Noite
alta, na soçobrante Nau exposta aos quatro ventos, em pleno céu sulcado de
relâmpagos, os marinheiros mortos trovejam palavrões.
Ó
velhos marinheiros meus avos...
para
eles ainda não terminou a espantosa Era dos Descobrimentos!
Santa
Bárbara e São Jerônimo, transidos de divino amor,
escutam
suas pragas como orações.
Quando
eu acordar amanhã, livre e liberto como uma [asa –
vou
rezar a São Jerônimo vou rezar a Santa Bárbara
por
este nosso fim de século pobre Nau perdida no [nevoeiro
que
em vão busca o rumo das eternas, das misteriosas Américas ainda por [descobrir!
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