sábado, 30 de maio de 2020

Domingo na Usina: Biografias: Miguel Reale:

Quarto ocupante da Cadeira nº 14, eleito em 16 de janeiro de 1975, na sucessão de Fernando de Azevedo e recebido em 21 de maio de 1975 pelo Acadêmico Cândido Mota Filho. Recebeu os Acadêmicos Pontes de Miranda e João de Scantimburgo.

Miguel Reale, jurista, filósofo, escritor, nasceu em São Bento do Sapucaí, SP, em 6 de novembro de 1910, e faleceu na cidade de São Paulo em 14 de abril de 2006. Filho do médico italiano Dr. Braz Reale e de D. Felicidade da Rosa Góis Chiarardia Reale.

Bacharel em Direito em 1934, quando publicou seu primeiro livro, O Estado moderno. Doutor em Direito, em 1941, quando se tornou catedrático de Filosofia do Direito, após concurso realizado em setembro de 1940.

Com sua tese Fundamentos do Direito (1940), lançou as bases de sua “Teoria Tridimensional do Direito”, que se tornaria mundialmente conhecida.

Em 1942, foi nomeado membro do Conselho Administrativo do Estado, cargo que exerceu até 1944.

Em 1947 foi Secretário da Justiça do Estado de São Paulo, quando criou a primeira Assessoria Técnico-Legislativa do país, para racionalização dos serviços legislativos.

Em 1949, assumiu a Reitoria da Universidade de São Paulo, instalando os primeiros Institutos Oficiais de Ensino Superior no Interior do Estado, a começar pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Em 1949, fundou o Instituto Brasileiro de Filosofia, do qual foi presidente. Essa entidade congrega todos os pensadores brasileiros e edita a Revista Brasileira de Filosofia, com mais de 60 anos de publicação.

Em 1951, chefiou a Delegação Brasileira junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, fazendo prevalecer o ponto de vista do Brasil, sobre salário mínimo nas plantações, através de votação em plenário, fato raramente acontecido naquela organização.

Em 1953, publicou o seu Curso de Filosofia do Direito, logo depois vertido para o italiano pelo catedrático da disciplina da Universidade de Bolonha, Prof. Luigi Bogolini, hoje na sua 20ª. edição.

Em 1954, fundou a Sociedade Interamericana de Filosofia, da qual foi duas vezes presidente.

Em 1957, 1959 e 1961 chefiou a Delegação Brasileira aos Congressos Interamericanos de Filosofia de Santiago do Chile, Washington e Buenos Aires, sendo eleito Vice-Presidente desses certames, assim como no realizado em Quebec, em 1967. Foi Presidente do VIII Congresso Interamericano de Filosofia, realizado em Brasília, em 1972.

Relator especial, nos XII, XIII e XIV Congressos Internacionais de Filosofia, realizados em Veneza, México e Viena, respectivamente, em 1958, 1963 e 1968. Vice-Presidente de uma das sessões plenárias do XV Congresso Internacional de Filosofia realizado na Bulgária. Conferencista especialmente convidado pelo XVI Congresso Internacional, de Düsseldorf, Alemanha, 1978, e XVIII realizado em Brighton, Inglaterra, 1988.

Em 1963 foi nomeado novamente Secretário da Justiça do Estado de São Paulo, tendo tomado parte ativa na defesa da autonomia do Estado e do regime democrático.

Em 1969, foi nomeado pelo Presidente Artur da  Costa e Silva para a Comissão de Alto Nível que reviu a Constituição de 1967, desse trabalho resultando, em parte, o texto da Emenda Constitucional nº 1 à  Constituição de 1967.

Colaborou, em 1972, na elaboração do tratado e documentos relativos à criação da Itaipu Binacional, à qual deu, pela primeira vez, a estrutura de “empresa internacional”.

Supervisor da Comissão Elaboradora e Revisora do Código Civil, cujo Anteprojeto se converteu no Projeto nº. 634, depois sancionado pelo Presidente da República pela Lei nº. 10.402 de 10/01/2002.

De 1969 a 1973, foi novamente Reitor da Universidade de São Paulo, onde implantou a reforma universitária e deu definitiva estrutura aos campi da Capital e do Interior, dotando-os de vários edifícios com áreas superiores a 200.000m2.

Em 1974, foi nomeado pelo Presidente Emílio Garrastazu Médici para o Conselho Federal de Cultura, cargo que exerceu durante 15 anos.

Organizador e presidente do II Congresso Brasileiro de Filosofia Jurídica e Social, em São Paulo, em 1986, e dos III e IV Congressos realizados em João Pessoa, em 1988 e 1990.

Organizou e presidiu sete Congressos Brasileiros de Filosofia, com publicação dos respectivos Anais. O primeiro foi realizado, em São Paulo, em 1950, e o VII e último, em João Pessoa, Paraíba, em 2002, sempre com representantes de todos os Estados da Federação e vários pensadores estrangeiros. Foi também de sua iniciativa o VIII Congresso Interamericano de Filosofia, que teve lugar em Brasília, em 1972.

Participou da criação do Instituto de Filosofia Brasileira, com sede em Lisboa, o qual promove o estudo do pensamento luso-brasileiro, através de colóquios que, em Portugal, têm o nome de Tobias Barreto e, no Brasil, o de Antero de Quental. O Colóquio Tobias Barreto, realizado nas cidades do Porto e Viana do Castelo, em outubro de 1996, foi dedicado ao debate das ideias filosóficas, políticas e pedagógicas de Miguel Reale.

A partir de 1998, proferiu conferências sobre o Projeto de Código Civil no Senado Federal, no Superior Tribunal de Justiça, na Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro e na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo e, uma vez aprovado o referido código, em dezenas de cidades do País.

O seu pensamento foi objeto de debate do I Colóquio Luso-Brasileiro de Pesquisa Filosófica, realizado no Rio de Janeiro, em 1999.

Realizou conferências e participou de seminários de Filosofia e de Direito em diversas cidades do País.  Colaborou quinzenalmente no jornal O Estado de São Paulo, abordando questões filosóficas, jurídicas e sociais.

Atualizado em 28/07/2016.

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Domingo na Usina: Biografias: Fernando de Azevedo:

Terceiro ocupante da Cadeira 14, eleito em 10 de agosto de 1967, na sucessão de Antonio Carneiro Leão e recebido pelo Acadêmico Cassiano Ricardo em 24 de setembro de 1968.

Fernando de Azevedo, professor, educador, crítico, ensaísta e sociólogo, nasceu em São Gonçalo do Sapucaí, MG, em 2 de abril de 1894, e faleceu em São Paulo, SP, em 18 de setembro de 1974.

Filho de Francisco Eugênio de Azevedo e de Sara Lemos Almeida de Azevedo, cursou o ginasial no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Durante cinco anos fez cursos especiais de letras clássicas, língua e literatura grega e latina, de poética e retórica; e, em seguida, cursou Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo.

Foi, aos 22 anos, professor substituto de latim e psicologia no Ginásio do Estado em Belo Horizonte; de latim e literatura na Escola Normal de São Paulo; de sociologia educacional no Instituto de Educação da Universidade de São Paulo; catedrático do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Professor emérito da referida faculdade da USP.

Foi Diretor geral da Instrução Pública do Distrito Federal (1926-30); Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo (1933); Membro da Comissão organizadora da Universidade de São Paulo (1934); Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo (1941-42); Membro do Conselho Universitário por mais de doze anos, desde a fundação da Universidade de São Paulo; Secretário da Educação e Saúde do Estado de São Paulo (1947); Diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais, que ele instalou e organizou (1956-61); Secretário de Educação e Cultura no governo do prefeito Prestes Maia (1961); redator e crítico literário de O Estado de São Paulo (1923-26), jornal em que organizou e dirigiu, em 1926, dois inquéritos um sobre a arquitetura colonial, e outro sobre Educação Pública em São Paulo, abordando os problemas fundamentais do ensino de todos os graus e tipos, e iniciando uma campanha por uma nova política de educação e pela criação de universidades no Brasil. No Distrito Federal (1926-30), projetou, defendeu e realizou uma reforma de ensino das mais radicais que se empreenderam no país. Traçou e executou um largo plano de construções escolares, entre as quais as dos edifícios na rua Mariz e Barros, destinados à antiga Escola Normal, hoje Instituto de Educação. Em 1933, quando Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo, promoveu reformas, consubstanciadas no Código de Educação.

Fundou em 1931, e dirigiu por mais de 15 anos, na Companhia Editora Nacional, a Biblioteca Pedagógica Brasileira (B.P.B.), de que faziam parte a série Iniciação Científica e a coleção Brasiliana. Foi o redator e o primeiro signatário do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (A reconstrução educacional no Brasil), em 1932, em que se lançaram as bases e diretrizes de uma nova política de educação. Foi presidente da Associação Brasileira de Educação em 1938 e eleito presidente da VIII Conferência Mundial de Educação que deveria realizar-se no Rio de Janeiro. Eleito no Congresso Mundial de Zurich (1950) vice-presidente da International Sociological Association (1950-53), assumiu com os outros dois vice-presidentes, Morris Ginsberg, da Inglaterra, e Georges Davy, da França, a direção dessa associação internacional por morte de seu presidente, Louis Wirth, da Universidade de Chicago. Membro correspondente da Comissão Internacional para uma História do Desenvolvimento Científico e Cultural da humanidade (publicação da Unesco); um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Sociologia, de que foi presidente, desde sua fundação (1935) até 1960; foi presidente da Associação Brasileira de Escritores (seção de São Paulo). Durante anos escreveu para O Estado de São Paulo.

Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (1944); Cruz de Oficial de Legião de Honra, da França (1947); Prêmio de Educação Visconde de Porto Seguro, conferido pela Fundação Visconde de Porto Seguro, de São Paulo (1964); Prêmio Moinho Santista (1971) em Ciências Sociais. Pertenceu à Academia Paulista de Letras.

Atualizado em 10/07/2017.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/fernando-de-azevedo/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Antônio Carneiro Leão:

Segundo ocupante da Cadeira 14, eleito em 30 de novembro de 1944, na sucessão de Clóvis Beviláqua e recebido pelo Acadêmico Barbosa Lima Sobrinho em 1º de setembro de 1945.

Antônio Carneiro Leão, educador e ensaísta, nasceu em Recife, PE, em 2 de julho de 1887, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 31 de outubro de 1966.

Foram seus pais Antônio Carlos Carneiro Leão e Elvira Cavalcanti de Arruda Câmara Carneiro Leão. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife em 1911. Iniciou uma longa carreira no magistério universitário como professor de Filosofia de 1911 a 1914. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu na área da educação, como professor e administrador. Foi diretor geral da Instrução Pública no Rio de Janeiro (1922 a 1926); fundador da Escola Portugal, em setembro de 1924, e das 20 escolas com os nomes das 20 repúblicas americanas, entre 1923 e 1926, no Rio de Janeiro. Autor da Reforma da Educação no Estado de Pernambuco em 1928; foi Secretário de Estado do Interior, Justiça e Educação do Estado de Pernambuco (1929-1930); diretor do Instituto de Pesquisas Educacionais da Prefeitura do Distrito Federal na administração Anísio Teixeira (1934); criador e diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Pedagógicas da Universidade do Brasil.

No magistério universitário, foi professor de Administração Escolar e Educação Comparada na Faculdade Nacional de Filosofia; professor de Administração da Escola do Instituto de Educação do Distrito Federal; professor visitante e conferencista em universidades dos Estados Unidos, França, Uruguai e Argentina e professor emérito da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil.

Na imprensa, foi colaborador de jornais de Recife, Rio de Janeiro e São Paulo; fundador e diretor de O Economista, de 1920 a 1927; redator de Autores e Livros, suplemento literário de A Manhã e colaborador de revista especializadas em educação e sociologia.

Membro correspondente do Institut de France e doutor honoris causa pela Universidade Autônoma do México; membro honoris causa de universidades argentinas e de várias instituições latino-americanas; oficial da Legião de Honra da França e da Ordem do Leão Branco da Tchecoslováquia, era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto de França, da Real Academia Espanhola, da Academia das Ciências de Lisboa e de inúmeras outras associações acadêmicas internacionais.

Segundo ocupante da cadeira 14, foi eleito em 30 de novembro de 1944, na sucessão de Clóvis Beviláqua, e recebido pelo acadêmico Barbosa Lima Sobrinho em 1º de setembro de 1945.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/antonio-carneiro-leao/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Clóvis Beviláqua:

Fundador, cadeira 14

Clóvis Beviláqua, jurista, magistrado, jornalista, professor, historiador e crítico, nasceu em Viçosa, CE, em 4 de outubro de 1859, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 26 de julho de 1944.

Filho de José Beviláqua, que foi deputado provincial muito tempo, e de Martiniana Aires Beviláqua. Iniciou os estudos na cidade natal, ingressando, em 1872, no Ateneu Cearense. Daí transferiu-se para o colégio oficial de Fortaleza, em 1875. No ano seguinte, com 17 anos, embarcou para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu nos estudos frequentando o Externato Gaspar e o antigo Mosteiro de São Bento, concluindo os preparatórios juntamente com Paula Ney e Silva Jardim. Em 1878, embarcou para Recife, iniciando os estudos jurídicos na renomada Faculdade. Com Martins Júnior, começa a publicar o folheto Vigílias Literárias e, a seguir, o jornal A Ideia Nova. Ambos trabalharam no jornal República, nos folhetos EscalpeloEstenógrafo e O crime de Vitória. Ao concluir o curso, em 1882, foi escolhido para orador da turma.

Iniciou a carreira de magistrado, em 1883, ao ser nomeado promotor público de Alcântara, no Maranhão. No jornalismo, fez campanha pela República e, após a proclamação, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo Ceará. Foi a primeira e a última vez que ocupou uma posição política. Com a República foi nomeado professor de legislação comparada da Faculdade de Direito do Recife.

Em 1884, prestou concurso para professor de Filosofia da Faculdade de Direito do Recife. Iniciou, então, a série de obras jurídicas que o credenciariam perante o país para desincumbir-se da missão que lhe foi atribuída pelo Presidente Campos Sales, em 1899, convidando-o a elaborar o anteprojeto do Código Civil Brasileiro. Veio para o Rio de Janeiro em março de 1900 e, em outubro do mesmo ano, terminava a sua obra.

Em 1906, o Barão do Rio Branco nomeava-o consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores, onde se manteve até 1934. Em 1920 foi convidado a fazer parte do Comitê dos Juristas no Conselho da Sociedade das Nações. Não podendo se ausentar do país, enviou um projeto de organização da Corte de Justiça Internacional, colaborando, assim, no importante convênio. Continua publicando outros livros de literatura e direito, sobretudo os Comentários ao Código Civil, em seis volumes. Em obras especiais estuda diversas partes do Código: Direito da Família, Direito das Obrigações, Direito das Cousas.

Em 1889 foi convidado por Epitácio Pessoa, Ministro da Justiça do Presidente Campos Salles, para elaborar o Ante-Projeto do Código Civil Brasileiro. Ainda pouco conhecido, veio para o Rio de Janeiro em março de 1900 e em outubro do mesmo ano fez entrega da obra.

A matéria teve longa tramitação no Congresso Nacional durante a qual Rui Barbosa apresentou parecer criticando a linguagem do projeto, que foi rebatido pelo filólogo Carneiro Ribeiro. Clóvis Beviláqua, em várias ocasiões, defendeu os princípios de seu ante-projeto. As alterações feitas no ante-projeto durante a tramitação parlamentar, em muitos casos, o modificava.

Após dezesseis anos de discussão, o Código Civil Brasileiro entrou em vigor em 1º de janeiro de 1917.

Em 1906, o Barão do Rio Branco nomeava-o consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores, onde se manteve até 1934. Em 1920 foi convidado a fazer parte do Comitê dos Juristas no Conselho da Sociedade das Nações. Não podendo se ausentar do país, preparou projeto de organização da Corte Permanente da Justiça Internacional. Publicou outros livros de filosofia e direito, sobretudo os Comentários ao Código Civil, em seis volumes. Em obras especiais estuda diversas partes do Código: Direito da Família, Direito das Obrigações, Direito das Cousas.

Em 1930 D. Amélia Freitas Beviláqua, esposa de Clóvis Beviláqua, se inscreveu à vaga de Alfredo Pujol. O presidente Aloysio da Costa encaminhou a matéria ao plenário, que, após amplo debate, decidiu que a expressão estatutária “brasileiros”, significava  apenas pessoas do sexo masculino e a inscrição  foi negada.

Em consequência, Clóvis Beviláqua se afastou em definitivo da Academia, apesar de vários apelos feitos posteriormente.

Em 1942, seu nome foi incluído no “Livro do Mérito” e, no ano seguinte, o seu busto inaugurado em praça pública.

Recebeu o acadêmico Pedro Lessa.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/clovis-bevilaqua/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Franklin Távor:

Franklin Távora (João Franklin da Silveira Távora), advogado, jornalista, político, romancista, teatrólogo, nasceu em Baturité, CE, em 13 de janeiro de 1842, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de agosto de 1888. É o patrono da cadeira n. 14, por escolha do fundador Clóvis Beviláqua.

Era filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e de Maria de Santana da Silveira. Fez os primeiros estudos em Fortaleza. Em 1884 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863. Lá viveu até 1874, tendo sido funcionário, deputado provincial e advogado, com breve intervalo, em 1873, no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde viveu como funcionário da Secretaria do Império. Foi jornalista ativo, redigindo A Consciência Livre (1869-1870) e A Verdade (1872-73).

Iniciou a vida literária ainda estudante. No que se pode chamar a sua fase recifense, publicou os contos da Trindade maldita (1861); os romances Os índios do Jaguaribe (1862); A casa de palha (1866); Um casamento no arrabalde (1869); os dramas Um mistério de família (1862) e Três lágrimas (1870).

No Rio de Janeiro, teve influência na vida literária, fundando e dirigindo, com Nicolau Midosi, a Revista Brasileira (2ª fase), de que saíram dez volumes de 1879 a 1881. Ao mesmo tempo, inicia uma fase de reconstituição do passado pernambucano, marcadamente regionalista, tanto na ficção quanto na investigação histórica. Fez cerrada campanha contra José de Alencar, por não concordar com o seu romantismo idealista. É tido como um dos precursores do Realismo, embora os seus romances ainda sejam grandiloquentes e românticos. No romance O sacrifício (1879), são evidentes as concepções naturalistas. Intérprete literário de um regionalismo que se vinha exprimindo ideologicamente desde o início do século, defendeu o que chamava uma literatura do Norte, em oposição a uma literatura do Sul, considerada cheia de estrangeirismos e antinacionalismo. Pseudônimos: Semprônio e Farisvest.

Fundou a Associação dos Homens de Letras e foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/franklin-tavora/biografia

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Sexta Na Usina: Poetas da Rede: António Ramalho: amor:

amor

Só tu e eu

Só tu e eu,
onde quero estar,
devia ser o que confirmar,
o amor que se aproximou.

O que é meu,
que nunca tinha visto dançar
tanto quanto o teu olhar me tirou o fôlego,
que não há uma mulher tão bela,
ao teu amor
que dançou em mim,
na morada que sou,
para dizer onde estava o nós,
que não acreditaste em mim.

A maneira de ver a verdade,
que diz que nunca esquecerei o dia,
ao dia em que te vi,
que se tornou amor na questão,
de nunca ninguém ter brilhado como tu,
no significado da expressão.

Só tu e eu,
que somos o postal do amor,
onde está o brilho
que se tornou a alma,
ao momento porque nunca esquecera
a maneira como vives
por falares o que sentes,
que é o desejo onde tropecei
ao olhar para ti.

Ficámos onde não está o tempo.

O tempo como sinal,
que perdi por não te ter,
ao meu lado que sei perguntar,
são os dias por dizer.

Nas lágrimas
que se lembraram de acordar,
saiu a imaginação
a ofereceu a dor
ao porquê que nunca disseste.

A verdade que for aparecer
nas flores que o tempo enviou,
era o desejo do teu beijo
à minha vida que somos,
o que queira saber o tempo,
ao que foi o amor.

Sem ti,
a saudade revelou a realidade,
ao lugar que se tornou
o que não explica,
que as flores secaram
nas palavras como coincidência
ao porquê da tua ausência.

As flores de ninguém,
disseram o teu nome,
na chama que apagou a esperança.

Na distância do céu
que me chama,
é a raiz que não é,
ao momento de amor que descobri
o que poderá perguntar
o que não queria,
que é a minha vida
sem as tuas palavras de amor,
a levar o meu caminho
de quem será
porque foi encenar a solidão.

Em cada passo a chamar a ação,
eu e tu,
na paixão que procurou a vida,
terá as lágrimas que são palavras.

Quando morrer,
levo da vida a dor,
ao verbo que é um sentido
que talvez seja o que disse o tempo.

Na vida que pensava ter,
vive um desejo na fronteira da liberdade.

A razão que não permitiu
que vivesses ao meu lado
ficou no portão do sempre.

Sem ti,
não consigo perceber o que o amor é.

Porque não posso esquecer
a tristeza de não te ter,
de saber que sou apenas
um olhar na luz que deveria tocar.

Sem ti,
não posso mais caminhar
no mundo que se desvanece.

A lua em fogo no céu enorme,
chora na tristeza
que tocar o que não aparece.

Queria estar no teu caminho,
queria ficar em ti,
à espera das estrelas,
no sol que está a nascer.

Eu não possa viver a vida no mistério.

Perdi-me um dia nos teus olhos
e no teu abraço,
senti elevar-me ao céu
no amor que chamou por nós.

Não sei o porquê,
mas não consigo negar o que senti,
que apareceu sob destino
esculpido no teu corpo.

Não serei encontrado
para compreender a chave…

Nos teus olhos disse existir,
o que só precisava de estar.

António Ramalho
(Direitos de autor reservados)

Sexta Na Usina: Poetas da Rede: Osvaldo Teles: A luz do final do túnel:

A luz do final do túnel projeta solidão

Sou tomado por um temor inevitável
De permanecer nesta estadia solitário
A memória tendo lapsos involuntários

Contínuo veloz a cada passada dada
Não consigo nem olhar para os lados
Não vejo a beleza exposta à margem
Contudo sigo firme no meu propósito

Ouço a voz do vento freneticamente
Segui escutando a sua triste canção
Por vezes tentei ficar muito contente
Quero que o espírito cante em júbilo

É que dá para ouvir nesta existência
Busquei encontrar o teu braço amigo
Unidos iríamos para nossa aventura
Contenda encontraríamos na jornada

Se cada um seguisse o seu caminho
Não deu para levar o peso castigava
Perdida ficará as almas na imensidão
Querendo encontrar sua alma gêmea

Osvaldo Teles

Sexta Na Usina: Poetas da Rede: Silva o poeta:

Descrevi para ti meu amor Um 

d'meus grandes desejo,
Que é ser teu óh minha flor
O meu primeiro doce beijo.

Que nessa singela cartinha
Onde com carinho escrevo,
E a desenhar em cada linha
O que será um doce apego.

Com desvelo e muita atenção
Que tu leia eu bem que espero,
Para que não me digas um não
Pois tu sabes o quanto te quero.

És um querer maior que o infinito
Que faço d'teu riso luz d'meu dia,
Desse amor colossal mais bonito
Pois não existirá coisa d'maior valia.

Silva o poeta
21/05/2020

Sexta Na Usina: Poetas da Rede: Mílton Jorge da Silva: O que me faz poeta:

Grupo Banho de Lua

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O que me faz Poetar.

O gosto pela poesia
É brinquedo de criança
O voar da fantasia
Em busca da esperança.

O olhar na alvorada
Para a aurora entender.
Saudade da namorada
Sonho que não chegou a acontecer.

As luzes do amanhecer
O canto da passarada.
O aprender a viver
Em cada etapa da caminhada.

As flores do quintal
O perfume solto no ar.
O bom dia especial
O alcance do verbo amar.

O voo do Beija-Flor
Parado suspenso no ar.
A aurora multicor
Novos sonhos a desenhar.

A força da Natureza
O trovão a troar.
Misto de força e beleza
Motivos que me fazem poetar!

Sexta Na Usina: Poetas Da Rede: Sérgio L.melgareco: SARAU DA ESPERANÇA:

Esperança

Em momento de crise, a
Esperança não é fácil.

Não é uma simples e ingênua
Saida com qual sonhamos
No entanto no nível humano.

Nossos ossos congelados
Em dia , eu estive preste a
Perder a esperança.

Hoje , me lembro que os teus
Planos são maiores que os
Meus sonhos já sonhado.

A esperança de luta por algo
impossível mais possível ,

Que realmente importa e que
Queremos que tudo dê certo.

O impossível não existe
Mais para mim

Porque , Tudo é possível
é só eu querer...

Sérgio L.melgareco

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: Luís de Camões: 116:

 

 


 

                        Aqueles claros olhos que chorando ficavam quando deles me partia, agora que farão? Quem mo diria?

Se porventura estarão em mim cuidando?

 

Se terão na memória, como ou quando deles me vim tão longe de alegria?

Ou s'estarão aquele alegre dia que torne a vê-los, n'alma figurando?

 

Se contarão as horas e os momentos? Se acharão num momento muitos anos? Se falarão co as aves e cos ventos?

 

Oh! bem-aventurados fingimentos, que, nesta ausência, tão doces enganos sabeis fazer aos tristes pensamentos!


Poesia de quinta Na Usina: luís de Camões: Soneto 091:


 

Fermosos olhos que na idade nossa mostrais do Céu certissimos sinais, se quereis conhecer quanto possais,

olhai me a mim, que sou feitura vossa.

 

Vereis que de viver me desapossa aquele riso com que a vida dais; vereis como de Amor não quero mais,

por mais que o tempo corra e o dano possa.

 

E se dentro nest'alma ver quiserdes, como num claro espelho, ali vereis também a vossa, angélica e serena.

 

Mas eu cuido que só por não me verdes, ver vos em mim, Senhora, não quereis: tanto gosto levais de minha pena!


Poesia De quinta Na Usina: William Shakespeare:


O mundo inteiro é um palco E todos os homens e...

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...

Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...

E ter paciência para que a vida faça o resto...

William Shakespeare


Poesia de Quinta Na Usina: D'Araújo: Caviar dos escolhidos:


Entrincheirados no conforto do sofá da sala 

Desfrutando do bom vinho e do caviar Dos escolhidos, 

em suas Catedrais Palacianas 

Muitos líderes religiosos fingem-se de cegos,

e mudos na esperança que o tempo do senhor 

leve para longe o grito de lamuria do seu rebanho 

que são enterrados aos montes nas valas comuns da misericórdia.


Poesia de Quinta Na Usina: D'Araújo: Pétalas:


Em palavras dispersas feito pétalas

Que sopram da minha alma

Vão semeando sentimentos

Ao meu querer, e sem saber

Vou desnudando todo o meu ser

Depois me visto de mim mesmo

Para me proteger das coisas que ainda estão por vir.


terça-feira, 26 de maio de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: William Shakespeare: SONETO CV:


Não chame o meu amor de Idolatria

Nem de Ídolo realce a quem eu amo,

Pois todo o meu cantar a um só se alia,

E de uma só maneira eu o proclamo.

É hoje e sempre o meu amor galante,

Inalterável, em grande excelência;

Por isso a minha rima é tão constante

A uma só coisa e exclui a diferença.

'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;

'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;

E em tal mudança está tudo o que primo,

Em um, três temas, de amplo movimento.

'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;

Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare


Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Maria Alice Monteiro:


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Quarta na Usina: Poetisas Da Rede: Sônia Fernandes:


Agarro-me à almofada

Na esperança
Que estes dias intermináveis acabem,
Que libertem este corpo
Deste castigo de estar sozinho,
Sem o teu abraço,
Sem o teu calor.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
A todos os santos e anjinhos
Que oiçam as minhas preces
Para que este inimigo invisível
Desapareça desta terra
Deixando-nos livres para sermos felizes

Agarro-me à almofada na esperança
De que brevemente irei ouvir no noticiário
Que podemos abraçar nossos entes queridos,
Que poderemos sair de casa
E encontrar nossos amigos,
E que poderei finalmente
Atirar-me em teus braços
Perder-me no teu abraço apertado
E no beijo INdecente
Que tantas saudades tenho.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
Que tudo isto passe,
Para voltar a sentir a brisa do mar no rosto,
E estar sentada em cima das pedras
A ouvir música e escrever poesia

Agarro-me à almofada na esperança
De que o tempo passe a correr
Para que o lado direito da minha cama
Esteja ocupado contigo
E que durante a noite consiga adormecer abraçada e tranquila
Porque és TU que estás aqui comigo.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
Que tudo isto acabe depressa
E todos nós possamos juntar-nos num café
A partilhar acontecimentos
E a brindar a recuperação desta luta que tem sido inglória.

Agarro-me à almofada na esperança
De ouvir a campainha tocar
Correr para abrir a porta
E atirar-me para os teus braços
Como se já não te visse à séculos
E fechar-te cá em casa
E não mais deixar-te sair.

Agarro-me à almofada e peço baixinho
Para que as pessoas entendam
Que temos todos de cumprir com o nosso dever cívico
Para que mais ninguém caia enfermo
E que tantos outros se recuperem.

Agarro-me à almofada na esperança
De tão depressa quanto possível
Poder oferecer-te o meu carinho,
Os meus beijos,
Os meus abraços,
Deixar-te adormecer em cima do meu peito
Para zelar pelo teu sono tranquilo.

Agarro-me à almofada na esperança
De que tudo volte ao normal.
Não será igual a antes,
Mas será com certeza melhor
E faremos sempre melhor
Porque esta distância forçada
Mostrou-nos o quanto nos queremos um ao outro.

Agarro-me à almofada,
Porque não te tenho do meu lado,
Para confortar-te
E de ti receber o tanto que me dás.

Agarro-me à almofada,
Mas prefiro de longe
Que sejas tu ao meu lado.

© Sónia Fernandes
13Abr2020

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Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Marilene De Azevedo: TRANSPOR!:

Transpor o intransponível
as vezes causa arrepios
Está entre a carne e a pele
Nas labaredas do cio
Que raros sabem expor
O que o cerne produz
talvez seja pelo gozo
ou a força que lhe conduz

Transcorre lenta e ligeira
se mostra e se dissipa
Parece quer..Se deixa
no transparecer aflita
Entre o suor que escorre
No ventre se faz bonita

Volúpia desconhecida
Que brinca nas entrelinhas
Senhora, mulher, rainha
Que sabe tocar de pele
a boca macia desliza
A reconhecer suas partes
Não vai parar, para aprender
O que não se deve fazer
Para aprisionar sua arte!
Marilene De Azevedo
BAGÉ RS

Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Vólia Loureiro: TEU NOME:


Falei teu nome ao vento,
Pedi segredo,
O vento transformou em borboletas
As letras,
E levou-as pelo ar.

Falei teu nome às estrelas,
Apenas o sussurrei
No infinito vão.
As estrelas se moveram,
Teu nome virou constelação .

Falei teu nome ao rio
E ele, correndo, contou para o mar,
O mar então virou chuva,
E chovendo, trouxe teu nome de volta,
Afundando-o em suas profundezas.

E desde então,
Quando ando na praia,
Eu procuro o teu nome,
Escondido em alguma concha
Ou estrela.

24/05/2020

Quarta Na Usina: Poetisas da Rede: Olema Mariz: Aurora:

Aurora lenta

Traços da noite

Estrelas partem

Recolhe_se a lua

Sem pressa o sol

Carruagem lenta

Desvenda véus

Brilhante luz

Nuances, cores

Matizadas flores

O galo canta

Remotamente

Relógio trazendo

O despertar

Café quentinho

Animado convite

Dia chegando

Pra descobrir

Embrulhado

Em laços

Desatar os nós

Surpresa Suprema

Do Criador

Presente Divino

Seja bem-vindo,

Agradecida!

Bom dia, Dia!

Olema Mariz