Salta aos olhos a violência
os maus estão ai, presente,
perdemos, aos pouco, a inocência.
Somos arrastados, triste corrente.
Corpo exausto, cansado, com dor;
alma sofrida, temerosa, dormente.
Tão triste
olhar o irmão perdido no vício
caído no chão
ferido
coberto com papelão,
tão frio,
gelado de morte
sem rumo, sem norte,
vazio, sem alma, sem dor
sem sorte.
Em volta ninguém acalma.
Traficante de vidas sem coração.
É tão triste
saber que tudo isto existe
e nada poder fazer,
viver sob fogo cruzado
e ter os braços fechados
educado
a cumprir o silêncio
e vendo o Pobre Inocêncio
caído no asfalto molhado
sem vida.
Salta os olhos a violência
e nós perdemos a inocência.
Autor: Luiz Alberto Quadros Gonsalves
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