Nasceu em Benguela em 9 de Junho de
1930 e ali passou grande parte da sua infância, por certo a coligir sentimentos
que, mais tarde, exalaria pela poesia que escreveu.
Nascida
numa família abastada, foi criada no característico meio crioulo da urbe das
Acácias Rubras da década de 30, onde apesar da circunstância colonial não
faltavam cultores da velha escola republicana portuguesa anterior ao Estado
Novo, a par de remanescentes dos tempos da tipóia e do comércio sertanejo.
Teve,
como era próprio do seu tempo, uma educação profundamente cristã, o que lhe
conferiu "um vincado espírito de liberalismo".
Depois
de ter concluído o sexto ano num colégio de madres em Sá da Bandeira (actual
Lubango), partiu para Lisboa, onde terminaria os estudos liceais e frequentou a
Faculdade de Medicina.
Durante
este período manteve uma estreita ligação com a Casa dos Estudantes do Império
- CEI, tendo sido igualmente colaboradora em jornais e revistas de relevância
na época, tais como Revista Mensagem-
CEI, o Jornal de Benguela, o Jornal de Angola, o ABC e Ciência.
Nessas
publicações, surgiram os seus primeiros escritos poéticos, também publicados em
várias antologias, até surgir o seu primeiro livro, intitulado Poesias, em
1960.
Poeta
da Geração Mensagem, A sua poesia transpira
exílio, saudade obsessiva da terra e suas gentes, os lugares da
infância, os amigos e as expectativas de um futuro em que pretendia participar
logo que possível faz de Alda Lara, uma mensageira da sociedade civil, lutando
com as armas de que dispunha a sua poesia, onde a política, estando implícita,
é sobretudo do foro dos sentimentos.
Alda
Lara, irmã do também notável poeta Ernesto Lara Filho, a poetisa de Benguela
que faleceu prematuramente em 1962, anda algo esquecida em Angola por uma certa
intelectualidade que, não obstante, não desconhece a importância da sua obra
literária e o lugar de excelência que lhe cabe na literatura angolana, mas que
persistem em fazer vista grossa à importância do seu testamento de (também ela)
precursora de uma pré-poesia angolana que à época despontava, e que foi e é até
hoje a voz feminina de maior sensibilidade, aliando ao acervo poético
significativo que deixou, uma oficina de escrita passível de ser classificada
já na década de 60 do século findo como de modernidade.
Após
a sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira, atual Lubango, decidiu
instituir o Prémio Alda Lara de Poesia.
Obra
poética:
Poemas,
1966, Sá de Bandeira, Publicações Imbondeiro;
Poesia,
1979, Luanda, União dos Escritores Angolanos;
Poemas, 1984, Porto,
Vertente Ltda. (poemas completos); fonte de origem:
http://www.lusofoniapoetica.com/artigos/angola/alda-lara/biografia-alda-lara.html
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