domingo, 17 de novembro de 2019

Domingo Na Usina:Biografias:Babi Dewet:



Sobre a autora:

Eu nasci em 30 de Dezembro de 1986, de Capricórnio, e era a única criança na maternidade no Rio de Janeiro no dia. Era véspera de Ano Novo e meu primeiro feito no mundo foi impedir minha mãe de curtir as badaladas festas cariocas.

Minha mãe, dona de escolas e uma grande professora desde que me entendo por gente, sempre me deu livros de presente. Eu fui uma criança muito quieta, quase não chorava, não incomodava ninguém e isso acompanhou minha infância toda. Com três anos de idade eu li meu primeiro livro que chamava Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, li sozinha, sentada num quarto de brinquedos que eu e minha irmã dividíamos. Enquanto as crianças passavam o tempo caindo do escorrega eu me desgastava em cadernos, canetas, giz de cera e letras. Não que eu também não brincasse, claro. Aos cinco anos eu escrevia tudo que uma criança da primeira série escrevia. Era sempre retirada de sala de aula porque terminava tudo primeiro e as professoras queriam me adiantar porque, o que uma criança faz no Jardim II sabendo o mesmo que crianças da Classe de Alfabetização? Eu nunca fui adiantada na escola, graças a Deus. Mas obriguei minha irmã e amigas de infância a brincarem de “escolinha” comigo. Ursos e bonecos eram alunos e haja saco pra redigir uma redação pra cada um! Não é à toa que elas me evitavam… Meus livros prediletos, desde então, eram os da Bruxa Onilda, os sobre o Rei Arthur (meu filme preferido era o desenho A Espada era a Lei, da Disney) e vários outros que meus colegas não conseguiam ler.

Meu pai, músico e Beatlemaníaco desde que existe (toca baixo em uma banda cover de Beatles, Brazilian Beetles), também professor e uma pessoa extremamente bondosa e carinhosa, sempre me incentivou a falar em inglês (só me chamava de “baby”, chamava ele mesmo de “dad”, etc), a cantar músicas, a fazer vídeos caseiros e tudo mais. Eu e minha irmã nos juntávamos todo fim de semana pra interpretar a Escolhinha do Professor Raimundo (eu era o Professor Raimundo e minha irmã mais nova o Seu Boneco!) e ele filmava. Com quase oito anos eu gravei uma novela chamada Despedida de Solteiro (Wikipédia) e neguei um convite pra desfilar com a Xuxa (é, eu era loira, pequena e super fofinha, mas não era idiota). Meu pai briga comigo até hoje por conta disso. Nunca tive veia artística pra música então, com meus dez anos, eu quis ser paleontóloga.

Admito que quando Harry Potter entrou na minha vida (eu tinha uns 14 anos) a coisa toda começou a mudar. De nerd eu passei a super nerd e meu passatempo predileto era passar os dias na internet discada da casa que morava lá em Alto Paraíso (cidade mística em Goiás). Lá não tinha shopping nem livrarias e eu esperava dias a fio pelos livros da saga que meu pai comprava no Rio e me mandava pelo Correio. Enquanto isso eu lia O Mundo de Sophia, os livros de Paulo Coelho (O Alquimista é meu favorito) e as aventuras da Molly Moon. Ouvia Gun´s and Roses, música eletrônica (Alto Paraíso é o berço das raves e das religiões alternativas do Brasil então a gente frequentava festas e Trancendences desde novinhas) e muito Beatles. Muito. Nessa época eu tinha um caderno que eu escrevia loucamente várias aventuras de personagens que inventava. Eram bruxos, vampiros, mágicos e segredos escondidos pra todos os lados. Sempre vivi nesse mundinho à parte.

Eu também sempre fui mais boba que as outras pessoas. Sempre tive muita paciência (minha irmã é a prova viva disso!), nunca brigava com ninguém, era amiga de todo mundo e passava mais tempo sozinha do que outra coisa. Tive e tenho muitos amigos. Sou uma muito desleixada, por sinal. Sempre esqueço aniversário, não sei consolar ninguém e se me contar problemas é capaz de eu fazer piada em cima deles porque simplesmente não sei lidar com essas coisas. Jeito Chandler de viver, sabe? Não sei lidar com perda, com injustiças e com coisas que na minha cabeça sempre foram “de gente grande”.

Com meus dezesseis anos eu comecei a escrever fanfics de Harry Potter com um codinome esquisito, que todo mundo acabou me conhecendo por: Luna Pankiston. Era uma loucura, a gente tinha eventos sempre, muitos amigos e muita, mas muita fanfic. Sempre fui à favor de Voldemort, Comensais da Morte e Draco Malfoy, só pra constar. Minhas histórias eram basicamente sobre isso. Se quiser, veja algumas vergonhas online que ficaram no Fanfiction.net aqui. Muitas outras foram evaporadas de antigos sites como 3Vassouras e Beco Diagonal.

Com uns dezoito anos, estudante de Cinema (louca por Tim Burton e Hitchcock) e fã de Westlife com minhas amigas, conheci McFLY e então minha vida mudou completamente. O McFLY Addiction surgiu, Fanfic Addiction surgiu e a possibilidade de escrever interativamente surgiu. Minha primeira fanfic de McFLY foi Um Bem Mal Entendido e foi uma honra ter podido iniciar o FFADD com ela. Leia as fanfics que ainda estão por lá. Pegando o gosto pela coisa (e irreversivelmente Jones!) passei a escrever outras histórias, entre elas Sábado à Noite. E era tanta influência de todos os lados! Os marotos de Harry Potter, as patricinhas de Meninas Malvadas, Os Três Mosqueteiros, músicas e músicas, Kevin e meninos de boyband… que foi uma epifania total de vontades e SAN se tornou minha história de amor predileta. Sempre fui confusa com as coisas, indecisa e chorona. Sempre adorei fazer amigos, mas nunca fui muito sociável. E eu já tive meus momentos de popularidade na escola, que hoje só me trazem lembranças engraçadas (quem vai de salto alto e mochila de rodinhas pra escola na sétima série sendo as únicas que a diretora permitia esse feito?).
Gosto de escrever sobre tudo. Desde romances adolescentes e personagens complicadas, até histórias fantásticas de personagens sobrenaturais e esquisitos. Gosto da linguagem adolescente, engraçada, com muitos diálogos e imaginação. Sou péssima em descrição e meu professor de Roteiro desgostava de tudo que eu escrevia por causa disso. “Isso aqui é cinema, não livro. Em livro pode ter muito diálogo, não em roteiro!” Tudo bem, professor, eu faço um livro.
 A idéia de fazer com que SAN virasse livro foi sendo empurrada por anos (sempre recebi muito amor e apoio dos fãs de McFLY) e a gente só se toca das coisas quando a oportunidade bate na porta. Eu gosto de livros e pra mim foi o começo da realização de um sonho poder lançar, com a ajuda dos meus amigos, a versão independente da história. A primeira edição saiu em Julho de 2010 e levei pra São Paulo, na Bienal do Livro, experimentar a reação dos leitores. Foi o máximo! Vendi 200 livros sozinha, sendo cara de pau e querendo muito vencer num meio que estava começando a crescer para os independentes.
 No fim de 2011, com os mil livros esgotados, assinei com a editora Évora para o lançamento da versão definitiva de SAN em todas as livrarias pelo selo Generale! Você já pode buscar nos sites ou nas próprias lojas físicas! E se SAN não estiver por lá, faça escândalo!
 Também gravamos no começo desse ano um booktrailer no maior estilo “filme” mostrando Sábado à Noite com atores de verdade (mentira, eram meus amigos!), que foi lançado! Veja só…
 Ao mesmo tempo, fã de Kpop e de aparecer em vídeos, me reuni com meu amigo Pedro Bricio e, juntos, lançamos a GD Entretenimento, uma pequena ideia de produtora que faz dois webshows: Fantastic Baby, sobre o Kpop e GDQG, onde falamos de tudo. Uma época chegamos a gravar o SANTV, que mostrava bastidores do meu livro, mas não deu muito certo.
 Hoje com 27 anos (ai, Jesus!), formada em Cinema, dona e professora de um curso (Curso Raion) com um projeto de reeducação para adolescentes com dificuldades de aprendizado, fã de histórias de terror e livros do André Vianco, adoradora de músicas, shows e, claro, fanfictions, eu me vejo imaginando um futuro que espero poder partilhar com todos vocês em breve!

Na verdade, eu sempre quis ser um rockstar. Mas acabei escrevendo um livro.

Fonte de origem:
http://www.babidewet.com/sobre-2/

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