domingo, 17 de abril de 2022

Dante Alighieri: A Divina Comédia;



ENTRA Virgílio por vereda estreita,
Que entre o muro e os martírios vai seguindo:
3 Após os seus meu passo se endireita.
— “Virtude suma! Ó tu, que, dirigindo Me estás,
ao teu sabor na estância triste, 6 Me instrui, ao meu desejo deferindo.
“A gente ver se pode que ora existe Naquelas sepulturas descobertas,
9 A que nem guarda, nem defesa assiste?” —
— “Serão” — me respondeu — “todas cobertas No dia, em que, 
de Josafá tornando,
12 Os corpos tragam, de que estão desertas. 
“Epicuro aqui jaz com todo o bando
Dos discípulos seus, que professaram
15 Que alma fenece, a vida em se acabando.

Crônicas de Segunda na Usina:Jaime José Teixeira Queiroga:





Não é o tamanho da queda que causa medo, mas a sensação de se estar sem onde por as mãos. Parece que quando conhecemos o caminho do barranco já sabemos o final: a dor acontecerá mesmo, irremediável, mas se escolhe onde. Não é uma questão de escolher uma perna ou um braço por ser mais querido ou menos importante, mas por se dar a escolha com qual dor querer conviver. E aí ela passa até a ser menos mal-vinda.
Há de se concordar com a escada que escorrega, com o barranco que cai ou a cadeira que quebra que eles estavam ali desde sempre e que, como a dor que doi, não tem alma. Então por que ter medo deles?
O parágrafo acima eu ia apagar ou modificar, mas vou deixar porque não consigo resolver. Odiei, meio metido, meio patético, mas absurdamente pessoal. Se eles não tem alma, logo não escorregam, não caem e não fazem doer, se eles não nos procuram, por que esse medo?
Porque revelam que não há premonição de vazio, não mostra que somos mais ou menos sujeitos a falhas, mas que são representações de que a queda sempre esteve à espreita e fui eu que não quis segurar o corrimão quando faltou luz. Nem sempre dá pra andar de olhos vendados e eu deveria já saber disso, nem sempre dá pra andar só olhando pra frente no caminho da montanha e sempre, sempre deveria olhar se a cadeira não foi serrada. Assim a dor não doeria.

fonte de origem:


Crônicas de Segunda na Usina: Machado de Assis: CAPÍTULO V - O TERROR :


Quatro dias depois, a população de Itaguaí ouviu consternada a notícia de que um certo Costa fora recolhido à Casa Verde.

 —Impossível!

 —Qual impossível! foi recolhido hoje de manhã.

 — Mas, na verdade, ele não merecia... Ainda em cima! depois de tanto que ele fez...

Costa era um dos cidadãos mais estimados de Itaguaí. Herdara quatrocentos mil cruzados em boa moeda de El-rei Dom João V, dinheiro cuja renda bastava, segundo lhe declarou o tio no testamento, para viver "até o fim do mundo". Tão depressa recolheu a herança, como entrou a dividi-la em empréstimos, sem usura, mil cruzados a um, dois mil a outro, trezentos a este, oitocentos àquele, a tal ponto que, no fim de cinco anos, estava sem nada. Se a miséria viesse de chofre, o pasmo de Itaguaí seria enorme; mas veio devagar; ele foi passando da opulência à abastança, da abastança à mediania, da mediania à pobreza, da pobreza à miséria, gradualmente. Ao cabo daqueles cinco anos, pessoas que levavam o chapéu ao chão, logo que ele assomava no fim da rua, agora batiam-lhe no ombro, com intimidade, davam-lhe piparotes no nariz, diziam-lhe pulhas. E o Costa sempre lhano, risonho. Nem se lhe dava de ver que os menos corteses eram justamente os que tinham ainda a dívida em aberto; ao contrário, parece que os agasalhava com maior prazer, e mais sublime resignação. Um dia, como um desses incuráveis devedores lhe atirasse uma chalaça grossa, e ele se risse dela, observou um desafeiçoado, com certa perfídia: — "Você suporta esse sujeito para ver se ele lhe paga". Costa não se deteve um minuto, foi ao devedor e perdoou-lhe a divida.— "Não admira, retorquiu o outro; o Costa abriu mão de uma estrela, que está no céu". Costa era perspicaz, entendeu que ele negava todo o merecimento ao ato, atribuindo-lhe a intenção de rejeitar o que não vinham meter -lhe na algibeira. Era também pundonoroso e inventivo; duas horas depois achou um meio de provar que lhe não cabia um tal labéu: pegou de algumas dobras, e mandou-as de empréstimo ao devedor.

 —“Agora espero que”...—pensou ele sem concluir a frase.

Esse último rasgo do Costa persuadiu a crédulos e incrédulos; ninguém mais pôs em dúvida os sentimentos cavalheirescos daquele digno cidadão. As necessidades mais acanhadas saíram à rua, vieram bater -lhe à porta, com os seus chinelos velhos, com as suas capas remendadas. Um verme, entretanto, roía a alma do Costa: era o conceito do desafeto. Mas isso mesmo acabou; três meses depois veio este pedir-lhe uns cento e vinte cruzados com promessa de restituir-lhos daí a dois dias; era o resíduo da grande herança, mas era também uma nobre desforra: Costa emprestou o dinheiro logo, logo, e sem juros. Infelizmente não teve tempo de ser pago; cinco meses depois era recolhido à Casa Verde.

Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube do caso. Não se falou em outra coisa, dizia-se que o Costa ensandecera, no almoço, outros que de madrugada; e contavam-se os acessos, que eram furiosos, sombrios, terríveis,—ou mansos, e até engraçados, conforme as versões. Muita gente correu à Casa Verde, e achou o pobre Costa, tranqüilo, um pouco espantado, falando com muita clareza, e perguntando por que motivo o tinham levado para ali. Alguns foram ter com o alienista. Bacamarte aprovava esses sentimentos de estima e compaixão, mas acrescentava que a ciência era a ciência, e que ele não podia deixar na rua um mentecapto. A última pessoa que intercedeu por ele (porque depois do que vou contar ninguém mais se atreveu a procurar o terrível médico) foi uma pobre senhora, prima do Costa. O alienista disse-lhe confidencialmente que esse digno homem não estava no perfeito equilíbrio das faculdades mentais, à vista do modo como dissipara os cabedais que...

 —Isso, não! isso, não! interrompeu a boa senhora com energia. Se ele gastou tão depressa o que recebeu, a culpa não é dele.

 —Não?

 —Não, senhor. Eu lhe digo como o negócio se passou. O defunto meu tio não era mau homem; mas quando estava furioso era capaz de nem tirar o chapéu ao Santíssimo. Ora, um dia, pouco tempo antes de morrer, descobriu que um escravo lhe roubara um boi; imagine como ficou. A cara era um pimentão; todo ele tremia, a boca escumava; lembra-me como se fosse hoje. Então um homem feio, cabeludo, em mangas de camisa, chegou-se a ele e pediu água. Meu tio (Deus lhe fale n alma!) respondeu que fosse beber ao rio ou ao inferno. O homem olhou para ele, abriu a mão em ar de ameaça, e rogou esta praga:—"Todo o seu dinheiro não há de durar mais de sete anos e um dia, tão certo como isto ser o sino-salamão! E mostrou o sino-salamão impresso no braço. Foi isto, meu senhor; foi esta praga daquele maldito.

Bacamarte espetara na pobre senhora um par de olhos agudos como punhais. Quando ela acabou, estendeu-lhe a mão polidamente, como se o fizesse à própria esposa do vice-rei, e convidou-a a ir falar ao primo. A mísera acreditou; ele levou-a à Casa Verde e encerrou-a na galeria dos alucinados. A notícia desta aleivosia do ilustre Bacamarte lançou o terror à alma da população. Ninguém queria acabar de crer, que, sem motivo, sem inimizade, o alienista trancasse na Casa Verde uma senhora perfeitamente ajuizada, que não tinha outro crime senão o de interceder por um infeliz. Comentava-se o caso nas esquinas, nos barbeiros; edificou-se um romance, umas finezas namoradas que o alienista outrora dirigira à    prima do Costa, a indignação do Costa e o desprezo da prima. E daí a vingança. Era claro. Mas a austeridade do alienista, a vida de estudos que ele levava, pareciam desmentir uma tal hipótese. Histórias! Tudo isso era naturalmente a capa do velhaco. E um dos mais crédulos chegou a murmurar que sabia de outras coisas, não as dizia, por não ter certeza plena, mas sabia, quase que podia jurar.

 —Você, que é íntimo dele, não nos podia dizer o que há, o que houve, que motivo...

Crispim Soares derretia-se todo. Esse interrogar da gente inquieta e curiosa, dos amigos atônitos, era para ele uma consagração pública. Não havia duvidar; toda a povoação sabia enfim que o privado do alienista era ele, Crispim, o boticário, o colaborador do grande homem e das grandes coisas; daí a corrida à botica. Tudo isso dizia o carão jucundo e o riso discreto do boticário, o riso e o silêncio, porque ele não respondia nada; um, dois, três monossílabos, quando muito, soltos, secos, encapados no fiel sorriso constante e miúdo, cheio de mistérios científicos, que ele não podia, sem desdouro nem perigo, desvendar a nenhuma pessoa humana.

 —“Há coisa,” pensavam os mais desconfiados.

Um desses limitou-se a pensá-lo, deu de ombros e foi embora. Tinha negócios pessoais Acabava de construir uma casa suntuosa. Só a casa bastava para deter a chamar toda a gente; mas havia mais,—a mobília, que ele mandara vir da Hungria e da Holanda, segundo contava, e que se podia ver do lado de fora, porque as janelas viviam abertas,—e o jardim, que era uma obra-prima de arte e de gosto. Esse homem, que enriquecera no fabrico de albardas, tinha tido sempre o sonho de uma casa magnífica, jardim pomposo, mobília rara. Não deixou o negócio das albardas, mas repousava dele na contemplação da casa nova, a primeira de Itaguaí, mais grandiosa do que a Casa Verde, mais nobre do que a da Câmara, Entre a gente ilustre da povoação havia choro e ranger de dentes, quando se pensava, ou se falava, ou se louvava a casa do albardeiro,—um simples albardeiro, Deus do céu!

 —Lá está ele embasbacado, diziam os transeuntes, de manhã.

De manhã, com efeito, era costume do Mateus estatelar-se, no meio do jardim, com os olhos na casa, namorado, durante uma longa hora, até que vinham chamá-lo para almoçar. Os vizinhos, embora o cumprimentassem com certo respeito, riam-se por trás dele, que era um gosto. Um desses chegou a dizer que o Mateus seria muito mais econômico, e estaria riquíssimo, se fabricasse as albardas para si mesmo; epigrama ininteligível, mas que fazia rir às bandeiras despregadas.

 — Agora lá está o Mateus a ser contemplado, diziam à tarde.

A razão deste outro dito era que, de tarde, quando as famílias safam a passeio (jantavam cedo) usava o Mateus postar-se à janela, bem no centro, vistoso, sobre um fundo escuro, trajado de branco, atitude senhoril, e assim ficava duas e três horas até que anoitecia de todo. Pode crer-se que a intenção do Mateus era ser admirado e invejado, posto que ele não a confessasse a nenhuma pessoa, nem ao boticário, nem ao Padre Lopes seus grandes amigos. E entretanto não foi outra a alegação do boticário, quando o alienista lhe disse que o albardeiro talvez padecesse do amor das pedras, mania que ele Bacamarte descobrira e estudava desde algum tempo. Aquilo de contemplar a casa...

 —Não, senhor, acudiu vivamente Crispim Soares.

 —Não?

 —Há de perdoar-me, mas talvez não saiba que ele de manhã examina a obra, não a admira; de tarde, são os outros que o admiram a ele e à obra.—E contou o uso do albardeiro, todas as tardes, desde cedo até o cair da noite. Uma volúpia científica alumiou os olhos de Simão Bacamarte. Ou ele não conhecia todos os costumes do albardeiro, ou nada mais quis, interrogando o Crispim, do que confirmar alguma notícia incerta ou suspeita vaga. A explicação satisfê-lo; mas como tinha as alegrias próprias de um sábio, concentradas, nada viu o boticário que fizesse suspeitar uma intenção sinistra. Ao contrário, era de tarde, e o alienista pediu-lhe o braço para irem a passeio. Deus! era a primeira vez que Simão Bacamarte dava ao seu privado tamanha honra; Crispim ficou trêmulo, atarantado, disse que sim, que estava pronto. Chegaram duas ou três pessoas de fora, Crispim mandou-as mentalmente a todos os diabos; não só atrasavam o passeio, como podia acontecer que Bacamarte elegesse alguma delas, para acompanhá -lo, e o dispensasse a ele. Que impaciência! que aflição! Enfim, saíram. O alienista guiou para os lados da casa do albardeiro, viu-o à janela, passou cinco, seis vezes por diante, devagar, parando, examinando as atitudes, a expressão do rosto. O pobre Mateus, apenas notou que era objeto da curiosidade ou admiração do primeiro vulto de Itaguaí redobrou de expressão, deu outro relevo às atitudes... Triste! Triste! não fez mais do que condenar-se; no dia seguinte, foi recolhido à Casa Verde.

 —A Casa Verde é um cárcere privado, disse um médico sem clínica.

Nunca uma opinião pegou e grassou tão rapidamente. Cárcere privado: eis o que se repetia de norte a sul e de leste a oeste de Itaguaí,—a medo, é verdade, porque durante a semana que se seguiu à captura do pobre Mateus, vinte e tantas pessoas,—duas ou três de consideração,—foram recolhidas à Casa Verde. O alienista dizia que só eram admitidos os casos patológicos, mas pouca gente lhe dava crédito. Sucediam-se as versões populares. Vingança, cobiça de dinheiro, castigo de Deus, monomania do próprio médico, plano secreto do Rio de Janeiro com o fim de destruir em Itaguaí qualquer gérmen de prosperidade que viesse a brotar, arvorecer, florir, com desdouro e míngua daquela cidade, mil outras explicações, que não explicavam nada, tal era o produto diário da imaginação pública Nisto chegou do Rio de Janeiro a esposa do alienista, a tia, a mulher do Crispim Soares, e toda a mais comitiva, —ou quase toda—,que algumas semanas antes partira de Itaguaí O alienista foi recebê-la, com o boticário, o Padre Lopes os vereadores e vários outros magistrados. O momento em que D. Evarista pôs os olhos na pessoa do marido é considerado pelos cronistas do tempo como um dos mais sublimes da história moral dos homens, e isto pelo contraste das duas naturezas, ambas extremas, ambas egrégias. D. Evarista soltou um grito, balbuciou uma palavra e atirou-se ao consorte, de um gesto que não se pode melhor definir do que comparando-o a uma mistura de onça e rola. Não assim o ilustre Bacamarte; frio como um diagnóstico, sem desengonçar por um instante a rigidez científica, estendeu os braços à dona que caiu neles e desmaiou. Curto incidente; ao cabo de dois minutos, D. Evarista recebia os cumprimentos dos amigos e o préstito punha-se em marcha D. Evarista era a esperança de Itaguaí; contava-se com ela para minorar o flagelo da Casa Verde. Daí as aclamações públicas, a imensa gente que atulhava as ruas, as flâmulas, as flores e damascos às janelas. Com o braço apoiado no do Padre Lopes —porque o eminente Bacamarte confiara a mulher ao vigário, e acompanhava-os a passo meditativo—D. Evarista voltava a cabeça a um lado e outro, curiosa, inquieta, petulante. O vigário indagava do Rio de Janeiro, que ele não vira desde o vice-reinado anterior; e D. Evarista respondia, entusiasmada, que era a coisa mais bela que podia haver no mundo. O Passeio Público estava acabado, um paraíso onde ela fora muitas vezes, e a Rua das Belas Noites, o chafariz das Marrecas. Ah! o chafariz das Marrecas! Eram mesmo marrecas—feitas de metal e despejando água pela boca fora. Uma coisa galantíssima. O vigário dizia que sim, que o Rio de Janeiro devia estar agora muito mais bonito. Se já o era noutro tempo! Não admira, maior do que Itaguaí, e, de mais a mais, sede do governo... Mas não se pode dizer que Itaguaí fosse feio; tinha belas casas, a casa do Mateus, a Casa Verde...

 —A propósito de Casa Verde, disse o Padre Lopes escorregando habilmente para o assunto da ocasião, a senhora vem achá-la muito cheia de gente.

 —Sim?

 —É verdade. Lá está o Mateus...

 —O albardeiro?

 —O albardeiro; está o Costa, a prima do Costa, e Fulano, e Sicrano, e...

 —Tudo isso doido?



—Ou quase doido, obtemperou o padre.

 —Mas então?

 O vigário derreou os cantos da boca, à maneira de quem não sabe nada ou não quer dizer tudo; resposta vaga, que se não pode repetir a outra pessoa por falta de texto. D. Evarista achou realmente extraordinário que toda aquela gente ensandecesse; um ou outro, vá; mas todos? Entretanto custava-lhe duvidar; o marido era um sábio, não recolheria ninguém à Casa Verde sem prova evidente de loucura.

 —Sem dúvida... sem dúvida... ia pontuando o vigário.

 Três horas depois, cerca de cinqüenta convivas sentavam-se em volta da mesa de Simão Bacamarte; era o jantar das boas-vindas. D. Evarista foi o assunto obrigado dos brindes, discursos, versos de toda a casta, metáforas, amplificações, apólogos. Ela era a esposa do novo Hipócrates, a musa da ciência, anjo, divina, aurora, caridade, vida, consolação; trazia nos olhos duas estrelas, segundo a versão modesta de Crispim Soares, e dois sóis, no conceito de um vereador. O alienista ouvia essas coisas um tanto enfastiado, mas sem visível impaciência. Quando muito dizia ao ouvido da mulher, que a retórica permitia tais arrojos sem significação. D. Evarista fazia esforços para aderir a esta opinião do marido; mas, ainda descontando três quartas partes das louvaminhas, ficava muito com que enfunar-lhe a alma. Um dos oradores, por exemplo, Martim Brito, rapaz de vinte e cinco anos, pintalegrete acabado, curtido de namoros e aventuras, declamou um discurso em que o nascimento de D. Evarista era explicado pelo mais singular dos reptos. “Deus, disse ele, depois de dar ao universo o homem e a mulher, esse diamante e essa pérola da coroa divina (e o orador arrastava triunfalmente esta frase de uma ponta a outra da mesa), Deus quis vencer a Deus, e criou D. Evarista."

D. Evarista baixou os olhos com exemplar modéstia. Duas senhoras, achando a cortesanice excessiva e audaciosa, interrogaram os olhos do dono da casa; e, na verdade, o gesto do alienista pareceu-lhes nublado de suspeitas, de ameaças e, provavelmente, de sangue. O atrevimento foi grande, pensaram as duas damas. E uma e outra pediam a Deus que removesse qualquer episódio trágico,— ou que o adiasse, ao menos para o dia seguinte. Sim, que o adiasse. Uma delas, a mais piedosa, chegou a admitir ,consigo mesma que D. Evarista não merecia nenhuma desconfiança, tão longe estava de ser atraente ou bonita. Uma simples água-morna. Verdade é que, se todos os gostos fossem iguais, o que seria do amarelo? Esta idéia fê-la tremer outra vez, embora menos; menos, porque o alienista sorria agora para o Martim Brito e, levantados todos, foi ter com ele e falou-lhe do discurso. Não lhe negou que era um improviso brilhante, cheio de rasgos magníficos. Seria dele mesmo a idéia relativa ao nascimento de D. Evarista ou tê-la-ia encontrado em algum autor que?... Não senhor; era dele mesmo; achou-a naquela ocasião e parecera-lhe adequada a um arroubo oratório. De resto, suas idéias eram antes arrojadas do que ternas ou jocosas. Dava para o épico. Uma vez, por exemplo, compôs uma ode à queda do Marquês de Pombal, em que dizia que esse ministro era o "dragão aspérrimo do Nada", esmagado pelas "garras vingadoras do Todo"; e assim outras mais ou menos fora do comum; gostava das idéias sublimes e raras, das imagens grandes e nobres... “ Pobre moço!” pensou o alienista. E continuou consigo: “Trata-se de um caso de lesão cerebral; fenômeno sem gravidade, mas digno de estudo...”

 D. Evarista ficou estupefata quando soube, três dias depois, que o Martim Brito fora alojado na

 Casa Verde. Um moço que tinha idéias tão bonitas! As duas senhoras atribuíram o ato a ciúmes do alienista.

 

Não podia ser outra coisa; realmente, a declaração do moço fora audaciosa demais. Ciúmes? Mas como explicar que, logo em seguida, fossem recolhidos José Borges do Couto Leme, pessoa estimável, o Chico das Cambraias, folgazão emérito, o escrivão Fabrício e ainda outros? O terror acentuou-se. Não se sabia já quem estava são, nem quem estava doido. As mulheres, quando os maridos saíam, mandavam acender uma lamparina a Nossa Senhora; e nem todos os maridos eram valorosos, alguns não andavam fora sem um ou dois capangas. Positivamente o terror. Quem podia, emigrava. Um desses fugitivos chegou a ser preso a duzentos passos da vila. Era um rapaz de trinta anos, amável, conversado, polido, tão polido que não cumprimentava alguém sem levar o chapéu ao chão; na rua, acontecia-lhe correr uma distancia de dez a vinte braças para ir apertar a mão a um homem grave, a uma senhora, às vezes a um menino, como acontecera ao filho do juiz de fora. Tinha a vocação das cortesias. De resto, devia as boas relações da sociedade, não só aos dotes pessoais, que eram raros, como à nobre tenacidade com que nunca desanimava diante de uma, duas, quatro, seis recusas, caras feias, etc. O que acontecia era que, uma vez entrado numa casa, não a deixava mais, nem os da casa o deixavam a ele, tão gracioso era o Gil Bernardes. Pois o Gil Bernardes, apesar de se saber estimado, teve medo quando lhe disseram um dia que o alienista o trazia de olho; na madrugada seguinte fugiu da vila, mas foi logo apanhado e conduzido à Casa Verde.

 —Devemos acabar com isto!

 —Não pode continuar!

 —Abaixo a tirania!

 —Déspota! violento! Golias!

 Não eram gritos na rua, eram suspiros em casa, mas não tardava a hora dos gritos. O terror crescia; avizinhava -se a rebelião. A idéia de uma petição ao governo para que Simão Bacamarte fosse capturado e deportado, andou por algumas cabeças, antes que o barbeiro Porfírio a expendesse na loja, com grandes gestos de indignação. Note -se, — e essa é uma das laudas mais puras desta sombrio história — note-se que o Porfírio, desde que a Casa Verde começara a povoar-se tão extraordinariamente, viu crescerem-lhe os lucros pela aplicação assídua de sanguessugas que dali lhe pediam; mas o interesse particular, dizia ele, deve ceder ao interesse público. E acrescentava:—é preciso derrubar o tirano! Note-se mais que ele soltou esse grito justamente no dia em que Simão Bacamarte fizera recolher à Casa Verde um homem que trazia com ele uma demanda, o Coelho.

 —Não me dirão em que é que o Coelho é doido? bradou o Porfírio,

 E ninguém lhe respondia; todos repetiam que era um homem perfeitamente ajuizado. A mesma demanda que ele trazia com o barbeiro, acerca de uns chãos da vila, era filha da obscuridade de um alvará e não da cobiça ou ódio. Um excelente caráter o Coelho. Os únicos desafeiçoados que tinha eram alguns sujeitos que, dizendo-se taciturnos, ou alegando andar com pressa, mal o viam de longe dobravam as esquinas, entravam nas lojas, etc. Na verdade, ele amava a boa palestra, a palestra comprida, gostada a sorvos largos, e assim é que nunca estava só, preferindo os que sabiam dizer duas palavras, mas não desdenhando os outros. O Padre Lopes, que cultivava o Dante, e era inimigo do Coelho, nunca o via desligar-se de uma pessoa que não declamasse e emendasse este trecho:

 La bocca sollevò dal fiero pasto

 Quel "seccatore"...

 mas uns sabiam do ódio do padre, e outros pensavam que isto era uma oração em latim.


Crônicas de Segunda na Usina: Lima Barreto: A volta:


 O governo resolveu fornecer passagens, terras, instrumentos aratórios, auxílio por alguns meses às pessoas e famílias que se quiserem instalar em núcleos coloniais nos Estados de Minas e Rio de Janeiro. Os jornais já publicaram fotografias edificantes dos primeiros que foram procurar passagens na chefatura de polícia. É  duro entrar naquele lugar. Há um tal aspecto de sujidade moral, de indiferença pela sorte do próximo, de opressão, de desprezo por todas as leis, de ligeirezas em deter, em prender, em humilhar, que eu, que lá entrei como louco, devido à inépcia de um delegado idiota, como louco, isto é, sagrado, diante da fotografia que estampam os jornais, enchi-me de uma imensa piedade por aqueles que lá foram como pobres, como miseráveis, pedir, humilhar-se diante desse Estado que os embrulhou. Porque o Senhor Rio Branco, o primeiro brasileiro, como aí dizem, cismou que havia de fazer do Brasil grande potência, que devia torná-lo conhecido na Europa, que lhe devia dar um grande exército, uma grande esquadra, de elefantes paralíticos, de dotar a sua capital de avenidas, de boulevards, elegâncias bem idiotamente binoculares e toca a gastar dinheiro, toca a fazer empréstimos; e a pobre gente que mourejava lá fora, entre a febre palustre e a seca implacável, pensou que aqui fosse o Eldorado e lá deixou as suas choupanas, o seu sapé, o seu aipim, o seu porco, correndo ao Rio de Janeiro a apanhar algumas moedas da cornucópia inesgotável. Ninguém os viu lá, ninguém quis melhorar a sua sorte no lugar que o sangue dos seus avós regou o eito. Fascinaram-nos para a cidade e eles agora voltam, voltam pela mão da polícia como reles vagabundos. É  assim o governo: seduz, corrompe e depois... uma semicadeia.

A obsessão de Buenos Aires sempre nos perturbou o julgamento das coisas.

A grande cidade do Prata tem um milhão de habitantes; a capital argentina tem longas ruas retas; a capital argentina não tem pretos; portanto, meus senhores, o Rio de Janeiro, cortado de montanhas, deve ter largas ruas retas; o Rio de Janeiro, num país de três ou quatro grandes cidades, precisa ter um milhão; o Rio de Janeiro, capital de um país que recebeu durante quase três séculos milhões de pretos, não deve ter pretos E com semelhantes raciocínios foram perturbar a vida da pobre gente que vivia a sua medíocre vida aí por fora, para satisfazer obsoletas concepções sociais, tolas competições patrióticas, transformando-lhes os horizontes e dando-lhes inexeqüíveis esperanças Voltam agora; voltam, um a um, aos casais, às famílias para a terra, para a roça, donde nunca deviam ter ido para atender tolas vaidades de taumaturgos políticos e encher de misérias uma cidade cercada de terras abandonadas que nenhum dos nossos consumados estadistas soube ainda torná-las produtivas e úteis.

 

O Rio civiliza-se!

 

Vida urbana, 26-1-1915


Crônicas De Segunda Na Usina: Ariano Suassuna: O Homem, o Mito a Lenda:

O Planeta terra, a poesia, a literatura, e a dramaturgia, perdeu um dos seus filhos mais ilustres. Perdemos um homem que jogava luz nesta devasta escuridão da subcultura dos imbecilizados, da nossa Pátria amada, um autor que ousou ser ele mesmo, que fez de cada personagem seu, uma extensão da sua simplicidade do viver.
Mais sem perder a voracidade do conhecimento nem a capacidade de espalhar com suas próprias palavras. Cada verbo, cada frase, cada palavra, cada silaba, cada letra, cada vírgula, cada ponto, e cada acento no seu devido lugar.
Um homem comprometido com seus ideais de igualdade aos homens, do direito ao conhecimento e a cultura, seja ele em qualquer parte do mundo que habite.
Um autor capaz de introduzir tanta alma aos seus personagens, que eles se tornavam um ser palpável entre nós. 
Certamente, Ariano Suassuna não será lembrado, pelo intelectual que se transformou com sua vasta obra, em quantidade e qualidade, e sim pelo intelecto do ser que foi, em transformar ditas pequenas coisas caipira e regionalista, pelos abutres literários. Em verdadeiros diamantes de pura beleza cultural popular. 
Um ser capaz de colocar a realidade sertaneja na literatura de uma forma que a própria realidade fica mais fácil de ser compreendida, certamente o criador será generoso com a sua simplicidade do viver, e lhe dará o que lhe for de melhor. 
Perdemos um grande homem, um grande autor, uma nobre alma, mais certamente os sarais celestiais ficaram bem mais ricos em conteúdo e alegria, a partir de agora.
Ariano Suassuna. Um mito, uma lenda, um homem que mostrou ao mundo, e principalmente a nós mesmo, que quando queremos somos capazes.
Vai em paz, bravo guerreiro da cultural do meu querido Nordeste.
 Imortal em mim foi desde o dia que li sua primeira obra, inexequível desde o dia que tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente.
Minha maior tristeza é por ver mais uma mente pensante silenciar.


Pois cumpriste seu papel com louvores.

Domingo na Usina: Biografias: Robert Stickgold:



Robert Stickgold é professor titular de psiquiatria na Harvard Medical School e no Beth Israel Deaconess Medical Center . Um sono pesquisador, o seu trabalho centra-se na relação entre sono e aprendizagem . Seus artigos na imprensa popular pretendem ilustrar os perigos da privação do sono . 
Stickgold nasceu em Chicago . Ele se formou na Harvard University antes de frequentar a University of Wisconsin – Madison , onde recebeu seu doutorado em bioquímica. [1] Ele trabalhou com o pesquisador do sono J. Allan Hobson por muitos anos e é conhecido por citar a piada de Hobson: "A única função conhecida do sono é curar a sonolência". [2] A pesquisa de Stickgold se concentrou no sono e cognição , sonho e estados de consciência . Ele tem defendido o papel do sono na consolidação da memória . [3]Pesquisas adicionais se concentraram em sonhar. Em um experimento, os participantes jogaram o jogo de computador Tetris por três dias e relataram ter sonhado com a queda de formas geométricas - um fenômeno agora conhecido como efeito Tetris . Mesmo pacientes com amnésia anterógrada , que não se lembrava de ter jogado o jogo, tinham sonhos semelhantes aos de participantes normais. [4] Resultados semelhantes foram encontrados em outro estudo utilizando o videogame Alpine Racer 2 . Os participantes relataram sonhar com esquiar . [5] 
Stickgold mora em Cambridge, Massachusetts, e tem quatro filhos. 
O Dr. Stickgold também é autor de ficção científica publicada. Em 1973, Robert "Bob" Stickgold teve seu romance "Susies Reality" publicado na edição de maio / junho da revista antologia "Worlds of IF Science Fiction". Com Mark Noble, eles escreveram "Gloryhits" em 1978. E em 1979 "Bob" criou "nossos filhos serão mutantes". E então, em 1981, "The California Coven Project" foi publicado.
fonte de origem;

Domingo na Usina: Biografias: Carl Gustav Jacobi:


Jacobi foi o primeiro matemático judeu a ser nomeado professor em uma universidade alemã.[1]Carl Gustav Jacobi nasceu no dia 10 de Dezembro de 1804, foi o segundo filho de um próspero banqueiro.[2] O seu primeiro professor, irmão de sua mãe, deu-lhe aulas de matemática, preparando-o para entrar no Ginásio de Potsdam em 1816. Logo Jacobi evidenciou sua “mente universal” declarada pelo reitor do ginásio quando ele o deixava em 1821 para entrar na Universidade Humboldt de Berlim.[3]
Carreira
Poderia ter-se tornado um célebre filólogo, caso a matemática não o tivesse atraído mais fortemente. Tendo se apercebido de que o rapaz tinha gênio matemático, o professor Heinrich Bauer deixou que ele estudasse sozinho, depois de se ter ele rebelado, recusando o aprendizado da matemática através de um roteiro e uma regra. 
Jacobi buscou os mestres. Os trabalhos de Leonhard Euler e Lagrange ensinaram-lhe álgebra e cálculo e introduziram-no na grande teoria dos números. Seu autodidatismo propiciou seu primeiro trabalho notável - em funções elípticas - sua diretriz definitiva. 
Desconhecendo que Niels Henrik Abel tinha atacado as equações gerais do quinto grau, Jacobi buscou uma solução. Embora sua busca tivesse sido infrutífera, com este trabalho aprendeu muito de álgebra, imputando-lhe considerável importância como um degrau para sua educação matemática. Mas, aparentemente, não compreendeu (como o fez Abel) que tais equações não eram solucionáveis algebricamente. 
Jacobi tinha uma mente objetiva e nenhuma inveja ou ciúme em sua natureza generosa. Ele referiu-se a obra prima de Niels Abel dizendo “está acima do meu louvor, assim como acima de meus trabalhos”. 
Permaneceu estudando em Berlim de abril de 1821 até maio de 1825. Durante os primeiros dois anos ele dividiu seu tempo, eqüitativamente, entre filosofia, filologia e matemática. Chamou a atenção sobre si de P. A. Boeckh, um renomado estudioso dos clássicos. Mas Boeckh não conseguiu convertê-lo para os estudos clássicos. 
Tendo decidido dar à matemática o melhor que pudesse, escreveu para seu tio Lehmann, dizendo: “A grandiosidade dos trabalhos de Euler, Lagrange e Laplace elevou o nível de exigência e compreensão de quem busca o domínio destas novas descobertas, caso não queira permanecer perambulando na superfície do conhecimento. Para dominar este colosso não pode haver descanso ou paz até que se alcance o topo e se consiga visualizar o trabalho em toda sua inteireza. Só então, quando se alcançou o espírito, ou a idéia pretendida, é possível trabalhar efetivamente para o seu acabamento em todos os seus detalhes.” 
A um amigo que lhe dissera ser a pesquisa científica prejudicial à saúde, respondeu: “Claro! Certamente eu, algumas vezes, pus em perigo a minha saúde pelo excesso de trabalho, mas e daí? Apenas repolhos estão livres de preocupações. E o que obtêm eles de seu perfeito bem estar?” 
Em agosto de 1825 recebeu seu grau de Ph.D. pela dissertação sobre frações parciais e tópicos relacionados. Embora demonstrasse considerável engenho na manipulação das fórmulas, sua dissertação não dava nenhum sinal definitivo do soberbo talento do autor. Concomitantemente a sua prova para o grau de Ph.D. ele iniciou seu treinamento para o magistério, passando a lecionar cálculo de superfícies curvas na Universidade de Berlim,[2] logo se tornando o mais inspirado professor de matemática do seu tempo. 
Parece ter sido ele o primeiro professor numa universidade que treinou seus alunos em pesquisa, através do ensino de suas últimas descobertas, deixando que os estudantes vissem a criação de um novo assunto acontecendo diante deles. Apenas alguns adquiriram a aptidão para o trabalho independente; outros para lançar-se à produção pessoal queriam inicialmente dominar toda a matéria relativa ao problema. Para estes ele dizia: “Seu pai nunca teria casado, e você não estaria aqui agora, se ele insistisse em conhecer todas as moças do mundo antes de casar-se com uma.” 
Em 1826 tinha assegurado o lugar de professor na Universidade de Königsberg. Em 1827 algumas pesquisas publicadas sobre a teoria dos números (relativas à reciprocidade cúbica), excitou a admiração de Gauss o que levou, pela raridade do acontecido, o Ministro de Educação a tomar conhecimento, promovendo Jacobi para um posto acima de seus colegas, o que representou um degrau importante para um jovem de vinte e três anos. 
Aqueles que foram ultrapassados ressentiram-se com a promoção, porém, dois anos mais tarde, quando Jacobi publicou sua obra prima Fundamenta Nova Theoriae Functionum Ellipticarum (Novos fundamentos da Teoria de Funções Elípticas) eles foram os primeiros a dizer que nada mais que justiça tinha sido feita. 
Em 1832 morreu o pai de Jacobi. Até então ele não precisara trabalhar para viver. Oito anos depois a fortuna da família esfacelou-se. Aos 36 anos não tinha como prover a subsistência de sua mãe, também arruinada. A perda da fortuna, porém, não teve qualquer efeito em seu trabalho. 
Em 1842 Jacobi e Bessel compareceram a um encontro da Associação Britânica em Manchester, onde se encontraram com o irlandês William Rowan Hamilton, do que resultou uma das maiores glórias para Jacobi que foi a continuação do trabalho de Hamilton em dinâmica e, de uma certa forma, para completar o que o irlandês tinha abandonado. No ano seguinte ele sofreu um completo estresse por excesso de trabalho. Na quarta década do século XIX, na Alemanha o avanço da ciência estava nas mãos dos nobres. Quando ficou doente, o Rei possibilitou que ele tomasse longas férias no ameno clima italiano.
fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: Dan Simmons:

 


Dan Simmons (4 de abril de 1948, Peoria, Illinois) é um escritor estadunidense de ficção científica, mais conhecido por seu romance Hyperion, vencedor do Hugo e sua seqüência The Fall of Hyperion. Outros romances nesta série são Endymion e The Rise of Endymion.
Simmons percorre vários gêneros tais como ficção científica, terror e fantasia, às vezes simultaneamente dentro da mesma obra: um exemplo típico desta habilidade de Simmons para mesclar gêneros é Song of Kali (1985), vencedor do World Fantasy Award. Também é um respeitado autor de mistério e thrillers.

Obras

Hyperion Cantos

Ver artigo principal: Hyperion Cantos

Hyperion (1989) - Hugo Award 1990, Locus Award 1990 (ficção científica)

The Fall of Hyperion (1990)

Endymion (1996)

The Rise of Endymion (1997)

Ilium/Olympos

Ilium (2003) - Locus Award 2004

Olympos (2005)

Joe Kurtz

Hardcase (2001)

Hard Freeze (2002)

Hard as Nails (2003)

Outras obras

Song of Kali (1985) - World Fantasy Award 1986

Carrion Comfort (1989) - Bram Stoker Award 1989

Phases of Gravity (1989)

Entropy's Bed at Midnight (1990)

Prayers to Broken Stones (1990, coletânea de contos)

Summer of Night (1991)

Summer Sketches (1992, coletânea de contos}

Children of the Night (1992) - Locus Award 1993 (terror)

Lovedeath (1993, coletânea de contos)

The Hollow Man (1992)

Fires of Eden (1994)

The Crook Factory (1999)

Darwin's Blade (2000)

A Winter Haunting (2002)

Worlds Enough & Time (2002, coletânea de contos)

The Terror (2007)

fonte de origem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dan_Simmons

Domingo na Usina: Biografias: E. E. Smith:

 


E. E. Smith, também conhecido por Edward Elmer Smith, Ph.D., E. E. "Doc" Smith, Doc Smith, "Skylark" Smith, e Ted (para a família), (2 de maio de 1890 - 31 de agosto de 1965) foi um engenheiro alimentar, (especializado em donuts e pastelaria) e um autor pioneiro da ficção científica norte-americana e mundial, conhecido por ter escrito, entre outras, as séries Lensman e Skylark, sendo muitas vezes referido como o pai da space opera.  
Edward Elmer Smith nasceu em Sheboygan, Wisconsin em 2 de maio de 1890 tendo como pais Fred Jay Smith e Caroline Mills Smith, ambos presbiterianos ferrenhos de ascendência britânica.[1] A sua mãe era uma professora nascida no Michigan, em fevereiro de 1855, o seu pai era um marinheiro , nascido no Maine, em janeiro de 1855 de pai Inglês.[2] Mudaram-se para Spokane, Washington, no inverno a seguir a Edward Elmer ter nascido,[3] onde o Sr. Smith trabalhava como um empreiteiro, em 1900.[2] Em 1902, a família mudou-se para Seneaquoteen,[4] perto do rio Pend Oreille, no condado de Kootenai, Idaho.[5] Tinha quatro irmãos, Rachel M. nascida em setembro de 1882, Daniel M. em janeiro de 1884, Maria Elizabeth em fevereiro de 1886 (todos nascidos no Michigan) e Walter E. nascido em junho de 1891 em Washington.[2] Em 1910, Fred e Caroline Smith e o seu filho Walter moravam no distrito de Markham no condado de Bonner, Idaho, Fred aparece inscrito nos registos de recenseamento como agricultor[6] 
Smith iniciou a sua carreira profissional, como trabalhador braçal até à altura em que se aleijou no pulso, aos 19 anos de idade, ao fugir de um incêndio. Entrou para a escola preparatória em 1907, e graduou-se em Engenharia Química no ano de 1914, na Universidade de Idaho onde, em 1984, passou a integrar a University of Idaho Alumni Hall of Fame.[7] Foi presidente do Clube de Química, do Clube de Xadrez, do Clube de bandolim e guitarra e capitão da equipe de "Drill and Rifle".[nota 1] Também foi cantor, como baixo, em operetas de Gilbert e Sullivan.[8] A sua tese de graduação foi Some Clays of Idaho (algumas argilas do Idaho), em co-autoria com o colega Fowler Chester Smith, que morreu na Califórnia de tuberculose no ano seguinte, após ganhar uma bolsa de estudo, em Berkeley.[9] 
Casou-se com Jeanne Craig MacDougall, a irmã do seu colega de faculdade, Allen Scott (Scotty) MacDougall[10] (a sua irmã chamava-se Clarissa MacLean MacDougall, a heroína da série Lensman, mais tarde chamada de Clarissa MacDougall) a 5 de outubro de 1915, em Boise, Idaho.[11] Jeanne MacDougall nasceu em Glasgow, na Escócia, os seus pais eram Donald Scott MacDougall, um violinista, e Jessica Craig MacLean. O seu pai havia-se mudado para Boise, Idaho, quando os filhos eram jovens e posteriormente chamou a família para ao pé dele, morrendo enquanto eles estavam a caminho em 1905. A mãe de Jeanne, casou-se com o empresário e político aposentado John F. Kessler em 1914[12] trabalhou durante uns tempos e depois tornou-se proprietária de uma pensão em Ridenbaugh Street. 
Os Smith tiveram três filhos: 
Roderick N., nascido em 3 de junho de 1918 no distrito de Colúmbia (empregado como engenheiro na Lockheed). 
Verna Jean (mais tarde Verna Trestrail Smith), nascida em 25 de agosto de 1920, no Michigan, foi executora literária de seu pai até à sua morte, em 1994 (o seu filho Kim Trestrail é agora o atual executor[13]). Em 1982 Robert A. Heinlein dedicou a sua novela Friday em parte a Verna.[14] 
Clarissa M.(posteriormente Clarissa Wilcox), nasceu em 13 de dezembro de 1921 no Michigan.[15] 
Skylark 
Primeira publicação de Skylark Three, Amazing Stories, agosto de 1930 
Uma noite em 1915, enquanto os Smiths estavam de visita a um antigo colega da Universidade de Idaho, Dr. Carl Garby, que também vivia em Washington perto deles nos Seaton Place Apartments com a sua esposa Lee Hawkins Garby, surgiu uma longa discussão sobre viagens no espaço profundo. Foi sugerido a Smith que ele deveria anotar as suas ideias e especulações como uma história sobre viagens interplanetárias. Apesar de interessado, ele sentia que seria necessário, alguma quantidade de elementos românticos, tarefa em que se sentia desconfortável, devido a isso, a Sra. Garby ofereceu-se para cuidar dos diálogos amorosos e das partes românticas e Smith finalmente decidiu fazer uma tentativa, nascendo dessa forma Skylark. 
A fonte de inspiração para os personagens principais do romance foram eles próprios. Os Seatons foram baseados nos Smiths enquanto os Cranes eram baseados nos Garbys.[16] Cerca de um terço de Skylark foi concluída no final de 1916, período em que gradualmente foi abandonando a sua escrita. 
Foi mais tarde, em 1919, depois de se mudar para o Michigan, uma noite, Smith estava a tomar conta do seu filho (presumivelmente Roderick), enquanto a sua esposa assistia a um filme, que retomou a escrita de Skylark, terminando-o na primavera de 1920.[17] Depois de terminada, apresentou Skylark a muitas editoras de livros e revistas, gastando mais em portes de correio do que aquilo que acabaria por receber pela sua publicação. Em 1922, recebeu uma carta de rejeição de Bob Davis, editor da Argosy, dizendo que, pessoalmente, gostava da novela, mas que era muito complexa para os seus leitores.[18][19] Smith começou a trabalhar na sequela, Skylark III, antes do primeiro livro ter sido aceite[20] e, finalmente, ao ver a edição de abril de 1927 da Amazing Stories, enviou-lhes a novela, tendo sido aceite, recebendo inicialmente, 75 dólares, valor que posteriormente foi aumentado para 125 dólares.[21] Skilark foi publicado no número de Agosto/Outubro de 1928. Foi um sucesso tão grande que o editor-chefe T. O'Conor Sloane solicitou uma sequela antes da segunda parte ter sido publicada.[19] 
No entanto a Sra. Garby não estava interessado em colaborar mais, pelo que o Smith começou a trabalhar no Skylark Three por conta própria.[19] Foi publicado na Amazing Stories entre Agosto e outubro de 1930 (em 1930, os Smiths estavam a viver em Michigan, no nº 33 Rippon Avenue, em Hillsdale.[22]). Os seus planos para a série terminavam aí e Smith não fazia intenções de a continuar, pelo que foi louvado pela Amazing Stories[23] e foi pago a 4/3 centavos de dólar por palavra, ultrapassando o recorde anterior da Amazing Stories de meio centavo.[24] 
No Skylark do Espaço, Richard Seaton, inventa um mecanismo, de movimentação interplanetária, e posteriormente inter-estelar, sendo apanhado, na eterna rivalidade, entre o amor e a riqueza, com a igualmente brilhante Duquesne, uma genial criminosa; as suas batalhas estende-se entre as estrelas, enquanto recrutam, e periodicamente eliminam, extraterrestres aliados, de uma progressiva estranheza. 
Lensman 
Em janeiro de 1936 Smith começou a trabalhar na empresa de Donuts Dawn Doughnut Company de Jackson, Michigan, por ganhar mais aí do que a escrever livros.[25] 
Smith já tinha pensado escrever um "romance policial passado no espaço" desde 1927[26] e, uma vez que já tinha o “universo de Lensmen” muito bem criado, releu a sua coleção de ficção científica e de "políciais”, para desenvolver essa ideia. Ele cita Clinton Constantinescu em "War of the Universe" como um exemplo negativo e Starzl e Williamson como positivos.[27] Tremaine reagiu muito positivamente a uma breve descrição da ideia.[28] 
Os livros de Lensman começaram como uma descrição das aventuras, de Kimball Kinnison da Patrulha Galáctica, e seus vários colegas policiais, humanos e não só, findando num cenário apocalíptico, em que toda a história humana, e alienígena é manipulada, por bons e maus extraterrestres, através de milhões de anos; eventualmente a criança-mutante Kinnison destrói os maus Eddorians, deixando cair vários planetas sobre eles. 
Lord Tedric 
Capa de Universe Science Fiction (março de 1954). 
Smith duas novelas publicada "Tedric" em Other Worlds Science Fiction Stories (1953) e "Lord Tedric" em Universe Science Fiction (1954). e que foram praticamente esquecidas. 
Anos mais tarde, 13 anos após a morte de E. E, Smith, Gordon Eklund publicou as novelas, apresentando-a como "uma nova série concebida por E. E. 'Doc' Smith". Eklund mais tarde passou a publicar os outros livros da série, sob o pseudónimo de "E. E. 'Doc' Smith" ou "E. E. Smith". O protagonista possui qualidades heróicas semelhantes aos heróis dos romances originais de E. E. Smith e tem a capacidade de comunicar com uma raça extra-dimensional de seres conhecidos como “Os Cientistas”, cujo arqui-inimigo é Fra Villion, um personagem misterioso descrito como um cavaleiro negro, hábil no combate de chicote-espada e o génio do mal por trás da criação de uma esfera de ferro do tamanho de um planetóide "armada com uma arma capaz de destruir planetas”. Como resultado, o Smith é considerado por muitos como o progenitor não confirmado de temas padrão que aparecem em Star Wars. Na verdade, no entanto, estas características aparecem nas continuações escritas por outras pessoas após a morte de Smith.
fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: Gardner Francis Cooper Fox:

 


Gardner Francis Cooper Fox[1] (Brooklyn, Nova York, 20 de Maio de 1911 - 24 de Dezembro de 1986)[2][3] foi um escritor estadunidense. Criou numerosos personagens para histórias em quadrinhos para a DC Comics chegando à incrível marca de 4.000 histórias, incluindo 1.500 para a DC Comics. Gardner também foi um autor de ficção científica e escreveu muitos romances e contos. 
Fox é conhecido como o cocriador dos heróis da DC Comics, Flash,Gavião Negro , Senhor Destino e o Sandman original, e foi o escritor que primeiro uniu esses e outros heróis no supergrupo Sociedade da Justiça da América e mais tarde recriou a equipe como a Liga da Justiça da América. Fox introduziu o conceito do Multiverso na DC Comics na história "Flash of Two Worlds!" de 1961. 
Gardner F. Fox nasceu em Brooklyn, Nova York, filho de Julia Veronica (Gardner) e Leon Francis Fox, engenheiro.[2][4][5] Fox lembrou ter sido inspirado desde cedo pelos grandes escritores de fantasia científica. Em seu décimo primeiro aniversário, ele recebeu The Gods of Mars e The Warlord of Mars, de Edgar Rice Burroughs, livros que "abriram um novo mundo para mim".[6] Ele "leu todas as histórias de Burroughs, Harold Lamb e Talbot Mundy, "mantendo cópias" em casa na minha biblioteca" cerca de 50 anos depois.[6] 
Fox recebeu uma licenciatura em direito do St. John's College e foi admitido no "Bar" de Nova York em 1935.[2] Ele praticou por cerca de dois anos,[2] mas como a Grande Depressão continuou ele começou a escrever para Vin Sullivan, editor da DC Comics. Estreando como roteirista nas páginas da Detective Comics, Fox "contribuiu de forma intermitente para quase todos os título da formação da DC durante a Era de ouro das histórias em quadrinhos americanas."[7] Ele foi um colaborador frequente de histórias em prosa para as revistas pulp das década de 1930 e 1940. 
Um polímata, Fox incluiu inúmeras referências históricas, científicas e mitológicas do mundo real em suas histórias em quadrinhos, uma vez dizendo: "O conhecimento é uma espécie de hobby meu".[6] Por exemplo, durante um ano de histórias do Eléktron, Fox se referiu à Revolução Húngara de 1956, à corrida espacial, à Inglaterra do século XVIII, à mitologia nórdica e à numismática. Ele revelou em cartas para ajudar Jerry Bails que ele mantinha grandes trunfos de material de referência, mencionando durante 1971: "Eu mantenho dois gabinetes cheios de coisas. E o sótão está abarrotado de livros e revistas ... Tudo sobre ciências, natureza, ou fatos incomuns, eu posso ir para os meus arquivos ou pelo menos 2.000 livros que eu tenho ".[6] 
Romances 
Durante sua carreira escrevendo para a DC Comics, Fox escreveu romances e contos usando uma variedade de pseudônimos masculinos e femininos para várias editoras, incluindo Ace, Gold Medal, Tower Publications, Belmont Books, Dodd Mead, Hillman, Pocket Library, Pyramid Books e Signet Books.[1] 
Durante a década de 1940 e até a década de 1950, Fox escreveu vários contos e textos para as Weird Tales e Planet Stories, e foi publicado em Amazing Stories e Marvel Science Stories.[1] Escreveu para uma ampla gama de revistas pulp, incluindo Baseball Stories, Big Book Football Western, Fighting Western, 'Football Stories, Lariat Stories, Ace Sports, SuperScience, Northwest Romances, Thrilling Western e Ranch Romances para várias editoras.[1] 
Fox escreveu um par de romances de ficção científica intitulados Warriors of Llarn (1964) e Thief of Llarn (1966).[8] 
De 1969 a 1970, a Belmont Books publicou uma série de romances de espada e feitiçaria de Fox, apresentando o personagem bárbaro Kothar. Estes eram Kothar: Barbarian Swordsman, Kothar of the Magic Sword, Kothar and the Demon Queen, Kothar and the Conjurer's Curse e finalmente Kothar and the Wizard Slayer.[9] Estes foram seguidos em 1976 por outra série (publicada pela Leisure Books) com o bárbaro Kyrik: Kyrik: Warlock Warrior, Kyrik Fights the Demon World, Kyrik and the Wizard's Sword e Kyrik and the Lost Queen.[10] 
Kothar and the Conjurer's Curse foi adaptado pela Marvel Comics como uma história de seis partes de Conan começando em Conan the Barbarian #6 ("The Curse of the Conjurer", janeiro de 1975) pelo roteirista Roy Thomas e os desenhista John Buscema, Joe Sinnott, Dan Adkins e Dick Giordano.

fonte de origem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gardner_Fox

Domingo na Usina: Biografias: Frank M. Robinson:

 



G. C. Edmondson 
Frank M. Robinson (9 de agosto de 1926 - 30 de junho de 2014) foi um escritor americano de ficção científica e thriller tecnológico . 
Nasceu em Chicago , Illinois. [1] Robinson era filho de um falsificador de cheques. [2] Ele começou na adolescência trabalhando como copiador para o International News Service e depois se tornou office boy para Ziff Davis . [2] Ele foi convocado para a Marinha para a Segunda Guerra Mundial , e quando sua turnê acabou frequentou o Beloit College , onde se formou em física , graduando-se em 1950. Ele não conseguiu encontrar trabalho como escritor, então acabou voltando para o Marinha e servindo na Coréia , onde continuou escrevendo, leu muito e publicou na revista Astounding . 
Depois da Marinha, ele fez pós-graduação em jornalismo e depois trabalhou para um suplemento dominical baseado em Chicago. Logo ele mudou para a Science Digest , onde trabalhou de 1956 a 1959. De lá, mudou-se para as revistas masculinas: Rogue (1959-1965) e Cavalier (1965-1966). Em 1969, a Playboy o convidou para assumir a coluna Playboy Advisor . Lá permaneceu até 1973, quando saiu para escrever em tempo integral. 
Depois de se mudar para San Francisco na década de 1970, Robinson, que era gay, foi redator de discursos do político gay Harvey Milk ; ele teve um pequeno papel no filme Milk . [3] [4] Após o assassinato de Milk , Robinson foi co-executor, com Scott Smith , da última vontade e testamento de Milk . [5] 
Robinson foi o autor de 16 livros, o editor de dois outros e escreveu vários artigos. [2] Três de seus romances foram transformados em filmes. The Power (1956) foi um romance sobrenatural de ficção científica e conspiração governamental sobre pessoas com habilidades sobre - humanas , filmado em 1968 como The Power . O technothriller The Glass Inferno , co-escrito com Thomas N. Scortia , foi combinado com Richard Martin Stern 's A torre para produzir 1974 filme A Torre do Inferno . The Gold Crew, também co-escrito por Scortia, foi um thriller de ameaça nuclear filmado como uma minissérie da NBC e rebatizado de The Fifth Missile . 
Ele colaborou em vários outros trabalhos com Scortia, incluindo The Prometheus Crisis , The Nightmare Factor e Blow-Out . Trabalhos mais recentes incluem The Dark Beyond the Stars (1991) e uma versão atualizada de The Power (2000), que seguiu de perto Waiting (1999), um romance com temas semelhantes a The Power . Seu romance [ precisa ser atualizado ] é um thriller médico sobre roubo de órgãos chamado The Donor . [6] 
Nos anos 1970, Robinson começou a colecionar seriamente as revistas vintage de ficção popular que ele cresceu lendo. A coleção gerou um livro sobre a história das polpas como visto através de sua arte de capa vívida: Pulp Culture: The Art of Fiction Magazines (com o co-autor Lawrence Davidson). [7] Ele participou de várias convenções de celulose e em 2000 ganhou o Prêmio Lamont pelo conjunto de sua obra na Pulpcon. [8] 
Em 2009, ele foi introduzido no Hall da Fama de Gays e Lésbicas de Chicago . [9] 
Obras 

Romances 

The Power (1956) 

The Glass Inferno (1974, com Thomas N. Scortia ) 

The Prometheus Crisis (1975, com Thomas N. Scortia ) 

The Nightmare Factor (1978, com Thomas N. Scortia ) 

The Gold Crew (1980, com Thomas N. Scortia ) 

The Great Divide (1982, com John F. Levin) 

Soprar! (1987, com Thomas N. Scortia ) 

The Dark Beyond the Stars (1991) 

Death of a Marionette (1995, com Paul Hull) 

Esperando (1999) 

O Doador (2004) 

Coleções história curta 

Uma vida no dia de ... e outras histórias curtas (1981). Contém 9 contos: 

"The Maze" (1950) 

"The Reluctant Heroes" (1951). Novela 

"O fogo e a espada" (1951). Novela 

"The Santa Claus Planet" (1951). Novela 

"A temporada de caça" (1951). Novela 

"Os destroços do navio John B." (1967). Novela 

"" Vento Leste, Vento Oeste "" (1972). Novela 

"Uma vida no dia de ..." (1969) 

"Downhill All the Way" (1974) 

Through My Glasses Darkly , Editado por Robin Wayne Bailey (2002). Contém 5 contos: 

"Causas" (1997). Novela 

"" Vento Leste, Vento Oeste "" (1972). Novela 

"A temporada de caça" (1951). Novela 

"A Life in the Day Of ..." (1969) 

"Hail, Hail, Rock and Roll" (1994).
fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: Harry Max Harrison:

 


Harry Max Harrison (nascido Henry Maxwell Dempsey ; 12 de março de 1925 - 15 de agosto de 2012) [1] foi um autor de ficção científica americano, conhecido principalmente por seu personagem The Stainless Steel Rat e por seu romance Make Room! Criar espaço! (1966). Este último foi a base aproximada para o filme Soylent Green (1973). Residente há muito tempo na Irlanda e no Reino Unido, Harrison esteve envolvido na fundação da Irish Science Fiction Association e foi, com Brian Aldiss , co-presidente do Birmingham Science Fiction Group . 
Aldiss o chamou de "um colega constante e grande amigo da família". [2] Seu amigo Michael Carroll disse sobre o trabalho de Harrison: "Imagine Piratas do Caribe ou Os Caçadores da Arca Perdida e imagine-os como romances de ficção científica. Eles são aventuras devastadoras, mas são histórias com muito de coração. " [3] O romancista Christopher Priest escreveu em um obituário, 
Harrison era uma figura extremamente popular no mundo da ficção científica, conhecido por ser amável, franco e infinitamente divertido. Seu disparo rápido de palavras com metralhadoras foi um deleite de ouvir e uma recompensa de desvendar: ele era engraçado e autoconsciente, gostava de relatar as loucuras dos outros, não confiava em generais, primeiros-ministros e funcionários de impostos com palavras sarcásticas e cruéis sagacidade e, acima de tudo, deixou claro sua inteligência aguda e surpreendente gama de sensibilidades morais, éticas e literárias. [4] 
O romance de Harrison "Down to Earth" foi capa da edição de novembro de 1963 da Amazing Stories 
Antes de se tornar editor e escritor, Harrison começou no campo da ficção científica como ilustrador , principalmente com as duas séries de quadrinhos de ficção científica da EC Comics , Weird Fantasy e Weird Science . Nessas e em outras histórias de quadrinhos, ele trabalhou com mais frequência com Wally Wood . Wood geralmente escrevia sobre os layouts de Harrison, e os dois eram freelancers para várias editoras e gêneros, incluindo westerns e terrorhistórias em quadrinhos. Ele e Wood se separaram em 1950 e seguiram caminhos separados. Harrison usava pseudônimos como Wade Kaempfert e Philip St. John para editar revistas e publicou outras ficções sob os pseudônimos Felix Boyd e Hank Dempsey [5] (ver Vida Pessoal abaixo). Harrison ghostwrote Vendetta for the Saint , uma das longas séries de romances com o personagem de Leslie Charteris , The Saint . Harrison também escreveu para tiras de quadrinhos distribuídas, escrevendo várias histórias para o personagem Rick Random. 
Seu primeiro conto, "Rock Diver", foi publicado na edição de fevereiro de 1951 da Worlds Beyond , editada por Damon Knight ; [6] a revista havia publicado anteriormente suas ilustrações. Enquanto estava em Nova York, ele se socializou no Hydra Club , uma organização de escritores de ficção científica de Nova York, incluindo Isaac Asimov , cujo trabalho ele parodiou em Bill, o Herói Galáctico e suas sequências. [7] No início dos anos 1950, o Hydra Club incluía escritores como Alfred Bester , James Blish , Anthony Boucher , Avram Davidson , Judith Merrile Theodore Sturgeon . [8] 
Harrison tornou-se muito mais conhecido por seus escritos posteriores, particularmente por sua ficção científica humorística e satírica , como a série Rato de Aço Inoxidável e seu romance Bill, o Herói Galáctico - que satirizou o romance Tropas Estelares de Robert A. Heinlein . O padre escreveu: 
Seu trabalho mais popular e mais conhecido está contido em paródias velozes , homenagens ou mesmo reconstruções diretas de aventuras de ópera espacial tradicionais . Ele escreveu várias séries nomeadas destes: notavelmente a série Deathworld (três títulos, começando em 1960), os livros de Rato de Aço Inoxidável (12 títulos, de 1961), e a sequência de livros sobre Bill, o Herói Galáctico (sete títulos, de 1965). Todos esses livros apresentam contradições interessantes: embora sejam exatamente o que podem parecer superficialmente, romances de ação despretensiosos com um forte toque de humor, eles também são satíricos, conhecedores, subversivos, assumidamente anti-militar , anti-autoridadee antiviolência. Harrison escreveu tais romances no idioma do escritor de hackers politicamente conservador , mas na realidade ele tinha uma consciência liberal e uma consciência aguda da falta de valores literários em grande parte da FC que ele estava parodiando. [4] 
Adi Robertson concordou: "Seus livros traçaram a linha entre a aventura da ficção científica, o humor e a sátira, muitas vezes com uma forte tendência antimilitarista informada por seu tempo no US Army Air Corps." [9] 
Durante as décadas de 1950 e 1960, ele foi o principal redator da tira de jornal Flash Gordon . [10] [11] Um de seus scripts de Flash Gordon foi publicado em série na revista Comics Revue . Harrison desenhou esboços para ajudar o artista a ser mais cientificamente preciso, o que o artista ignorou em grande parte. 
Nem toda a escrita de Harrison era cômica, no entanto. Ele escreveu muitas histórias sobre temas sérios, dos quais de longe o mais conhecido é o romance sobre superpopulação e consumo dos recursos do mundo, Make Room! Criar espaço! (1966), que foi usado como base para o filme de ficção científica de 1973 Soylent Green (embora o filme tenha mudado o enredo e o tema). [ citação necessária ] 
Durante algum tempo, Harrison foi intimamente associado a Brian Aldiss . Eles colaboraram em uma série de projetos de antologia e fizeram muito na década de 1970 para elevar os padrões da crítica na área, incluindo a instituição do Prêmio Memorial John W. Campbell de Melhor Romance de Ficção Científica . [12] Priest escreveu: "Em 1965 Harrison e Aldiss publicaram a primeira edição (de duas) do primeiro jornal sério de crítica de ficção científica do mundo, SF Horizons. Juntos, eles editaram muitas antologias de contos, cada um ilustrando os principais temas da FC e, embora não pretendessem ser um aparato crítico, os livros eram uma forma de delinear o material único do fantástico. Como internacionalistas comprometidos, os dois criaram a World SF, uma organização de profissionais com o objetivo de encorajar e aprimorar a escrita de ficção científica não anglófona. " [4] Em particular, os dois editaram nove volumes da série de antologia The Year's Best Science Fiction [13] ] bem como três volumes da série Década , colecionando ficção científica dos anos 1940, 1950 e 1960, respectivamente. [14] 
Em 1990, Harrison foi o convidado profissional de honra na ConFiction , a 48ª Convenção Mundial de SF, em Haia , Holanda, junto com Joe Haldeman e Wolfgang Jeschke . 
Harrison foi um escritor de visão de mundo bastante liberal . O trabalho de Harrison freqüentemente justapõe o homem que pensa ao homem de força, embora o "Homem que pensa" muitas vezes precise, em última instância, empregar a força ele mesmo. 
Harrison não ganhou um prêmio importante de gênero por nenhuma obra específica de ficção. [15] O Hall da Fama da Ficção Científica introduziu Harrison em 2004 [16] e os Escritores de Ficção Científica e Fantasia da América o nomearam como seu 26º Grande Mestre SFWA em 2008 (apresentação do Prêmio Damon Knight em 2009). [17] Ele se tornou um herói de culto na Rússia, [18] onde ganhou o prêmio Golden Roscon de 2008 pelo conjunto de sua obra na ficção científica. [19] 
Vida pessoal 
Juventude 
Harrison nasceu em 12 de março de 1925 como Henry Maxwell Dempsey em Stamford, Connecticut . Seu pai, Henry Leo Dempsey, um impressor com três quartos de ascendência irlandesa , mudou seu nome para Harrison logo depois que Harry nasceu. O próprio Harry não sabia disso até os 30 anos, quando mudou seu nome para Harry Max Harrison no tribunal. [20] Sua mãe, Ria H. (Kirjassoff), [21] era judia russa . Ela nasceu em Riga , Letônia , e cresceu em São Petersburgo, Rússia . [22] [23] Seu irmão, Max David Kirjassoff (1888-1923), havia sido um cônsul americanono Japão, mas ele morreu junto com sua esposa Alice durante o grande terremoto de 1923, o Grande Kanto, em 1923. [24] [25] [26] [27] [28] 
Depois de terminar a Forest Hills High School em 1943, Harrison foi convocado para as Forças Aéreas do Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial como técnico de mira e instrutor de artilharia. Priest acrescenta que se tornou atirador de elite, policial militar e especialista em protótipos de miras de bombas e torres de armas auxiliadas por computador . "Mas, de modo geral, a experiência do exército conferiu a ele um ódio pelos militares que o serviria bem como escritor mais tarde." [4] 
Em 1946, ele se matriculou no Hunter College em Nova York e mais tarde dirigiu um estúdio que vendia ilustrações para revistas em quadrinhos e de ficção científica. [2] 
Casamentos 
Harrison casou-se com Evelyn Harrison, a quem incluiu em um cartoon que desenhou do Hydra Club em 1950. Eles se divorciaram em 1951, [29] e Evelyn se casou com o escritor de ficção científica Lester del Rey pouco depois. [30] 
Harrison casou-se com Joan Merkler Harrison em 1954. O casamento durou até sua morte de câncer em 2002. Eles tiveram dois filhos, Todd (nascido em 1955) e Moira (nascido em 1959), a quem dedicou seu romance Make Room! Criar espaço! . [30] 
Esperanto 
Já na meia-idade, Harrison se tornou um defensor do Esperanto , alegando "escrevê-lo e falá-lo com uma facilidade automática que nunca consegui captar em outra língua que não o meu inglês nativo"; [31] ele aprendeu, de acordo com Christopher Priest, por causa do tédio durante o serviço militar. A linguagem freqüentemente aparece em seus romances, particularmente em suas séries Rato de Aço Inoxidável e Mundo da Morte . 
Ele foi o presidente honorário da Associação de Esperanto da Irlanda, para onde se mudou na década de 1970, morando com sua família por vários anos em uma casa de última geração que construiu no Vale de Avoca, no condado Wicklow. Ele também foi membro de outras organizações de Esperanto, como Esperanto-USA (antiga "Liga do Esperanto para a América do Norte"), da qual era membro honorário, e a Universala Esperanto-Asocio ( Associação Mundial de Esperanto ), de cujos Patronos Honorários Comitê ele era um membro. [32].

fonte de origem:

https://en.wikipedia.org/wiki/Harry_Harrison_(writer)