quarta-feira, 27 de maio de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: Luís de Camões: 116:

 

 


 

                        Aqueles claros olhos que chorando ficavam quando deles me partia, agora que farão? Quem mo diria?

Se porventura estarão em mim cuidando?

 

Se terão na memória, como ou quando deles me vim tão longe de alegria?

Ou s'estarão aquele alegre dia que torne a vê-los, n'alma figurando?

 

Se contarão as horas e os momentos? Se acharão num momento muitos anos? Se falarão co as aves e cos ventos?

 

Oh! bem-aventurados fingimentos, que, nesta ausência, tão doces enganos sabeis fazer aos tristes pensamentos!


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