Que brinca nas entrelinhas
Senhora, mulher, rainha
Que sabe tocar de pele
a boca macia desliza
A reconhecer suas partes
Não vai parar, para aprender
O que não se deve fazer
Para aprisionar sua arte!
Marilene De Azevedo
BAGÉ RS

Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Vólia Loureiro: TEU NOME:


Falei teu nome ao vento,
Pedi segredo,
O vento transformou em borboletas
As letras,
E levou-as pelo ar.

Falei teu nome às estrelas,
Apenas o sussurrei
No infinito vão.
As estrelas se moveram,
Teu nome virou constelação .

Falei teu nome ao rio
E ele, correndo, contou para o mar,
O mar então virou chuva,
E chovendo, trouxe teu nome de volta,
Afundando-o em suas profundezas.

E desde então,
Quando ando na praia,
Eu procuro o teu nome,
Escondido em alguma concha
Ou estrela.

24/05/2020

Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Olema Mariz: Aurora:

Aurora lenta

Traços da noite

Estrelas partem

Recolhe_se a lua

Sem pressa o sol

Carruagem lenta

Desvenda véus

Brilhante luz

Nuances, cores

Matizadas flores

O galo canta

Remotamente

Relógio trazendo

O despertar

Café quentinho

Animado convite

Dia chegando

Pra descobrir

Embrulhado

Em laços

Desatar os nós

Surpresa Suprema

Do Criador

Presente Divino

Seja bem-vindo,

Agradecida!

Bom dia, Dia!

Olema Mariz