1892
Ri, Guiomar, anda, ri. Quando ressoa
Tua alegre risada cristalina,
Ouço a alma da moça e da menina,
Ambas na mesma lépida pessoa.
E então reparo, como o tempo voa,
Como a rosa nascente e pequenina
Cresceu, e a graça fresca apura e afina...
Ri, Guiomar, anda, ri, mimosa e boa.
A bela cor, o aroma delicado,
Por muitos anos crescerão ainda,
Ao vivo olhar do noivo teu amado.
Para ti, cara flor, a vida é infinda,
O tempo amigo, longo e repousado.
Ri, Guiomar, anda, ri, discreta e linda.
Poesias
dispersas
Textos-fonte:
Obra Completa,
Machado de Assis, vol. III,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Toda poesia de Machado de Assis. Org. de Cláudio Murilo Leal.
Rio
de Janeiro: Editora Record, 2008.
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