quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Agostinho Silva: MEU PORTO:



Espreito pela desamparada janela

Só para ver uma donzela passar

Adorava poder falar com ela

E não ficar meramente a ansiar.

Adeus lhe digo sem ela ver

E um verso declamo sem o saber

Fantasio uma caminhada a dois

Numa vida que virá depois.

Permaneço a observar o horizonte

E a recalcitrar contra aquele monte

Que não me deixa vê-la mais

Fixando-me acorrentado ao cais.

Vou correr para o meu Porto

Sempre com a vontade de a ter

Mas esse mar diz que está morto

E com ele vai o meu querer.

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27/11/2020

Agostinho Silva

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