quinta-feira, 23 de julho de 2020

Sexta na Usina: Geraldo Bernardo: BOM DIA:

A imagem pode conter: planta, atividades ao ar livre e natureza

Tem que ir cedo para escola

Tem que ir cedo para cama

Tem que ter tênis de fama

Tem que ser o bom de bola

Tem que saber o que rola

Tem que namorar guria

Tem que respeitar o guia

Tem que ter fama de mau

Ter que ser macho normal

ser modelo no bom dia.

Sem escola, sem futuro

Sem dormir bem, bem não aprende

Sem tênis, jogo não rende

Sem medo de jogo duro

Sem essa de inseguro

Sem namorar, que seria?

Sem líder, sem companhia,

Sem poder ser natural,

Sem deixar de falar mal

do macho mole, bom dia.


Texto e imagem: Geraldo Bernardo.


Sexta na Usina: Poetas da Rede: Francisco Baia: NISSO EU ACREDITO:

A imagem pode conter: texto que diz "NISTO CREIO"

A distância cria n’lma

a ânsia da solidão, dilacerando

as forças do coração, que aos poucos

se amofina, e se afina com o dito da

exclusão, nisso eu acredito.

Dói saber que as vezes quem te faz

sorrir, quem abre teus  braços, quem

solta tua felicidade... estar bem próximo,

estático, apático, nisso eu acredito.

Quando os olhos marejam vendo

o tempo passar em velocidade, levando

sob as asas sonhos, projetos, expectativas,

em direção do infinito, sem que haja nenhuma

reação de quem sente essa ação, está

declarado o veredito, o abismo chama

essa dor sem solução, nisso eu acredito.

Quando a porta permanece entreaberta,

o quarto a meia-luz, o som ambiente e

caliente , apenas sobre a alcova um corpo

ávido de prazer, a espera do seu bem-querer,

e nada enfim acontece, a não ser, o sussurro da

noite que impetuosamente sangra uma’lma

doente de amor, e este, mesmo no chão se ver

agradecido por sentir esse sentimento bendito,

nisso sim eu acredito.

Francisco Baia


Sexta na Usina: Poetas da Rede: Gales Wilson:

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e atividades ao ar livre

Mais um dia de vida concluído

É triste reparar que o mundo está perdido

Mas a vida tem total sentido

Jamais reclama do seu dia vivido

E sempre agradeça a Deus

Pelo ar que tú respira

Pela a chuva que cai.

@Tomprofundamentepoético.


Sexta na Usina: Poetas da Rede: Ednaldo F. Santos: Fragata da Poesia:

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Se das águas partisse minha morte

Estaria ao seu lado de perfeição

Daria amor, aos cantos da gaivota

Eu me espalharia pelo oceano!

Ó solidão, bate corda meu coração

Realize o meu último pedido

Pois detrás daquelas rochas sou ilusão

Escondido numa grande explosão!

Ó vida que se azáfama felicidade

Acordei na rabeira da botelha

Te conhecendo depois tão imensa!

Pondo o sorriso em seu aquário

Cá ficarei séculos, de flor atoa

Flutuando, na fragata da poesia!

Ednaldo F. Santos


Sexta na Usina: Poetas da Rede: Francisco Baia: A MORTE QUE VEM DE DENTRO DA VIDA:


Sob os olhos da insensibilidade,

Da impunidade, do mundo, a nossa

Vida e futuro queimam desastrosamente, e

Minha mente teima em me desmentir mostrando

Que é normal, sazonal, coisa e tal... mas, são meus

Meus pulmões e minhas futuras gerações que morrem

De formal cruel, de forma letal.

O verde que encantava o planeta, escondendo

Seus habitantes da fúria humana, se esvai em fumaça

Tóxica, o que fica, não fica pra contar a história, pois

Perecem antes mesmo de encontrar um abrigo, a morte

Está espalhada por todo lado, só se ouve o assovio do vento

Frio que anuncia a aproximação da profecia, tudo jaz em gás.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas andando e atividades ao ar livre

O profeta do mal, antítese de um texto mal redigido, ruge

No topo da montanha, vociferando ódio, violência e insanidade,

Faz parte da sua degustação.

Sobras, restos de incompetência se espalham pelo chão, deixando

Que animais famintos de poder se saciem loucamente, tornando-os

Cegos, sem nada ver, pois pra esses, o errado está certo,

o certo é absurdo, e a culpa é dos passageiros do passado obscuro.

Eu, frágil menino de rua, nada posso fazer

a não ser lamentar, pois só queria sair pra brincar com meu cachorrinho,

que assustado se atirou no rio com medo de morrer queimado,

porém se esqueceu que não sabia nadar e morreu afogado,

triste sina de nós todos, entramos num beco sem saída.

Francisco Baia.