quarta-feira, 14 de julho de 2021

Poesia de Quinta na Usina: Augusto do Anjos:



SONETO

E o mar gemeu a funda melopéia À luz feral que a tarde morta instila, 
Triste como um soluço de Dalila,
Fria como um crepúsculo da Judéia.
Já Vésper, no Alto, a lânquida, cintila! 
Naquela hora morria para a Idéia A minha branca e desgraçada Déa, 
Qual rosa branca que ao tufão vacila.
E o mar chamou-a para o fundo abismo! E o céu chamou-a para o Misticismo. 
Nesse momento a Lua vinha calma
E céu e mar num desespero mudo Não viram que num halo de veludo 
À alma de Déa se evolava est’alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário