Fermosos olhos que na idade nossa mostrais do Céu
certissimos sinais, se quereis conhecer quanto
possais,
olhai me a
mim, que sou feitura vossa.
Vereis que de viver me desapossa aquele riso com que a vida dais;
vereis como de Amor não quero mais,
por mais que o tempo corra e o dano
possa.
E se dentro nest'alma ver quiserdes, como num claro
espelho, ali vereis também a vossa, angélica e
serena.
Mas eu cuido que só por não me verdes, ver vos em mim, Senhora, não
quereis: tanto gosto levais de minha pena!
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