A
Morte, que da vida o nó desata, os nós, que dá o Amor, cortar quisera
na
Ausência, que é contr' ele espada fera, e co Tempo, que tudo desbarata.
Duas
contrárias, que üma a outra mata, a Morte contra o Amor ajunta e altera: üma é
Razão contra a Fortuna austera, outra, contra a Razão, Fortuna ingrata.
Mas
mostre a sua imperial potência a Morte em apartar dum corpo a alma, duas num
corpo o Amor ajunte e una;
porque
assi leve triunfante a palma, Amor da Morte, apesar da Ausência, do Tempo, da
Razão e da Fortuna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário