quinta-feira, 18 de julho de 2019

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa: Cada dia sem gozo não foi teu.


Cada dia sem gozo não foi teu
Foi só durares nele. Quanto vivas
Sem que o gozes, não vives.
Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
Basta o reflexo do sol ido na água
De um charco, se te é grato.
Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas
Seu prazer posto, nenhum dia nega

A natural ventura!

Poesia De Quinta Na Usina: Machado de Assis:SOMBRAS:


 Quando, assentada, à noite, a tua fronte inclinas,
E cerras descuidada as pálpebras divinas,
E deixas no regaço as tuas mãos cair,
E escutas sem falar, e sonhas sem dormir,
Acaso uma lembrança, um eco do passado,
Em teu seio revive?
O túmulo fechado
Da ventura que foi, do tempo que fugiu,
Por que razão, mimosa, a tua mão o abriu?
Com que flor, com que espinho, a importuna memória
Do teu passado escreve a misteriosa história?
Que espectro ou que visão ressurge aos olhos teus?
Vem das trevas do mal ou cai das mãos de Deus?
É saudade ou remorso? é desejo ou martírio?
Quando em obscuro templo a fraca luz de um círio
Apenas alumia a nave e o grande altar
E deixa todo o resto em treva, — e o nosso olhar
Cuida ver ressurgindo, ao longe, dentre as portas
As sombras imortais das criaturas mortas,
Palpita o coração de assombro e de terror;
O medo aumenta o mal. Mas a cruz do Senhor,
Que a luz do círio inunda, os nossos olhos chama;
O ânimo esclarece aquela eterna chama;
Ajoelha-se contrito, e murmura-se então
A palavra de Deus, a divina oração.
Pejam sombras, bem vês, a escuridão do templo;
Volve os olhos à luz, imita aquele exemplo;
Corre sobre o passado impenetrável véu;

Olha para o futuro e vem lançar-te ao céu.

Poesia De quinta Na Usina: Fernando Pessoa: Um Dia de Chuva:



"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.

Ambos existem; cada um como é."

Poesia De quinta Na Usina: Machado de Assis:O DESFECHO:


 Prometeu sacudiu os braços manietados
E súplice pediu a eterna compaixão,
Ao ver o desfilar dos séculos que vão
Pausadamente, como um dobre de finados.
Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião,
Uns cingidos de luz, outros ensangüentados...
Súbito, sacudindo as asas de tufão,
Fita-lhe a água em cima os olhos espantados.
Pela primeira vez a víscera do herói,
Que a imensa ave do céu perpetuamente rói,
Deixou de renascer às raivas que a consomem.
Uma invisível mão as cadeias dilui;
Frio, inerte, ao abismo um corpo morto rui;

Acabara o suplício e acabara o homem.





 Ocidentais
Texto-fonte:
Obra Completa, Machado de Assis, vol. III,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Publicado originalmente em Poesias Completas, Rio de Janeiro: Garnier, 1901.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo:Tua alma:


Em cada beijo,
Em cada toque,
Em cada suspirar do teu existir,
é que eu encontro a eterna razão do meu ser.

Na leveza da tua alma, que encontro a minha calma.

Acho que é isso que os deuses nos da, 
como dimensão do amar pleno e eterno.



Conteúdo do Livro:




















Editora: www.perse.com.br

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo: Constelação:




De uma constelação distante onde fica 
o meu universo sem fim uma imensa 
estrela brilha para mim.

Uma galáxia de uma imaginaria 
existência sinto sempre a tua
presença no meu viver de cada alvorecer.

Então posso adormecer a cada 
final de jornada com a calma dos 
sábios e com o calor do teu ser no meu existir.

O teu sorriso me faz acreditar que o ser feliz 
não passa de um imenso sorriso com todo prazer da alma.

D'Araujo.