
O vento no fim de outono desfolhou as árvores e carregou todas as flores.
Tudo seco e sem vida.
Com ele levou todos os meus sonhos.
Os meus desejos, desfizeram-se como dunas no deserto.
Hora o vento sopra norte, hora sul, até não restar nem a poeira.
A noite, o frio congela, durante o dia, o sol queima.
Assim foi meu coração, congelado pela decepção e queimado pelo rancor.
Não sobrou nada de mim, nem a magia da poesia, nem o som do instrumento.
Nem mesmo o suplício de um verso.
Na pior decadência da alma, nada sobreviveu...
Se ao menos fosse como o cacto, que ainda, a mais bela flor desabrocha em meio aos espinhos, teria a esperança de ter novamente o encanto.
Com a proximidade do inverno, só resta hibernar até a chegada da primavera.
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