Tornei-me um pássaro
De tanto vê-los voar
E desejar aquela liberdade
As primeiras penugens brotaram
Em uma sufocante tarde de outubro
Logo vistosas asas surgiram
E o nariz foi ficando duro
Juntando-se com a boca
Em um adunco bico
Minhas pernas tornaram-se juncos
Finos e tropeçantes
Mas eu não precisaria muito delas
Seriam apenas minha base para pousar
E hastes para dormir
Poder voar, ah voar
Nada pode traduzir esse momento
Levitar no firmamento
Elevar-me entre as nuvens
Acima dos mais altos arranha-céus
Viveria apenas um dia por esse instante
Morreria feliz, ao relento
Agasalhado pelos braços do vento...
(Gustavo Adonias)
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