Sob os olhos da insensibilidade,
Da impunidade, do mundo, a nossa
Vida e futuro queimam desastrosamente, e
Minha mente teima em me desmentir mostrando
Que é normal, sazonal, coisa e tal... mas, são meus
Meus pulmões e minhas futuras gerações que morrem
De formal cruel, de forma letal.
O verde que encantava o planeta, escondendo
Seus habitantes da fúria humana, se esvai em fumaça
Tóxica, o que fica, não fica pra contar a história, pois
Perecem antes mesmo de encontrar um abrigo, a morte
Está espalhada por todo lado, só se ouve o assovio do vento
Frio que anuncia a aproximação da profecia, tudo jaz em gás.

O profeta do mal, antítese de um texto mal redigido, ruge
No topo da montanha, vociferando ódio, violência e insanidade,
Faz parte da sua degustação.
Sobras, restos de incompetência se espalham pelo chão, deixando
Que animais famintos de poder se saciem loucamente, tornando-os
Cegos, sem nada ver, pois pra esses, o errado está certo,
o certo é absurdo, e a culpa é dos passageiros do passado obscuro.
Eu, frágil menino de rua, nada posso fazer
a não ser lamentar, pois só queria sair pra brincar com meu
cachorrinho,
que assustado se atirou no rio com medo de morrer queimado,
porém se esqueceu que não sabia nadar e morreu afogado,
triste sina de nós todos, entramos num beco sem saída.
Francisco Baia.