(Porto Alegre, 26 de setembro de 1936) é um
escritor brasileiro. Mais conhecido por suas crônicas e textos de humor, mais
precisamente de sátiras de costumes, publicados diariamente em vários jornais
brasileiros, Verissimo é também cartunista e tradutor, além de roteirista de
televisão, autor de teatro e romancista bissexto. Já foi publicitário e revisor
de jornal. É ainda músico, tendo tocado saxofone em alguns conjuntos. Com mais
de 60 títulos publicados, é um dos mais populares escritores brasileiros
contemporâneos. É filho do também escritor Érico Verissimo.1
Formação:
Nascido em Porto Alegre, Luis Fernando viveu parte de sua infância e
adolescência nos Estados Unidos, com a família, em função de compromissos
profissionais assumidos por seu pai - professor na Universidade de Berkeley
(1943-1945) e diretor cultural da União Pan-americana em Washington
(1953-1956). Como consequência disso, cursou parte do primário em San Francisco
e Los Angeles, e concluiu o secundário na Roosevelt High School, de
Washington.1
Aos 14 anos produziu, com a irmã Clarissa e um primo, um jornal
periódico com notícias da família, que era pendurado no banheiro de casa e se
chamava "O Patentino" (patente é como é conhecida a privada no Rio
Grande do Sul).
No período em que viveu em Washington, Verissimo desenvolveu sua paixão
pelo jazz, tendo começado a estudar saxofone e, em frequentes viagens a Nova
York, assistido a espetáculos dos maiores músicos da época, inclusive Charlie
Parker e Dizzy Gillespie.
De volta a Porto Alegre em 1956, começou a trabalhar no departamento de
arte da Editora Globo. A partir de 1960, fez parte do grupo musical Renato e
seu Sexteto, que se apresentava profissionalmente em bailes na capital gaúcha,
e que era conhecido como "o maior sexteto do mundo", porque tinha 9
integrantes.
Entre 1962 e 1966, viveu no Rio de Janeiro, onde trabalhou como
tradutor e redator publicitário, e onde conheceu e casou-se (1963) com a
carioca Lúcia Helena Massa, sua companheira até hoje e mãe de seus três filhos
(Fernanda, 1964; Mariana, 1967; e Pedro, 1970).
Em 1967, de novo em sua cidade natal, começou a trabalhar no jornal
Zero Hora, a princípio como revisor de textos (copy desk).1 Em 1969, depois de
cobrir as férias do colunista Sérgio Jockymann e poder mostrar a qualidade e
agilidade de seu texto, passou a assinar sua própria coluna diária no jornal.1
Suas primeiras colunas foram sobre futebol, abordando a fundação do Estádio
Beira-Rio e os jogos do Internacional, seu clube do coração. No mesmo ano,
tornou-se redator da agência de publicidade MPM Propaganda.
Em 1973 lançou, pela Editora José Olympio, seu primeiro livro, O
Popular, com o subtítulo "crônicas, ou coisa parecida", uma coletânea
de textos já veiculados na imprensa, o que seria o formato da grande maioria de
suas publicações até hoje. O livro de estreia de Verissimo recebeu elogios do
importante crítico literário Wilson Martins, em O Estado de São Paulo.
Em 1975, voltou ao jornal Zero Hora, onde permanece até hoje, e passou
a escrever semanalmente também no Jornal do Brasil, tornando-se nacionalmente
conhecido.1 Publicou nesse ano seu segundo livro de crônicas, A Grande Mulher
Nua1 e começou a desenhar a série "As Cobras", que no mesmo ano já
rendeu uma primeira publicação de cartuns.
Em 1979, publicou seu quinto livro de crônicas, "Ed Mort e Outras
Histórias", o primeiro pela Editora L&PM, com a qual trabalharia
durante 20 anos. O título do livro refere-se àquele que viria a ser um dos mais
populares personagens de Luis Fernando Verissimo. Uma sátira dos policiais
noir, imortalizados pela literatura de Raymond Chandler e Dashiell Hammett e
por filmes interpretados por Humphrey Bogart, Ed Mort é um detetive particular
carioca, de língua afiada, coração mole e sem um tostão no bolso, que passou a
protagonizar uma tira de quadrinhos desenhada por Miguel Paiva e publicada em
centenas de jornais diários, gerou uma série de cinco álbuns de quadrinhos
(1985-1990) e ainda um filme com Paulo Betti no papel-título.
Entre 1980 e 1981, Verissimo viveu com a família por 6 meses em Nova
York, o que mais tarde renderia o livro "Traçando Nova York",
primeiro de uma série de seis livros de viagem escritos em parceira com o
ilustrador Joaquim da Fonseca e publicados pela Editora Artes e Ofícios.
Popularidade nacional[editar | editar código-fonte]
Em 1981, o livro "O Analista de Bagé", lançado na Feira do
Livro de Porto Alegre, esgotou sua primeira edição em dois dias, tornando-se
fenômeno de vendas em todo o país. O personagem, criado (mas não aproveitado)
para um programa humorístico de televisão com Jô Soares, é um psicanalista de
formação freudiana ortodoxa, mas com o sotaque, o linguajar e os costumes
típicos da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina. A
contradição entre a sofisticação da psicanálise e a "grossura"
caricatural do gaúcho da fronteira gerou situações engraçadíssimas, que
Verissimo soube explorar com talento em dois livros de contos, um de quadrinhos
(com desenhos de Edgar Vasques) e uma antologia.
Em 1989, começou a escrever uma página dominical para o jornal O Estado
de São Paulo, mantida até hoje, e para a qual criou o grupo de personagens da
Família Brasil. No mesmo ano, estreou no Rio de Janeiro seu primeiro texto
escrito especialmente para teatro, "Brasileiras e Brasileiros". E
ainda recebeu o Prêmio Direitos Humanos da OAB.
Em 1990, passou 10 meses com a família em Paris e cobriu a Copa da Itália
para os jornais Zero Hora, Jornal do Brasil e O Estado de São Paulo, o que
voltaria a fazer em 1994, 1998, 2002 e 2006.
Ainda em 1995, por iniciativa do contrabaixista Jorge Gerhardt, foi
criado o grupo Jazz 6, este certamente "o menor sexteto do mundo",
com apenas 5 integrantes: além de Verissimo no saxofone e Gerhardt no
contrabaixo, fazem parte do grupo Luiz Fernando Rocha (trompete e flugelhorn),
Adão Pinheiro (piano) e Gilberto Lima (bateria).
Sendo Gerhardt, Rocha, Pinheiro e Lima "músicos em tempo
integral", o grupo depende da agenda de Verissimo para se apresentar, mas
já tem 13 anos de estrada e 4 CDs lançados: "Agora é a Hora" (1997),
"Speak Low" (2000), "A Bossa do Jazz" (2003) e
"Four" (2006).
Em 1999, Verissimo deixou de desenhar as tiras de "As Cobras"
e mudou de editora, trocando a L&PM pela Objetiva, que passou a republicar
toda a sua obra. Uma destas antologias, "As Mentiras que os Homens
Contam" (2000), já vendeu mais de 350 mil exemplares.
Em 2006, Verissimo chegou aos 70 anos de idade consagrado como um dos
maiores escritores brasileiros contemporâneos, tendo vendido ao todo mais de 5
milhões de exemplares de seus livros. Em 2008, sua filha Fernanda deu-lhe a
primeira neta, Lucinda, nascida no dia do aniversário do Sport Club
Internacional, 4 de abril.
Ed Mort
Velhinha de Taubaté
Analista de Bagé
As Cobras
Família Brasil
Dora Avante
Livros publicados[editar | editar código-fonte]
Crônicas e contos (inéditos)[editar | editar código-fonte]
O Popular (1973, ed. José Olympio)
A Grande Mulher Nua (1975, ed. José Olympio)
Amor Brasileiro (1977, ed. José Olympio)
O Rei do Rock (1978, ed. Globo)
Ed Mort e Outras Histórias (1979, ed. L&PM)
Sexo na Cabeça (1980, ed. L&PM)
O Analista de Bagé (1981, ed. L&PM)
A Mesa Voadora (1982, ed. Globo)
Outras do Analista de Bagé (1982, ed. L&PM)
A Velhinha de Taubaté (1983, ed. L&PM)
A Mulher do Silva (1984, ed. L&PM)
A Mãe de Freud (1985, ed. L&PM)
O Marido do Doutor Pompeu (1987, ed. L&PM)
Zoeira (1987, ed. L&PM)
Noites do Bogart (1988)
Orgias (1989, ed. L± relançado em 2005 pela Objetiva)
Pai Não Entende Nada (1990, ed. L&PM)
Peças Íntimas (1990, ed. L&PM)
O Santinho (1991, ed. L&PM)
Humor Nos Tempos do Collor (1992, ed. L&PM Com Millôr Fernandes e
Jô Soares)
O Suicida e o Computador (1992, ed. L&PM)
Comédias da Vida Pública (1995, ed. L&PM)
A Versão dos Afogados - Novas Comédias da Vida Pública (1997, ed.
L&PM)
A Mancha (2004, ed. Cia das Letras, coleção Vozes do Golpe)
Em algum lugar do paraíso (2011, ed. Objetiva)
Diálogos impossíveis (2012, ed. Objetiva)
Os Últimos quartetos de Beethoven (2013, ed. Objetiva)
Crônicas e contos (antologias e reedições)[editar | editar
código-fonte]
O Gigolô das Palavras (1982, ed. L&PM)
Comédias da Vida Privada (1994, ed. L&PM)
Novas Comédias da Vida Privada (1996, ed. L&PM)
Ed Mort, Todas as Histórias (1997, ed. L&PM)
Aquele Estranho Dia que Nunca Chega (1999, Editora Objetiva)
A Eterna Privação do Zagueiro Absoluto (1999, Editora Objetiva)
Histórias Brasileiras de Verão (1999, Editora Objetiva)
As Noivas do Grajaú (1999, ed. Mercado Aberto)
Todas as Comédias (1999, ed. L&PM)
Festa de Criança (2000, ed. Ática)
Comédias para se Ler na Escola (2000, Editora Objetiva)
As Mentiras que os Homens Contam (2000, Editora Objetiva)
Todas as Histórias do Analista de Bagé (2002, Editora Objetiva)
Banquete Com os Deuses (2002, Editora Objetiva)
O Nariz e Outras Crônicas (2003, ed. Ática)
O Melhor das Comédias da Vida Privada (2004, Editora Objetiva)
Mais comédias para ler na escola (2008, Editora Objetiva)
Amor Verissimo (2013, Editora Objetiva)
Novelas e romances[editar | editar código-fonte]
Pega pra Kapput (1978, ed. L± com Moacyr Scliar, Josué Guimarães
e Edgar Vasques)
O Jardim do Diabo (1987, ed. L&PM)
Gula - O Clube dos Anjos (1998, Editora Objetiva, coleção Plenos
Pecados)
Borges e os Orangotangos Eternos (2000, ed. Cia das Letras, coleção
Literatura ou Morte)
O Opositor (2004, Editora Objetiva, coleção Cinco Dedos de Prosa)
A Décima Segunda Noite (2006, Editora Objetiva, coleção Devorando
Shakespeare)
Os Espiões (2009, Editora Objetiva)
Relatos de viagens[editar | editar código-fonte]
Traçando New York (1991, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
Traçando Paris (1992, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
Traçando Porto Alegre (1993, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da
Fonseca)
Traçando Roma (1993, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
América (1994, ed. Artes e Ofícios)
Traçando Japão (1995, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
Traçando Madrid (1997, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
Cartuns e quadrinhos[editar | editar código-fonte]
As Cobras (1975, ed. Milha)
As Cobras e Outros Bichos (1977, ed. L&PM)
As Cobras do Verissimo (1978, ed. Codecri)
O Analista de Bagé em Quadrinhos (1983, ed. L± com Edgar
Vasques)
Aventuras da Família Brasil (1985, ed. L&PM)
Ed Mort em Procurando o Silva (1985, ed. L± com Miguel Paiva)
As Cobras, vols I, II e III (1987, ed. Salamandra)
Ed Mort em Disneyworld Blues (1987, ed. L± com Miguel Paiva)
Ed Mort em Com a Mão no Milhão (1988, ed. L± com Miguel Paiva)
Ed Mort em Conexão Nazista (1989, ed. L± com Miguel Paiva)
Ed Mort em O Sequestro do Zagueiro Central (1990, ed. L± com
Miguel Paiva)
A Família Brasil (1993, ed. L&PM)
As Cobras em Se Deus existe que eu seja atingido por um raio (1997, ed.
L&PM)
Pof (2000, ed. Projeto)
Aventuras da Família Brasil (reedição - 2005, Editora Objetiva)
"As Cobras - Antologia Definitiva" (2010, Editora Objetiva)
Fonte de origem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luis_Fernando_Verissimo
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