"Lá
vem o acendedor de lampiões de rua!
Este
mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar
o Sol e associar-se à lua
Quando
a sobra da noite enegrece o poente.
Um,
dois, três lampiões, acende e continua
Outros
mais a acender imperturbavelmente,
À
medida que a noite, aos poucos, se acentua
E
a palidez da lua apenas se pressente.
Triste
ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele,
que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez
não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta
gente também nos outros insinua
Crenças,
religiões, amor, felicidade
Como
este acendedor de lampiões de rua!"
Poema:
O ACENDEDOR DE LAMPIÕES, Jorge de Lima
Pintura:
Ordinary People, Nicolas Martin (2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário